TERAPIAS NÃO FARMACOLÓGICAS PARA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS:

UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores

  • ISABEL NANA KACUPULA DE ALMEIDA UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA
  • ALAN CAMURÇA MESQUITA UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO- BRASILEIRA
  • JOÃO WESLEY DA SILVA GALVÃO UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA
  • RUTH CAROLINA QUEIROZ SILVESTRE UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO- BRASILEIRA
  • THIAGO MOURA DE ARAÚJO UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA

Resumo

INTRODUÇÃO O processo de cicatrização da pele é complexo e envolve uma sequência de etapas, que incluem inflamação, formação de tecido de granulação, re-epitelização, cessação da inflamação e remodelação da pele 1. Assim, existem diversas técnicas e abordagens disponíveis para a cicatrização de lesões, que podem ser farmacológicas ou não farmacológicas 2. As terapias farmacológicas envolvem o uso de produtos ou itens que possuem elementos químico e/ou físico, para uso tópico ou sistêmico, já as terapias não farmacológicas, envolvem o uso de tecnologias duras ou que incluem produtos naturais, como métodos para cicatrização 2. Um tipo de abordagem em destaque é a terapia não farmacológica, que está cada vez mais presente e suas tecnologias e produtos naturais crescem com seu uso e procura 2. No contexto do uso de terapias para o tratamento de pacientes com feridas e seu bem-estar, a enfermagem desempenha um papel crucial, utilizando tecnologias para alcançar boas experiências em diversos tipos de casos 3. No entanto, os profissionais de saúde devem seguir o caminho das técnicas não farmacológicas como forma de aprimorar as intervenções de enfermagem, visando abordagens atuais e que promovam resolutividade e conforto. Desta forma, o estudo teve como objetivo identificar quais as condutas terapêuticas não-farmacológicas na cicatrização e tratamento de feridas disponíveis na literatura. MÉTODO Trata-se de um estudo de revisão de literatura que abordou recentes publicações sobre o uso de terapias não farmacêuticas para a cicatrização de feridas. A pergunta norteadora foi construída a partir da estratégia PICo. Onde, População (P): Enfermeiros; Intervenção (I): tratamento não farmacológicos; Contexto (Co): processo de cicatrização de feridas, a saber: “Quais terapêuticas não farmacológicas podem ser utilizadas no tratamento de feridas para cicatrização?”. A busca na literatura se deu por meio das bases de dados Scientific Electronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino- Americana e do Caribe em Ciências de Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (PUBMED/MEDLINE), Web Of Science e COCHRANE. Os descritores em Ciências da Saúde (DeCS) utilizados na pesquisa foram: “ Therapeutics ”, “Nursing Care” e “Wound Healing”, atrelado ao operador booleano “AND”. Foram adotados como critérios de inclusão: artigos originais, disponíveis na íntegra; nos idiomas português, inglês, atemporal e que apresentaram pelo menos uma terapia para cicatrização de feridas, sendo necessariamente terapias não farmacológicas. Excluindo artigos repetidos, artigos de opinião, estudos inacabados e outras revisões. A coleta e análise de dados decorreram em janeiro de 2022? RESULTADOS Dos resultados, foram 4.242 artigos no total, destes, 3.577 foram descartados por estarem duplicados e por não ter relação com as terapias para cicatrização de feridas, restando um total um total de 665 artigos para leitura dos títulos e resumos. Destes, 110 foram selecionados para leitura na íntegra, dos quais 10 foram selecionados para compor esta revisão. Na pesquisa obteve-se a ideia que existem diferentes métodos de cicatrização de feridas. Os métodos estudados incluem produtos naturais, tecnologias duras e estratégias de autogestão. Os produtos naturais estudados incluem azeite de oliva, cera de abelha e mel 4, 5. Esses produtos foram encontrados por terem propriedades antibacterianas, cicatrizantes e angiogênicas 4. Eles também foram encontrados por serem seguras e eficazes, especialmente, em feridas pequenas e superficiais 4. As plantas são usadas para tratar feridas há anos, com histórico bem detalhado e eficaz, principalmente como parte da cultura e conhecimento comum em muitos povos, mas vale lembrar que não deve haver uso indiscriminado de plantas, somente por ser algo natural, e que por isso um cuidado extra também deve ser prestado quanto à citotoxicidades 6. O tópico de tecnologias tem maior presença nesta pesquisa visto que 60% dos artigos presentes na revisão falam de alguma terapia que usa tecnologias para a cicatrização. As tecnologias duras estudadas incluem laser, terapia por pressão negativa, terapia hiperbárica com oxigênio e compressão 7, 8. Essas tecnologias foram desenvolvidas para serem eficazes no tratamento de feridas mais graves, como úlceras diabéticas e queimaduras. No entanto, são opções de valor elevado comparados à terapias convencionais. A mais encontrada nos artigos pesquisados foi o uso de laser, seja com microcorrentes ou variações de ondas maiores. O laser é uma terapia que estimula, por meio da luz, a modulação dando o nome de fotobiomodulação 7. Uma comparação entre pressão negativa e microcorrente com laser em feridas de queimaduras, o laser é visto no final como uma terapia mais completa para a cicatrização, porém é observado que a terapia por pressão negativa induziu menor crescimento bacteriano nos pacientes que fizeram uso 8. A terapia hiperbárica, possui como benefícios mais específicos, reduzir a taxa glicêmica dos pacientes que fizeram uso dessa tecnologia, atingindo níveis significantes na hemoglobina glicada de pacientes com úlceras diabéticas 9. Por fim, a última tecnologia presente neste tópico é a compressão, com o uso da bota de Unna em contraste com curativos simples em úlceras vasculares, onde há evidências que ambos têm potencial cicatricial 10. As estratégias de autogestão estudadas incluem exercícios de membros inferiores e fortalecimento da consciência corporal 11. Observou-se que esses exercícios melhoram a circulação sanguínea, a cicatrização e a qualidade de vida dos pacientes. CONCLUSÃO O estudo investigou uma série de abordagens tecnológicas para o processo de cicatrização, entretanto, algumas delas indicaram a necessidade de um maior aprofundamento científico antes de serem consideradas para aplicação clínica. As intervenções não farmacológicas, quando empregadas, apresentam o potencial de estímulos aprimorados à qualidade de vida dos pacientes, reduzindo a sensação de dor, desconforto e acelerando o tempo necessário para alcançar a cicatrização completa. Um aspecto fundamental para a tomada de decisão é o valor e as indicações específicas de cada tecnologia, com o foco constante na progressão do bem-estar do paciente. Diante desse cenário, a tecnologia mais citada é a terapia a laser, uma tecnologia de alto valor, mas que leva destaque na cicatrização de feridas em relação a outras. Por outro lado, os exercícios para membros inferiores mediados por estratégias de autogestão são uma tecnologia acessível e eficaz para melhorar vários aspectos pessoais e corporais, mas exigem assiduidade e execução correta. O acesso das tecnologias aos pacientes mostrou-se limitado devido à falta de conhecimento de muitos profissionais. De outro modo, os produtos naturais são facilmente acessíveis à população, mas seu uso requer cuidado com relação ao como, o que e quando utilizar. O enfermeiro deve possuir habilidades clínicas e conhecimento especializado na seleção do tratamento adequado a fim de promover a cicatrização adequada e prevenir complicações. Todavia, sugere-se a realização de estudos adicionais acerca das "Terapias não farmacológicas para cicatrização", a fim de acompanhar a evolução do panorama atual, com o intuito de fomentar uma compreensão mais efetiva sobre a produção de conhecimento do tema abordado.

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Publicado

2024-01-02

Como Citar

NANA KACUPULA DE ALMEIDA, I. ., CAMURÇA MESQUITA, A. ., WESLEY DA SILVA GALVÃO, J., CAROLINA QUEIROZ SILVESTRE, R. ., & MOURA DE ARAÚJO, T. . (2024). TERAPIAS NÃO FARMACOLÓGICAS PARA CICATRIZAÇÃO DE FERIDAS:: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/568