VOLUNTARIADO E AMOR: RELATANDO A GESTÃO NO AMBULATÓRIO DE ESTOMATERAPIA

Autores

  • LUCIANA CATUNDA GOMES DE MENEZES UNIFAMETRO E VIECARE
  • VIVIANE DE OLIVEIRA ARAGÃO FEIJÓ UNIFAMETRO
  • REBECCA FORTE RODRIGUES UNIFAMETRO
  • ARETA JEOVANE PEROTE DO NASCIMENTO SOUSA UNIFAMETRO
  • MARLEY GOMES DE FREITAS UNIFAMETRO
  • BRUNA NEGREIROS DE SÁ UNIFAMETRO
  • FRANCISCA VALDIANA MARQUES FREITAS UNIFAMETRO
  • ANA KARE LESSA SAMPAIO UNIFAMETRO

Resumo

INTRODUÇÃO: Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o termo “voluntário” representa uma pessoa que, por meio do seu interesse pessoal, espírito social e afetivo, dedica parte do seu tempo para atividades diversas que visam o bem-estar da sociedade e seus indivíduos, sem necessariamente receber alguma coisa por isso. O dicionário Oxford diz que o trabalho voluntariado não é forçado, e que só depende da vontade de cada um. Para a Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST), o trabalho voluntário é uma atividade não remunerada, onde a pessoa dedica parte de seu tempo para compartilhar suas habilidades e conhecimentos em prol da sociedade, sendo uma oportunidade de reciprocidade e confiança entre pessoas, de troca de informações e experiências que trarão benefícios para os dois lados. No que tange ao gerenciamento do voluntariado, estudos mostram a falta de profissionalização da gestão do trabalho voluntário e a presença de aspectos assistencialistas e descompromissados, assim como relatos de escassez de recursos e necessidade de melhor qualificação. Entretanto, percebe-se que a gestão do cuidado voluntariado também têm aspectos positivos, a destacar: redução de custos operacionais, melhoraria na imagem do serviço, contribuição para a formação de pessoas, troca de experiências entre os voluntários, e principalmente, um atendimento prestado com amor, dedicação e cientificidade para pacientes, familiares e colaboradores. Ainda, a organização que apoia e recebe essa força de trabalho também se beneficia, melhorando sua coesão social, diretamente ligada à questão da responsabilidade social. Essas atividades são realizadas em diversos ambientes, como clínicas-escolas de centros universitários que funcionam por meio de ambulatórios e atendem diversas especialidades, dentre estas e como foco dessa pesquisa, destaca-se a Enfermagem em Estomaterapia. Assim, considerando a relevância do trabalho de gestão do voluntariado em um Ambulatório de Estomaterapia, este estudo procura responder o seguinte questionamento: “Como é realizada a gestão do voluntariado de um ambulatório em Estomaterapia?”. Tem-se como pressuposto que o trabalho voluntário é conduzido sob alguma forma de gestão, obedecendo a critérios organizativos, como processos e normas que conduzem sua atuação, buscando atender os objetivos estratégicos da organização. OBJETIVO: Relatar a gestão do voluntariado em um ambulatório de Estomaterapia. MÉTODO: Trata-se de um Relato de Experiência (RE) desenvolvido no ambulatório de Estomaterapia de uma universidade privada de Fortaleza-Ceará-Brasil entre março de 2019 a agosto de 2023 onde foram investigadas as práticas de gestão desenvolvidas. Como se trata de um RE, não foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa. Ressalta-se que os únicos relatos publicados nessa pesquisa foram da gestora e de duas voluntárias, ambas autoras do estudo. RESULTADOS: Os resultados foram organizados em temáticas, a destacar: 1) Organização do voluntariado, 2) Funções do Gestor do voluntariado, 3) Processos do gerenciamento do voluntariado, 4) Ações desenvolvidas pelos voluntários e 5) Relatos sobre a percepção da gestão no voluntariado. 1) Na Organização do voluntariado, o quadro conta com 23 pessoas, entre enfermeiros estomaterapeutas, alunos graduando em Estomaterapia e alunos de graduação em Enfermagem. 2) O coordenador é um enfermeiro estomaterapeuta docente da universidade que têm as seguintes atribuições, entre as quais se destacam: articular o envolvimento do voluntário na organização, desenvolver programas e objetivos, estabelecer as funções voluntárias, coordenar o planejamento de turnos com construção de escalas, determinar políticas e procedimentos, solicitar compra de materiais, gerenciar orçamento, desenvolver novos projetos como ações sociais em praças, igrejas e hospitais, realizar avaliação do desempenho pessoal e de resultados, entre outras atividades. 3) O gestor conta com os processos voltados ao/a: recrutamento, seleção, contrato, integrações, orientações, capacitações e palestras, bem como o reconhecimento por meio de uma declaração de tempo no serviço ao término do voluntariado. 4) As ações desenvolvidas pelos voluntários são diversas, a destacar: assistência em Estomaterapia nas três grandes áreas, treinamentos com os representantes das indústrias, ações sociais em igrejas, praças e hospitais, ações de educação em saúde nos corredores da universidade, no acolhimento dos pacientes e nas proximidades do ambulatório, teleconsulta em Estomaterapia, construção de materiais escritos de educação em saúde, com validação, publicação e aplicação, bem como construção de materiais de simulação realística para treinamento, organizações de Hands on e Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE) enfermeiros e discentes de enfermagem, dentre outras. 5) Nos relatos sobre a percepção da gestão do ambulatório de Estomaterapia, destacam-se: “Nós temos compromissos com a formação dos voluntariados para que estes proporcionem um cuidado humanizado, ético e que seja embasado em conhecimentos científicos” (Gestora); "Sou voluntária desde o início, comecei ainda como acadêmica em 2019, hoje sou graduanda em Estomaterapia pela Universidade Estadual do Ceará e exerço uma função de consultoria técnica em uma empresa na área de Estomaterapia, e durante todo esse período tive a oportunidade de conhecer e apaixonar pela área. O que mais me surpreendeu foi a variedade de conhecimentos e oportunidades que a Estomaterapia nos proporciona. Além disso, um outro grande diferencial na minha vida, é o suporte que temos da gestão do serviço, pois a atenção e o cuidado com que somos tratados, nos trazem a segurança e a tranquilidade de realizar um cuidado em Estomaterapia com amor, ética e cientificidade (Autora 6). “Sou voluntária no ambulatório desde 2019 até os dias atuais. O encanto pela Estomaterapia aconteceu desde a graduação quando assisti a palestra intitulada Empreendedorismo em Estomaterapia, ministrada pela gestora do voluntariado, onde foi abordado os cuidados desempenhados no ambulatório. Fiquei encantada com o compromisso e com o zelo do trabalho realizado por ela e sua equipe. Logo que abriu a seleção, participei e fui aprovada. Em todo o tempo que estou lá, observei todas as ações desenvolvidas e conduzidas pela gestora, porém, o que mais me impressiona, é a sua dedicação, solidariedade e doação no cuidado em Estomaterapia. Ainda, hoje sou enfermeira graduanda em Estomaterapia pela Universidade Federal do Ceará, trabalho em uma instituição hospitalar, e penso que estamos na vida para dividir um pouco do nosso tempo, das nossas experiências, enfim, do que podemos fazer para tornar a vida melhor das pessoas com feridas, estomias e incontinências” (Autora 8). CONCLUSÃO: Acredita-se que a gestão do voluntariado em Estomaterapia vai muito além da gestão de pessoas, gestão participativa, resultados ou aspectos assistencialistas, envolve aspectos mais amplos, como dedicação, amor, compromisso e cuidado fundamento em evidências científicas.

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Publicado

2023-10-21

Como Citar

CATUNDA GOMES DE MENEZES, L. ., DE OLIVEIRA ARAGÃO FEIJÓ, V. ., FORTE RODRIGUES, R., JEOVANE PEROTE DO NASCIMENTO SOUSA, A. ., GOMES DE FREITAS, M. ., NEGREIROS DE SÁ, B. ., VALDIANA MARQUES FREITAS, F. ., & KARE LESSA SAMPAIO, A. . (2023). VOLUNTARIADO E AMOR: RELATANDO A GESTÃO NO AMBULATÓRIO DE ESTOMATERAPIA. Congresso Brasileiro De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/874