O PAPEL DO ESTOMATERAPEUTA NOS CUIDADOS DE PESSOAS COM PÉ DIABÉTICO
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
Resumo
A úlcera do pé diabético é uma complicação crônica frequente e onerosa para os serviços de saúde. Constitui-se no maior fator de risco para amputação do membro, hospitalização de risco, gerando alto custo econômico e diminuição da capacidade produtiva dos indivíduos¹. Objetivo foi elucidar o papel do enfermeiro estomaterapeuta no cuidado ao paciente com lesão infeccionada nos membros inferiores por ser diabético, portador de pés neuropáticos, com presença de lesão aberta de difícil cicatrização, elaborando um plano de cuidados, com base nos diagnósticos e intervenções de enfermagem. Foi realizada uma pesquisa exploratória-descritiva do tipo de relato de experiência a partir das práticas laborais em estomaterapia dos pesquisadores ao cuidar do pé diabético. Para proporcionar maior familiaridade com o problema, este tipo de estudo pode ser desenvolvido através de levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas imersas no problema, geralmente, assumindo a forma de pesquisa bibliográfica e estudo ou relato de caso². O local do desenvolvimento do estudo foi um hospital público municipal cearense, de nível terciário com ambulatório para pacientes egressos, onde o serviço de tratamento de feridas já bem consolidado, tendo seguimento no período de abril a junho de 2023. Todos os aspectos éticos foram respeitados visto que se retrata aqui percepções e cuidados de uma equipe de profissionais, sem vinculação de depoimentos, imagens ou quaisquer exposições humanas, individuais e particulares. A experiência de prestar assistência de enfermagem ao paciente diabético com lesão neuropática infectada e presenciar a evolução satisfatória se deu a partir dos seguinte plano de cuidados, com diagnósticos e intervenções de enfermagem. Diagnóstico I³: Integridade tissular prejudicada, relacionada ao controle insuficiente do Diabetes, caracterizado por alteração da sensibilidade dos pés. Intervenções relacionadas: Explicar os cuidados com a pele e áreas circunvizinhas; manter a pele limpa e seca; verificar rotina de controle glicêmico e plano alimentar traçado; direcionar à meta de peso adequado e terapia medicamentosa prescrita; fortalecer os vínculos e seguimento multiprofissional; verificar alterações de marchas e áreas de pressão plantar; orientar calçado apropriado. Diagnostico II³: Risco de infecção, relacionado a alteração da integridade da pele, associado a doença crônica. Intervenções relacionadas: supervisionar pele, evitando umidade e verificar condições da lesão a cada curativo; manter rigor em antibioticoterapia prescrita, para controle da infecção; aplicar cobertura na lesão para reduzir exsudato, dor e desconforto, favorecendo o processo cicatricial e melhora da qualidade de vidas das pessoas acometidas. Algumas complicações graves do pé diabético podem ser evitadas, assim o estomaterapeuta precisa elaborar o plano de cuidados do paciente com pés lesionados neuropáticos para conseguir identificar elementos de risco, alinhar fatores que favorecem a cicatrização como, controle glicêmico, uso de antibióticos e realização das trocas de curativo utilizando coberturas adequadas.