IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE SAÚDE PARA ESTOMIZADOS E INCONTINENTES: DESAFIOS E RESULTADOS EM UMA OPERADORA DE SAÚDE

Autores

  • Maria Jociane Custodio Unimed Paraná

Resumo

Introdução A saúde suplementar no Brasil engloba todo atendimento privado de saúde, realizado ou não por meio de convênios com planos de saúde. Esse cenário envolve o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), operadoras de planos privados, seguradoras e prestadores de serviços de saúde1. Desde 2004, a ANS tem promovido uma mudança de paradigma ao incentivar ações de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças (Promoprev), com o objetivo de produzir saúde, prevenir agravos e melhorar a qualidade de vida dos beneficiários por meio de estratégias programáticas integradas2. Nesse contexto, pacientes estomizados e incontinentes enfrentam barreiras significativas no acesso a cuidados especializados, suporte emocional, reintegração social e materiais essenciais para o manejo de sua condição3. A ausência de políticas públicas abrangentes e de programas integrados de atenção à saúde compromete diretamente sua qualidade de vida4. Este trabalho descreve a criação de um programa de saúde para beneficiários estomizados e incontinentes, destacando desafios, estratégias e resultados preliminares. Objetivo(s) Este estudo objetivou planejar e implementar um programa para gestão integral dos cuidados a pacientes estomizados e incontinentes, baseado em quatro pilares: educação em saúde, atendimento multidisciplinar, fornecimento de materiais e monitoramento contínuo por meio de indicadores. Método Estudo descritivo de abordagem quantitativa, conduzido em uma operadora de saúde classificada como federação, localizada em Curitiba, PR, estruturado em três etapas: 1. Fase exploratória (janeiro de 2023): Caracterização da parcela de beneficiários elegíveis para o programa, com levantamento de dados sobre necessidades específicas e perfis de atendimento. 2. Fase de desenvolvimento (junho de 2023): Definição e implementação dos critérios de atendimento, elaboração e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelos participantes e início das ações planejadas, como telemonitoramento de saúde e fornecimento de materiais. 3. Fase de validação (julho de 2024): Envio do Formulário de Cadastro (FC) à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para análise, culminando com a aprovação em fevereiro de 2025. Resultados Desde sua implementação em janeiro de 2023, o programa beneficiou 58 pacientes estomizados e 40 pacientes com incontinência. Devido à abrangência nacional da carteira da operadora, os principais desafios incluíram a capacitação de cuidados por videochamadas e a adoção do telemonitoramento de saúde, que inicialmente enfrentou resistência. No entanto, estratégias como o envio de orientações por aplicativos de mensagens, a distribuição de cartilhas educativas e a estruturação de uma referência de cuidados dentro da operadora, apoiada por uma equipe multiprofissional dedicada à consultoria e orientação em saúde, foram fundamentais para o engajamento dos participantes. Como resultado, após a implementação do programa, foram registradas apenas seis ocorrências (10,3%) de complicações relacionadas aos dispositivos. Conclusão O programa apresentou resultados promissores, destacando-se como uma iniciativa replicável no contexto da saúde suplementar. Recomenda-se a ampliação das ações e a incorporação de práticas baseadas em evidências para aprimorar ainda mais a qualidade do atendimento. Como próximos passos, será avaliada a satisfação dos usuários e monitoramento dos indicadores de qualidade, visando o contínuo aperfeiçoamento do programa.

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Publicado

2025-10-01

Como Citar

Custodio, M. J. (2025). IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE SAÚDE PARA ESTOMIZADOS E INCONTINENTES: DESAFIOS E RESULTADOS EM UMA OPERADORA DE SAÚDE. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2034