PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS ESTOMIAS INTESTINAIS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Resumo
INTRODUÇÃO: A confecção de um estoma intestinal impacta significativamente a rotina e a qualidade de vida de uma pessoa. No Brasil, em 2018, estimava-se que mais de 207 mil pessoas conviviam com uma estomia. A confecção de pode ser necessária em qualquer faixa etária, de recém-nascidos a idosos. Um manejo inadequado pode levar a complicações, que ocorrem em 20% a 70% dos casos. Conhecer o perfil desta clientela direciona os cuidados de forma a evitar e/ou minimizar complicações além de facilitar o processo de reabilitação do paciente a sua rotina de vida. OBJETIVO: Traçar o perfil epidemiológico e caracterizar os estomas intestinais confeccionados em um hospital universitário de Pernambuco. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e retrospectivo, utilizando dados de prontuários. Foram avaliados 103 prontuários de pacientes submetidos a confecção de estomia intestinal no Hospital das Clínicas de Pernambuco entre os anos de 2012 a 2022. Os dados foram coletados entre dezembro de 2023 e abril de 2024, utilizando um questionário estruturado em um formulário eletrônico. A seleção se baseou em um cálculo amostral com 95% de confiança, a seleção dos pacientes foi aleatória e representativa dos 10 anos pesquisados. CAAE: 71758023.5.0000.8807. RESULTADOS: A frequência de confecção de estomas foi de 9,36 por ano. Dos 103 pacientes com estoma intestinal, 15% possuíam idade inferior aos 10 anos. Entre os adultos 51,4% eram do sexo masculino, com mais de 50 anos (60,2%) e baixa escolaridade - 26,2% analfabetos e 24,2% possuíam o ensino fundamenta incompleto. Majoritariamente, identificam-se como pardos (63,1%) com renda de até 2 salários-mínimos (29,1%). As neoplasias colorretais foram a principal causa da confecção da estomia entre os adultos (42,1%), enquanto na pediatria, destacaram-se o Megacólon Congênito (40%), as Anomalias Anorretais (33%) e prematuridade extrema (20%). 53,4% foram secundárias a cirurgias eletivas e 48,5% do tipo temporária. 33% eram ileostomias e 49,5% colostomias, destas 41,2% foram confeccionadas no sigmoide. A demarcação pré-operatória ocorreu em apenas 1% dos procedimentos. Complicações na estomia ocorreu em 53,4% dos casos, destas o prolapso (36,4%), a hérnia paraestomal (30,9%) e a dermatites (30,9%) foram as mais prevalentes. CONCLUSÃO: Foi possível caracterizar o perfil dos pacientes submetidos a confecção do estoma intestinal, inclusive entre pacientes pediátricos, tendo a prematuridade um destaque necessitando de maior aprofundamento. Alta taxa de complicações, condizente com a literatura, e pode estar relacionada, entre outros fatores, a baixa demarcação pré- operatória. Ao detalhar o perfil clínico e socioeconômico dos pacientes, angariam-se dados que capacitam a equipe de saúde a prover uma assistência qualificada, alinhando o conhecimento científico às singularidades dessa clientela, associada à atuação de profissionais qualificados para otimizar a assistência e prevenir complicações.Downloads
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Publicado
2025-10-01
Como Citar
Silva, L. M. D., Coutinho, V. M., Gomes, G. X., Silva, L. G. D., Oliveira, P. D. S. B., Santos, I. C. V., Gomes, A. C. C., & Medeiros, M. C. W. C. D. (2025). PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS ESTOMIAS INTESTINAIS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2048
Edição
Seção
Artigos
