USO DA TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA EM UM AMBULATÓRIO DE FERIDAS COMPLEXAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.

Autores

  • Karina Alexandra Rocha Prefeitura De Criciúma
  • Bruna Karolini Vronski Rocca De Araujo Unesc
  • Wiliana Da Silva Milioli Paza Unesc
  • Joel Medeiros Idalencio Prefeitura De Criciúma
  • Isadora Da Silva Roratto Unesc

Resumo

Introdução: O cuidado com feridas complexas representa um grande desafio para a saúde pois o tratamento dessas lesões pode durar um longo período e demandar o uso de diversas coberturas e tecnologias. A Terapia por Pressão Negativa (TPN), é um tipo de tecnologia para o tratamento de feridas, que pode otimizar e reduzir o tempo de cicatrização. Contudo, o uso da TPN ainda não é uma prática comum no Sistema Único de Saúde (SUS)1,2,3. Objetivos: Relatar a experiência da implementação e uso da TPN no tratamento de lesões complexas em um Ambulatório de Feridas do Extremo Sul Catarinense. Método: Trata-se de um estudo descritivo, que relata a experiência dos autores com o uso da TPN, em um Ambulatório de Feridas Complexas do SUS, localizado no município de Criciúma Santa Catarina, que foi implantado em 2014. A equipe do ambulatório é composta por um técnico de enfermagem e duas enfermeiras, sendo uma delas estomaterapeuta. Os atendimentos são realizados de segunda a sexta-feira, das 07:00 às 17:00 horas, exclusivamente para residentes do município, que apresentam feridas complexas, encaminhados via regulação pelas Unidades Básicas de Saúde. Resultados: A TPN é um dos tratamentos oferecidos no ambulatório, que conta ainda com outros 30 tipos de coberturas e tecnologias. Os equipamentos para a TPN foram adquiridos em 2022, via licitação, através do regime de comodato com a empresa fornecedora, que também ministrou treinamentos para o uso dos equipamentos. Por se tratar de uma tecnologia de alto custo, a prescrição da TPN exige uma avaliação criteriosa por parte da enfermeira estomaterapeuta, quanto a extensão, profundidade e localização da lesão, além da disponibilidade e interesse do paciente em utilizar o tratamento proposto. Durante os anos de uso da tecnologia foi observado que a TPN acelerou significativamente a cicatrização, reduziu o exsudato, promoveu o crescimento de tecidos viáveis em feridas de diferentes etiologias, especialmente em lesões cavitarias que não respondiam à tratamentos anteriores e diminuiu a frequência de troca dos curativos e a quantidade insumos utilizados. No entanto, também gerou desafios aos profissionais e aos pacientes, como a necessidade de manejo da dor e controle do sangramento durante a retirada do curativo, dificuldade de realizar a vedação em feridas com formatos irregulares e a educação dos pacientes e familiares sobre o funcionamento do sistema e os cuidados com o equipamento. Conclusão: O uso da TPN contribuiu para melhores desfechos clínicos em pacientes com lesões complexas. A experiência do ambulatório demonstra que com conhecimento e capacitação é possível implementar tratamentos avançados no SUS, que promovem um excelente custo-benefício e diminuição no tempo de tratamento e recuperação dos pacientes, comparado ao uso de coberturas comuns. O papel do enfermeiro estomaterapeuta é essencial na seleção criteriosa dos casos e no acompanhamento, garantindo que a TPN seja indicada no momento certo e aplicada com segurança. Essa experiência pode servir de referência para outros serviços que buscam a incorporação de práticas inovadoras e baseadas em evidências na rede pública de saúde.

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Publicado

2025-10-01

Como Citar

Rocha, K. A., Araujo, B. K. V. R. D., Paza, W. D. S. M., Idalencio, J. M., & Roratto, I. D. S. (2025). USO DA TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA EM UM AMBULATÓRIO DE FERIDAS COMPLEXAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2252