QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS IDOSAS ACOMETIDAS POR INCONTINENCIA FECAL
Resumo
INTRODUÇÃO: A incontinência fecal (IF) é definida como a incapacidade de manter o controle fisiológico do conteúdo intestinal em local e tempo socialmente adequados. A prevalência da IF é variável devido a subnotificação relacionada ao constrangimento de menciona-lo aos profissionais de saúde, por atribuí-la ao processo de envelhecimento e ao desconhecimento das possibilidades terapêuticas. Na senescência, ocorre a degeneração do esfíncter anal interno, podendo reduzir a complacência retal, a sensibilidade anal e acarretar atrofia muscular do assoalho pélvico favorecendo o desenvolvimento da IF1. A impactação fecal, muito comum em pessoas idosas, também pode afetar a sensação anal e a complacência retal, além de causar laceração muscular e incontinência por transbordamento. Comprometimentos cognitivos, físicos, dificuldades de acesso e localização do banheiro e incapacidade de evacuar sozinho, também podem estar associados a IF causando consequências físicas e psicossociais afetando a qualidade de vida das pessoas idosas com essa afecção 2,3. OBJETIVO: Identificar na literatura a qualidade de vida das pessoas idosas com incontinência fecal. MATERIAL E MÉTODO: Tratou-se de uma revisão da literatura realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual da Saúde, LILACS, BDENF, MEDLINE e SciELO, nos meses de março a junho de 2023. Os critérios de inclusão foram estudos no idioma português e inglês publicados nos últimos dez anos, utilizando os descritores, segundo o DeCs: incontinência fecal, idoso e estomaterapia, combinados entre si e que respondessem à pergunta norteadora: qual a repercussão da IF na qualidade de vida de pessoas idosas? A amostra foi composta por 12 estudos. RESULTADOS: Os resultados foram agrupados em ideias centrais. 1) auto percepção negativa da saúde relacionada ao desconforto higiênico e comprometimento das suas atividades sociais; 2) Consequências físicas decorrente do contato com as fezes, podendo ocorrer a dermatite associada à incontinência (DAI), fissuras, assaduras e/ou lesão por pressão e infecção urinária além de limitar a prática de atividade física3; 3) consequências psíquicas associadas a diminuição da autoestima, perda da independência, medo, ansiedade e depressão; 3) Consequência social: o isolamento social devido ao constrangimento em relação a necessidade de uso constante de absorventes e fraldas geriátricas e preocupação em exalar o odor de fezes; 4) consequências econômicas relacionadas aos custos diagnósticos, com o uso de proteção, cuidados especializados, reabilitação e medicamentos. CONCLUSÃO: A incontinência fecal é uma condição com grande impacto tanto para o paciente quanto para seus cuidadores trazendo consequências físicas, psíquicas, sociais e econômicas afetando as atividades de vida diária, a saúde geral e a qualidade de vida de pessoas idosas incontinentes. A investigação e diagnóstico são fundamentais para elaborar estratégias de controle e enfrentamento que minimizem seus efeitos da na qualidade de vida de pessoas idosas acometidas por incontinência fecal.