TELENFERMAGEM EM ESTOMATERAPIA NO CONTEXTO DOS PACIENTES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Resumo
O objeto deste estudo trata das características sociodemográficas e de saúde, bem como o desfecho assistencial das pessoas com incontinência urinária (IU) submetidas à telenfermagem em uma clínica de estomaterapia da região Sudeste do Brasil. O interesse por este objeto emergiu devido à IU ser um tema pouco ou nada abordado nos cursos de graduação em enfermagem e, portanto, haver lacunas na formação do enfermeiro e, por sua vez, na prestação da assistência a estas pessoas. Outrossim, entende- se que além do conhecimento técnico e científico sobre uma temática em saúde, é relevante individualizar o cuidado. Desse modo, faz-se mister levantar o perfil da clientela assistida para tornar o cuidado específico à pessoa que está sendo cuidada. Assim como, é importante identificar o desfecho ocorrido por meio das ações de enfermagem para que, assim, possa avaliar a assistência prestada e melhorar possíveis déficits assistenciais. Método: trata-se de uma pesquisa quantitativa, transversal e descritiva, sob o número 3.573.933 do Comitê de Ética em Pesquisa. Foi desenvolvida através da telenfermagem de 87 pacientes atendidos presencialmente numa clínica de estomaterapia no Rio de Janeiro, no período de janeiro a março de 2023. Resultados: constatou-se que 53 (60,92%) participantes eram mulheres e 34 (39,08%) eram homens. As mulheres eram mais jovens do que os homens (58,92 versus 70,18), com média de idade (desvio padrão) de 58,92 (14,06) e coeficiente de variação 0,239 (23,9). Enquanto, os homens tinham média de idade (desvio padrão) de 70,18 (9,19) anos, com dispersão de 0,131 (13,1%). Também se observou que, 49 (56,32%) pacientes com IU possuíam ensino médio completo ou superior incompleto, 42 (48,28%) eram aposentados e/ou pensionista e 39 (44,83%) residiam na mesma região da clínica de estomaterapia — na Zona Norte do Rio de Janeiro. Ressalta-se que esses pacientes apresentavam hipertensão arterial, 31 (26,27%) e diabetes melittus, 19 (16,10%). Porém, houve um número considerável de pacientes que negavam qualquer tipo de doenças de base, representado por 28 (23,73%) pessoas. Conclusão: a relevância em desenvolver um estudo que articule a telenfermagem no contexto da estomaterapia, especialmente para pessoas com incontinência urinária, está em contribuir com evidências acerca da temática, cujos registros em esferas científicas apresentam- se incipientes. Além disso, o presente estudo pode contribuir com a melhora da qualidade da assistência das pessoas com incontinência urinária, que necessitam de assistência integral à saúde para uma melhor qualidade de vida, uma vez que se busca mapear o perfil desta clientela para, assim, individualizar o cuidado. Ademais, entende-se que a contribuição deste estudo está em apresentar o desfecho da assistência fornecida a pessoas com IU, submetidas à telenfermagem, podendo o serviço identificar déficits e potencialidades do cuidado prestado por meio desta ferramenta assistencial.