A PROMOÇÃO DO CONHECIMENTO COMPARTILHADO COMO FERRAMENTA NO TRATAMENTO DE LESÕES DE PELE NOS PÓLOS DE CURATIVOS NA PREFEITURA DO ESTADO DE SÃO PAULO:

UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • ROSANGELA MONALISA DOS SANTOS UNIFESP
  • VIVIANE XAVIER DE OLIVEIRA UNICAMP

Resumo

O tratamento de feridas crônicas trata-se de um grande desafio para as equipes de saúde especificamente para a enfermagem. O enfermeiro possui conhecimento cientifico na prática profissional para esse manejo, não sendo algo substancialmente suficiente, não existem dados fidedignos que auxiliem para a compreensão epidemiológica do assunto em questão, mediante escassez de registros, sejam eles quanto a prevalência e incidência das lesões, bem como fatores associados. Conforme a evolução da lesão, o tratamento utilizado é de alto custo para os órgãos de saúde, que são pontos extremamente importantes para um cuidado de qualidade ofertado dentro de uma instituição de saúde. Os cuidados com o portador de lesões crônicas devem ser especializados, o tratamento é individualizado, muitas vezes mais complexos do que o esperado, exigindo uma abordagem de forma biopsicossocial do enfermeiro frente ao acompanhamento deste paciente (16). O enfermeiro diante a assistência da atenção básica em saúde, acaba por ser o protagonista responsável por planejar ações coletivas e ou individuais, englobando a promoção, prevenção e a manutenção de saúde. Assim favorecendo a assistência singular, refletindo na redução de sofrimentos e danos aos acometidos pelas feridas, contribuindo para a adesão, evolução e tratamento das lesões de origem venosa arterial e/ou mista. Nos dias atuais melhorou-se em questão do acompanhamento de enfermagem junto ao paciente, com prescrições de cuidados, relatórios de enfermagem, planilhas com dados e fotos para acompanhar a evolução do quadro clinico que no passado era desorganizado, onde o enfermeiro só prestava o atendimento não visando a evolução das feridas. Atualmente, planilhas, gráficos estatísticos, informações sistematizadas auxiliam o enfermeiro a ter maior controle dos dados sobre cada paciente e a evolução da lesão, melhorando o cuidado em trabalho conjunto com a equipe multidisciplinar, o planejamento, a execução e avaliação dos resultados esperados, empoderar o paciente e familiares sobre cuidados necessários, isso tudo associado leva a uma melhor visão do paciente, familiares, equipe de enfermagem e equipe multi sobre a recuperação do indivíduo portador dessas moléstias. O jornal de cuidado com feridas em consenso publicado em 2019 estabeleceu dez etapas a serem consideradas no cuidado ao paciente com feridas: 1- avaliação holística do paciente, incluindo aspectos biopsicossociais, doenças de base, entre outros. 2- mensuração adequada da ferida. 3- definição do objetivo terapêutico, com base nos aspectos levantados (cura ou manutenção) e construção do plano de cuidado. 4- gerenciamento das doenças de vase e fatores causais (ex.: Controle do diabetes, alívio de pressão na área acometida, etc). 5- gerenciamento do leito da ferida, considerando a utilização de ferramentas como time, para direcionamento das condutas. 6- seguimento, reavaliação das condutas, mensuração etc. 7- reavaliação frequente e novas Propostas terapêuticas, se necessário 8- educação do paciente, da família, dos cuidadores e da equipe 9- cuidado continuado para prevenção de recidiva de lesões e cuidado preventivo para o aparecimento de novas lesões. 10-registro adequado das intervenções implementadas. No entanto o cuidado a usuários com lesões de pele, por exemplo, era tradicionalmente visto como procedimento concreto e objetivo, dificultando sua significação como ato de cuidado integral. Em consonância com a prerrogativa de integralidade, eixo transversal do cuidado em saúde entende-se que o cuidado com lesões de pele, na atenção primária em saúde, vai além de um mero procedimento, pois é visto como porta de entrada para que o profissional possa conhecer o usuário e identificar suas necessidades, a fim de prestar cuidado qualificado, efetivo e integral. A implementação de curativos com novas tecnologias são uma necessidade e um desafio ao sistema público de saúde. Sendo que, o acesso a essas tecnologias deve ser igualitário, proporcionando eficácia, qualidade e segurança. Deste modo, em outubro de 2021, a prefeitura de são paulo, investiu r$ 18,8 milhões em recursos materiais, adquiridos por meio de pregão eletrônico e implementou 26 polos de curativo na capital. Cada polo possui materiais de curativos com novas tecnologias e um enfermeiro especialista - estomaterapeuta. Além disto, para nortear as condutas dos profissionais na rede pública do município, a sms (secretaria municipal de saúde) elaborou o manual de padronização de curativos e o protocolo de feridas, com o objetivo de reduzir o número de amputações e internações. Método: trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, do tipo relato de experiência, sobre a elaboração de um instrumento personalizado com o passo a passo da realização do curativo e o uso das coberturas. Resultados e discussão: o cuidado do enfermeiro a pacientes com essa característica exige profissionais que vão muito além da prática de curativos e exige conhecimento da fisiologia da pele, da cicatrização e estudo científico acerca de tipos de coberturas disponíveis no mercado. Quando o acompanhamento não acontece de forma resolutiva pode acarretar feridas mais complexas e o retardo do tratamento correto pode tornar uma lesão simples em crônica encadeando problemáticas como por exemplo, interferindo na baixa qualidade de vida deste paciente ligados a fatores sociais, hábitos alimentares, ocasionando também problemas psicológicos como depressão. O instrumento de acompanhamento da lesão de pele contribuirá para que a equipe de enfermagem e equipe multidisciplinar consiga acompanhar a evolução da ferida e junto traçar um cuidado para cada paciente e familiar que presta o cuidado em conjunto, que é crucial para recuperação e evolução da lesão. A equipe de saúde deve empoderar o paciente e auxiliar no cuidado, quanto a necessidade de seguir o tratamento até o final para evitar as lesões recorrentes, isso é um grande desafio para o enfermeiro e sua equipe que devem estar sempre atualizados em novas técnicas de curativos, coberturas, acompanhando a evolução das feridas. Conclusão: através da comunicação efetiva entre as contra referência através do cartão foi possível implementar os cuidados prescritos de forma satisfatória e obtivemos sucesso na cicatrização em um período menor de tempo. Observamos a relevância de um plano de cuidados acessível e de fácil compreensão podendo ser replicado para outros usuários. Observamos a relevância deste relato uma vez que a implementação poderá ocorrer em todo serviço de referência e contra referência (pólo de curativo, ubs e hospitais municipais), e deste modo possibilitando continuidade do tratamento de forma universal, integral e promovendo a equidade podendo ser replicado para todo serviço de assistência no tratamento de lesões e em outras cidades.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Downloads

Publicado

2024-01-02

Como Citar

MONALISA DOS SANTOS, R. ., & XAVIER DE OLIVEIRA, V. . (2024). A PROMOÇÃO DO CONHECIMENTO COMPARTILHADO COMO FERRAMENTA NO TRATAMENTO DE LESÕES DE PELE NOS PÓLOS DE CURATIVOS NA PREFEITURA DO ESTADO DE SÃO PAULO:: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/585