RELATO DA ATUAÇÃO DE ENFERMEIROS NA CONQUISTA DA AUTONOMIA PARA O AUTOCATETERISMO VESICAL LIMPO DE PESSOAS COM TETRAPLEGIA

Autores

  • Alina Paula Ramalho Costa Rede Sarah Hospitais De Reabilitação
  • Alessandra Santos Justino Rede Sarah Hospitais De Reabilitação
  • André Aparecido Ramos Rede Sarah Hospitais De Reabilitação
  • Luiz Carlos Cassemiro Rede Sarah Hospitais De Reabilitação
  • Fernando Scatolin Moraes Rede Sarah Hospitais De Reabilitação

Resumo

INTRODUÇÃO: A tetraplegia é uma condição que acontece quando há dano à medula espinhal em região cervical. Essas pessoas podem evoluir com diversas alterações motoras, sensitivas e autonômicas1. A disfunção neurogênica do trato urinário inferior (DNTUI) é uma complicação prevalente e grave da lesão medular (LM), resulta em morbidade significativa e redução da qualidade de vida2. O cateterismo vesical intermitente limpo (CVIL) é considerado o padrão ouro no tratamento da DNTUI com a finalidade de promover continência urinária, saúde do sistema urinário e preservação da função renal2. OBJETIVO: O objetivo deste relato é descrever a atuação de enfermeiros na avaliação e treino do autocateterismo vesical intermitente limpo às pessoas com tetraplegia com nível neurológico C6, C7 e C8, com LM completa ou incompleta no Programa de Neurorreabilitação em LM (PNLM). MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência de enfermeiros do PNLM em um hospital de reabilitação em Brasília- DF, na avaliação e treino do CVIL aos pacientes com tetraplegia. RESULTADOS: O enfermeiro de reabilitação e o estomaterapeuta são profissionais com qualificação técnica para avaliação, implementação, orientação e treinamento quanto ao CVIL2,3,4, de forma individualizada. Assim, após anamnese e avaliação quanto as potencialidades e motivação de um paciente com tetraplegia com nível neurológico C6, C7 e C8 com LM completa ou incompleta, o enfermeiro define os diagnósticos e o planejamento de enfermagem com base na cognição, morfologia corporal, equilíbrio de tronco, força de punho, presença e grau de espasticidade, ossificação heterotópica, restrições articulares, presença de pinça dos dedos e destreza. Com base na avaliação, o enfermeiro propõe e incentiva o treinamento para o CVIL, define os dispositivos e tecnologias assistivas para o treinamento, como suporte de pênis, espelho articulado ou espelho com afastador de membros inferiores, foco de luz, encosto dorsal, vestuário adaptado e o tipo de cateter. A tecnologia assistiva tem um papel fundamental para o desempenho das atividades cotidianas na pessoa com lesão medular, permite a realização de tarefas e favorece a promoção da autonomia funcional5. O enfermeiro que tem conhecimento destes insumos propicia melhor desempenho ao paciente. Inicia-se o treino pelo preparo do material, seguido pelo treinamento de vestuário e posicionamento adequado. É orientado a higiene genital, lubrificação e introdução do cateter de nelaton ou utilização do cateter hidrofílico no meato uretral, promovendo o total esvaziamento vesical. Quando não é alcançada a autonomia para o CVIL por via uretral, discute-se em equipe a confecção de uma derivação urinária continente. O autocuidado para o CVIL é fundamental para a adesão ao tratamento proposto, desenvolve autonomia, autoconfiança e autossatisfação às pessoas com LM, o que possibilita o retorno às atividades laborais e sociais2,3,4. CONCLUSÃO: A DNTUI impacta significativamente a funcionalidade social e a qualidade de vida das pessoas com LM. O treinamento do CVIL em indivíduos com tetraplegia é um desafio para os enfermeiros e pacientes pois envolve diversas variáveis, sendo a motivação um fator essencial para o desenvolvimento da sua autonomia e melhora da qualidade de vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Downloads

Publicado

2025-10-01

Como Citar

Costa, A. P. R., Justino, A. S., Ramos, A. A., Cassemiro, L. C., & Moraes, F. S. (2025). RELATO DA ATUAÇÃO DE ENFERMEIROS NA CONQUISTA DA AUTONOMIA PARA O AUTOCATETERISMO VESICAL LIMPO DE PESSOAS COM TETRAPLEGIA. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2293