VIVÊNCIA ACADÊMICA NA ESTOMATERAPIA EM UM HOSPITAL INFANTIL DE REFERÊNCIA

RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores

  • ANA ROSA BRAGA DE SOUZA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
  • AMELINA DE BRITO BELCHIOR UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
  • NATÁLIA MARIA DA SILVA DE LIMA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
  • GABRIEL DE JESUS APRIGIO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
  • LUA VITÓRIA BRAGA RAMALHO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
  • VANESSA ALMEIDA PINHO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE
  • TIAGO DA SILVA NASCIMENTO HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN
  • DIELSON ALVES DE SOUSA HOSPITAL INFANTIL ALBERT SABIN

Resumo

Introdução: A Estomaterapia é uma especialidade exclusiva do enfermeiro voltada a ações de promoção e atenção integral à saúde, em seus aspectos preventivo, curativo e de reabilitação em feridas, estomias e incontinências¹. As Ligas Acadêmicas de Estomaterapia são iniciativas estudantis que visa complementar a formação acadêmica da graduação em enfermagem na área de Estomaterapia, por meio de atividades que atendam o trinômio universitário de extensão, pesquisa e ensino². Umas das finalidades das Ligas é desenvolver atividades assistenciais de prevenção e cuidado em estomias, feridas e/ou incontinência sob supervisão docente. Dito isso, as ligas acadêmicas são de suma importância pois possibilitam o aprofundamento do conhecimento, aprimoramento das habilidades em áreas específicas da enfermagem, tanto no que se diz respeito aos estudos teóricos realizados em palestras, minicursos e em discussão de artigos em momentos de reuniões internas, como também na participação de ações extramuro, ações práticas e visitas técnicas. A participação dos discentes em projetos de extensão durante a graduação permite aos acadêmicos maior memorização, aperfeiçoamento e prática das suas habilidades e conhecimentos adquiridos em sala de aula³. A criança e o adolescente necessitam de uma atenção especial, dadas as peculiaridades biológicas, psicológicas e as características próprias desse grupo, sujeito aos agravos decorrentes das doenças prevalentes na infância e adolescência, necessitando de recursos materiais e humanos para o atendimento especializado. Os profissionais que atuam na pediatria devem receber treinamento específico, tanto técnico e científico, voltado para esse público. Outro ponto é a angústia e a ausência dos familiares, amigos e da rotina normal são também fontes de tensão nesse público?. Esse estudo se torna relevante por contribuir para disseminação da importância das ligas acadêmicas tanto para a formação do discente como para o serviço e a sociedade. Objetivo: Relatar a vivência de uma acadêmica de enfermagem durante um estágio voluntário, extracurricular no Serviço Especializado em Estomias, Feridas e Incontinências de um Hospital Infantil. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência sobre a vivência de uma acadêmica de enfermagem em um estágio, voluntário e extracurricular. O relato de experiência tem como característica principal a descrição das ações realizadas, este é um tipo de produção de conhecimento, cujo texto apresenta uma vivência acadêmica e/ou profissional em um, ou mais, pilares da formação universitária (ensino, pesquisa e extensão)?. Assim, a escolha por este tipo e a abordagem de pesquisa tem profunda adesão aos objetivos propostos. Realizado em um serviço Especializado em Estomias, Feridas e Incontinências de um Hospital Infantil de referência em Fortaleza no Estado do Ceará, esse serviço integra o Sistema Único de Saúde (SUS) compondo a rede de hospitais terciários públicos do estado. O Serviço de Estomaterapia do hospital infantil é composto por seis enfermeiros com especialização em estomaterapia e/ou em dermatologia e uma técnica de enfermagem. Os atendimentos são realizados nos leitos, busca ativa nas unidades e ambulatório, por meio de pareceres solicitados por enfermeiros ou médicos. Os atendimentos são realizados nas três áreas da estomaterapia. A atuação da acadêmica se deu enquanto integrante e extensionista da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (LEE) da Universidade Estadual do Ceará (UECE), no período de março de 2022 a maio de 2023. Com carga horária de três horas por dia em dois dias da semana, totalizando seis horas semanais. Esse estudo obedeceu à Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), por não apresentar dados direta ou indiretamente de pacientes, profissionais, ou prontuários, e preservar a privacidade e confidencialidade dos envolvidos, não foi submetido ao comitê de ética. Resultados: Durante o período do estágio, a acadêmica desenvolveu duas principais ações: 1) Coleta de dados para levantamento interno do setor e da assistência ao paciente; 2) Ações desenvolvidas em conjunto com os enfermeiros estomaterapeutas do setor. O levantamento de dados foi realizado por meio de formulário do serviço. Foi efetuado uma busca ativa de pacientes com estomias, feridas, incontinência e dermatites em todos os blocos do hospital, leito a leito, sobre qualidade da assistência, uso da escala de braden, prevalência e incidência de lesão por pressão, os dados desse levantamento serviram de base para o serviço. No momento da busca oportunamente também servia para praticar educação em saúde sobre temas, por exemplo, importância da hidratação da pele, mudança de decúbito, cuidados com dispositivos como bolsa coletora ou cânula de traqueostomia, frequência da troca de fraldas, prevenção de dermatite associada a incontinência urinária, entre outros. No que se diz respeito ao acompanhamento dos enfermeiros estomaterapeutas do setor, a extensionista pode contribuir no atendimento realizado tanto nas unidades como no ambulatório. Nas unidades, a acadêmica pode acompanhar os enfermeiros estomaterapeutas e realizar atendimento desde a educação em saúde com os acompanhantes e aos procedimentos práticos a pacientes com feridas como retirada de curativo, limpeza da ferida, escolha da cobertura mais adequada para o caso, cobertura secundária, pacientes com ostomias, como traqueostomias, gastrostomias, urostomias, assim como na área de incontinências, uso de catéteres de alívio, Dermatite Associada à Incontinência (DAI). Após os atendimentos eram realizadas as orientações para pacientes e acompanhantes e a evolução de enfermagem no prontuário. Os atendimentos também foram realizados no ambulatório do serviço, o público atendido, nesse caso, eram crianças e adolescentes de alta hospitalar que precisavam dar seguimento no tratamento por apresentarem feridas, estomias ou dermatites. Na sala também aconteciam atendimentos de cateterismo vesical de alívio, onde o estomaterapeuta explicava o processo de condução do procedimento a ser realizado pelo acompanhante ou paciente, quando este estiver no seu domicílio. Participar da rotina do setor, realizando todas essas práticas foram de suma importância para aprendizagem da acadêmica, visto que a prática é importante para trabalhar as habilidades e aumentar o conhecimento da mesma. Todas as ações exercidas pela discente eram discutidas e supervisionadas pelo profissional estomaterapeuta que a orientava e acompanhava todas as atividades realizadas. Considerações finais: A experiência de participar do estágio possibilitou à discente vivenciar o processo de trabalho do Enfermeiro(a) na produção do cuidado em enfermagem e estomaterapia, aplicando os conhecimentos teóricos adquiridos nas aulas em situações clínicas reais de cuidados ao paciente. Ademais, destaca-se como outro ponto relevante a supervisão dos enfermeiros preceptores, pois atuam como mentores e por meio dos feedbacks, proporcionam um aprendizado mais sólido. Assim como foi importante acompanhar e desenvolver ações e práticas de assistência tão enriquecedoras para o crescimento profissional e também pessoal, promovendo a evolução, autonomia e desenvoltura no cuidado de enfermagem.

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Publicado

2023-10-21

Como Citar

ROSA BRAGA DE SOUZA, A. ., DE BRITO BELCHIOR, A. ., MARIA DA SILVA DE LIMA, N. ., DE JESUS APRIGIO, G. ., VITÓRIA BRAGA RAMALHO, L. ., ALMEIDA PINHO, V., DA SILVA NASCIMENTO, T. ., & ALVES DE SOUSA, D. . (2023). VIVÊNCIA ACADÊMICA NA ESTOMATERAPIA EM UM HOSPITAL INFANTIL DE REFERÊNCIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/873