INCONTINÊNCIA URINÁRIA E QUALIDADE DE VIDA EM UNIVERSITÁRIAS DE ENFERMAGEM
Resumo
Introdução: A Incontinência Urinária (IU) afeta negativamente a qualidade de vida das mulheres, principalmente em jovens nulíparas, por limitar ou restringir atividades sociais e profissionais e influenciar na saúde mental, gerando estresse, isolamento social e depressão, por isso tem sido alvo de diversos estudos ao redor do mundo.1,2 Tal comprometimento pode estar associado não somente ao tipo de IU, mas a severidade dos sintomas apresentados e isto pode estar associado a regimes acadêmicos restritivos como ocorrido no período da pandemia do COVID 19. 3 Objetivo: Avaliar o impacto da IU na qualidade de vida em universitárias de enfermagem. Metodologia: estudo transversal, realizado durante a pandemia do COVID-19, de julho de 2021 a janeiro de 2022, com 93 alunas matriculadas na modalidade presencial ou híbrida, na faixa etária compreendida entre 18 e 25 anos em duas Universidades da cidade do Recife-PE. Foi utilizado o instrumento Kings Health Questionnaire (KHQ), amplamente aplicado para o diagnóstico da IU e a verificação do estilo de vida. Utilizou-se o Teste de Mann Whitney para verificar a associação entre incontinência urinária, percepção de saúde e impacto na qualidade de vida. O nível de significância considerado foi de 5%. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Oswaldo Cruz/Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco - HUOC/PROCAPE, número do parecer 4.838.125. Resultados: A IU foi detectada em 21,5% das jovens nulíparas. As estudantes com autorrelato de IU tiveram pior percepção de saúde (40,0%) e moderado impacto do agravo (55%) sobre a qualidade de vida (p< 0,001). O Teste de Mann Whitney mostrou que a ocorrência de incontinência tem efeito sobre a percepção de saúde (U=270,5; p< 0,001) e no impacto do problema sobre a qualidade de vida (U=158,0; p<0,001). As estudantes que relataram perda involuntária de urina apresentaram os maiores escores, e, portanto, maior impacto sobre a qualidade de vida quando comparadas àquelas continentes. Dentre as incontinentes, os maiores escores foram aqueles relacionados à percepção geral de saúde e relações pessoais. Conclusão: Constatou-se que a qualidade de vida foi pior tanto na avaliação geral quanto na específica para as jovens incontinentes. Ademais o ambiente remoto, durante a pandemia COVID-19, pode contribuir para maior exposição das jovens a longas jornadas sentadas e a adotarem hábitos urinários prejudiciais que afetaram, diretamente, a qualidade de vida.