O USO DA TELEFERMAGEM COMO INSTRUMENTO PARA MITIGAR OS IMPACTOS DA ÚLCERA VENOSA
Resumo
O objeto de estudo trata do uso da telenfermagem como ferramenta assistencial para identificação dos impactos da úlcera venosa (UV) na qualidade de vida dos pacientes. Entende-se que investigar este objeto é relevante, pois, a telenfermagem em estomaterapia ainda é um tema pouco abordado, necessitando ser difundido, uma vez que se trata de uma tecnologia efetiva de orientações para o autocuidado e adesão ao tratamento, sendo uma estratégia essencial para o direcionamento da assistência ao usuário. Nesse sentido, destaca-se que a utilização das telecomunicações e das tecnologias computacionais podem ser estimuladas e investigadas, pois favorecem os cuidados de enfermagem em estomaterapia, garantindo conforto e a independência do usuário, minimizando os impactos decorrentes dos fatores epidemiológicos, e redução dos custos que envolvem os cuidados de saúde, permitindo melhor qualidade de vida a essas pessoas. Objetivos: caracterizar as interferências nas atividades de vida diária dos pacientes com UV submetidos à telenfermagem; e descrever as queixas (em relação às lesões) apresentadas por esses pacientes sob telenfermagem. Trata-se de um estudo documental, descritivo e transversal, com abordagem quantitativa, realizado por meio da análise de 159 prontuários de pacientes UV acompanhados por telenfermagem na clínica de enfermagem em estomaterapia, localizada no Rio de Janeiro, no período de abril de 2018 a fevereiro de 2021. Para iniciar a coleta de dados, respeitou-se à Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, obtendo o parecer positivo do Comitê de Ética em Pesquisa, sob o número 3.573.933. Os resultados apontaram uma população de 81 (50,94%) mulheres e 78 (49,06%) homens; com média de idade (desvio padrão) de 68,07 (5,28). Ressalta-se que dos 159 pacientes, 135 (84,91%) alegam que as úlceras venosas interferiam na realização das atividades de vida diária, com a presença de uma a cinco interferências por participante, totalizando 348 no somatório geral. Observou-se a predominância de duas interferências por pessoa, sendo a deambulação 117 (33,62%), o sono 96 (27,59%) e o apetite 48 (13,79%) mais afetados.
Além disso, os pacientes queixavam-se de dor 68 (35,42%), prurido 45 (23,44%) e edema 26 (13,54%). Contudo, os pacientes sem nenhuma queixa representaram 23 (11,98%), e o restante referiu queimação 16 (8,33%), ardência 9 (4,69%) e pontada 5 (2,60%). Conclui-se que a telenfermagem pode identificar os impactos negativos na vida da pessoa com UV. Esta ferramenta pode ser uma forte aliada para apurar as potencialidades e os déficits na prestação de cuidados aos pacientes com úlcera venosa, que necessitam de assistência integral para uma melhor qualidade de vida.