DESAFIOS NO CUIDADO COM ESTOMIA EM PEDIATRIA: USO DA CONVEXIDADE COMO ESTRATÉGIA NO MANEJO DAS COMPLICAÇÕES
Resumo
Introdução O termo estomia foi oriundo da língua grega e significa abertura ou boca, sendo utilizado para indicar a exteriorização de um segmento de qualquer víscera oca do corpo, por diversas causas, recebendo nomes diferentes a depender da localização.1 Na população pediátrica, as causas mais comuns para confecção de estomias, são para tratar condições congênitas, como malformações anorretais e doença de Hirschsprung, ou condições adquiridas, como a enterocolite necrosante.2 A escolha do local para a exteriorização do intestino é importante, pois possibilita melhor o cuidado e preveni complicações.2 A exposição constante de fezes e o uso incorreto do equipamento coletor, pode trazer a dermatite periestomal como consequência, sendo essa uma das complicações tardias mais encontradas nesta população.3 Objetivo Compartilhar a experiência no atendimento especializado à criança estomizada com dermatites peri-estomia intestinal recorrente. Método Trata-se de um relato de experiência com abordagem qualitativa descritiva, A experiência relatada ocorreu durante o período de abril 2017 a maio de 2025, em um hospital privado no Estado de São Paulo de alta complexidade e de médio porte em São Paulo, referência em cirurgia cardíaca infantil. Os autores atuaram como enfermeiros especialistas de enfermagem em Estomaterapia. O relato foi baseado na observação direta realizada durante os atendimentos a crianças com estomias intestinais que apresentaram a dermatite de contato como complicação, necessitando do atendimento especializado para tratamento. O processo de análise consistiu na reflexão crítica sobre os desafios enfrentados, as estratégias adotadas e os resultados percebidos, buscando identificar os aprendizados e as contribuições que a vivência proporcionou. Resultados Cuidar de crianças estomizadas envolve desafios diários, sendo necessário conhecimento especializado, acesso a dispositivos adequados, acompanhamento para identificar as causas das infiltrações e indicar os dispositivos coletores e adjuvantes mais indicados para cada caso. Na nossa prática clínica, observamos que a dermatite ocorre muitas vezes em decorrência da dificuldade na adaptação do dispositivo coletor, devido a anatomia do abdome da criança, que por sua vez pode apresentar duas estomias muito próximo uma da outra, estomias planas, efluente líquido, presença de dobras cutâneas, cicatrizes e lesões de pele. Quando nos deparamos com estes fatores que dificultam a adesividade do equipamento coletor, levando em consideração o tempo da maturação destas estomias, percebemos que o uso de bases adesivas flexíveis que permitam maior área de contato com o abdome da criança, se adaptando ao formato anatômico e permitindo uma leve convexidade que projete melhor a estomia, tem se tornado a melhor escolha nos casos de infiltração recorrente. Além de associarmos o uso da pasta de hidrocolóide sem álcool e do protetor cutâneo em forma de spray, como adjuvantes. Conclusão Concluímos que o processo de adaptação de dispositivos coletores infantis é extremamente importante para prevenir o surgimento da dermatite periestomal. O planejamento terapêutico deve ser realizado por especialistas, tal como o enfermeiro Estomaterapeuta, pois irá indicar o dispositivo mais adequado à criança, capacitar os profissionais e os familiares que irão exercer os cuidados e irá acompanhar o processo de adaptação.Downloads
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Publicado
2025-10-01
Como Citar
Fim, R. S. B., & Silva, S. D. S. (2025). DESAFIOS NO CUIDADO COM ESTOMIA EM PEDIATRIA: USO DA CONVEXIDADE COMO ESTRATÉGIA NO MANEJO DAS COMPLICAÇÕES. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2013
Edição
Seção
Artigos