RASTREAMENTO E MONITORAMENTO DE PESSOAS COM ÚLCERA DIABÉTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA SEGUNDO ENFERMEIROS
Resumo
Introdução: a ulceração nos pés é uma das complicações mais graves do diabetes mellitus, tendo como fatores de risco a neuropatia periférica, a doença arterial periférica e a neuro-osteoartropatia.(1) No mundo, estima-se que, a cada 20 segundos, alguém perde um membro inferior ou parte dele em decorrência de complicações da úlcera diabética.(2) Assim, o rastreamento e o monitoramento das pessoas com diabetes mellitus na Atenção Primária, por meio da realização do exame clínico dos pés e da estratificação do risco de ulceração, são fundamentais para prevenção da úlcera diabética e de amputações.(3) Objetivo: compreender o rastreamento e o monitoramento de pessoas com úlcera diabética na Atenção Primária segundo enfermeiros. Método: trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa realizado com 15 enfermeiros da Atenção Primária das zonas Centro e Norte de Teresina, no período de junho a setembro de 2019. Foram incluídos enfermeiros assistenciais do quadro efetivo e com atuação na Estratégia Saúde da Família há mais de um ano. Foram excluídos aqueles com redução da carga-horária de trabalho e os que estavam afastados do serviço por problemas de saúde no período da coleta de dados. O recrutamento dos participantes ocorreu por conveniência, sendo que a amostra mínima foi estabelecida pela técnica de saturação. A produção dos dados ocorreu por meio de entrevista com roteiro semiestruturado, sendo que os discursos foram gravados em dispositivo eletrônico no formato MP4 player e, posteriormente, transcritos na íntegra. Os dados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo de Bardin. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, com parecer no 2.817.426, de 2018. Resultados: grande parte dos enfermeiros relatou que a realização do exame clínico dos pés das pessoas com diabetes mellitus geralmente se restringia à inspeção da pele para identificação de complicações, enquanto alguns destacaram que utilizavam o monofilamento de 10 g e realizavam a palpação do pulso pedioso. A maioria relatou que fazia a anamnese para a identificação de fatores de risco, como: histórico de tabagismo, alcoolismo, calosidade nos pés, corte inadequado das unhas e uso de sapatos inapropriados. A maioria ressaltou a falta de educação permanente no serviço sobre prevenção e tratamento da úlcera diabética e a ausência de insumos, como o diapasão de 128 Hz. Outras dificuldades enfrentadas são a alta demanda, infraestrutura precária em algumas unidades e a dificuldades de transporte para visitas domiciliares aos pacientes com úlceras nos pés acamados ou domiciliados. Em relação ao monitoramento, destacaram dificuldades na referência e contrarreferência, bem como em relação à demora na fila de espera para consultas com especialista. Conclusão: o exame clínico dos pés precisa ser intensificado e ampliado na Atenção Primária, a fim de rastrear precocemente as complicações nos pés. Além disso, a integralidade da assistência às pessoas com diabetes mellitus precisa ser garantida, com insumos, infraestrutura, atendimento especializado oportuno quando necessário e melhor articulação entre os serviços de referência e contrarreferência, visando reduzir o número de ulceração e amputação em membros inferiores em decorrência de complicações do diabetes mellitus.Downloads
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Publicado
2025-10-01
Como Citar
Lira, J. A. C., Rocha, Álvaro S. C., & Nogueira, L. T. (2025). RASTREAMENTO E MONITORAMENTO DE PESSOAS COM ÚLCERA DIABÉTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA SEGUNDO ENFERMEIROS. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2337
Edição
Seção
Artigos
