PERFIL DE PACIENTES IDOSOS INTERNADOS EM UM HOSPITAL DE GRANDE PORTE QUE DESENVOLVERAM LESÃO POR PRESSÃO
Resumo
Introdução: Com o envelhecimento, algumas alterações ocorrem no tegumento fragilizando-o e comprometendo sua regeneração, tornando esse grupo etário uma população de alto risco ao desenvolvimento de lesões por pressão. A ocorrência deste agravo no período de internamento hospitalar pode ocasionar diversas complicações. Acarretando um somatório de perdas, como inatividade de algum membro, perda funcional de algum órgão, sepse com possível desfecho para morte. Desta forma, possui consequências de grande magnitude, difíceis de mensurar. Objetivo: Traçar o perfil da população idosa que desenvolveu lesão por pressão durante o internamento na instituição. Método: Trata-se de uma pesquisa quantitativa do tipo exploratório-descritivo. O local de estudo foi um hospital de alta complexidade localizado na cidade de Recife – PE. A amostra foi de 161 prontuários de pacientes idosos internados que desenvolveram lesão por pressão durante o internamento no ano de 2017. Resultados: Dos 161 prontuários analisados, 95 (59%) eram do sexo masculino. As unidades de terapia intensiva obtiveram a maior incidência 89 (55,28%) e o motivo de internamento mais frequente foram as causas infecciosas 58 (36,02%). O uso de fralda descartável evidenciou-se como um fator predisponente, presente em 114 (70,81%), essa condição expõe a pele ao contato com efluentes e esse contato altera o pH da pele, que é naturalmente ácido, além de macerar, deixando sua barreira lipídica e proteica fragilizada, tornado-a mais vulnerável à ação de enzimas e micro-organismos patogênicos. A polifarmácia foi identificada como condição de risco. A região sacra liderou as ocorrências com 107 (66,46%). Em relação à classificação das lesões por pressão, 95 (59,01%) foram estágio 2, nesse estágio, a ferida pode evoluir rapidamente, devendo a redistribuição da pressão ser imperativa. De acordo com a escala de Braden, 145 (90,06%) apresentaram-se dentro dos grupos de riscos moderado e alto. Conclusões: Foram evidenciados como fatores de risco para lesões por pressão a imobilidade, a umidade, a polifarmácia e as doenças crônicas, demonstrando que essa é uma população complexa, que necessita de medidas de prevenção da lesão por pressão, bem como de manutenção da integridade cutânea em diversos aspectos, como hidratação, manejo adequado do microclima, controle de eletrólitos, aporte proteico e calórico adequado, baseadas em evidências científicas, levando em consideração o quadro clínico, psíquico e social, que envolve o paciente assistido. Um plano de ação poderá ser realizado através da elaboração de cartilhas educativas que tragam descritas os sinais clínicos de risco para o desenvolvimento de lesão por pressão e quais medidas deverão ser implementadas para a prevenção desse agravo, de forma clara e ilustrativa, para que sejam entregues aos acompanhantes, familiares dos pacientes que se enquadrem em situações de risco, de acordo com a aplicação da Escala de Braden, deste modo, tornando essa postura de prevenção e de cuidado com a pele uma responsabilidade de todos que o assistem.