CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA TRANSIÇÃO HOSPITAL-DOMICÍLIO DE PESSOAS IDOSAS COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO

Autores

  • Jaine Kareny Da Silva Alves Universidade Do Estado Da Bahia
  • Jessica Lane Pereira Santos Universidade Do Estado Da Bahia
  • Larissa Chaves Pedreira Universidade Federal Da Bahia
  • Alyne Henri Motta Coifman Universidade Federal Da Bahia
  • Jeferson Moreira Dos Santos Universidade Federal Da Bahia
  • Thauanny Cotrim Ribeiro Universidade Do Estado Da Bahia
  • Daniela Da Silva Santos Universidade Do Estado Da Bahia

Resumo

INTRODUÇÃO A transição demográfica vigente no Brasil e em todo o mundo tem ocasionado o aumento das internações hospitalares na população idosa, principalmente com o crescente número de doenças intestinais e urinárias, que ocasionam a confecção de estomias. A hospitalização pode provocar mudanças para à pessoa idosa que irão repercutir após a alta hospitalar. Nesse sentido, a necessidade de confecção de estomias de eliminação pode trazer impactos importantes, sobretudo, relacionados aos aspectos físicos, sociais e psicológicos1. A pessoa idosa com estomia de eliminação pode apresentar dificuldades para adaptar-se à nova condição e a não aceitação do estoma, que poderá ocasionar alterações psicológicas, emocionais e sociais quando no retorno ao domicílio, após a alta hospitalar. Ademais, observa-se um preparo insuficiente realizado pelos profissionais de enfermagem à pessoa idosa no pré e pós-operatório, acerca às orientações realizadas, e a necessidade da equipe de saúde ofertar orientações para o autocuidado de maneira adequada e eficaz23. Para oferecer segurança à continuidade do cuidado é necessária uma atenção qualificada para a transição hospital-domicílio, visando uma alta ágil e segura, com enfoque nas necessidades das pessoas estomizadas e de seus familiares/cuidadores. A transição e? definida como qualquer situação que provoca mudanças de um ambiente, condição ou estado a outro, demandando adaptação por parte da pessoa que a vivencia, e a enfermagem desempenha um papel fundamental nesse processo3. OBJETIVO Construir uma proposta de cuidados de enfermagem para transição hospital-domicílio de pessoas idosas com estomias de eliminação. MÉTODO Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo Convergente Assistencial. Desenvolveu-se em um município de médio porte, localizado no sudoeste do estado da Bahia. As unidades de escolha foram a clínica médica e a clínica cirúrgica do hospital. Participaram da pesquisa a equipe de enfermagem do hospital, composta por enfermeiros e técnicos de enfermagem. Os critérios de inclusão adotados foram: participar da assistência aos pacientes internados em uma das unidades de escolha, por um período mínimo de dois meses. Foram excluídos os profissionais que se encontravam afastados, de licença ou férias durante o primeiro encontro. A partir do aceite, os profissionais participantes constituíram o grupo de convergência deste estudo. O processo de coleta de dados desenvolveu-se a partir de dois encontros com o grupo. A análise do material empírico ocorreu com apoio do software MAXQDA (versão 2022). Os códigos criados foram agrupados por similaridade, dando origem as categorias para análise e discussão, fundamentada na Teoria das Transições de Afaf Meleis. O estudo seguiu os preceitos éticos que regem a Resolução de nº 466 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) de 2012. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), sendo iniciado após aprovação, sob parecer de número 5.353.963 e CAAE: 55411122.6.0000.0057. RESULTADOS Participaram do estudo cinco enfermeiros e 14 técnicos de enfermagem, totalizando 19 profissionais, que constituíram o grupo de convergência. Identificou-se a necessidade de intervenções terapêuticas da enfermagem para o cuidado de transição hospital-domicílio de pessoas idosas com estomias de eliminação. Nesse sentido, apontou-se demandas relacionadas ao familiar cuidador, a promoção da autonomia da pessoa idosa, a comunicação com a equipe multiprofissional e a necessidade de preparo do paciente para a alta hospitalar e retorno domiciliar. Os participantes da pesquisa apontaram a necessidade de ações educativas realizadas pela equipe de enfermagem aos familiares/cuidadores durante o cuidado e identificaram a importância de ofertarem orientações individualizadas relacionadas aos cuidados com as estomias, de modo a promover a execução e a continuidade do cuidado. Ações educativas em saúde voltadas para a promoção da saúde da pessoa idosa, trata-se de uma importante estratégia que possibilita o repasse de informações importantes sobre planejamento e execução de planos de cuidados4. Ainda, destacou-se a conscientização de cada profissional e a confecção e distribuição de instrumento informativo-educativo sobre os cuidados com a ileostomia, colostomia e urostomia. A finalidade é complementar orientações ofertadas ao longo do internamento. Tecnologias educativas podem ser utilizadas com a finalidade de proporcionar um maior alcance das informações, visto que são de fácil acesso e possibilitam a atualização e capacitação dos seus envolvidos5. Também, os profissionais destacaram a necessidade de os cuidadores participarem dos cuidados ainda no ambiente hospitalar, visto que, no retorno domiciliar, muitos terão que assumir a sua continuidade. Dessa forma, a falta de preparo e conhecimento do familiar cuidador referente ao cuidado foi um condicionante negativo da transição, e como estratégia para sobrepujar tal demanda, apontou-se a necessidade de integrar o familiar e o cuidador nos cuidados básicos diários durante a internação da pessoa idosa. O engajamento dos cuidadores familiares e dos pacientes é uma iniciativa importante na implementação dos cuidados transicionais, pois oferta maior preparo frente as dificuldades que podem emergir no cotidiano. O preparo propiciado pelos profissionais de enfermagem, em especial o enfermeiro é fundamental nesse processo de transição hospital- domicílio4. CONCLUSÃO Destaca-se o protagonismo da enfermagem no cuidado de transição hospital- domicílio à pessoa idosa com estomia de eliminação, com atuação extensa em diversas ações que promovem o preparo dessa população para a continuidade do cuidado em domicílio. Para isto, é imperativo que a equipe de enfermagem esteja apropriada e empoderada sobre as necessidades do cliente e as suas possibilidades terapêuticas, de modo a promover um retorno para o domicílio mais seguro e eficaz e reduzir a ocorrência de agravos e complicações de saúde que afetam a qualidade de vida dessa população.

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Publicado

2025-10-01

Como Citar

Alves, J. K. D. S., Santos, J. L. P., Pedreira, L. C., Coifman, A. H. M., Santos, J. M. D., Ribeiro, T. C., & Santos, D. D. S. (2025). CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA TRANSIÇÃO HOSPITAL-DOMICÍLIO DE PESSOAS IDOSAS COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2312