ENFERMAGEM EM ESTOMATERAPIA NO CONTEXTO DOS CUIDADOS PALIATIVOS
SCOPING REVIEW
Resumo
Introdução: Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, por meio de identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais (1). Neste sentido, surgiu a necessidade de um cuidado amplo e complexo no acompanhamento de pacientes com ou sem reversão de seus casos clínicos, trazendo interesse na totalidade da vida e respeitando seu sofrimento e o sofrimento de seus familiares (2). Nesta área da enfermagem, é necessário uma abordagem humanizada e olhar o paciente em sua integralidade, não apenas diferenciá-lo por seu estado clínico, compreendendo os princípios norteadores, que se baseiam na identificação e avaliação dos problemas enfrentados (3). Já a Estomaterapia é uma área voltada à assistência de pessoas com estomias, feridas, incontinências e que em algum momento, atuará em cuidados paliativos. Sabe-se que, pacientes em cuidados paliativos são mais propícios a desenvolverem lesões devido ao comprometimento homeostático de suas funções corporais (4). Além disso, esses pacientes comumente fazem uso de cateteres, drenos e estomias. Assim, há a necessidade de conhecer como a Estomaterapia pode influenciar nos cuidados paliativos a fim de obter uma assistência plena. Objetivo: conhecer as ações de enfermagem em estomaterapia no contexto dos cuidados paliativos. Método: trata-se de uma scoping review desenvolvida com base nas recomendações do PRISMA-ScR e no método proposto por Joanna Briggs Institute. Foram realizadas buscas nas bases de dados LILACS, BDENF e MEDLINE, utilizando descritores relacionados à estomaterapia e aos cuidados paliativos. Resultados: foram mapeados vinte e três artigos, selecionados de forma sistemática e não sistemática. Desses, 69% eram da área de feridas, 21% da área de incontinências e 10% da área de ostomias. Os principais registros discorrem sobre fatores biopsicossociais relacionados à prevalência e incidência de lesões por pressão associadas principalmente às fases de instabilidade e agravamento de acordo com as especificidades dos pacientes. À medida que os pacientes se aproximavam do fim da vida, eles estavam dispostos a abrir mão de alguma dignidade se fosse necessário lidar com os sintomas que lhes causavam mais sofrimento. Ademais, cinco artigos encontrados trouxeram a relevância do enfermeiro em saber como intervir nos cuidados relacionados à estomaterapia. Cada caso possui sua particularidade, mas há grande importância de o profissional agir com respeito e proporcionar dignidade. Conclusão: há poucas publicações que relacionam a estomaterapia e os cuidados paliativos. O processo de morte é tão inerente a vida do ser humano quanto o nascimento e, quando nos referimos a pacientes paliativos, as metas visam apenas proporcionar conforto e minimizar o impacto das feridas, estomias e incontinências na qualidade de vida do paciente, com isso, o papel do estomaterapeuta é direcionar o foco do atendimento para o alívio da dor, prevenção de infecções e de agravamentos.