MANEJO DA DERMATITE ASSOCIADA A INCONTINÊNCIA EM UMA UTI PEDIÁTRICA
Resumo
INTRODUÇÃO: A Dermatite Associada à Incontinência (DAI) é uma inflamação da pele resultante do seu contato prolongado com a urina e/ou fezes, geralmente limitada à área perianal e glútea, coxas, genitália externa e áreas suprapúbicas. Tal dano é caracterizado por hiperemia, edema, ardor, prurido, dor e escoriações, e pode ser acometido por infecções oportunistas1-2. A sua ocorrência está associada a fatores como a fragilidade epidérmica e alterações do microclima local elevando o risco da instalação do dano cutâneo. A DAI no cenário de cuidado de crianças internadas em terapia intensiva dispensa esforços dos enfermeiros quanto ao uso de protocolos, e cuidado sistematizado. Compreender a fisiopatologia, sinais e sintomas, usar instrumentos de avaliação norteia e padroniza a avaliação da DAI. OBJETIVO: Descrever o manejo da DAI em uma Unidade de Terapia Intensiva pediátrica. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo descritiva-exploratória, desenvolvido por um enfermeiro pós-graduando em Estomaterapia junto a uma UTI pediátrica nos meses de maio a julho. Realizado no município de Fortaleza/Ceará em um hospital público vinculado à secretaria de Saúde do Estado. RESULTADOS: A UTI segue o protocolo de interconsulta para o Serviço de Estomaterapia (SE) que acompanha a SAE, fazendo o diagnóstico e conduta junto às enfermeiras da unidade. O processo estruturado de cuidados com a pele inclui três etapas: a seleção de fraldas, técnicas de limpeza local e proteção da pele. O uso de fraldas contendo polímeros super absorventes auxilia na absorção e retenção dos fluidos, reduzindo o umedecimento da região e o contato do irritante com a pele. A rotina da higienização das crianças segue o fluxo de troca de fralda frente a diurese com água e lenços umedecidos e se evacuação, higiene com sabonete líquido neutro ou de pH próximo da pele. A limpeza deve ser realizada após cada episódio de eliminação, com o mínimo de atrito e secagem cuidadosa, prevenindo irritação, retardo na regeneração e cicatrização da área lesionada. Para proteção da pele após a limpeza utiliza-se um protetor cutâneo, a fim de formar a barreira protetora. CONCLUSÃO: A pele da criança é naturalmente frágil e sofre alterações, elevando o risco do surgimento da DAI, devido a uma combinação de fatores. O enfermeiro é o principal agente do cuidado para prevenção e tratamento dessas lesões durante internamento hospitalar a partir de condutas baseadas em diretrizes científicas atualizadas, melhorando a qualidade do cuidado de enfermagem nesse contexto. As ações de enfermagem em consonância com o SE geram resultados positivos junto a resolução do problema gerando indicadores favoráveis partilhados com o escritório de qualidade e segurança dos pacientes reduzindo o problema.