CUIDADOS COM PÉS DE PESSOAS COM DIABETES MELLITUSTipo

Autores

  • VALÉRIA MARIA SILVA NEPOMUCENO UESPI
  • JESSYSSA FERNANDA PEREIRA BRITO UESPI
  • IARA CORDEIRO SILVA UESPI
  • DINARA RAQUEL ARAUJO SILVA UESPI
  • SANDRA MARINA GONÇALVES BEZERRA UESPI

Resumo

O Diabetes Mellitus (DM) é definido como o conglomerado de sinais e sintomas, portanto, uma síndrome, sendo consequências de falhas no metabolismo de lipídios, proteínas e carboidratos, causado por ausência de insulina ou perda da sensibilidade desse hormônio, resultando em aumento dos níveis glicêmicos e redução do uso de glicose pelas células, compensado pela elevação no consumo de proteínas e lipídios.¹ Destaca-se que, o DM é uma das doenças mais prevalentes em adultos, mundialmente elucidado, apresentando-se, excepcionalmente, como um dos principais motivos para redução dos anos de vida saudável, especialmente nos países em desenvolvimento; assim, no território brasileiro, o DM é considerado um importante problema de saúde pública, principalmente devido às suas inúmeras complicações micro e macrovasculares, dentre elas a retinopatia, neuropatia, nefropatia, pé diabético e amputações.² Ressalta-se que a alta prevalência das complicações do DM é sinônimo de baixo conhecimento sobre a doença e suas facetas, pela população em geral, e a falha nos cuidados da Atenção Primária em Saúde para promoção e prevenção da saúde, de maneira holística, podendo utilizar de ações de rastreamento de pessoas com diabetes que não possuem o diagnóstico, visto que se estima que esse grupo deve ser composto por cerca de 50%; a avaliação e organização das medicações em uso; o incentivo ao autocuidado, visando troca de informações entre profissionais e usuários para melhoria do vínculo, bem como, pode lançar mão da avaliação dos pés das pessoas com DM.³ Objetivo: Relatar a vivência em ação de saúde para avaliação dos pés das pessoas diabéticas visando a identificação do risco de amputação de membros. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência sobre um trabalho desenvolvido, em ação de saúde, com pessoas diabéticas para avaliação dos pés quanto ao risco de amputação e ulceração. Acrescenta-se que a proposta de trabalho foi detalhada e escrita com rigor metodológico, e entregue aos gestores de um município da região nordeste com, posterior, explanação da proposta pela executora da atividade. Após apreciação do projeto, o trabalho foi desenvolvido em conjunto com outras atividades de saúde ofertadas na ocasião, para população em geral, sendo os diabéticos convocados pelos Agentes Comunitário de Saúde (ACSs). Afirma-se que, a participação foi voluntária, os atendimentos ocorreram nos turnos manhã e tarde em dois dias consecutivos, sob livre demanda; destaca-se que as avaliações foram feitas por uma enfermeira estomaterapeuta acompanhada da enfermeira coordenadora da Atenção Primária em Saúde do referido município. Resultados: O trabalho iniciou com a divulgação do serviço de avaliação dos pés diabéticos pelos Agentes Comunitários de Saúde no território adscrito pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município. Na ocasião do evento, iniciou-se uma conversa, em setor particular, abordando sobre os dados sociodemográficos, tempo de diagnóstico da doença, data da última consulta na Atenção Primária, medicamentos em uso e posologia, mudanças no estilo de vida como prática de atividade física e reeducação alimentar com diminuição do consumo de açúcares e carboidratos. Além disso, foi investigado quanto à complicações agudas e crônicas do DM, dentre elas, perguntou-se a ocorrência de episódios recentes ou anteriores de hipoglicemia ou hiperglicemia, cetoacidose diabética, sensibilidade ou dormência nos membros inferiores, diagnósticos de retinopatia, neuropatia ou vasculopatias, lesões de difícil cicatrização e/ou amputação. Coletou-se quanto à necessidade ou não da utilização da atenção especializada como medicina vascular, estomaterapia e seguimento endocrinologista. Em seguida, fez-se a inspeção da pele dos pés e do restante dos membros inferiores, observando higiene e a presença ou não de manchas, lesões, calosidades e/ou deformidades. Aproveitou-se o momento para desprender orientações quanto a limpeza correta dos pés com indicação de sabonetes levemente acidificados, visando evitar ressecamento e agressões a pele; quanto à hidratação e o uso excessivo destes produtos, corrigindo o acúmulo de produtos, especialmente, nos espaços interdigitais, locais de maior predisposição a ocorrência de micoses que culminam em lesões com cicatrização dificultada pelo DM; bem como a secagem dos pés, atentando-se, aos espaços de dobramento de pele e interdigitais e o recorte adequado das unhas que devem ser retas, para reduzir o risco de onicocriptose e limpas diminuindo a presença de microrganismo. Posteriormente, foi feito palpação da temperatura da pele dos pés e dos pulsos pedioso e tibial posterior, para detectar pulsação periférica, observando frequência e forma de pulso, e diagnosticar comprometimento da circulação da área, realizados simultaneamente em ambos membros para proceder comparação e identificar desequilíbrio do sistema vascular. Seguidamente, foi aplicado o teste com monofilamento semmes-weinstein de10 gramas e determinado grau de risco para ulceração e/ou amputação, levando em consideração a classificação do Ministério da Saúde, descrita no manual do pé diabético?. Findando com entrega de orientações de cuidados com os pés por escrito (higiene, secagem, hidratação e recorte adequados, bem como inspeção diária dos pés) e o grau, de 0 a 3, em papel próprio de receituário. Acrescenta-se que, na avaliação redigida, foi descrito presença ou ausência de deformidades e/ou calosidades, características de pulsos, pele, apresentação ou não de hiperqueratoses, escoriações e/ou ulcerações, além disso, adicionou-se a periocidade para as próximas reavaliações do risco de desenvolver a complicação pé diabético, e finda-se com uma amputação de membro. Outrossim, essa toda a consulta, e o papel com as orientações, grau de comprometimento dos pés e marcação de reavaliação foi entregue ao participante, salientando, ao mesmo, que deve levá-lo ao atendimento seguinte na Unidade Básica de Saúde, para dar seguimento da prevenção da complicação de pé diabético, feito pela equipe de saúde da família responsável por cada usuário atendido. Dessa forma, a atividade fortalece a politica de educação permanente, ao passo que permitiu tornar prático a proposta escrita em rigor metodológico e afunilou os conhecimentos e melhoria dos cuidados dos componentes da Atenção Primária para com o público diabético. Conclusão: A partir do exposto, compreende-se que o objetivo do trabalho de relatar a experiência em avaliação dos pés de pessoas com diabetes foi alcançado, permitindo melhoria dos cuidados ao público-alvo por meio de promoção e prevenção de saúde, contribuindo com fortalecimento de conhecimento dos pesquisadores, injetando teoria em cuidados de rotina e corriqueiros das UBS's, bem como promoveu a qualificação da assistência de enfermagem prestada da Atenção Primária em Saúde ao permitir capilaridade e resolubilidade desse seguimento de saúde, contribuindo, assim para redução da internações, sobrecarga do sistema terciário e melhoria da qualidade de vida das pessoas com Diabetes Mellitus.

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Publicado

2024-01-02

Como Citar

MARIA SILVA NEPOMUCENO, V. ., FERNANDA PEREIRA BRITO, J. ., CORDEIRO SILVA, I. ., RAQUEL ARAUJO SILVA, D. ., & MARINA GONÇALVES BEZERRA, S. . (2024). CUIDADOS COM PÉS DE PESSOAS COM DIABETES MELLITUSTipo. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/639