OSCE COM PREBRIEFING E DEBRIEFING EM ESTOMATERAPIA: RELATANDO A EXPERIÊNCIA DE DOCENTES E DISCENTES

Autores

  • LUCIANA CATUNDA GOMES DE MENEZES UNIFAMETRO E VIECARE
  • VIVIANE DE OLIVEIRA ARAGÃO FEIJÓ UNIFFAMETRO
  • REBECCA FORTE RODRIGUES UNIFAMETRO
  • ARETA JEOVANE PEROTE DO NASCIMENTO SOUSA UNIFAMETRO
  • MARLEY GOMES DE FREITAS UNIFAMETRO
  • BRUNA NEGREIROS DE SÁ UNIFAMETRO
  • FRANCISCA VALDIANA MARQUES FREITAS UNIFAMETRO

Resumo

INTRODUÇÃO: O cenário em simulação realística em saúde é uma parte integrante e fundamental para o planejamento e organização dos cursos de graduação em enfermagem. Pensando assim, obter a atenção de um aluno de graduação durante uma prática de ensino, é um desafio para qualquer docente, pois estes almejam por uma experiência com estratégias inovadores, das quais sejam capazes de aumentar a satisfação e, até mesmo, o prazer em seus esforços educacionais. Apesar da importância da simulação clínica no campo da enfermagem, percebe-se que ela ainda é pouco utilizada, porém, quando se trata de simulação na área da Estomaterapia baseada no Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE), observa-se uma boa participação dos discentes, pois esta proporciona uma prática especializada no cuidar. Além da execução prática, torna-se necessário a realização do briefing/prebriefing e debriefing, a fim de promover um ambiente para a assimilação e consolidação do conhecimento para a aprendizagem futuras dentro da enfermagem em Estomaterapia. OBJETIVO: Relatar uma simulação on-line tipo OSCE com briefing e debriefing em Estomaterapia para alunos de graduação. MÉTODO: Estudo do tipo Relato de Experiência (RE) realizado em junho de 2023 em Fortaleza-Ceará-Brasil. O cenário foi um Laboratório de Habilidades e Simulação Avançada de uma Instituição de Ensino de nível privado. A pesquisa seguiu as recomendações do International Nursing Association for Clinical Simulation and Learning (INACSL) do qual aborda os Padrões para as Melhores Práticas em simulação. Como se trata de um RE, não foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: A realização da prática foi executada em seis passos: 1. Estabelecimento de normas, como: cuidados na utilização dos espaços e equipamentos respeitando-se a organização, disciplina, horários (início 8:00 as 12:00 e de 14:00 as 18:000, tolerado atraso de até 15 minutos) além do uso de jaleco ou uniforme apropriado e sapatos fechados e normas da NR-32 da Comissão Tripartite Permanente Nacional do Ministério da Saúde e uso de Equipamentos de Proteção Individual. 2. Divisão e dinâmica dos grupos (divididos oito grupos de cinco alunos cada, totalizando 40 discentes). 3. Realização do briefing ou prebriefing, nesse momento foram fornecidas orientações antecedendo a simulação, sobre: cenário, uso dos equipamentos, desenvolvimento, os manequins, o tempo da cena de 15 minutos para cada grupo e avaliaçãos e uma abordagem de conhecimentos prévios na área. 4. Facilitador/instrutor/professor: eram quatro enfermeiros preceptores/docentes, sendo uma Estomaterapeuta, duas graduandas em Estomaterapia e um enfermeiro generalista. Além de três alunas de Iniciação Científica do ambulatório de Estomaterapia. 5. Construção e dinâmica do cenário simulado. Nesse momento foram divididas quatro grandes estações e quatro subestações, a destacar: a) Estação dos cuidados com feridas, contendo quatro subestações; b) Estação dos cuidados com as estomias de eliminação, com três subestações, c) Estação dos cuidados com incontinência urinária e d) Práticas Integrativas e Complementares em Saúde na Estomaterapia. Na estação de feridas, foram abordados os seguintes aspectos: cuidados com as úlceras venosas e arteriais (com uso de duas pernas de manequim para identificação e diferenciação da lesão e instalação da bota de Unna, bem como avaliação do índice de Tornozelo Braquial realizada nos discentes, nos quais estes ficavam deitados nos leitos do laboratório de simulação); pé diabético (modelos de pés de silicone com ulcerações e sem ulcerações para abordar o cuidado preventivo e terapêutico, esqueleto de pé, modelos de calçados e imobilização removível, irremovível e não removível, instrumentos de avaliação do screening com o monofilamento de Semmes-Weinstein de 10 gramas, diapasão de 128 Hz, instalado o Neuropad em discentes, no qual é um teste qualitativo, simples e acessível que avalia a sudorese através da mudança de cor das pessoas com Diabetes Mellitus, dentre outros testes realizados; lesão por pressão (abordado os estadiamentos com peças anatômicas de camadas da pele com lesão, jogos de acertos e erros sobre os cuidados e workshop de coberturas); e pôr fim a subestação de desbridamento instrumental conservador usando a lâmina de bisturi número 21 e outros instrumentais para o procedimento com a pata de porco com necrose e com a laranja. Na estação de estomias, em suas três subestações, foi realizado avaliação do exame físico do abdome para o preparo pré-operatório para confecção de uma estomia intestinal com a demarcação do estoma bilateralmente em manequins de baixa fidelidade e nos discentes, além da implementação de intervenções pós-operatórias mediatas e tardias como: instalação e remoção do dispositivo coletor de uma peça e duas peças, bem como a higiene da pele periestoma. Em outra subestação, abordavam-se as complicações e os cuidados com as estomias por meio de peças anatômicas de biscuit e produtos, como: pasta, placa e pó de hidrocoloide. E na última subestação, abordavam-se os diversos dispositivos coletores de estomias intestinais e urinárias para o manuseio dos discentes. Na Estação dos cuidados com incontinência urinária, abordou-se orientações quanto ao cateterismo intermitente limpo e autocateterismo apresentando os equipamentos disponíveis necessários para execução da técnica, bem como orientações sobre a construção do diário miccional. Na Estação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde na Estomaterapia foram disponibilizadas informações sobre a Aromaterapia nos cuidados com as lesões de pele por meio de um workshop de óleos essenciais. 6. O Debriefing aconteceu em dois momentos, a destacar: Primeiro Momento: realizado uma conversa informal com os discentes para avaliação dos aspectos positivos e negativos da prática, e no Segundo Momento: realizou-se uma avaliação seguindo as recomendações dos Princípios de Avaliação e Validação da Prática da Pirâmide de Miller, a destacar: fazer (avaliação do desempenho no momento da prática), saber como (realizado testes dissertativos de algumas técnicas) e saber (realizado teste dissertativo com questões factuais sobre a prática). Ressalta-se que apenas o aspecto “demonstrar” não foi contemplado nesse dia de prática. CONCLUSÃO: Conclui-se que o cuidado de enfermagem em Estomaterapia por meio de um cenário de simulação realística focada em habilidades clínicas, constituiu um método didático efetivo e inovador, no qual auxiliou de maneira positiva (respostas corretas em mais de 70% no fazer e 60% no saber como e no saber) o processo de ensino-aprendizagem dos discentes, proporcionado um espaço pedagógico mais seguro e muito próximo do real. No entanto, ressalta-se a importância também de uma prática em instituições de saúde nos cuidados em Estomaterapia.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Downloads

Publicado

2024-01-02

Como Citar

CATUNDA GOMES DE MENEZES, L. ., DE OLIVEIRA ARAGÃO FEIJÓ, V. ., FORTE RODRIGUES, R. ., PEROTE DO NASCIMENTO SOUSA, A. J. ., GOMES DE FREITAS, M., NEGREIROS DE SÁ , B. ., & VALDIANA MARQUES FREITAS, F. (2024). OSCE COM PREBRIEFING E DEBRIEFING EM ESTOMATERAPIA: RELATANDO A EXPERIÊNCIA DE DOCENTES E DISCENTES. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/486