INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM IDOSOS NO BRASIL:
PREVALÊNCIA, FATORES ASSOCIADOS E IMPLICAÇÕES NA QUALIDADE DE VIDA.
Resumo
Introdução: A incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de urina que pode comprometer a saúde e a qualidade de vida dos idosos. São escassas as pesquisas epidemiológicas de base populacional para estudo da IU na população idosa brasileira, sendo a incidência maior nas mulheres do que nos homens. Em geral, estima-se que entre 30% e 60% das mulheres idosas apresentem algum grau de incontinência urinária. Para os homens idosos, a prevalência é menor, variando entre 5% e 15%. É importante ressaltar que esses números são apenas estimativas e podem variar dependendo de diversos fatores, como a faixa etária, o estado de saúde geral e a definição utilizada para a incontinência urinária. Objetivo: apresentar as principais causas, os fatores de risco e os impactos da incontinência urinária em idosos no Brasil sob a luz da literatura. Método. Trata-se de uma revisão integrativa, realizada nas bases de dados Google Acadêmico, CAPES, LILACS, MedCarib, PAHO, PubMed, Scopus, SciELO e, utilizando os descritores “incontinência urinária", "idosos", "Brasil", entre eles o operador booleano AND. A coleta de dados foi realizada nos meses de junho e julho de 2023, foram encontrados 77 artigos, porém selecionados 30 artigos publicados entre 2010 a 2023 que abordaram a temática proposta, disponíveis na integra nas línguas português e inglês. Resultado. A partir da análise dos artigos selecionados nota-se que a prevalência da IU em idosos, foi mais frequente no sexo feminino, em idosos institucionalizados e com idade avançada. Os principais fatores associados à IU descritos na literatura foram: alterações anatômicas e funcionais do trato urinário inferior e do assoalho pélvico, alterações neurológicas, hormonais, menopausa, multiparidade, vaginite atrófica, hiperplasia prostática benigna, constipação intestinal, diabetes mellitus, obesidade, uso de medicamentos diuréticos ou anticolinérgicos, baixa renda e escolaridade, tabagismo e alcoolismo. A IU impactou negativamente a qualidade de vida dos idosos, especialmente nos domínios físico, psicológico, social e ambiental. Os idosos com IU apresentaram maior dependência funcional, isolamento social, depressão, ansiedade, baixa autoestima e insatisfação sexual. Conclusão. A revisão da literatura, evidenciou que a IU é um problema de saúde pública que afeta uma parcela considerável dos idosos no Brasil e, que requer atenção dos profissionais de enfermagem para o seu diagnóstico precoce, tratamento adequado e prevenção das complicações. Se faz necessário, um maior aprofundamento na busca de novas tecnologias para minimizar os efeitos da IU na qualidade de vida dos idosos. Devido à complexidade e à magnitude dessa fragilidade, o enfermeiro desempenha um papel importante na identificação e no cuidado dos idoso com tal comorbidade. Portanto, torna-se necessário que o enfermeiro esteja capacitado para oferecer atendimento especializado e continuo a essa população, que tem crescido no Brasil.