MULTIPLICIDADE NA CONCEITUAÇÃO DO AUTOCUIDADO DE PESSOAS COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO E OS FATORES QUE INFLUENCIAM NA SUA ADOÇÃO:
REVISÃO DE ESCOPO
Resumo
Introdução: Para a reabilitação e qualidade de vida da pessoa com estomia são fundamentais o acesso aos equipamentos coletores e adjuvantes para o manejo da estomia e a realização do autocuidado [1,2]. Há multiplicidade de termos relacionados ao conceito e à classificação do autocuidado, além de fatores que influenciam no seu desenvolvimento. Essa situação dificulta a escolha das intervenções para a reabilitação da pessoa, bem como a subsequente avaliação de resultados. A síntese do conhecimento sobre o tema subsidiará as escolhas do conceito e da classificação do autocuidado a serem adotados pelos enfermeiros assistenciais. Contribuirá ainda para a implementação de estratégias para o autocuidado. Objetivos: Explorar na literatura os conceitos e classificações do autocuidado de pessoas com estomia de eliminação e os fatores que influenciam na sua adoção. Método: Trata-se de revisão de escopo pautada no método do Joanna Briggs Institute, baseada na estrutura dos seis estágios do PRISMA-ScR. Utilizou-se a estratégia PCC [3], sendo P (população) - pessoa com estomia de eliminação; C (conceito) - autocuidado; C (contexto) – cenário hospitalar e extra hospitalar. Originou-se a pergunta: o que a produção científica traz sobre o conceito e a classificação do autocuidado das pessoas com estomia de eliminação e os fatores que influenciam na sua adoção, no cenário hospitalar e extra hospitalar? A busca foi realizada em maio de 2023, na metabase Biblioteca Virtual de Saúde e nas bases Scopus, Web of Science e Pubmed/Medline. Foram incluídos artigos completos publicados de 2018 a 2023, em inglês, português e espanhol; e excluídos editoriais, resenhas, opiniões de especialistas, cartas, resumos e anais de congresso, notas e relatórios. A busca foi guiada por um protocolo publicado. Exportou-se os estudos encontrados para o Programa Rayyan® e verificou-se a duplicidade. Dois avaliadores realizaram a leitura dos títulos e resumos de forma independente e os elegíveis foram lidos na íntegra. A divergência na seleção foi decidida pelo terceiro avaliador. Resultados: Foram recuperados 821 relatos. Com a aplicação dos critérios de inclusão foram mantidos 140, sendo 20 duplicados, que foram excluídos, totalizando 120. A amostra final foi composta por oito artigos, produzidos na China (3), Espanha (2), Itália (1), Brasil (1) e Austrália (1). O conceito de autocuidado foi apresentado em 5 estudos de forma divergente, abrangendo exclusivamente o cuidado com a estomia (procedimental) até o processo de tomada de decisão (manutenção, monitoramento e manejo de complicações). Os termos utilizados pelos autores foram capacidade do autocuidado (5), nível de autocuidado (2) e índice de autocuidado (1). A classificação utilizada variou de escores e termos, mas sem definição. Os fatores que influenciaram positivamente na adoção do autocuidado foram sexo feminino, ser jovem, casado, maior escolaridade, efluente pastoso, demarcação, suporte social e educação. Os negativos foram estresse, complicações e assistência inadequada. Conclusão: O conceito e a classificação de autocuidado carecem de padronização, exigindo maior exploração e definição para permitir o acompanhamento dos resultados da assistência prestada.