DERMATITE ASSOCIADA À INCONTINÊNCIA EM PACIENTES CRÍTICOS COM E SEM COVID-19:

PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS

Autores

  • ALINE RAMALHO SIRIO LIBANES HOSPITAL
  • NIFLYER MIRANDA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP
  • ANA CLARA CINTRA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP
  • PAULA SILVA FREITAS UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
  • ALICIA DE OLIVEIRA PACHECO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
  • PAULA CRISTINA NOGUEIRA ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP

Resumo

Introdução: Pacientes internados em unidade de terapia intensiva (UTI) apresentam alto risco para desenvolvimento de lesões cutâneas, entre elas a dermatite associada à incontinência (DAI), que se constitui como um importante desafio no cuidado de enfermagem por apresentar implicações significativas na dor, aumento dos custos hospitalares, além de favorecer o desenvolvimento de outras lesões cutâneas, tais como as lesões por pressão. O surgimento da pandemia decorrente de COVID-19 trouxe consigo muitas incertezas, entre elas, qual era o impacto do vírus e de todo o contexto de cuidado no contexto pandêmico na manutenção da integridade da pele. Objetivo: Analisar a prevalência de DAI em pacientes internados em UTI, com e sem Covid-19, e os fatores clínicos e demográficos associados à sua ocorrência. Método: Estudo transversal, observacional, retrospectivo, realizado a partir do banco de dados de um projeto de pesquisa sobre Prevalência de lesões de pele em pacientes críticos com e sem Covid-19, internados no período de abril de 2019 à maio de 2021. Os dados referentes às variáveis demográficas, clínicas e de DAI foram coletados do banco após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 47768821.2.0000.5461, Número do Parecer: 4.781.285) e analisados por estatística descritiva e inferencial. Resultados: Dos 340 pacientes que compuseram o banco de dados, 230 (67,65%) eram do sexo masculino, com idade média de 67,43 anos (DP: 16,81), 38 (11,21%) apresentaram incontinência urinária, 152 (44,84%) fecal e 27 (7,94%) ambas as incontinências. A prevalência geral de DAI foi de 10% (34/340 pacientes), sendo 10,64% (20/188 pacientes) em pacientes com Covid-19 e 9,21% (14/152 pacientes) para os pacientes sem Covid-19. A maioria das DAI foi identificadas nas regiões perianal (12 lesões), seguida da região escrotal (9) e inguinal (7), sendo 54,55% (18) das lesões caracterizadas como hiperemia sem infecção fúngica, 27,27% (9) como perda de epiderme sem infecção fúngica, 12,12% (4) como hiperemia com lesão fúngica e 6,06% (2) como perda de epiderme com infecção fúngica. Onze (15,71%) pacientes avaliados na admissão com alto risco para desenvolvimento de lesão por pressão apresentaram DAI. Os fatores associados ao desenvolvimento de DAI foram insuficiência renal (OR 3,9; p=0,004), incontinência fecal (OR 2,9; p=0,022), uso de fralda apresentaram (OR 3,2; p=0,028). Cada unidade do IMC indicou aumento da chance de DAI em 5,9 vezes (OR 5,9; p=0,004) e cada unidade do Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) aumentou a chance de DAI em 17,9 vezes (OR 17,9; p=0,005). Conclusão: A prevalência de DAI em pacientes internados em UTI foi de 10%, não sendo identificado diferença significativa entre pacientes com e sem Covid-19. Os fatores associados ao desenvolvimento de DAI foram insuficiência renal, incontinência fecal, uso de fralda, aumento do IMC e escore do SOFA. A identificação precoce dos fatores associados à DAI pode auxiliar no desenvolvimento de ações preventivas e efetivas.

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Publicado

2024-01-02

Como Citar

RAMALHO, A., MIRANDA, N. ., CLARA CINTRA, A. ., SILVA FREITAS, P., DE OLIVEIRA PACHECO, A., & CRISTINA NOGUEIRA, P. . (2024). DERMATITE ASSOCIADA À INCONTINÊNCIA EM PACIENTES CRÍTICOS COM E SEM COVID-19:: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/651