A TRAJETÓRIA DA ESTOMATERAPIA NO BRASIL: CONSOLIDAÇÃO, EXPANSÃO E PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS

Autores

  • Jakeline Costa Dos Santos Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Vanessa De França Peixoto Zwietasch Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Carolina Cabral Pereira Da Costa Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro
  • Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Universidade Do Estado Do Rio De Janeiro

Resumo

Introdução: A estomaterapia é uma especialidade da enfermagem voltada ao cuidado de pessoas com estomias, feridas e incontinências. No Brasil, teve início em 1984, com a atuação pioneira da Professora Vera Lúcia Conceição de Gouveia Santos. Em 1990, foi criado o primeiro curso de especialização na área, na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), marco inicial para a consolidação da especialidade no país. Com o fortalecimento institucional, foi fundada, em 1992, a Associação Brasileira de Estomaterapia: Estomias, Feridas e Incontinências (Sobest®), vinculada ao World Council of Enterostomal Therapists (WCET™)(1). Essa trajetória reflete não apenas um avanço técnico-científico, mas também político e educacional na enfermagem brasileira(2). Objetivos: Analisar a trajetória da estomaterapia no Brasil, com ênfase em sua consolidação como especialidade, na distribuição dos cursos de formação e nos impactos na inserção e valorização profissional do enfermeiro estomaterapeuta. Método: Trata-se de um estudo descritivo, baseado em levantamento documental e revisão narrativa da literatura publicada entre 2020 e 2025. Foram incluídos documentos institucionais da SOBEST, publicações científicas e diretrizes oficiais. Resultados: A consolidação da estomaterapia no Brasil está intrinsecamente ligada à atuação da SOBEST na regulamentação da prática, no fomento à produção científica e na promoção da formação qualificada(3). A estomaterapia brasileira destaca-se por mais de três décadas de desenvolvimento contínuo, com importantes conquistas na área da saúde(2). Atualmente, o Brasil possui 20 cursos de especialização acreditados pela SOBEST, distribuídos em 12 unidades federativas, o que corresponde a 44,44% do território nacional. Esses cursos abrangem as cinco macrorregiões do país, com a seguinte distribuição: Sudeste (10 cursos – 50%), Nordeste (5 – 25%), Sul (3 – 15%), Norte (1 – 5%) e Centro-Oeste (1 – 5%) (4). Em relação à natureza institucional, 11 (55%) cursos estão vinculados a instituições privadas e 9 (45%) a instituições públicas. A distribuição geográfica revela maior concentração no estado de São Paulo (7 – 35%), seguido por Ceará e Minas Gerais (2 – 10% cada). Os demais estados com 1 curso cada (5%) são: Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Amazonas, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul(2). Esses dados evidenciam um expressivo destaque da região Sudeste, que concentra a maioria dos especialistas do país(2,4). Além disso, a formação especializada tem favorecido a inserção profissional em múltiplos contextos, ampliando a autonomia, a valorização entre pares e o acesso a tecnologias(5). Ademais, políticas públicas como a Portaria nº 400/2009 do Ministério da Saúde representam avanços importantes, ao passo que a participação brasileira em consensos internacionais reforça o protagonismo técnico e político da especialidade(2). Considerações Finais: A estomaterapia brasileira configura-se como uma especialidade consolidada e em constante evolução. Sua trajetória é marcada por pioneirismo, organização institucional e compromisso com a excelência do cuidado. A expansão da formação, os avanços científicos e a articulação política nacional e internacional contribuíram para o fortalecimento da área, conferindo maior visibilidade e valorização ao enfermeiro estomaterapeuta no cenário da saúde pública e privada.

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Publicado

2025-10-01

Como Citar

Santos, J. C. D., Zwietasch, V. D. F. P., Costa, C. C. P. D., & Souza, N. V. D. D. O. (2025). A TRAJETÓRIA DA ESTOMATERAPIA NO BRASIL: CONSOLIDAÇÃO, EXPANSÃO E PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1942