O BRINQUEDO TERAPÊUTICO NO CUIDADO À CRIANÇA COM ESTOMIA E NEURODESENVOLVIMENTO COMPROMETIDO: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • Camila Moraes Garollo Piran Universidade Estadual De Maringá
  • Alana Vitória Escritori Cargnin Universidade Estadual De Maringá
  • Mariana Martire Mori Universidade Estadual De Maringá
  • Silvia Silles Universidade Guarulhos
  • Gisele Chicone Pascon Universidade Guarulhos
  • Luciane Vasconcelos Barreto De Carvalho Escola Paulista De Enfermagem/Unifesp
  • Marcela Demitto Furtado Universidade Estadual De Maringá
  • Julia Teixeira Nicolosi Universidade Guarulhos

Resumo

Introdução: O Brinquedo Terapêutico (BT) é uma ferramenta de cuidado que considera as necessidades lúdicas do público infantil e facilita a comunicação, expressão de sentimentos e o estabelecimento de vínculo entre a criança, sua família e a equipe de saúde. Trata-se de uma estratégia aplicável a diferentes condições clínicas, no entanto, em crianças com condições crônicas complexas, o BT fornece suporte emocional e funcional aos familiares envolvidos no cuidado. Objetivo: Relatar a experiência das enfermeiras no uso do brinquedo terapêutico no cuidado à criança estomizada com neurodesenvolvimento comprometido. Método: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo relato de experiência, embasado nas atividades teórico-práticas de um projeto de pesquisa institucional denominado “BRINQUEM - brincar e o brinquedo no cuidado à criança” aprovação CAAE: 83080824.0.0000.0104. A sessão de BT foi realizada por enfermeiras à uma criança do sexo masculino, sete anos portadora de gastrostomia e traqueostomia, com mutação no gene DEAF1, conhecida com síndrome de Vulto-van Silfhout-de Vries, mutação genética associada ao atraso no desenvolvimento neurológico. A mãe esteve presente e acompanhando toda a sessão. O cuidado baseado no BT foi realizado durante o tempo de espera no ambulatório pediátrico público da cidade de Maringá em junho de 2025. Resultados: O tempo de espera para atendimento especializado gera tensão, inquietação e desconforto para criança e seus cuidadores. Esse contexto, motivou a introdução do BT como estratégia de cuidado e acolhimento. Considerando a condição de neurodesenvolvimento da criança, foi proposto o uso do boneco como meio de estímulos sensoriais, expressão e interação, no entanto, em razão do diagnóstico de base da criança e das implicações clínicas, a comunicação foi do tipo não verbal. Houve orientação e diálogo com a mãe, que demonstrou compreensão sobre a proposta. Apesar das limitações impostas pela condição clínica e uso de traqueostomia, a criança demonstrou capacidade de expressar emoções por meio de gestos, expressões faciais e vocalizações. Sua comunicação não verbal foi essencial para estabelecer vínculo durante a atividade com o boneco terapêutico. O menino demonstrou alegria. Segundo a mãe, o brincar é um aspecto fundamental para ele, sendo algo valorizado tanto no ambiente domiciliar quanto hospitalar e ambulatorial. A experiência do atendimento com a utilização do brinquedo terapêutico trouxe leveza ao ambiente, reforçando a importância do brinquedo no contexto hospitalar como um recurso de acolhimento, esperança e humanização. A atividade contribuiu para a criação de um espaço mais alegre e afetuoso diante dos desafios enfrentados pela criança. A entrega do boneco terapêutico foi bem recebida, gerando identificação imediata por parte do paciente. Conclusão: A experiência das enfermeiras do uso do BT por meio do boneco terapêutico no cuidado desta criança foi uma estratégia eficaz para promover acolhimento, redução da ansiedade, cuidado humanizado e promove o vínculo com a equipe. Apesar das limitações da criança a intervenção favoreceu a comunicação simbólica, estímulo sensorial e vínculo, bem como, favoreceu as orientações à família.

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Publicado

2025-10-01

Como Citar

Piran, C. M. G., Cargnin, A. V. E., Mori, M. M., Silles, S., Pascon, G. C., Carvalho, L. V. B. D., Furtado, M. D., & Nicolosi, J. T. (2025). O BRINQUEDO TERAPÊUTICO NO CUIDADO À CRIANÇA COM ESTOMIA E NEURODESENVOLVIMENTO COMPROMETIDO: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2041