RELATO DE EXPERIÊNCIA: USO DE LASER INFRAVERMELHO DE BAIXA POTÊNCIA EM SÍNDROME MÃO-PÉ INDUZIDA POR QUIMIOTERAPIA COM 5- FLUOROURACIL EM PACIENTE COM CÂNCER DE CÓLON

Autores

  • Luciani Aparecida Da Silva Melo Prefeitura Municipal De Porto Alegre/Rs
  • Rosaura Soares Paczek Prefeitura Municipal De Porto Alegre/Rs
  • Cristhiane De Souza Silveira Escola De Saude Publica Do Rio Grande Do Sul
  • Alessandra Garcia De Figueiredo Agostini Prefeitura Municipal De Porto Alegre/Rs
  • Adriana Rosa Spader Prefeitura Municipal De Porto Alegre/Rs
  • Patricia Bueno De Oliveira Prefeitura Municipal De Porto Alegre/Rs

Resumo

Introdução: A síndrome mão-pé, ou eritrodisestesia palmo-plantar, é uma toxicidade cutânea frequente associada ao uso de agentes quimioterápicos como o 5-fluorouracil (5-FU), manifestando-se com dor, eritema, descamação e, em casos severos, ulceração nas palmas das mãos e plantas dos pés. Essa condição pode comprometer significativamente a qualidade de vida e exigir modificações no regime terapêutico1. A síndrome mão-pé, induzida por quimioterapia, é classificada em três graus conforme a Common Terminology Criteria for Adverse Events (CTCAE) versão 5.0. No grau 1, ocorrem alterações leves na pele, como vermelhidão ou formigamento, geralmente sem dor ou com dor leve, sem interferência nas atividades diárias. No grau 2, há alterações cutâneas mais evidentes com dor moderada, que já começam a impactar as funções do dia a dia. Já o grau 3 é caracterizado por dermatite ulcerativa ou lesões graves na pele, com dor intensa que limita significativamente as atividades normais.2 Estudos demonstram que a Terapia a Laser de Baixa Potência (TLBP) representa uma estratégia promissora no tratamento da síndrome mão-pé, contribuindo para o alívio da dor e a melhora da qualidade de vida dos pacientes.1,3 Objetivo: Descrever o uso da TLBP com laser infravermelho no manejo da síndrome mão-pé Método: Estudo tipo relato de experiência sobre o uso da TLBP no manejo da síndrome mão-pé realizado num serviço de Estomaterapia do sul do Brasil em 2025. Aprovado pelo CEP sob Parecer nº : 7.465.676. Resultados: Paciente de 56 anos, sexo feminino, em tratamento para câncer de cólon com 5-FU desde 17/02/25 a 27 /03/25.Após o terceiro ciclo de quimioterapia, a paciente apresentou sinais clínicos compatíveis com síndrome mão-pé grau III, incluindo eritema intenso, dor em queimação e descamação em regiões palmo-plantares, com limitação funcional importante. Foi associado TLBP infravermelha como abordagem complementar às medidas convencionais, como hidratação, analgesia e proteção da pele. Foi utilizado um laser infravermelho de baixa intensidade, com comprimento de onda de 808 nm e potência de 100 mW. A aplicação foi realizada por 5 segundos em cada ponto, resultando em uma dose de 1 joule por ponto. O laser foi aplicado diretamente sobre as áreas afetadas, incluindo as polpas digitais das mãos, polpas digitais dos artelhos e a região plantar dos pés. As sessões ocorreram três vezes por semana, durante três semanas consecutivas. A paciente apresentou melhora significativa da dor já após a segunda sessão, além de redução progressiva do eritema e cicatrização das áreas descamativas. Ao final do tratamento, houve reepitelização completa, com retomada das atividades habituais e manutenção do tratamento quimioterápico sem necessidade de ajuste de dose. Conclusão: Este caso reforça a efetividade e segurança do uso da TLBP como recurso terapêutico complementar no manejo da síndrome mão-pé induzida por quimioterápico. Apesar dos resultados promissores, é fundamental destacar que ainda são necessários estudos com amostras mais amplas para validar a eficácia e a segurança do tratamento, bem como para estabelecer protocolos padronizados.

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Publicado

2025-10-01

Como Citar

Melo, L. A. D. S., Paczek, R. S., Silveira, C. D. S., Agostini, A. G. D. F., Spader, A. R., & Oliveira, P. B. D. (2025). RELATO DE EXPERIÊNCIA: USO DE LASER INFRAVERMELHO DE BAIXA POTÊNCIA EM SÍNDROME MÃO-PÉ INDUZIDA POR QUIMIOTERAPIA COM 5- FLUOROURACIL EM PACIENTE COM CÂNCER DE CÓLON. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1982