CUIDADOS COM LESÕES DECORRENTE DE PICADAS DE ANIMAIS PEÇONHENTOS: UMA REVISÃO DE ESCOPO
Resumo
INTRODUÇÃO: No Brasil, acidentes com animais peçonhentos, causados por ofídios, aracnídeos e peixes marinhos e fluviais, apresentam riscos significativos. Essas lesões podem resultar em complicações sistêmicas, como hemorragias e insuficiências respiratória e renal, além de complicações locais, como edema, eritema, necrose e outras lesões na área de inoculação do veneno. A ausência de um tratamento adequado pode agravar o quadro clínico, aumentando o risco de desfechos adversos, como gangrena e infecções sistêmicas. Nesse contexto, o enfermeiro estomaterapeuta desempenha um papel essencial no manejo das feridas, sendo responsável pela avaliação, prevenção e tratamento das lesões. Para isso, é fundamental revisar a literatura científica para identificar os cuidados específicos que devem ser prestados a vítimas de acidentes com animais peçonhentos, sob a supervisão desses profissionais. OBJETIVOS: Identificar e analisar estudos científicos sobre os cuidados a serem adotados em lesões provocadas por picadas de animais peçonhentos. MÉTODO: Realizou-se uma revisão de escopo com busca nas bases de dados SciELO, LILACS, BVS e PubMed, sem limitação temporal, utilizando os descritores: estomaterapia, enfermagem, Bothrops, arraia, Loxosceles e feridas. A seleção dos artigos foi feita inicialmente pela leitura dos resumos e, posteriormente, pelos textos completos. RESULTADOS: A pesquisa revelou uma escassez de estudos sobre o manejo de lesões causadas por animais peçonhentos. Foram selecionados quatro estudos: três relatos de caso, sobre acidentes com Bothrops2, Loxosceles3 e arraia4 e um relato de experiência sobre atendimento a vítima de picada de Loxosceles gaucho5. Nos casos de Loxosceles e Bothrops, os tratamentos envolveram desbridamento da área afetada, curativos com substâncias específicas (como PHMB e hidrogel) e oxigenoterapia hiperbárica. O estudo sobre ictismo por arraia traz à reflexão que este tipo de incidente é comum no Norte e Nordeste do Brasil, especialmente entre ribeirinhos. As arraias da família Potamotrygonidae provocam lesões com dor intensa, edema, eritema, necrose, ulcerações e risco de infecção secundária por fragmentos do ferrão. O tratamento de acidentes com arraias envolveu o controle da dor, limpeza profunda das feridas e remoção dos fragmentos do ferrão, com destaque para o risco de infecções secundárias4. No relato sobre o Loxosceles gaucho, o tratamento incluiu desbridamento mecânico e químico com papaína a 10%5. CONCLUSÃO: O cuidado especializado das lesões por animais peçonhentos é fundamental, destacando-se a atuação da enfermagem na avaliação, limpeza, desbridamento e escolha de curativos eficazes, visando a cicatrização das lesões. Observa-se, contudo, a escassez de estudos nessa temática, evidenciando a necessidade de ampliar a produção científica que fundamente práticas qualificadas e baseadas em evidências.Downloads
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Publicado
2025-10-01
Como Citar
Ferreira, P. B. P., Santos, E. B. D., Cauduro, F. L. F., Gonçalves, A. M. M., Resende, E. N., Mendonça, I. S., Leite, E. D. S., & Dourado, M. I. H. (2025). CUIDADOS COM LESÕES DECORRENTE DE PICADAS DE ANIMAIS PEÇONHENTOS: UMA REVISÃO DE ESCOPO. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2131
Edição
Seção
Artigos
