AVALIAÇÃO DO ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL, DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA E FATORES DE RISCO.
Resumo
Introdução A Doença Arterial Periférica (DAP) é uma manifestação da aterosclerose sistêmica que compromete principalmente os membros inferiores, resultando em prejuízos funcionais e risco aumentado de eventos cardiovasculares maiores. A avaliação do Índice Tornozelo-Braquial (ITB) é um método não invasivo, acessível e eficaz para o rastreamento precoce da DAP, sendo recomendado em populações com fatores de risco como hipertensão, diabetes, tabagismo e obesidade. Sua aplicação na atenção primária e em estratégias de cuidado especializado pode contribuir para a prevenção de complicações graves, como amputações e úlceras, além de auxiliar na detecção precoce de alterações circulatórias relevantes no contexto da estomaterapia1. Objetivo Avaliar a prevalência de alterações no ITB e identificar os principais fatores de risco associados à DAP em uma amostra da população adulta do município de Pouso Alegre/MG. Método Estudo quantitativo, transversal, com 61 participantes adultos, realizado com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 77979724.7.0000.5102, parecer nº 6.768.174). Foram aplicados questionários estruturados com dados sociodemográficos, clínicos e de hábitos de vida. Em seguida, foi realizada a aferição do ITB bilateral, conforme diretrizes clínicas2-3. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e testes de associação, com nível de significância de 5%. Resultados A amostra do estudo foi composta majoritariamente por mulheres (70,5%), brancas (85,2%) e casadas ou em união estável (60,7%). A idade média foi de 59,2 anos e o índice de massa corporal (IMC) médio foi de 28,25 kg/m2. Quanto às condições de saúde, 42,6% relataram diagnóstico de Diabetes Mellitus (DM) e 50,8% de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Alterações no índice tornozelo-braquial (ITB), sugestivas de Doença Arterial Periférica (DAP), foram observadas em cerca de 45% da amostra. Houve correlação positiva muito forte e estatisticamente significativa entre idade e ITB, bem como entre IMC e ITB. Além disso, 62,3% relataram dor ao caminhar e 94,7% dor ao subir ladeiras, sintomas compatíveis com claudicação intermitente — taxas significativamente superiores à média nacional e internacional (10–20%). A presença de múltiplos fatores de risco esteve associada a maiores alterações no ITB, sugerindo relação direta entre condição clínica e comprometimento circulatório. Ressalta-se, portanto, a importância da avaliação adequada da perfusão periférica como parte essencial do cuidado em estomaterapia, contribuindo para a prevenção e tratamento eficaz de feridas crônicas. Conclusão A elevada prevalência de alterações no ITB identificada neste estudo configura um importante alerta epidemiológico. A triagem por meio do ITB demonstrou ser um instrumento eficiente para a detecção precoce de DAP, especialmente em indivíduos com múltiplos fatores de risco. Tais achados reforçam a importância da inserção de protocolos de avaliação vascular na prática clínica da estomaterapia e na atenção especializada, visando à prevenção de complicações graves e ao direcionamento de condutas terapêuticas adequadas. A adoção de medidas de rastreamento vascular na atenção primária e especializada pode contribuir para a redução da morbimortalidade cardiovascular na população brasileira1;4-5.Downloads
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Publicado
2025-10-01
Como Citar
Silva, A. C. D., Pereira, F. R., & Pereira, J. D. A. (2025). AVALIAÇÃO DO ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL, DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA E FATORES DE RISCO. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1948
Edição
Seção
Artigos