IMPACTOS DAS ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO INTESTINAL EM PESSOAS COM DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS

Autores

  • Isaque Souza Da Silveira Clinica Cliged, Macaé-Rj
  • Adriana Bispo Alvarez Universidade Federal Do Rio De Janeiro, Macaé - Rj
  • Jaqueline Ribeiro De Barros Clínica Cliged, Macaé - Rj
  • Carolina Cabral Pereira Da Costa Universidade Estadual Do Rio De Janeiro, Rio De Janeiro - Rj
  • Caroline Rodrigues De Oliveira Universidade Estadual Do Rio De Janeiro, Rio De Janeiro - Rj
  • Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Universidade Estadual Do Rio De Janeiro, Rio De Janeiro - Rj

Resumo

Introdução: As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), como a Doença de Crohn (DC) e a Retocolite Ulcerativa (RCU), podem evoluir com complicações graves que exigem intervenções cirúrgicas, resultando em estomias intestinais. As estomias modificam de forma significativa a rotina, o autocuidado, a imagem corporal e a vida social dos indivíduos, configurando um desafio para o enfermeiro estomaterapeuta. Este profissional exerce papel central no acompanhamento de pacientes com estomas, atuando no ensino sobre o manejo do dispositivo coletor, prevenção de complicações cutâneas, apoio emocional e orientação para reinserção social, aspectos essenciais para promover a adaptação e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Objetivo: Discutir os impactos das estomias na vida de pessoas com DII. Método: Estudo qualitativo, descritivo, desenvolvido em clínica ambulatorial especializada em DII no interior do Rio de Janeiro, com aprovação ética. Participaram 18 pacientes adultos com diagnóstico de DII, entrevistados após consulta de enfermagem entre fevereiro e julho de 2023. A entrevista semiestruturada investigou presença de estomia, adaptação ao estoma, dificuldades com equipamento coletor e percepções sobre as mudanças no cotidiano. As falas foram transcritas, organizadas em planilha e submetidas à análise de conteúdo, agrupando-se relatos semelhantes. Resultados: Entre os participantes, 11,1% (n=2) possuíam estomia intestinal do tipo ileostomia. Ambos tinham DC com comportamento estenosante e/ou fistulizante. Relatos destacaram dificuldades técnicas e emocionais associadas à estomia: problemas com a aderência do equipamento coletor, insegurança em relação à troca da bolsa, falta de conhecimento sobre cuidados e ausência de suporte profissional especializado no pós-operatório imediato. Essas barreiras ampliaram o medo de vazamentos, limitaram saídas de casa e desencadearam isolamento social. Um participante apontou o estigma social relacionado a causa da confecção da estomia. Apesar das dificuldades, houve relatos de melhora na qualidade de vida em relação aos sintomas prévios à cirurgia. Os relatos evidenciam que, ao mesmo tempo em que a estomia oferece alívio dos sintomas e pode melhorar a saúde física, a falta de preparo e apoio adequado intensifica a insegurança, medo, vergonha e limitações sociais. A presença do enfermeiro estomaterapeuta desde o pré-operatório até a reabilitação contribui para reduzir complicações como dermatites periestomais, orientar sobre escolha de dispositivos, ensinar técnicas de troca e promover confiança para retomar atividades sociais. Conclusão: O estudo evidenciou que a estomia representa um marco na vida da pessoa com DII, tanto como estratégia para controlar manifestações graves da doença quanto como fonte de novos desafios emocionais, físicos e sociais. A adaptação à estomia depende diretamente de um processo de educação em saúde individualizado, envolvendo orientação para o manejo do estoma, escolha adequada do equipamento coletor e suporte psicológico. A atuação do enfermeiro estomaterapeuta é indispensável para reduzir complicações, fortalecer a autonomia do paciente e favorecer a reintegração social, sendo fundamental incluir este profissional na equipe multidisciplinar desde o planejamento cirúrgico até a manutenção do acompanhamento ambulatorial.

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Publicado

2025-10-01

Como Citar

Silveira, I. S. D., Alvarez, A. B., Barros, J. R. D., Costa, C. C. P. D., Oliveira, C. R. D., & Souza, N. V. D. D. O. (2025). IMPACTOS DAS ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO INTESTINAL EM PESSOAS COM DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2032