ESTUDO CLÍNICO DE ALMOFADAS PARA CADEIRA DE RODAS:COMPARAÇÃO DA PRESSÃO DE INTERFACE
Resumo
Introdução: Usuários de cadeira de rodas têm risco maior de desenvolver lesão por pressão porque sentados por um período prolongado. A prevenção demanda descarga com suspensão do próprio corpo ou interações com o cuidador. A falta da assistência ao indivíduo para se mover na cadeira, propiciará o corpo desenvolver a ferida devido à pressão e ao peso sobre os tecidos moles.1 A almofada para cadeira de rodas é usada para o gerenciamento da pressão criada quando os indivíduos com comprometimento da mobilidade ou sensibilidade permanecem sentados.2 Quando adequadamente indicadas são eficazes na redução da incidência e gravidade das lesões por pressão. As almofadas podem ser categorizadas como de espuma, de gel e de ar, de acordo com o material de enchimento.3 O desenvolvimento de novas almofadas para cadeira de rodas se tornou um desafio para os fabricantes nos últimos anos. As propriedades de redução da pressão de interface, o controle do microclima e os efeitos no conforto do usuário são fatores importantes na avaliação de um novo produto. Em 2022 passou a ser produzida no Brasil uma nova tecnologia, denominada C-CORE. É um produto aerado, composto de filamentos de polietileno de cadeia longa, o que proporciona flexibilidade e resistência ao material. As almofadas de cadeira de rodas desta tecnologia foram lançadas no Brasil em 2023 e 2024. A tecnologia C-CORE promete oferecer mais conforto e proteção contra lesões para usuários de cadeira de rodas. A hipótese foi que as almofadas de células de ar, de espuma e de polietileno C-CORE apresentariam pressões de interface similares. Objetivo: comparar a pressão da interface nos indivíduos sentados em diferentes almofadas para cadeira de rodas. Método: estudo clínico de fase I, com 37 participantes saudáveis, totalizando 222 avaliações, que ocorreram no Laboratório de Tecnologia e Inovação, Belo Horizonte-MG, em julho de 2024. As almofadas separadas em grupo controle (A – células de ar interconectadas) e cinco grupos intervenção (B e C – espuma de poliuretano / D, E e F - polietileno C-CORE). A variável independente foi tipo de almofada e a dependente, pressão de interface. As variáveis de controle foram idade, sexo, altura, peso, circunferência do quadril. Foi utilizada Análise de Covariância. O tamanho amostral teve base na detecção de diferenças entre pressões das almofadas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi registrada na base de dados de Registro de Ensaios Clínicos Brasileiros (ReBEC), com número RBR-9vsvKn5. Resultados: a média de idade foi 27,38 anos (18 a 53 anos), 43,2% eram mulheres e 56,8% homens. Peso corporal variou de 43,3kg a 115,9kg (mediana de 74,2kg e média de 72,6kg). A média de pressão (mmHg) variou conforme o grupo: A (3.735,1), B (4.735,7), C (5.350,1), D (4.957,5), E (5.371,9), F (5.380,8), com diferença significativa entre as almofadas comparadas (valor- p<0,001). Conclusão: A hipótese de semelhança entre os grupos não se confirmou integralmente. Houve diferença na pressão em relação almofada de espuma e entre três almofadas de polietileno C-CORE.Downloads
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Publicado
2025-10-01
Como Citar
Borges, E. L., Lopes, I. M., Spira, J. A. O., Abreu, M. N. S., & Souza, P. O. S. D. (2025). ESTUDO CLÍNICO DE ALMOFADAS PARA CADEIRA DE RODAS:COMPARAÇÃO DA PRESSÃO DE INTERFACE. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2152
Edição
Seção
Artigos
