ESTRESSE PERCEBIDO E CICATRIZAÇÃO EM PESSOAS QUE VIVEM COM FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO: ESTUDO DE COORTE

Autores

  • Beatriz Costa Ferreira Escola De Enfermagem Da Universidade De São Paulo
  • Carol Viviana Serna González Escola De Enfermagem Da Universidade De São Paulo
  • Kevin Woo Queen's University
  • Tim Salomons Queen's University
  • Vera Lúcia Conceição Gouveia Santos Escola De Enfermagem Da Universidade De São Paulo

Resumo

Introdução: O estresse caracteriza-se por um estado de homeostase desafiada, sistêmica, física ou psicológica; a falha em restaurar esse equilíbrio resulta em efeitos negativos, chamados ‘distresse'. Para lidar com os estressores, os indivíduos apresentam mecanismos de enfrentamento ou coping. No caso de pessoas com feridas de difícil cicatrização, o estresse está associado com o atraso na cicatrização, piora de sintomas, como a dor, e piora da qualidade de vida. No entanto, atualmente, são escassos os estudos que tratam das associações entre o estresse e a cicatrização. Objetivo: Identificar e analisar a relação entre estresse percebido e cicatrização em pessoas com feridas de difícil cicatrização, atendidas em ambulatório de Estomaterapia. Métodos: Estudo observacional e prospectivo de coorte secundária, aprovado pelo comitê de ética. Os dados foram coletados ao longo de 2 a 6 atendimentos, por meio de entrevistas, exames das feridas e revisão de prontuários, utilizando instrumentos no aplicativo REDCap, como formulários sociodemográficos e clínicos, o Inventário Breve de Dor (escore de sensibilidade e interferência na vida), o Questionário Multidimensional de Dor de McGill, a Avaliação da Ferida de Bates- Jensen (escore de gravidade de 13 a 65) e a Escala de Estresse Percebido. As análises incluíram testes de hipótese, correlações de Pearson e modelos de regressão com efeitos mistos. Resultados: Entre os 32 pacientes, 75% apresentavam feridas em membros inferiores, com duração média de 4,5 anos e escore médio de gravidade da ferida de 20,9. A cicatrização atrasada foi identificada em 21,9% dos pacientes ao longo dos atendimentos. Houve uma correlação fraca indicando que níveis mais altos de estresse percebido se associaram a escores mais elevados de gravidade da ferida. No entanto, o estresse percebido isoladamente não previu a cicatrização da ferida ao longo do tempo. Verificou-se uma correlação moderada indicando que, quanto menor o tempo de duração da ferida, maior o estresse percebido e menor a percepção de coping. Por outro lado, pacientes com cicatrização atrasada e maior tempo de duração da ferida apresentaram escores mais elevados de coping percebido. Além disso, observou-se que, quanto maior a interferência da dor, maior o estresse percebido e menor o coping e, quanto maior a dor segundo o escore de McGill, maior o estresse e o distresse percebido. Conclusão: O estresse é um fenômeno biopsicossocial complexo que contribui para os desfechos clínicos de pessoas com feridas de difícil cicatrização, juntamente com outras variáveis, principalmente dor e tempo de duração da ferida. Maior coping percebido foi identificado em pacientes com feridas de longa duração. No entanto, a dor afetou essa percepção.

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Publicado

2025-10-01

Como Citar

Ferreira, B. C., González, C. V. S., Woo, K., Salomons, T., & Santos, V. L. C. G. (2025). ESTRESSE PERCEBIDO E CICATRIZAÇÃO EM PESSOAS QUE VIVEM COM FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO: ESTUDO DE COORTE. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2151