Brazilian Congress of Stomatherapy https://anais.sobest.com.br/cbe <p>International biennial event lasting 4 days, with plenary session and side events such as Public Policy Forum, Education Forum, Academic Interconnects, mini improvement courses, title test (TiSOBEST) and technology stands.</p> SOBEST pt-BR Brazilian Congress of Stomatherapy 2525-4952 1ª CERTIFICAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS EM HIGIENE DA FERIDA COMO TECNOLOGIA EDUCACIONAL PARA ENFERMEIROS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1938 Introdução: As feridas são apontadas como um problema de saúde pública que acomete milhares de pessoas, intimamente associadas à piora da funcionalidade, dor, complicações infecciosas e morbimortalidade1. Nesse ínterim, a higiene de feridas engloba um protocolo de cuidados em quatro etapas fundamentais para o tratamento de feridas2. A literatura aborda a importância do treinamento do enfermeiro para realização das etapas de higiene da ferida3. Objetivos: O objetivo do estudo é relatar a experiência da 1ª Certificação de Boas Práticas em Higiene da Ferida destinada à capacitação de enfermeiros. Método: trata-se de um relato de experiência sobre a criação da 1ª Certificação de Boas Práticas em Higiene da Ferida, realizada no período de setembro a dezembro de 2023, por meio de uma parceria entre uma multinacional de produtos para prevenção e tratamento de feridas e uma instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação. A ideia de desenvolver a certificação surgiu como forma de capacitar enfermeiros na execução das etapas da higiene da ferida, a fim de conferir competência e habilidade para realizá-las. Resultados: A habilitação contou com a participação de 21 enfermeiros, sendo um pré-requisito para seleção a disponibilização prévia da tecnologia hidrofibra com prata com cloreto de benzetônio e ácido etilenodiamino tetra-acético na instituição onde atua. O curso foi realizado com uma carga horária de 30h e seguindo uma divisão em quatro módulos: 1) Módulo de Ensino à Distância, dispondo de uma matriz curricular com uma sequência de aulas teóricas realizadas de maneira remota; 2) Módulo presencial, para execução de treinamento teórico-prático; 3) Desenvolvimento de estudo de caso e 4) Treinamento em higiene da ferida. O profissional participante e concluinte das quatro etapas certificou-se como enfermeiro habilitado em Boas Práticas em Higiene da Ferida. A certificação de Boas Práticas em Higiene da Ferida pode operar como uma ferramenta educacional inovadora que fomenta a educação permanente de enfermeiros, na medida em que confere competência técnica para a execução das etapas de higiene da ferida e reverbera em uma prática de enfermagem no manejo de feridas de excelência. Conclusão: A criação de uma certificação de boas práticas em higiene da ferida, voltada para capacitar enfermeiros nos diversos cenários de prática clínica, pode favorecer o letramento científico em saúde e impactar diretamente em uma assistência de enfermagem de excelência. Faz-se necessário incentivar a elaboração de ações congêneres, a fim de ampliar o número de profissionais habilitados em realizar as etapas de higiene da ferida com segurança. Rosana Cristina Correa Pinto Paula De Souza Silva Freitas Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ORGANIZAÇÃO DO CUIDADO EM ESTOMATERAPIA: ENFOQUE NA GESTÃO E PLANEJAMENTO. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1939 Introdução: A estomaterapia é uma especialidade da enfermagem voltada para o cuidado de pessoas com estomias, feridas e incontinências, exigindo planejamento sistemático e gestão eficaz para garantir assistência de qualidade. A complexidade dos cuidados, a diversidade de tecnologias disponíveis e a necessidade de protocolos individualizados tornam essencial a atuação estratégica do enfermeiro na organização dos recursos humanos, materiais e assistenciais. Objetivo: Relatar a importância do planejamento e da gestão da assistência de enfermagem em estomaterapia na promoção de cuidados seguros, resolutivos e baseados em evidências. Método: Trata-se de um relato de experiência profissional em uma instituição hospitalar de médio porte, envolvendo a atuação da enfermeira estomaterapeuta no planejamento e organização do cuidado a pacientes com feridas complexas. As ações incluíram definição de fluxos de atendimento, padronização de coberturas, capacitação da equipe de enfermagem e uso de protocolos para avaliação e registro clínico. Resultados: A implementação de um planejamento estruturado e a gestão ativa da assistência em estomaterapia resultaram na melhora da qualidade do cuidado, redução no tempo de cicatrização das lesões e otimização do uso de materiais. Observou-se maior segurança para a equipe e para os pacientes, além de padronização da linguagem clínica e fortalecimento da atuação do enfermeiro como líder do cuidado. Conclusão: O planejamento e a gestão da enfermagem são pilares fundamentais para o cuidado eficaz em estomaterapia. A organização dos processos assistenciais e a atuação do enfermeiro como gestor contribuem diretamente para a resolutividade clínica, sustentabilidade dos recursos e humanização do cuidado. Giovanna Barbosa Medeiros Beatriz Caetano Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A EFICÁCIA DE APLICATIVOS MÓVEIS NO APOIO À EDUCAÇÃO E AUTOCUIDADO DE PACIENTES OSTOMIZADOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1940 Introdução: A ostomia é um procedimento cirúrgico que cria uma abertura artificial (estoma) para a eliminação de fezes ou urina, alterando temporária ou permanentemente a função intestinal ou urinária e impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Embora muitas vezes necessária para salvar vidas ou controlar sintomas graves, sua realização demanda profundas mudanças na rotina, exigindo um processo complexo de adaptação física, emocional e social. Pacientes ostomizados frequentemente enfrentam ansiedade, tristeza, vergonha e isolamento. O estoma representa uma ruptura na imagem corporal, que requer ajustes técnicos e a reelaboração da identidade.A Organização Mundial da Saúde (OMS) define qualidade de vida como a percepção do indivíduo sobre sua posição na vida, levando em conta cultura, valores, objetivos e preocupações. Sob essa perspectiva, a ostomia afeta negativamente autonomia, autoestima e relações interpessoais. Reconhecer essas dimensões é fundamental para desenvolver estratégias de cuidado integradas e sensíveis às necessidades dos pacientes. Nesse contexto, o enfermeiro exerce papel central, oferecendo orientações técnicas sobre o manejo do estoma e cuidados com a pele periestomal, além de acolher medos e barreiras à reintegração social. Recentemente, aplicativos móveis têm se destacado como estratégias inovadoras para apoiar a estomaterapia e o autocuidado, ampliando o acesso à informação, fortalecendo vínculos com serviços de saúde e promovendo o empoderamento dos pacientes. Objetivo: Avaliar a eficácia de aplicativos móveis como estratégias educativas e de promoção do autocuidado em pacientes ostomizados, analisando sua relação com a qualidade de vida e adesão às práticas de autocuidado. Método: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura, utilizando bases de dados como PubMed e Scopus. Foram incluídos estudos que abordam a utilização de aplicativos móveis para suporte a pacientes ostomizados, com foco em resultados relacionados à educação em saúde e autocuidado. A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa, considerando a experiência dos usuários e a eficácia das intervenções. Resultados: A revisão revelou que o uso de aplicativos móveis contribuiu significativamente para a melhoria da adesão ao autocuidado e redução da ansiedade entre os pacientes ostomizados. Os aplicativos forneceram informações acessíveis sobre cuidados com a ostomia, dicas de manejo de complicações e suporte emocional, facilitando a comunicação entre pacientes e profissionais de saúde. Além disso, muitos usuários relataram um aumento na confiança em suas habilidades de autocuidado, resultando em uma melhor qualidade de vida. Conclusão: A integração de tecnologias digitais na estomaterapia representa uma abordagem inovadora que pode aprimorar a qualidade de vida dos pacientes ostomizados. A enfermagem desempenha um papel crucial na implementação e orientação sobre o uso dessas ferramentas, promovendo um cuidado mais integral e eficaz. A adoção de aplicativos móveis não apenas melhora a educação em saúde, mas também fortalece a relação entre pacientes e profissionais, contribuindo para um suporte mais holístico e personalizado. Dhamela Da Silva Cavalcante Erika Ferreira Santos Valdir Da Silva Junior Graciela De Oliveira Mayara Ana Da Cunha Kersten Maria Lucia Soero Almeida Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A IMPLANTAÇÃO DE UMA EMPRESA DE ESTOMATERAPIA NO RIO DE JANEIRO COM FOCO EM ASSISTÊNCIA, ENSINO E PESQUISA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1941 Introdução: A estomaterapia é uma especialidade exclusiva da enfermagem no cuidado de pessoas com estomias, feridas e incontinências, promovendo qualidade de vida por meio da assistência especializada, reabilitação e educação em saúde1. A crescente demanda por esse tipo de cuidado fora do ambiente hospitalar impulsiona o surgimento de iniciativas empreendedoras que ampliem o acesso e a continuidade do tratamento domiciliar2. Nesse contexto, em outubro de 2024, foi fundada no Rio de Janeiro, uma empresa idealizada por enfermeiras estomaterapeutas com o propósito de oferecer assistência de qualidade e fomentar o ensino e a pesquisa na área. A criação de modelos de cuidado especializados em estomaterapia3, que integrem assistência clínica, educação e pesquisa, tem se mostrado uma necessidade frente à complexidade das demandas de saúde no Brasil. Objetivo: Descrever a implantação de uma empresa e as ações desenvolvidas nas áreas de assistência, ensino e pesquisa em estomaterapia. Método Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, baseado no processo de criação e desenvolvimento da empresa entre os meses de outubro de 2024 e junho de 2025. Os dados foram organizados de forma narrativa e categorizados em três eixos de atuação: assistência, ensino e pesquisa. A análise considerou os resultados alcançados, os desafios enfrentados e as perspectivas de expansão. Resultados: Desde sua criação, a empresa estruturou seu funcionamento com foco em três áreas: 1. Assistência: atendimentos domiciliares com enfoque na avaliação integral de pessoas com estomias, feridas e incontinências. O cuidado é centrado no cliente e na família, com uso de tecnologias, protocolos clínicos baseados em evidências e orientação para o autocuidado4. 2. Ensino: oferta de cursos de atualização, oficinas práticas, capacitações e treinamentos personalizadas para instituições de saúde. Os conteúdos são elaborados com base nas diretrizes da Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST)5 e nas melhores práticas clínicas. 3. Pesquisa: iniciou- se a produção de relatos de experiência e levantamento de dados clínicos para construção de artigos científicos. Desenvolvimento de estudos de campo voltados à qualificação do cuidado e à geração de evidências sobre as práticas em estomaterapia no contexto domiciliar. A equipe atua ainda em parcerias com instituições de ensino superior e grupos de pesquisa, fomentando a integração entre prática clínica e produção científica. Ademais, a empresa mantém presença nas redes sociais. O diferencial está na sua capacidade de unir expertise técnica, acolhimento humanizado e visão empreendedora, promovendo um cuidado que ultrapassa os limites da clínica, sendo este o principal desafio e visa ainda contribuir com a formação de uma rede de apoio entre profissionais, clientes e familiares, como perspectiva futura. Conclusão: a implantação representa uma experiência inovadora de empreendedorismo na enfermagem, demonstrando que é possível integrar cuidado, ensino e pesquisa em estomaterapia de forma ética, qualificada e sustentável. A atuação da empresa contribui para a ampliação do acesso ao cuidado especializado e para a valorização da estomaterapia como campo essencial da saúde. Em um curto período demonstra impacto positivo no bem-estar dos usuários, na qualificação dos profissionais e na valorização da estomaterapia. Laurilene Barbara Da Silva Cardozo Déborah Machado Dos Santos Aline Miranda Brasil Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A TRAJETÓRIA DA ESTOMATERAPIA NO BRASIL: CONSOLIDAÇÃO, EXPANSÃO E PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1942 Introdução: A estomaterapia é uma especialidade da enfermagem voltada ao cuidado de pessoas com estomias, feridas e incontinências. No Brasil, teve início em 1984, com a atuação pioneira da Professora Vera Lúcia Conceição de Gouveia Santos. Em 1990, foi criado o primeiro curso de especialização na área, na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), marco inicial para a consolidação da especialidade no país. Com o fortalecimento institucional, foi fundada, em 1992, a Associação Brasileira de Estomaterapia: Estomias, Feridas e Incontinências (Sobest®), vinculada ao World Council of Enterostomal Therapists (WCET™)(1). Essa trajetória reflete não apenas um avanço técnico-científico, mas também político e educacional na enfermagem brasileira(2). Objetivos: Analisar a trajetória da estomaterapia no Brasil, com ênfase em sua consolidação como especialidade, na distribuição dos cursos de formação e nos impactos na inserção e valorização profissional do enfermeiro estomaterapeuta. Método: Trata-se de um estudo descritivo, baseado em levantamento documental e revisão narrativa da literatura publicada entre 2020 e 2025. Foram incluídos documentos institucionais da SOBEST, publicações científicas e diretrizes oficiais. Resultados: A consolidação da estomaterapia no Brasil está intrinsecamente ligada à atuação da SOBEST na regulamentação da prática, no fomento à produção científica e na promoção da formação qualificada(3). A estomaterapia brasileira destaca-se por mais de três décadas de desenvolvimento contínuo, com importantes conquistas na área da saúde(2). Atualmente, o Brasil possui 20 cursos de especialização acreditados pela SOBEST, distribuídos em 12 unidades federativas, o que corresponde a 44,44% do território nacional. Esses cursos abrangem as cinco macrorregiões do país, com a seguinte distribuição: Sudeste (10 cursos – 50%), Nordeste (5 – 25%), Sul (3 – 15%), Norte (1 – 5%) e Centro-Oeste (1 – 5%) (4). Em relação à natureza institucional, 11 (55%) cursos estão vinculados a instituições privadas e 9 (45%) a instituições públicas. A distribuição geográfica revela maior concentração no estado de São Paulo (7 – 35%), seguido por Ceará e Minas Gerais (2 – 10% cada). Os demais estados com 1 curso cada (5%) são: Mato Grosso do Sul, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Amazonas, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul(2). Esses dados evidenciam um expressivo destaque da região Sudeste, que concentra a maioria dos especialistas do país(2,4). Além disso, a formação especializada tem favorecido a inserção profissional em múltiplos contextos, ampliando a autonomia, a valorização entre pares e o acesso a tecnologias(5). Ademais, políticas públicas como a Portaria nº 400/2009 do Ministério da Saúde representam avanços importantes, ao passo que a participação brasileira em consensos internacionais reforça o protagonismo técnico e político da especialidade(2). Considerações Finais: A estomaterapia brasileira configura-se como uma especialidade consolidada e em constante evolução. Sua trajetória é marcada por pioneirismo, organização institucional e compromisso com a excelência do cuidado. A expansão da formação, os avanços científicos e a articulação política nacional e internacional contribuíram para o fortalecimento da área, conferindo maior visibilidade e valorização ao enfermeiro estomaterapeuta no cenário da saúde pública e privada. Jakeline Costa Dos Santos Vanessa De França Peixoto Zwietasch Carolina Cabral Pereira Da Costa Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A VIVÊNCIA DE UMA ACADÊMICA DE ENFERMAGEM NO PROGRAMA DE VOLUNTARIADO ACADÊMICO: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1943 Introdução A inserção de acadêmicos em programas de vivência prática, como o Programa de Voluntariado Acadêmico (PVA), permite uma aproximação com a realidade profissional, favorecendo o desenvolvimento do raciocínio clínico e o aprofundamento nos cuidados específicos da área¹. No contexto da estomaterapia o PVA passa a ser uma estratégia educativa que proporciona aos estudantes oportunidades supervisionadas de atuação prática voltadas ao cuidado de pessoas com estomias, feridas e incontinências². Objetivo Relatar a experiência de uma acadêmica de enfermagem no Programa de Voluntariado Acadêmico executado no serviço de estomaterapia de uma universidade pública do sul do Brasil. Método Trata-se de um relato de experiência, que seguiu as recomendações propostas por Mussi?. A vivência ocorreu em um hospital universitário vinculado à rede pública de saúde, que abriga, dentre seus setores especializados, a Equipe de Cuidado com a Pele (ECP). Essa equipe é composta por enfermeiros especialistas, responsáveis pela avaliação, prevenção e tratamento de lesões cutâneas em pacientes internados, bem como pela capacitação técnica aos profissionais de enfermagem³. A experiência relatada é de uma acadêmica de enfermagem que executou, de forma supervisionada, as atividades referentes ao cuidado com a pele no período de abril a julho de 2025. Por ser um relato de experiência, sem coleta de dados pessoais, o estudo não exigiu aprovação do Comitê de Ética (CEP). Resultados A experiência proporcionou um ambiente acolhedor e educativo, no qual a acadêmica pôde vivenciar a prática clínica especializada, participando da avaliação, escolha e realização de curativos em diferentes tipos de lesões cutâneas, além do acompanhamento de pacientes com estomias e incontinência. O contato direto com os profissionais permitiu desenvolver um olhar clínico mais atento às particularidades de cada paciente, compreendendo que o cuidado deve ser individualizado e fundamentado em evidências. A autonomia dos enfermeiros e sua capacidade de tomar decisões acuradas inspiraram a estudante, que passou a entender o papel protagonista do enfermeiro na condução da terapêutica. O raciocínio clínico foi estimulado constantemente, por meio da discussão de casos, escolha de coberturas e avaliação da resposta terapêutica. A prática do PVA também contribuiu para maior segurança na execução de técnicas, além de despertar interesse contínuo pela área, motivando o aprofundamento teórico e o desejo de seguir carreira na estomaterapia. Conclusão O PVA em estomaterapia foi uma experiência enriquecedora, que ampliou os conhecimentos da acadêmica para além dos conteúdos aprendidos em sala de aula. Por meio da prática supervisionada pelos especialistas, a vivência propiciou não apenas o aprimoramento de habilidades manuais e psicomotoras, mas também despertou a motivação para buscar outros programas institucionais, como projetos de iniciação científica e extensão, alinhados à área de estomaterapia. Além disso, a experiência se consolidou como um mecanismo de inserção no ambiente científico, possibilitando a participação em congressos na área, e que certamente irão contribuir na formação acadêmica. Relatos como este podem estimular outros estudantes a buscarem experiências semelhantes, reconhecendo o valor da prática supervisionada como ferramenta essencial na formação de um enfermeiro crítico, autônomo e humanizado, atuante na produção do cuidado especializado em feridas e estomias. Auwany Santos França Cinthia Tiemy Cardoso Maier Lucas Borges De Oliveira Márcia Cristina Dos Santos Almeida Batista Renilda Pereira Royko Kozlowski Shirley Boller Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 APLICAÇÃO DA TERAPIA A LASER EM UM SERVIÇO PÚBLICO DE ESTOMATERAPIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1944 Introdução: A terapia a laser é uma tecnologia que emite feixes de luz de baixa ou alta intensidade, sendo que na prática de enfermagem, o uso do laser, especialmente o de baixa intensidade, tem se destacado como uma ferramenta terapêutica inovadora no cuidado com feridas. Empregado desde a década de 1960, esse recurso contribui significativamente para a redução da dor, aceleração do processo cicatricial, ação anti-inflamatória, estímulo à produção de colágeno, proliferação de fibroblastos e aumento da microvascularização local, promovendo uma recuperação tecidual mais eficaz e com menor desconforto ao paciente1,2. A Terapia a Laser de Baixa Potência (TLBP) se destaca como uma abordagem eficaz no tratamento de feridas e vem sendo utilizada com o apoio de coberturas adequadas ao tipo de lesão3. Estudos recentes constataram que a bioestimulação desencadeada pelo uso da terapia aumentou o metabolismo, regenerou fibras nervosas, estimulou neo vasculogênese e regeneração de linfócitos, aumentando a velocidade de cicatrização das lesões2. Objetivo: Relatar a experiência da utilização da TLBP num serviço de Estomaterapia. Método: Estudo tipo relato de experiência sobre a utilização da TLBP num serviço público de Estomaterapia do sul do Brasil em 2025. Resultados: O serviço de Estomaterapia funciona de segunda a sexta-feira, possui duas enfermeiras Estomaterapeutas, um médico proctologista, uma nutricionista, um psicólogo, uma assistente social, quatro técnicos de enfermagem, uma telefonista e uma recepcionista. Atende pessoas com estomas e pacientes que necessitam de curativos especializados, como úlceras venosas, arteriais e feridas complexas. Frente a necessidade de utilizar novas tecnologias como a TLBP, as enfermeiras realizaram curso de capacitação em terapia a laser e passaram a prescrever e aplicar a técnica. Os pacientes com indicação de uso da terapia são identificados através de avaliação em consulta de enfermagem e, não havendo contra indicação, iniciam o tratamento mediante a concordância do mesmo. O termo de consentimento livre e esclarecido, assim como a autorização de registro fotográfico, são então assinados pelo paciente, que passa a ser submetido ao laser em toda área afetada respeitando a distância de 1cm entre cada ponto de aplicação. O retorno semanal para acompanhamento é agendado e a enfermeira realiza o registro em prontuário eletrônico com as medidas e características da lesão, quantidade de pontos de aplicação do laser e a dose prescrita. Conclusão: A terapia a laser no serviço de Estomaterapia tem se mostrado eficaz no processo cicatricial de lesões, aumentando a regeneração tecidual e melhorando o controle da inflamação e da dor, consequentemente proporcionando uma melhor qualidade de vida ao paciente. A experiência reforça a importância da capacitação dos enfermeiros e da incorporação de tecnologias inovadoras no cuidado, promovendo uma assistência mais qualificada, resolutiva e centrada no paciente. Rosaura Soares Paczek Laura Machado Martins Cristhiane De Souza Silveira Luciani Aparecida Da Silva Melo Elaine Maria Alexandre Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ASSÉDIO MORAL NA ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1945 Introdução: O assédio moral é uma violência comum no ambiente de trabalho, que afeta a qualidade de vida dos trabalhadores, impactando na saúde e no ambiente tanto a nível laboral quanto social. O sofrimento moral no trabalho em saúde constitui um problema sério e ético que reflete na prática profissional dos colaboradores, principalmente nos auxiliares e técnicos de enfermagem e enfermeiros, que são a maioria. Objetivos: Identificar e analisar as implicações do assédio moral no trabalho de enfermagem hospitalar. Método: o estudo é descritivo, do tipo revisão integrativa de literatura. Realizou- se busca de artigos na base Biblioteca Virtual em Saúde (Scielo, Medline e Lilacs) entre novembro de 2024 à março de 2025, onde foi selecionado vinte e um (21) artigos. Resultados: Evidenciado que os trabalhadores de enfermagem sofreram humilhações, constrangimentos e perseguições de forma repetitiva no ambiente de trabalho que desequilibraram e alteraram o relacionamento com os colegas de trabalho e chefias, causando baixa estima, isolamento social e queda no desempenho profissional. Os sentimentos gerados do assédio moral foram medo e sofrimento que acarretaram reações fisiológicas como cansaço, stress, dores de cabeça, falta de apetite e queixas gastrointestinais, e reações emocionais como tristeza extrema, ansiedade, síndrome do pânico e Burnout. Conclusão: Faz-se necessário acolher e acompanhar psicologicamente as vítimas e incentivar fazer as denúncias para coibir a prática de modo que os assediadores sejam identificados e punidos. Além da criação de medidas institucionais para a promoção da qualidade de vida profissional, prevenção da violência laboral e procedimentos padrões para orienta os profissionais diante dos atos violentos. A informação e escuta junto aos trabalhadores de enfermagem acaba sendo uma ferramenta importante para o enfrentamento do problema e na área da Estomaterapia ainda não temos trabalhos voltados para esse assunto. Adelaide Carvalho De Fonseca Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO ESTOMATERAPEUTA NO CUIDADO ONCOLÓGICO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1946 Introdução: o avanço das terapias oncológicas tem aumentado a sobrevida de pacientes com câncer, mas também impõe adversidades relacionadas ao manejo complexo de sequelas. O cenário oncológico atual, com sua crescente incidência, exige da equipe de saúde uma atuação eficaz diante de complicações que afetam a qualidade de vida, como feridas, estomias de eliminação, disfunções do assoalho pélvico (incontinências), além do manejo de drenos e fístulas. Essas condições exigem um cuidado especializado e integral(1). Nesse contexto, destaca-se a assistência do enfermeiro estomaterapeuta, para a recuperação física, psicossocial e melhoria da qualidade de vida dos pacientes oncológicos. Sua atuação transcende a assistência técnica, englobando uma visão holística(2). Objetivo: refletir sobre a relevância do estomaterapeuta na oncologia, abordando suas intervenções e a necessidade de reconhecer a importância da sua atuação como membro indispensável da equipe multiprofissional. A complexidade do tratamento oncológico exige abordagem especializada, na qual o enfermeiro estomaterapeuta é fundamental. Método: trata-se de um estudo de reflexão, de natureza teórica, fundamentado na análise da literatura em bases de dados eletrônicas sobre a atuação do enfermeiro estomaterapeuta no contexto oncológico. O estudo não se propõe a esgotar o tema, mas a fomentar a reflexão sobre a importância desse profissional na equipe multiprofissional de oncologia. Resultados: o desenvolvimento profissional em estomaterapia configura-se como um pilar fundamental para a excelência do cuidado em enfermagem, especialmente no cenário oncológico. A complexidade dos casos de pacientes com estomas e feridas oncológicas exige dos estomaterapeutas uma constante atualização de conhecimentos e habilidades(3). No cuidado com estomias de eliminação, frequentemente decorrentes de neoplasias colorretais e urológicas, o estomaterapeuta atua em todas as fases: pré- operatório (orientações e preparo do paciente), pós-operatório imediato (e aplicação adequada do equipamento coletor e o ensino do autocuidado) e no seguimento de longo prazo (prevenção e tratamento de complicações). Em pacientes submetidos à quimioterapia, a vigilância sobre a estomia e a pele periestoma deve ser intensificada, considerando a maior agressividade do efluente(1). A assistência do estomaterapeuta é essencial para a reabilitação, promovendo a autonomia e a reinserção social do paciente. Além disso, o enfermeiro estomaterapeuta contribui para a integralidade do cuidado ao estabelecer um vínculo terapêutico com o paciente oncológico, acolhendo demandas físicas, emocionais e sociais. A escuta ativa qualificada e o suporte contínuo favorecem o enfrentamento do diagnóstico e do tratamento, minimizando impactos negativos na autoestima e na qualidade de vida(2). Dessa maneira, a assistência prestada ultrapassa os aspectos técnicos, consolidando-se como um cuidado centrado na pessoa. Nesse contexto, protocolos de assistência especializados, tornam-se instrumentos indispensáveis para assegurar a uniformidade e a segurança nos cuidados prestados. A padronização das condutas, fundamentada em evidências científicas, qualifica o atendimento e otimiza os recursos, especialmente em serviços de alta complexidade oncológica(3). Assim, o desenvolvimento profissional contínuo, aliado à utilização de protocolos e à prática reflexiva, reafirma o papel do estomaterapeuta como agente essencial na promoção de uma assistência eficaz, segura e resolutiva às pessoas em situação de estomaterapia decorrente do câncer. Conclusão: a atuação do enfermeiro estomaterapeuta, é imprescindível para o cuidado integral ao paciente oncológico. Jakeline Costa Dos Santos Bruno De Sousa Pappalardo Vanessa De França Peixoto Zwietasch Jéssica Mesquita Lucio Da Silva Lana De Medeiros Escobar Carolina Cabral Pereira Da Costa Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO ESTOMATERAPEUTA NO PROGRAMA DE NEURORREABILITAÇÃO EM LESÃO MEDULAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1947 INTRODUÇÃO O indivíduo com lesão medular (LM) pode apresentar diversas alterações, dentre elas, cutâneas, intestinais, urinárias, e possível confecção de estomias, que demandam cuidados altamente especializados.1 O enfermeiro estomaterapeuta é o profissional qualificado, pois adquire em sua formação, conhecimentos, habilidades e atitudes essenciais para a atuação nas áreas de feridas, estomias e incontinências.2 OBJETIVO Este relato de experiência objetiva descrever a atuação dos enfermeiros estomaterapeutas em um Programa de Neurorreabilitação em Lesão Medular (PNLM), nas áreas de feridas, estomias e incontinências. MÉTODO Trata-se de um relato de experiência de enfermeiros estomaterapeutas do PNLM de um hospital de reabilitação em Brasília-DF, na atuação das áreas de feridas, estomias e incontinências. RESULTADOS Feridas Na área de feridas, o estomaterapeuta atua especialmente nos cuidados de prevenção e tratamento de lesões por pressão, devido alta incidência e prevalência em indivíduos com LM, decorrente principalmente das alterações sensoriais e motoras. Atua também na prevenção e tratamento de queimaduras que podem ocorrer também pela alteração sensorial. Tem papel essencial na prevenção e tratamento da dermatite associada a incontinência, proveniente da incontinência urinária (IU) e incontinência fecal (IF) em indivíduos que ainda não receberam o tratamento adequado. O Estomaterapeuta destaca-se na prevenção e tratamento das lesões cutâneas, devido seu diferencial conhecimento no uso de tecnologias, como coberturas interativas, laserterapia de baixa intensidade e terapia por pressão negativa.3 Estomias No que tange as estomias, o indivíduo com LM pode desenvolver repercussões clínicas que acarretam em confecção de estomias de eliminação, alimentação e respiratórias. A atuação do estomaterapeuta é essencial tanto no pré, intra, e pós-operatório, atendimento ambulatorial e reabilitação desses indivíduos, pois pode fornecer orientações e cuidados especializados, no uso de equipamentos e adjuvantes adequados, para prevenção e tratamento de complicações.4 Incontinências A IU e IF é uma das possíveis complicações desses indivíduos, que leva ao prejuízo na saúde e qualidade de vida, dificulta a reabilitação, reinserção social, familiar e mercado de trabalho. O estomaterapeuta tem papel essencial na identificação e estabelecimento do tratamento adequado das incontinências. Na IU, podem ser utilizados instrumentos, como o diário vesical, uso de tecnologias como o ultrassom portátil para avaliação de retenção urinária, treinamento do cateterismo vesical intermitente limpo, uso de dispositivos de absorção e coleta, e orientações de medidas comportamentais. Para a IF e constipação, o estomaterapeuta, realiza orientações de medidas comportamentais, instituição de manobras para o manejo intestinal, como, uso do reflexo gastrocólico, supositórios, massagem abdominal, estímulo digito anal, extração manual das fezes, e quando necessário, a orientação da irrigação transanal, e uso de dispositivos de IF.3,5 CONCLUSÃO O relato de experiência evidencia que o estomaterapeuta exerce papel diferencial e essencial no PNLM, atuando na prevenção e tratamento de feridas, nos cuidados com estomias, e manejo da IU e IF. Sua atuação sistemática, interdisciplinar e como educador em saúde contribui diretamente para o engajamento na reabilitação, impactando em maior autonomia e melhor qualidade de vida ao indivíduo, família e cuidadores. Mais estudos são necessários para fortalecer essa interface entre estomaterapia e reabilitação a indivíduos com LM. Andre Aparecido Ramos Alina Paula Ramalho Costa Amanda Cintra Mapelli Eliane Oliveira De Castro Marques Fernando Scatolin Moraes Kalenia Maria Gomes Alcantara Lisabel Tabari Luiz Carlos Cassemiro Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AVALIAÇÃO DO ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL, DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA E FATORES DE RISCO. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1948 Introdução A Doença Arterial Periférica (DAP) é uma manifestação da aterosclerose sistêmica que compromete principalmente os membros inferiores, resultando em prejuízos funcionais e risco aumentado de eventos cardiovasculares maiores. A avaliação do Índice Tornozelo-Braquial (ITB) é um método não invasivo, acessível e eficaz para o rastreamento precoce da DAP, sendo recomendado em populações com fatores de risco como hipertensão, diabetes, tabagismo e obesidade. Sua aplicação na atenção primária e em estratégias de cuidado especializado pode contribuir para a prevenção de complicações graves, como amputações e úlceras, além de auxiliar na detecção precoce de alterações circulatórias relevantes no contexto da estomaterapia1. Objetivo Avaliar a prevalência de alterações no ITB e identificar os principais fatores de risco associados à DAP em uma amostra da população adulta do município de Pouso Alegre/MG. Método Estudo quantitativo, transversal, com 61 participantes adultos, realizado com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 77979724.7.0000.5102, parecer nº 6.768.174). Foram aplicados questionários estruturados com dados sociodemográficos, clínicos e de hábitos de vida. Em seguida, foi realizada a aferição do ITB bilateral, conforme diretrizes clínicas2-3. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e testes de associação, com nível de significância de 5%. Resultados A amostra do estudo foi composta majoritariamente por mulheres (70,5%), brancas (85,2%) e casadas ou em união estável (60,7%). A idade média foi de 59,2 anos e o índice de massa corporal (IMC) médio foi de 28,25 kg/m2. Quanto às condições de saúde, 42,6% relataram diagnóstico de Diabetes Mellitus (DM) e 50,8% de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Alterações no índice tornozelo-braquial (ITB), sugestivas de Doença Arterial Periférica (DAP), foram observadas em cerca de 45% da amostra. Houve correlação positiva muito forte e estatisticamente significativa entre idade e ITB, bem como entre IMC e ITB. Além disso, 62,3% relataram dor ao caminhar e 94,7% dor ao subir ladeiras, sintomas compatíveis com claudicação intermitente — taxas significativamente superiores à média nacional e internacional (10–20%). A presença de múltiplos fatores de risco esteve associada a maiores alterações no ITB, sugerindo relação direta entre condição clínica e comprometimento circulatório. Ressalta-se, portanto, a importância da avaliação adequada da perfusão periférica como parte essencial do cuidado em estomaterapia, contribuindo para a prevenção e tratamento eficaz de feridas crônicas. Conclusão A elevada prevalência de alterações no ITB identificada neste estudo configura um importante alerta epidemiológico. A triagem por meio do ITB demonstrou ser um instrumento eficiente para a detecção precoce de DAP, especialmente em indivíduos com múltiplos fatores de risco. Tais achados reforçam a importância da inserção de protocolos de avaliação vascular na prática clínica da estomaterapia e na atenção especializada, visando à prevenção de complicações graves e ao direcionamento de condutas terapêuticas adequadas. A adoção de medidas de rastreamento vascular na atenção primária e especializada pode contribuir para a redução da morbimortalidade cardiovascular na população brasileira1;4-5. Ariane Cristina Da Silva Fernanda Riccardi Pereira Jéssica De Aquino Pereira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CAIXA EDUCATIVA: SIMULAÇÃO REALÍSTICA NO ENSINO DA HIGIENE DA FERIDA PARA ENFERMEIROS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1949 Introdução: A higiene da ferida foi estabelecida como potente ferramenta de cicatrização e controle de infecção, sendo composta por quatro etapas que objetivam remover o biofilme e prevenir sua formação, sendo elas: limpeza da ferida e região perilesão; desbridamento; remodelamento de bordas; e aplicação de cobertura antimicrobiana1. Pesquisa recente apontou a necessidade de ações de capacitação sobre as etapas desse novo conceito, de maneira a habilitar e conferir competência ao profissional para executá-las2. Nessa lógica, as metodologias ativas de aprendizagem têm ganhado destaque como estratégias eficazes no ensino de técnicas avançadas em enfermagem. Entre as metodologias, a simulação realística notabiliza-se por proporcionar uma experiência educacional interativa, permitindo a prática de procedimentos em ambiente controlado e próximo do real, sem que haja prejuízo da segurança do paciente3,4. Objetivo: Construir uma tecnologia do tipo simulação realística destinada à capacitação de enfermeiros em higiene da ferida. Método: Estudo metodológico realizado entre março e junho de 2023, com foco na construção de uma caixa educacional para o treinamento de enfermeiros nas quatro etapas de higiene da ferida. O estudo envolveu pesquisa documental, esboço primário, desenvolvimento de mockup e finalização da caixa, que foi utilizada na 1ª Certificação de Boas Práticas em Higiene da Ferida. O curso incluiu módulos teóricos e práticos, com aplicação da ferramenta educativa no treinamento dos participantes. Resultados: A caixa educacional foi desenvolvida para simular as quatro etapas de higiene da ferida: limpeza, desbridamento, remodelamento das bordas e aplicação de cobertura antimicrobiana. A ferramenta incluiu materiais como seringa, bisturi, gaze, geléia tipo "geleca" para simular biofilme, massinha de modelar para simular bordas espessadas e elevadas e modelo anatômico para a prática da técnica. O design permitiu instruções claras sobre cada etapa, facilitando o aprendizado interativo. Conclusão: A caixa educacional, baseada em simulação realística, mostrou-se uma ferramenta inovadora para capacitar enfermeiros em higiene da ferida. A validação futura será necessária para avaliar sua efetividade na prática clínica e possíveis melhorias no design e conteúdo. Rosana Cristina Correa Pinto Paula De Souza Silva Freitas Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CAPACITAÇÃO EM ANESTESIA LOCAL E SUTURAS: FORMAÇÃO TÉCNICA PARA O CUIDADO ESPECIALIZADO EM ENFERMAGEM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1950 Introdução: O cuidado especializado em enfermagem requer habilidades técnicas que ampliem a resolutividade e a autonomia profissional, especialmente na atenção primária e em contextos ambulatoriais. A realização de suturas simples e a aplicação de anestesia local, respaldadas pela Resolução do Conselho Federal de Enfermagem nº 731/2023, representam práticas que qualificam o atendimento e fortalecem a atuação do enfermeiro¹. Guias técnicos, como o Manual de Capacitação em Sutura do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais , oferecem suporte atualizado para a execução segura desses procedimentos², Paralelamente, evidências apontam que a inserção da sutura como prática do enfermeiro contribui significativamente para o fortalecimento da autonomia profissional e para a valorização da enfermagem no contexto do cuidado especializado3. No entanto, tais competências ainda são pouco exploradas durante a formação acadêmica. Diante disso, a Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia da Universidade Federal do Paraná organizou uma capacitação intitulada “Curso de princípios básicos de anestesia e sutura” voltada ao desenvolvimento dessas habilidades, se alinhando à produção do cuidado especializado. Objetivo: Capacitar discentes e profissionais de enfermagem nos fundamentos teóricos e práticos da anestesia local e das técnicas básicas de sutura. Método: Trata-se de estudo descritivo do tipo relato de experiência sobre a organização do curso de sutura para enfermeiros, realizado em novembro de 2024, com carga horária total de 10 horas entre teoria e prática. No primeiro dia, realizou-se uma aula teórica abordando os princípios da anestesia local, os diferentes tipos de fios, os instrumentos cirúrgicos e as principais técnicas de sutura. Nos dias seguintes, os participantes foram divididos em dois grupos menores para a realização das oficinas práticas com simulação realística, garantindo melhor condução e aproveitamento da atividade. A organização ficou a cargo da diretoria da Liga Acadêmica, que também providenciou os insumos necessários, como fios de sutura, anestésico simulado e língua suína, para 30 participantes. A condução das aulas foi realizada por uma enfermeira estomaterapeuta, coordenadora da Liga. As inscrições foram realizadas por meio de formulário online e a certificação foi concedida mediante frequência de 100%. Resultados: O curso promoveu o desenvolvimento de competências técnicas fundamentais para o cuidado especializado, com foco na prática segura e ética da enfermagem. Os participantes demonstraram alto engajamento e relataram aumento da confiança e do domínio técnico para atuarem em situações que exigem intervenções rápidas e qualificadas. A metodologia valorizou a troca entre docentes e discentes, criando um ambiente de aprendizado crítico, colaborativo e alinhado às demandas do serviço. Conclusão: A realização do curso contribuiu diretamente para desenvolvimento profissional, fortalecendo a o cuidado especializado em enfermagem, ao capacitar estudantes e profissionais em práticas que ampliam a autonomia e a capacidade resolutiva do enfermeiro. O preenchimento de lacunas na formação tradicional reafirma o papel da extensão promovendo uma formação mais completa, técnica e alinhada com as resoluções atuais e vigentes. Helena Martins Dipp Evelyn Caroline Ferreira Ramos Luciane Lachouski Gabrielle Stella Picanço Giovanna Deda Aline Cristina Pellis Julia Cieslinsky Gomes Shirley Boller Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CAPACITAÇÃO EM TERAPIA A LASER DE BAIXA POTÊNCIA PARA ENFERMEIRAS ESTOMATERAPEUTAS DE REDE PÚBLICA DO SUL DO BRASIL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1951 Introdução: Os enfermeiros devem buscar conhecimentos científicos que apoiem sua prática assistencial, através de capacitações, assegurando uma assistência de qualidade à população, tornando-os cada vez mais especializados e capazes de resolver as necessidades de saúde da sociedade1. O enfermeiro é o profissional mais capacitado para promover a saúde, prevenir complicações e tratar feridas e estomas, tendo autonomia para escolher coberturas e correlatos e tecnologias adjuvantes, dentre elas a Terapia a Laser de Baixa Potência (TLBP). A TLBP é um tratamento não invasivo que utiliza luz não térmica provocando mudanças químicas no organismo, produzindo efeitos terapêuticos, ajudando na cicatrização e regeneração dos tecidos, aliviando a dor e diminuindo a inflamação2. Contudo, para a sua utilização é necessário que o enfermeiro realize capacitação, conforme a Resolução do Cofen n° 567/20183 em instituições reconhecidas. Objetivo: relatar a experiência da participação de enfermeiras estomaterapeutas em uma capacitação sobre TLBP. Método: relato de experiência de cinco enfermeiras estomaterapeutas de quatro ambulatórios especializados da rede pública de um município do sul do Brasil, realizado em 2023. Relato da experiência: Para a assistência de enfermagem aos pacientes com feridas, além do tratamento convencional, as unidades de saúde receberam cinco aparelhos de laser de baixa potência (LBP). Para isso, foi necessário programar o processo de capacitação e este ocorreu por meio de um acordo entre a gestão municipal e uma instituição de ensino e hospitalar, que já utiliza essa tecnologia em seus protocolos de cuidado. A capacitação foi de 40 horas, com aulas teóricas, simuladas e práticas, voltada ao uso do laser no tratamento de feridas. A capacitação foi ministrada por uma professora da universidade e por enfermeiros com habilitação em laser pelo programa de capacitação e aperfeiçoamento profissional da instituição proponente. Foi um momento de aprendizagem e de trocas de experiências, onde os temas abordados propiciaram a compreensão dos princípios físicos (tipos de laser, comprimento de onda, potência e densidade de energia) e biológicos (fotobiomodulação, mecanismos de ação e resposta celular) da terapia. Com discussão de indicações e contra indicações na prática clínica, desenvolvendo habilidades práticas para a aplicação segura e eficaz da TLBP, assim como a avaliação e o monitoramento dos resultados do tratamento. Além de aspectos relacionados a biossegurança e prevenção de infecção cruzada. Conclusão: A experiência da participação de uma capacitação sobre TLBP com profissionais habilitados e que utilizam a terapia em diversos cenários clínicos favoreceu o processo de educação e contribuiu para ampliar as possibilidades de cuidado na rede pública, promovendo uma assistência mais qualificada e atualizada. Rosaura Soares Paczek Taline Tavaresco Luciani Aparecida Da Silva Melo Adriana Rosa Spader Patricia Bueno De Oliveira Márcia Elaine Costa Do Nascimento Alessandra Garcia De Figueiredo Agostini Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CARTILHA AMAPEB: TECNOLOGIA EDUCATIVA NO MANEJO DO CUIDADO COM LESÕES EM PESSOAS COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1952 Introdução: A Epidermólise Bolhosa (EB) é uma condição genética rara e debilitante, que compromete a integridade da pele e das mucosas, resultando em bolhas, feridas crônicas, dor e risco aumentado de infecções. Pessoas com EB demandam cuidados específicos, contínuos e multidisciplinares, o que impõe desafios significativos aos profissionais de saúde, cuidadores e familiares. No estado do Maranhão, observou-se a carência de materiais educativos acessíveis e contextualizados que orientem de forma clara o manejo clínico e domiciliar das lesões. Diante disso, a Associação Maranhense de Apoio à Pessoa com Epidermólise Bolhosa (AMAPEB) propôs o desenvolvimento de uma cartilha educativa, com foco na construção de um instrumento de apoio técnico, humano e social, fundamentado em boas práticas, evidências científicas e escuta ativa dos sujeitos envolvidos. Objetivos: Construir e validar uma cartilha educativa como tecnologia leve de cuidado, voltada para o manejo das lesões em pessoas com Epidermólise Bolhosa, com vistas a padronizar condutas, fortalecer a rede de apoio, empoderar cuidadores e profissionais, e promover a equidade no acesso às orientações e direitos das pessoas com EB. Método: Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa, na forma de relato de experiência, envolvendo a construção colaborativa de um material educativo. Participaram do processo profissionais da saúde (enfermeiros estomaterapeutas, médicos, nutricionistas, psicólogos), cuidadores e membros da AMAPEB. A elaboração da cartilha seguiu diretrizes nacionais e internacionais sobre o cuidado com EB e incorporou também legislações federais sobre direitos da pessoa com deficiência. O conteúdo foi organizado em linguagem acessível e ilustrado com imagens explicativas. A validação do material ocorreu por meio de oficinas e rodas de conversa com cuidadores e profissionais, com análise crítica e coleta de sugestões para refinamento do conteúdo e forma. Resultados: A cartilha foi estruturada em cinco eixos principais: (1) banho e higiene segura, com orientações práticas para evitar traumas; (2) curativos e proteção da pele, com técnicas padronizadas e materiais indicados; (3) nutrição e suporte alimentar, com foco na cicatrização e crescimento; (4) direitos sociais e acesso às políticas públicas, incluindo orientações sobre benefícios e legislação vigente; (5) fluxo de atendimento no SUS, com direcionamento para serviços de referência. Ao final, inclui uma seção para registros de orientações clínicas e anotações pessoais. A cartilha foi considerada pelos participantes um instrumento valioso de educação em saúde, promovendo segurança no cuidado, apoio emocional, valorização da autonomia e melhor adesão ao tratamento. Sua adoção já ocorre em atendimentos domiciliares, ambulatoriais e ações formativas em saúde. Conclusão: A Cartilha da AMAPEB consolida-se como uma inovação assistencial e educativa no cuidado com pessoas com Epidermólise Bolhosa. Sua produção participativa, fundamentada em evidências e voltada à realidade local, fortalece a assistência integral e humanizada. Ao promover o conhecimento, o acolhimento e o respeito à dignidade das pessoas com EB, contribui para a construção de redes de cuidado mais qualificadas, empáticas e resolutivas. Seu modelo pode ser replicado em outros contextos como instrumento de transformação social e clínica. Cleidimar Souza Cutrim Fonseca Neidimar Cutrim Coelho Aelson Ricardo Soeiro Aguiar Paulo Roberto Silva Pedrosa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 COLABORAÇÃO DO SERVIÇO DE ESTOMATERAPIA NA ATENÇÃO DOMICILIAR DE UMA REDE VERTICALIZADA: UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA NA GESTÃO DE LESÕES DE PELE EM PACIENTES CRÔNICOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1953 Introdução: O crescimento e envelhecimento da população com doenças crônicas tem contribuído para o aumento significativo de pacientes com lesões de pele de difícil cicatrização¹. Sabe-se que os pacientes atendidos em programa domiciliar apresentam lesões de pele de difícil cicatrização, o que representa um importante desafio clínico e econômico para os serviços de saúde, especialmente no contexto da saúde suplementar. A presença dessas lesões de pele está associada a altos índices de morbidade, risco de infecção, dor, limitação funcional, comprometimento da qualidade de vida e elevação dos custos com internações hospitalares e materiais especializados². Nesse contexto, torna-se essencial a adoção de estratégias integradas e baseadas em evidências para o manejo adequado dessas condições, com foco na prevenção de novas lesões, no tratamento individualizado holístico e na promoção da segurança do paciente³. Diante disso, a inserção da Estomaterapia no contexto domiciliar, por meio de parcerias técnicas e assistenciais, representa uma inovação promissora na gestão de pacientes com lesões crônicas. Objetivo: Descrever os resultados obtidos a partir da colaboração entre uma equipe de estomaterapia de abrangência nacional e um serviço de atenção domiciliar no contexto de uma rede verticalizada de saúde suplementar no Brasil. Método: Trata-se de um estudo descritivo sobre a colaboração da estomaterapia no serviço domiciliar em uma rede de saúde verticalizada suplementar quanto ao plano terapêutico de lesões de pele de pacientes crônicos. A iniciativa foi implementada a partir de 2023 com o objetivo de qualificar o cuidado prestado a pacientes com lesões crônicas, especialmente lesões por pressão, lesões por fricção, lesões relacionadas à umidade e úlceras de membros inferiores. A atuação da Estomaterapia consistiu em consultorias técnico-científicas remotas, treinamentos para a equipe assistencial da atenção domiciliar, padronização de condutas terapêuticas e suporte para a escolha de coberturas e tecnologias adequadas, considerando a complexidade e o perfil dos pacientes atendidos. Resultados: Durante o período de acompanhamento (12 meses), foram monitorados indicadores como tempo médio de cicatrização, taxa de reinternação por complicações relacionadas às lesões, número de encaminhamentos à emergência, uso racional de coberturas e custos diretos com tratamento. Os resultados apontaram uma redução significativa no número de reinternações hospitalares, especialmente aquelas por infecção secundária às lesões de pele; diminuição do tempo médio de cicatrização em até 40% e redução nos custos com materiais. A despeito disso, o modelo contribuiu para o empoderamento da equipe de enfermagem do atendimento domiciliar, direcionamento para adoção de condutas mais assertivas e baseadas em evidências. Essa experiência demonstra que a inserção qualificada do estomaterapeuta no cuidado domiciliar contribui para a integralidade e segurança da assistência, além de promover o uso eficiente dos recursos disponíveis. Conclusão: Essa parceria se mostrou exitosa e alinhada com os princípios da gestão de cuidado em redes de atenção à saúde, reforçando o papel estratégico da Estomaterapia na transformação dos modelos assistenciais, além de promover ganhos clínicos, econômicos e organizacionais relevantes. Hilda Macambira Santtos Holanda Thais Vaz Jorge Maria Laura Silva Gomes Sarah Maria Rodrigues Lima Leilane Andrade Gonçalves Nayanne Oliveira Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSULTÓRIO DE ENFERMAGEM NO INTERIOR DO RS: ENFERMEIRO ESTOMATERAPEUTA COMO EMPREENDEDOR https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1954 Introdução: A enfermagem tem buscado e explorado um mercado de trabalho inovador. Tem alcançado maior reconhecimento, espaço e visibilidade, capaz de transformar e incentivar um novo posicionamento ao assumir a gestão de serviços de saúde, com seu potencial autônomo, especialista e empreendedor1. O empreendedorismo na Enfermagem está ligado a características pessoais, ao perfil, as atitudes do enfermeiro, o que alguns autores nomeiam de "espírito" empreendedor, que se diferencia na postura e é capaz de identificar as oportunidades nos cenários de atuação. Quanto a tipologia, tem-se o Empreendedorismo Social, o Empreendedorismo Empresarial e o Intraempreendedorismo2. No Brasil, a implementação e funcionamento dos consultórios e clínicas de Enfermagem é regulamentado pelo Conselho Federal de Enfermagem pelas Resoluções nº. 0568/2018 e nº. 0606/20193. Na estomaterapia, o processo de empreender é potencializado pelo diferencial que o especialista apresenta ao unir seus conhecimentos técnicos às habilidades pessoais de cuidado. Essa combinação amplia suas possibilidades de atuação, expande seus papéis e abre novos caminhos profissionais4. Objetivo: relatar a experiência de implantação e atuação de uma enfermeira estomaterapeuta em um consultório de enfermagem no interior do Rio Grande do Sul. Método: Trata-se de um relato de experiência que revela as vivências de uma enfermeira estomaterapeuta acerca da implantação e atuação em um consultório de enfermagem no interior do Rio Grande do Sul. Esse, assiste pacientes na linha do cuidado de tratamento de feridas e estomias intestinais e urinárias. Resultados: A ideia de implantação foi seguida por consultorias, mentorias, apoio de profissionais que já atuavam na área, estruturado o Planejamento Estratégico, bem como Plano de negócio, apoiados em ferramentas e estratégias de gestão e administração. A criação da marca, branding profissional, marketing foram trabalhados. Os pacientes são atendidos no consultório e no domicílio, conforme a necessidade de cada um e sua família. Admitidos a partir de uma avaliação criteriosa, com Processo de Enfermagem desde a anamnese até avaliação, incluindo o acompanhamento no pós-alta. Destaca-se a necessidade de ações sistematizadas e individualizadas para a realização do processo de tratamento de feridas complexas, bem como a capacitação do profissional para avaliação e prescrição de condutas embasadas cientificamente9. Em relação as demandas mais comuns, destaca-se as de difícil cicatrização, que inclui feridas diabéticas, venosas, arteriais e lesões por pressão em vários estágios, seguidas por pós-operatórios em geral, feridas oncológicas, superficiais, dermatites associadas a incontinência e assaduras. Destaca-se a utilização de laserterapia associada ao tratamento das feridas que possuem indicação como um forte aliado na cicatrização, inflamação e analgesia. O cuidado às pessoas com estomias intestinais e urinárias acontece em diversos momentos da vida destas e suas famílias, a mais frequente procura se dá no pós- cirúrgico imediato até uma completa adaptação a rotina com a bolsa coletora e equipamentos. Conclusão: A experiência relatada evidencia que o empreendedorismo em enfermagem é uma alternativa viável e transformadora para a atuação profissional, inclusive no interior do RS. O consultório de enfermagem especializado possibilitou a oferta de serviços humanizados e resolutivos no cuidado de feridas, estomias, promovendo impactos positivos na qualidade de vida dos pacientes. Sandra Ost Rodrigues Silvana Janning Prazeres Vania Celina Dezoti Micheletti Adriana Alves Dos Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DA TEORIA À PRÁTICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A FORMAÇÃO CRÍTICA DE ESTUDANTES DE ENFERMAGEM ATRAVÉS DO PROJETO SAELP https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1955 Introdução: A extensão universitária no Brasil teve início na década de 1910 e foi consolidada como parte indissociável do ensino superior com a Reforma Universitária de 19681. Com a redemocratização do país, a extensão foi ressignificada como prática dialógica e transformadora, culminando na criação do Fórum de Pró-Reitores de Extensão (FORPROEX) e no reconhecimento da extensão como processo educativo, cultural e político2. Hoje, a extensão afirma-se como componente essencial da formação no ensino superior, especialmente por promover experiências formativas que integram teoria e prática em contextos reais3. O projeto "Sistematização da Assistência Enfermagem na Prevenção e Tratamento de Lesões de Pele" (SAELP) é uma estratégia que visa atender à tríade ensino, pesquisa e extensão, com foco assistencial no cuidado de pessoas com estomias e lesões crônicas. Como campo de curricularização do curso de enfermagem, a extensão permite que discentes conheçam a área de estomaterapia de forma prática, despertando o interesse pela especialidade. No ensino, destaca-se o perfil @projetosaelp, voltado à divulgação de conteúdos científicos em linguagem acessível. A pesquisa é estimulada desde a graduação, com trabalhos apresentados em congressos nacionais e internacionais. O Clube Científico "Práticas Baseadas em Evidência", enquanto curso de extensão vinculo ao projeto, atualmente em sua terceira edição, promove debates entre estudantes e profissionais de diversas regiões do País. Objetivo: Relatar a experiência de discentes no projeto SAELP, destacando sua atuação no cuidado de pessoas com estomias e lesões crônicas por meio de práticas de ensino, pesquisa e extensão. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, referente às atividades desenvolvidas entre 2016 e 2025. As ações foram conduzidas por estudantes de enfermagem sob supervisão docente, em parceria com a rede pública de saúde. As atividades incluíram atendimentos com aplicação do Processo de Enfermagem, produção científica, reuniões formativas e participação no Clube Científico. O projeto organiza-se em grupos de trabalho coordenados por discentes. Resultados: Mais de 100 estudantes já integraram o SAELP, incluindo mestrandos, enfermeiros externos e estomaterapeutas, conferindo caráter especializado à extensão. Estima-se a realização de cerca de 3.000 atendimentos de enfermagem por ano, com foco em estomaterapia e em parceria com a rede pública. O envolvimento direto em níveis diversos de cuidado estimula o raciocínio clínico e o registro qualificado. A estrutura interna fortalece a autonomia discente. O Clube Científico já alcançou mais de 5.000 participantes e o perfil no Instagram supera 7.700 seguidores, ampliando a visibilidade do projeto e fortalecendo a prática baseada em evidências. Conclusão: A experiência no SAELP evidencia a importância de estratégias formativas que aproximam os estudantes das realidades do cuidado. Diante da crescente demanda por profissionais qualificados na área de feridas e estomias, vivências práticas contribuem para o desenvolvimento de competências clínicas e éticas. A aproximação com a estomaterapia desde os primeiros períodos permite a construção de uma percepção crítica sobre essa área, despertando o interesse por uma especialidade que exige conhecimento técnico e sensibilidade. Assim, o SAELP contribui para a formação de enfermeiros preparados para atuar com responsabilidade, evidência científica e compromisso social. Paula De Souza Silva Freitas Ana Carolina Oliveira De Almeida Nathaly De Souza Pedro Enrique Pereira De Souza Rayanne Pinheiro Dos Santos Kuster Vanessa De Paula Silva Ester Reis Almeida Maysa Silva Castelar Costa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DEEP DIVING: IMPLEMENTAÇÃO DE MENTORIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS PARA REDUÇÃO DE MARSI EM HOSPITAIS BRASILEIROS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1956 Introdução: Lesões cutâneas relacionadas a adesivos médicos (Medical Adhesive-Related Skin Injuries – MARSI) são eventos adversos evitáveis, porém frequentemente subnotificados e negligenciados na rotina hospitalar. A ausência de protocolos estruturados, indicadores clínicos consolidados e capacitação sistemática das equipes torna sua prevenção um desafio concreto. Nesse contexto, projetos de melhoria baseados em evidências surgem como estratégia efetiva para transformar práticas assistenciais e fortalecer a segurança do paciente. Objetivo: Relatar a experiência de capacitação e mentoria de profissionais para implementação de um projeto de melhoria da qualidade voltado à prevenção e manejo de MARSI em hospitais brasileiros. Método: Trata-se de um relato de experiência estruturado com base na metodologia de implementação de evidências do Joanna Briggs Institute (JBI). O projeto, denominado Deep Diving, foi promovido por uma empresa multinacional do setor de produtos médicos, com foco em apoiar estratégias sustentáveis de cuidado. A mentoria foi conduzida por especialistas com ampla experiência na temática, sem ênfase em marcas ou produtos, mas centrada exclusivamente em recomendações de boas práticas baseadas em evidências. Participaram da iniciativa dez hospitais de médio e grande porte, ao longo de oito meses, totalizando 40 horas de capacitação. As atividades foram organizadas em quatro fases: (a) contextualização e imersão no tema; (b) auditoria de linha de base; (c) planejamento da implementação; e (d) auditoria de seguimento. Durante todas as fases, os participantes contaram com apoio contínuo dos mentores, através de reuniões de suporte ao desenvolvimento do projeto, acesso a materiais técnicos e estratégias de engajamento institucional. Resultados: O projeto demonstrou que iniciativas estruturadas de mentoria são eficazes para fortalecer a governança clínica voltada à integridade da pele. Das dez instituições participantes, seis concluíram todas as etapas do ciclo de implementação e alcançaram aumento significativo na conformidade das práticas preventivas e de manejo das MARSI. Observou-se maior adesão às recomendações baseadas em evidências, desenvolvimento de ações educativas, revisão de fluxos assistenciais e valorização dos indicadores clínicos como ferramenta de melhoria contínua. A aplicação da metodologia do JBI favoreceu a sistematização das ações e a sustentabilidade das mudanças implementadas. Conclusão: Projetos de melhoria da qualidade conduzidos através de mentoria especializada e fundamentação científica mostraram-se estratégias efetivas para promover segurança do paciente e cuidado qualificado visando mantenção da integridade da pele. A experiência do Deep Diving revela que é possível integrar conhecimento técnico, gestão clínica e práticas baseadas em evidências para prevenir eventos adversos relacionados ao uso de adesivos médicos. O modelo pode ser replicado por outras instituições que visam à excelência assistencial e à sustentabilidade das práticas de cuidado. Além disso, destaca-se o potencial da colaboração entre indústria e especialistas como suporte estratégico para viabilizar projetos que agregam valor à prática clínica, pautados pela ética, neutralidade técnica e compromisso com as melhores evidências científicas. Aline De Oliveira Ramalho Paula Silva Freitas Natalia Barros Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESAFIOS NA TRANSIÇÃO DO CUIDADO ENTRE AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1957 Introdução: A continuidade do cuidado na transição do ambiente hospitalar para a Atenção Primária à Saúde (APS) representa um desafio relevante e recorrente no sistema de saúde brasileiro. Pacientes com condições clínicas complexas, como lesões de pele de difícil manejo ou estomias, demandam acompanhamento longitudinal, planejamento terapêutico individualizado e articulação efetiva entre os diferentes níveis de atenção. A fragmentação da comunicação entre os pontos da rede, aliada à ausência de informações estruturadas no momento da alta hospitalar, dificulta a integralidade do cuidado e pode comprometer a segurança do paciente. Objetivo: Identificar, na literatura científica, artigos que abordam a transição de cuidados em toda a Rede de Atenção à Saúde (RAS), bem como os principais desafios enfrentados e estratégias de superação. Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica desenvolvida com o intuito de identificar a produção científica nacional e internacional disponível sobre o tema. As buscas foram realizadas nas bases de dados PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no período de maio a junho de 2025, utilizando os descritores controlados: "Estomaterapia", "Atenção Primária à Saúde" e "Continuidade da Assistência ao Paciente". Como critérios de inclusão foram considerados artigos disponíveis na íntegra, nos idiomas português, inglês ou espanhol, publicados entre os anos de 2020 e 2025, e que apresentassem relação direta com os objetivos propostos. Foram excluídos os estudos que não abordavam diretamente o tema em questão. Resultados: A transição do cuidado foi identificada como um conjunto estruturado de ações que visam direcionar e garantir a continuidade da assistência prestada ao paciente após a alta hospitalar. Para que esse processo ocorra de forma eficaz, é necessária a integração de três elementos fundamentais: fluxo de informações entre os serviços, qualidade nas relações interpessoais entre profissionais e coordenação eficiente das intervenções propostas. Quando esses componentes estão desorganizados ou ausentes, surgem falhas assistenciais que comprometem a resolutividade e a qualidade do cuidado. Os principais desafios observados foram: falhas na comunicação entre os serviços da rede, ausência ou inadequação dos instrumentos de referência e contrarreferência, sistemas de informação ineficientes, diversidade nos modelos de gestão, alta rotatividade de profissionais, indisponibilidade de serviços indicados e orientação de alta insuficiente. Entre as estratégias apontadas para qualificar a transição do cuidado, destacam-se a implantação de sistemas informatizados integrados entre os serviços, o fortalecimento da educação permanente em saúde e o planejamento compartilhado do cuidado. A APS é reconhecida como eixo coordenador da RAS, com papel fundamental na articulação entre os níveis e na promoção da integralidade da assistência. Conclusão: A revisão evidenciou que a falha na comunicação constitui um dos principais entraves à transição do cuidado entre os níveis assistenciais. A comunicação eficaz, a articulação entre os serviços e a continuidade da assistência são fatores determinantes para uma transição segura, resolutiva e centrada nas necessidades do paciente. A equipe de enfermagem, presente em diversos pontos da rede, desempenha papel importante nesse processo, contribuindo para a efetividade e integração do cuidado em saúde. Natalia Aparecida Costa Barbosa Henrico Olyssandro Bressanin Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESCRIÇÃO DE PROTOCOLO ASSISTENCIAL DE CUIDADOS COM A PELE DE PACIENTES ADMITIDOS EM TERAPIA INTENSIVA TRAUMATOLOGICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1958 Introdução: Os cuidados com a pele são essenciais no ambiente hospitalar, especialmente na Unidade de Terapia Intensiva(UTI) por se tratar de uma área com maior risco para o desenvolvimento de lesões por pressão(LP) em detrimento a gravidade dos pacientes. Além do impacto financeiro, as LP afetam os pacientes física, social e psicologicamente e estão associadas ao aumento da morbidade e mortalidade e redução da rotatividade de leitos. Neste relato de experiência, descreve-se um protocolo assistencial de cuidados para a pele de pacientes admitidos em UTI com base em evidências científicas atualizadas, práticas clínicas consolidadas e a expertise de enfermeiros estomaterapeutas. Objetivo: descrever um protocolo assistencial de cuidados com a pele de pacientes admitidos em uma UTI traumatológica de um hospital público. Método: relato de experiência realizado durante o ano de 2022 com enfermeiros assistenciais da terapia intensiva e estomaterapeutas por meio de treinamento in loco sobre cuidados com a pele, tendo como norteadores a pontuação da Escala de Braden aplicada ao paciente admitido na UTI, controle da umidade e alivio de pressão. Na sequência foram estabelecidos pareceres para avaliar a pele do paciente durante o banho no leito e corroborar para a prevenção de LP e controle da umidade. Resultados: estabeleceu-se pareceres para implementação do cuidado em consonância com a classificação de risco identificada pelo enfermeiro assistencial durante aplicação da Escala de Braden na admissão e subsequente diariamente. Os pacientes foram classificados com risco elevado ou muito elevado e paciente sem risco, risco leve ou moderado. Os enfermeiros intensivistas foram capacitados pelos estomaterapeutas, de acordo ainda com as rotinas padronizadas de cuidados com a pele para prevenção de LP. Como um desafio inicial para implementação deste protocolo, pode-se citar a dificuldade de reconhecimento dos enfermeiros quanto ao critérios da pele para adaptação de tecnologias preventivas. Entretanto, essa limitação foi contornada com treinamento in loco e avaliações do estomaterapeuta durante banho no leito. As vivências compartilhadas auxiliam a prática e orienta um cuidado de qualidade e assertivo. Ainda, ao que se pôde observar, os recursos disponíveis na instituição foram melhores alocados como direcionamento das estratégias de acordo com o risco do paciente. A priori todos os pacientes com pele integra foi implementada uso de espuma de silicone associado a medidas de alivio de pressão e uso de creme barreira em região perineal. Conclusão: A implementação do protocolo buscou não apenas garantir a integridade da pele dos pacientes, mas também otimizar a qualidade dos cuidados prestados durante a estada na UTI. Além disso, a aplicação do protocolo favoreceu a alocação de recursos e rotatividade de leitos. Ana Debora Alcântara Coelho Bomfim Débora Taynã Gomes Queiroz Silvania Mendonça Alencar Araripe Julia Cristina Bruno Lins Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESENVOLVIMENTO DE FOLDER EDUCATIVO PARA A PREVENÇÃO DE DE LESÕES EM AMBIENTE DOMICILIAR https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1959 Introdução: Lesões de pele no ambiente domiciliar são eventos frequentes, especialmente entre pacientes acamados, idosos ou com mobilidade reduzida. A estomaterapia, enquanto área especializada da enfermagem, atua na prevenção e no cuidado de feridas, sendo essencial para a redução de agravos. A utilização de tecnologias educativas (TE), como folders, tem se mostrado uma estratégia eficaz para promover o autocuidado e capacitar cuidadores e familiares no domicílio. Objetivo: Desenvolver um folder educativo voltado à prevenção de lesões de pele em pacientes atendidos em serviços de atenção domiciliar. Método: Trata-se de um estudo metodológico, com foco no desenvolvimento de uma tecnologia educativa. Foram seguidos os seguintes passos: levantamento bibliográfico em bases científicas, seleção e adaptação de conteúdos técnicos com linguagem acessível, definição de elementos textuais e não textuais, e construção gráfica do folder com base em princípios de comunicação em saúde. Por se tratar de uma produção de material educativo sem envolvimento direto de seres humanos, não houve necessidade de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). Resultados: O folder foi desenvolvido como ferramenta de apoio para profissionais de enfermagem na orientação de cuidadores e familiares. Ele apresenta conteúdo dividido em protocolos de segurança do paciente, abordando temas como prevenção de quedas, broncoaspiração, transmissão de infecções, higiene, cuidados com dispositivos invasivos, ambiente seguro e estratégias para prevenção de lesões por pressão (LP), como mudança de decúbito, inspeção diária da pele, hidratação e uso de colchões adequados. O material foi elaborado com linguagem simples, imagens ilustrativas e layout acessível, visando facilitar a compreensão e aplicação das orientações. Conclusão: O desenvolvimento do folder educativo configura- se como uma estratégia viável e eficaz para a educação em saúde no ambiente domiciliar. A tecnologia proposta visa qualificar o cuidado prestado por cuidadores leigos, reduzir a incidência de lesões e fortalecer a atuação da enfermagem e da estomaterapia no contexto domiciliar. Seu uso pode contribuir significativamente para a segurança do paciente e a melhoria da qualidade assistencial. Fabiana Rocha Da Silva Marcela Bezerra Lima Deodato Josyane Rebouças Da Silva Aline Tomaz De Carvalho Amanda Newle Sousa Silva Francisca Virna Barbosa Albuquerque Saskia Saraiva Monteiro Nayara Costa Lima Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE OS CUIDADOS COM A PELE DA PESSOA IDOSA HOSPITALIZADA NA TRANSIÇÃO HOSPITAL-DOMICÍLIO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1960 Introdução: Educação em saúde é compreendida como a obtenção de capacidades pelos indivíduos, de modo a possibilitar o controle dos seus determinantes de saúde, sendo esta uma ferramenta imprescindível para que se promova uma saúde justa e acessível a todos e em diversos setores1. No que se refere ao cuidado de transição hospital-domicílio de pessoas idosas hospitalizadas, é essencial o incremento de ações direcionadas ao planejamento da alta, a comunicação e a orientação sobre a doença e os cuidados, assim como, a educação do paciente/familiar. Nesse sentido, é consenso que a educação em saúde se estabelece como uma estratégia fundamental no planejamento de alta2. Objetivo: Relatar a experiência de docentes acerca das ações de educação em saúde relacionadas ao cuidado com a pele realizadas com pessoas idosas hospitalizadas, em processo de transição hospital-domicílio. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, construído a partir de vivências de docentes do curso de Enfermagem de uma universidade pública, obtidas através das aulas práticas realizadas nas unidades de Clínica Médica de um hospital público de médio porte, no turno matutino, durante o primeiro semestre de 2025. As ações de educação em saúde realizadas integram, também, uma proposta de curricularização da extensão do projeto: EnvelheSENDO – Educação em Saúde à Pessoa Idosa, e o componente curricular Enfermagem em Atenção à Saúde do Adulto I. Desenvolvimento: O processo de educação em saúde se deu através de orientações destinadas à pessoa idosa hospitalizada e o seu familiar/cuidador, à beira do leito, realizadas pelos discentes e supervisionadas pelas docentes, para o fornecimento de orientações destinadas ao cuidado com a pele e prevenção de quedas, pois estas podem gerar lesões na pele. Tratam-se de ações que integram a promoção do autocuidado e o preparo para o retorno domiciliar, após a alta hospitalar. Também, utilizou- se de entrega de material educativo, ilustrado, para que, didaticamente, fosse oferecido um melhor entendimento para a pessoa idosa e o seu familiar/cuidador das orientações transmitidas3. Os principais temas sobre os cuidados com a pele foram: inspeção corporal diária, uso adequado de sabonetes e hidrantes, prevenção de assaduras e troca de fralda, escolha de colchão e coxins, mudança de decúbito, leito livre de objetos e lençóis sem dobras. No que se refere a prevenção de quedas, foram enfatizados os cuidados durante o deslocamento em ruas como andar na faixa de pedestre e ter suporte com objeto ou outra pessoa. Os cuidados com as quedas no domicílio orientados foram: uso de tapetes antiderrapantes, evitar andar sobre piso molhado e encerar pisos, utilizar calçados com solado de borracha, uso de dispositivos como bengala ou andador, instalação de corrimões e barras de apoio em locais estratégicos, entre outros. Conclusão: A educação em saúde, durante a transição hospital- domicílio, possibilita a transformação dos cenários de saúde, favorecendo a autonomia da pessoa idosa, assim como, a segurança do cuidador/familiar no cuidado em domicílio após a hospitalização. Tais ações, promovem a prevenção de possíveis agravos e as reinternações hospitalares devido à falta de preparo do paciente e seu familiar/cuidador. Jaine Kareny Da Silva Alves Jéssica Lane Pereira Santos Larissa Chaves Pedreira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ELABORAÇÃO DE TECNOLOGIAS EDUCATIVAS PARA PREVENÇÃO DE LESÕES CUTÂNEAS POR UMA LIGA ACADÊMICA DE ESTOMATERAPIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1961 Introdução: A pele é o maior órgão do corpo humano e exerce funções essenciais de proteção e regulação. Diversos fatores, como pressão, umidade e o uso de dispositivos médicos, podem comprometer sua integridade, resultando em lesões que afetam a qualidade de vida¹. Nesse contexto, a equipe de enfermagem desempenha papel fundamental na prevenção e manejo adequado dessas lesões, desde que respaldada por conhecimentos técnico-científicos atualizados². A produção de tecnologias educativas é uma estratégia eficaz para promover o cuidado baseado em evidências e tornar o conhecimento acessível a diferentes públicos³. Objetivo: Descrever o processo de elaboração de tecnologias educativas voltadas à prevenção de lesão por pressão, dermatite associada à incontinência e lesão de pele relacionada a adesivo médico. Método: Trata-se de um estudo metodológico de produção de tecnologia educativa. A iniciativa surgiu após uma ação extensionista realizada em novembro de 2023 por integrantes da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia da Universidade Federal do Paraná, em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos. A partir da experiência, foi identificada a necessidade de elaborar um material de consulta rápida. Entre abril e junho de 2024, foi realizada uma revisão da literatura científica, incluindo diretrizes nacionais e internacionais, a fim de embasar o conteúdo técnico. A construção do material envolveu 20 ligantes da Liga Acadêmica, e contou com a revisão de conteúdo por enfermeiros estomaterapeutas e/ou dermatológicos. A diagramação foi feita no software online Canva. Resultados: O produto final consistiu em três volumes educativos, intitulados: Volume I – “Consulta rápida: prevenção de lesão por pressão”; Volume II – “Consulta rápida: prevenção de dermatite associada à incontinência”; e Volume III – “Consulta rápida: prevenção de lesão de pele relacionada a adesivo médico”. Os materiais apresentam conteúdo sobre fisiopatologia, classificação, fatores de risco, avaliação, prevenção e importância da enfermagem, utilizando linguagem acessível e ilustrações para facilitar a compreensão. Cada volume contém entre 22 e 26 páginas e inclui links para referências, além de informações sobre a Liga Acadêmica e suas redes sociais. Os materiais tiveram sua publicação oficial realizada no primeiro semestre de 2025, com registro de Número de Padrão Internacional de Livro indexado à Universidade Federal do Paraná, o que contribuiu para ampliar sua visibilidade e consolidá-los como recursos científicos reconhecidos. Conclusão: A elaboração das tecnologias educacionais contribuiu para disseminar conhecimento técnico-científico de forma acessível, fortalecendo a relação entre universidade e comunidade. A experiência permitiu capacitar profissionais, cuidadores, pacientes e familiares, além de incentivar a adoção de práticas preventivas embasadas em evidências. A ação reafirma o compromisso da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia da Universidade Federal do Paraná com a promoção da saúde e o desenvolvimento de tecnologias educativas voltadas ao cuidado integral e à prevenção de lesões cutâneas. Helena Martins Dipp Julia Cieslinsky Gomes Shirley Boller Evelyn Caroline Ferreira Ramos Luciane Lachouski Gabrielle Stella Picanço Giovanna Deda Aline Cristina Pellis Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EMPREENDEDORISMO EM ESTOMATERAPIA NO NORTE DO BRASIL: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1962 Introdução: O profissional empreendedor pode ser definido como alguém com a capacidade de identificar oportunidades, buscando soluções inovadoras para problemas reais e potenciais. Nessa perspectiva, tem se destacado o enfermeiro estomaterapeuta, ao aplicar a criatividade, instrumento básico da enfermagem, associado à utilização das mídias digitais, YouTube, Facebook e o Instagram, em sua prática profissional. Esse comportamento empreendedor, historicamente foi registrado, pelo trabalho de Florence Nightingale, a fundadora da enfermagem moderna. As características regionais associadas à carência de enfermeiros para o atendimento especializado às pessoas com estomias e feridas motivaram o início do trabalho de divulgação de temas pontuais no formato digital. Objetivo: Descrever a experiência de empreendedorismo em estomaterapia no norte do Brasil. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido em Macapá-AP, no período de novembro de 2022 a junho de 2025, durante consultas em estomaterapia em ambiente domiciliar e consultório. Resultados: Inicialmente foi efetivado o registro profissional como enfermeiro Estomaterapeuta e do Consultório de Enfermagem em Estomaterapia junto ao Conselho Regional de Enfermagem do Amapá, concomitante à filiação como membro pleno da Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST) e do Conselho Mundial de Estomaterapeutas (WCET). Iniciativas estas, fundamentais para a garantia da competência técnica no exercício da especialidade no mundo do trabalho. Diante disso, houve o investimento em apresentação e postura pessoal frente as mídias digitais, para a divulgação da especialidade. Inicialmente foram compartilhados vídeos e publicações informativas, no Facebook e Instagram, referentes às atribuições e contribuições do estomaterapeuta visando a melhoria da qualidade de vida das pessoas com estomias e feridas. Mediante esses procedimentos, foi organizada uma maleta contendo insumos necessários para os atendimentos domiciliares e, posteriormente, alugou-se o espaço para o consultório em uma clínica, sendo ele preparado com POPs, prontuários, termos, equipamentos, coberturas e insumos necessários para o pleno funcionamento. A opção do aluguel de um consultório dentro de uma clínica se deu em razão da facilidade quanto a questões burocráticas e de regularização municipal exigidas. Para o cálculo do valor básico dos honorários profissionais, foi estabelecida uma previsão de despesas com os insumos, deslocamento da profissional, hora de consultório, hora técnica da profissional e margem de lucro de 30%. Acredita-se que a precificação da consulta em enfermagem em estomaterapia, deve considerar todo processo de formação especializada, tempo de atendimento, custo de equipamentos e insumos, a responsabilidade técnica e a observância das medidas de segurança do paciente. Conclusão: O empreendedorismo de negócios tem se revelado como uma nova possibilidade de inserção no mundo do trabalho entre enfermeiros estomaterapeutas. Entre os principais desafios enfrentados pelos empreendedores na área da estomaterapia incluem, a necessidade de lidar com regulamentações específicas, além da busca por financiamento para iniciar seu próprio negócio. Dentre as experiências positivas em empreender na estomaterapia no norte do Brasil, estão a satisfação em contribuir para o desenvolvimento do profissional enfermeiro, o compartilhamento de informações para a divulgação da especialidade, além da disponibilização de atenção especializada e personalizada às pessoas com estomias ou feridas, transformando ideias em ações efetivas para a população amazônida. Edli De Araujo Pinheiro Carvalho Mauricio Das Neves Pereira Dândara Lanara Sousa Cordeiro Arley De Souza Regina Ribeiro Cunha Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ESTOMATERAPEUTA EXCLUSIVO NA PREVENÇÃO DE LESÕES CUTÂNEAS: PERSPECTIVAS PARA O AVANÇO NA CULTURA DE SEGURANÇA HOSPITALAR https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1963 O enfermeiro estomaterapeuta atua estrategicamente na assistência hospitalar, tanto no cuidado direto de feridas complexas, estomias e incontinências, quanto em ações ampliadas, como padronização de materiais, capacitação das equipes e prevenção de lesões. No entanto, esse escopo abrangente pode limitar sua capacidade de conduzir ações preventivas robustas, de forma contínua e sistematizada junto às equipes assistenciais. Objetivo: Relatar a experiência de implantação de um modelo assistencial com estomaterapeuta dedicado exclusivamente às ações de prevenção e gestão, destacando os avanços obtidos ao longo de quatro anos de implementação. Método: Relato de experiência com abordagem descritiva, resultante da alocação de um enfermeiro estomaterapeuta exclusivo para ações de prevenção de lesões de pele em um hospital filantrópico de alta complexidade, localizado no estado de São Paulo. A alocação teve início em caráter experimental, durante o auge da pandemia, em meados de 2021. Na ocasião, o serviço contava com duas estomaterapeutas com dedicação exclusiva à especialidade, sendo necessária a contratação de uma terceira profissional. A profissional designada passou a atuar no monitoramento contínuo das práticas preventivas, acompanhamento de indicadores e liderança do comitê multiprofissional de integridade da pele, além da coordenação dos times locais de prevenção, denominados Skin Champions. Resultados: A implantação do modelo resultou em avanços significativos, como a redução sustentada da incidência de lesões por pressão e a ampliação dos bundles de prevenção em diferentes cenários assistenciais, com destaque para pacientes críticos e cirúrgicos. Houve também a incorporação de novos indicadores, como prevalência de MARSI, DAI e lesões por fricção, os quais passaram a nortear oportunidades de melhoria e subsidiar decisões institucionais. O escopo de atuação do estomaterapeuta também contemplou educação continuada sobre o tema, fortalecendo os times locais, mapeando necessidades específicas de cada área e promovendo estratégias educativas e de sensibilização contínua sobre cuidados com a pele. Adicionalmente, foi possível evoluir nos processos relacionados à gestão de eventos adversos, com a consolidação de metodologias de análise de causa raiz, refinamento de indicadores e construção de planos de ação robustos, elaborados em conjunto com a equipe multiprofissional e núcleo de segurança do paciente. A experiência também fomentou a produção científica do time e o desenvolvimento de uma profissional que se tornou referência nacional no tema, com interface direta com as principais autoridades internacionais relacionadas ao estabelecimento de práticas de prevenção de lesões cutâneas. Conclusão: A alocação de um estomaterapeuta com dedicação exclusiva à prevenção de lesões cutâneas demonstrou ser uma estratégia inovadora no contexto hospitalar, com impactos concretos nos resultados assistenciais. Embora envolva custo direto para sua implantação, os ganhos secundários superaram o investimento, refletindo na redução de eventos adversos, otimização de recursos, melhoria dos processos e fortalecimento da cultura de segurança. Ao fortalecer a segurança do paciente, fomentar a inovação e promover cuidado baseado em evidências, essa iniciativa contribui diretamente com à excelência e à sustentabilidade do cuidado. Pode, portanto, servir de referência para outras instituições comprometidas com a qualidade e que buscam construir organizações de alta confiabilidade. Aline De Oliveira Ramalho Renata Gonçalves De Oliveira Nilda Rosa De Oliveira Prado Alessandra Marin Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ESTOMAVIDA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM PROGRAMA DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA PIONEIRO NA PARAÍBA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1964 Introdução: Pessoas com estomias intestinais1, feridas2 e incontinência urinária3 enfrentam desafios significativos que impactam sua qualidade de vida. Nesse cenário, a extensão universitária atua como ponte entre a academia e a comunidade, promovendo o diálogo entre saberes e a formação crítica dos estudantes. O Programa de Extensão EstomaVida, da Universidade Federal de Campina Grande, foi uma iniciativa pioneira na Paraíba. Desenvolvido de forma integrada e simultânea, abrangeu as três áreas da Estomaterapia — feridas, estomias e incontinência urinária —, com atuação nos níveis hospitalar, ambulatorial e comunitário, no município de Campina Grande-PB. Objetivo: Descrever a experiência de um programa de extensão em Estomaterapia voltado para o cuidado de pessoas com feridas, estomias intestinais e incontinência urinária, por meio de ações educativas, preventivas e de reabilitação. Método: Trata-se de um relato de experiência de programa de extensão universitária, desenvolvido entre junho e dezembro de 2024 em diversos setores do Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC/Ebserh) e no Centro Especializado em Reabilitação (CER IV) da Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande- PB. O EstomaVida foi estruturado em três projetos de extensão: (1) "Cuidando Delas: Estomaterapia promovendo o controle da Incontinência Urinária"; (2) "EstomaAdapta: promovendo o autocuidado e a adaptação de pessoas com estomias intestinais"; e (3) "Mude de Lado e previna a lesão por pressão: ações extensionistas em Unidade de Terapia Intensiva". Metodologias ativas e participativas foram empregadas, com capacitação prévia dos extensionistas e condução das ações por meio de tecnologias cuidativo-educacionais elaboradas para cada projeto. Resultados: O programa EstomaAdapta realizou orientações a pacientes em pré e pós-operatório, produziu materiais educativos e rastreou pacientes estomizados para orientá-los sobre cuidados e manejo dos dispositivos coletores. O Cuidando Delas ofereceu consultas ambulatoriais semanais para avaliação e treinamento da musculatura do assoalho pélvico de mulheres com queixas de incontinência urinária, visando à melhoria da qualidade de vida e redução dos sintomas. O projeto Mude de Lado realizou avaliações de risco de lesão por pressão com a escala EVARUCI e produziu coxins posicionadores para pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva Adulta. O programa EstomaVida foi avaliado positivamente por usuários, estudantes e profissionais, promovendo vivências práticas e significativas em diferentes cenários de cuidado, fortalecendo a colaboração interdisciplinar e a integração ensino-serviço-comunidade. Conclusão: Como ação pioneira na Paraíba ao abranger simultaneamente as três áreas da Estomaterapia, o programa EstomaVida revelou-se uma estratégia potente de cuidado e educação em saúde, contribuindo para o fortalecimento da Estomaterapia como campo de atuação no município. Além disso, favoreceu a formação crítica e sensível dos estudantes de Enfermagem, Medicina e Psicologia, despertando o compromisso com o cuidado em contextos de vulnerabilidade. A experiência demonstrou a necessidade e o potencial de projetos interdisciplinares, envolvendo outras áreas da saúde, para ampliar o olhar sobre o cuidado e fortalecer as ações em rede. Lidiany Galdino Felix Alana Tamar Oliveira De Sousa Milena Kessia Tenório Leoplodino Maria Marília Da Silva Porto Rosângela Vidal De Negreiros Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ESTRUTURAÇÃO DE UM AMBULATÓRIO À PESSOAS COM FERIDAS E ESTOMIAS EM UM SERVIÇO DE ONCOLOGIA: REVISÃO NARRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1965 Introdução: O câncer é uma das principais causas de morbimortalidade no Brasil e no mundo, e seu tratamento frequentemente envolve intervenções como cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Essas terapias, embora essenciais, podem gerar complicações como feridas complexas e estomias, que impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes. As feridas oncológicas, como lesões tumorais, radiodermites, deiscências cirúrgicas e lesões por pressão, exigem cuidados especializados e contínuos. As estomias, por sua vez, são intervenções cirúrgicas comuns em pacientes com câncer colorretal e demandam acompanhamento sistemático. Nesse contexto, a criação de ambulatórios especializados em feridas e estomias surge como uma estratégia para oferecer assistência qualificada, humanizada e custo-efetiva, promovendo a autonomia do paciente e a integração com outros serviços de saúde. Objetivo: Descrever as etapas necessárias para a estruturação de um ambulatório especializado no atendimento a pessoas com feridas e estomias em um serviço de oncologia. Método: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, com busca em bases como BVS, MEDLINE, LILACS, BDENF e PubMed, além de documentos oficiais e legislações pertinentes. Foram incluídas publicações entre 2015 e 2025, em português, inglês e espanhol, que abordassem experiências e diretrizes para implantação de serviços ambulatoriais especializados. A seleção considerou estudos que contribuíssem para a construção de um modelo assistencial aplicável ao contexto oncológico. A análise dos dados permitiu a identificação de estratégias e etapas fundamentais para a estruturação do serviço. Resultados: Foram selecionadas oito produções científicas que subsidiaram a proposta de estruturação do ambulatório. As etapas identificadas incluem: (1) proposição da ideia e justificativa com base na demanda institucional; (2) planejamento estratégico com definição de metas, público-alvo, cronograma e indicadores; (3) estruturação física adequada, considerando acessibilidade, privacidade e ergonomia; (4) composição da equipe multiprofissional, com destaque para o enfermeiro estomaterapeuta; (5) elaboração de protocolos assistenciais e fluxos de atendimento; (6) capacitação contínua da equipe; (7) implantação e monitoramento do serviço com avaliação de resultados clínicos, controle de custos e satisfação dos usuários; e (8) cooperação horizontal com outras especialidades e redes de apoio. A atuação do enfermeiro estomaterapeuta foi destacada como central para o sucesso do modelo, promovendo cuidado integral, prevenção de complicações e fortalecimento do vínculo terapêutico. A literatura também aponta que ambulatórios especializados contribuem para a redução de internações, melhora da adesão ao tratamento e maior resolutividade da assistência. Conclusão: A estruturação de um ambulatório especializado em feridas e estomias no contexto oncológico representa uma estratégia eficaz para qualificar a assistência, reduzir complicações clínicas e otimizar recursos. A adoção de um modelo baseado em evidências, com equipe capacitada e protocolos padronizados, contribui para um cuidado mais resolutivo e centrado nas necessidades do paciente. Além disso, a experiência nacional e internacional demonstra que esse tipo de serviço favorece a continuidade do cuidado, a humanização da assistência e a racionalização dos custos institucionais. A proposta reforça a importância do investimento institucional em iniciativas que fortaleçam a estomaterapia como área estratégica dentro da oncologia, promovendo avanços na prática clínica e na qualidade de vida dos pacientes. Ana Paula Hey Bárbara Reis Braga De Sousa Janaina Aparecida Gomes Pinheiro Maria Eduarda Resende Sampaio Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FORMAÇÃO CONTINUADA EM ESTOMATERAPIA NA ENFERMAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA AÇÃO EDUCATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1966 Introdução: Em 1980 a Estomaterapia é reconhecida, como especialidade exclusiva do enfermeiro no cenário mundial. Compete ao enfermeiro o cuidado qualificado a pessoas com estomias, incontinências e feridas, com base em conhecimentos técnicos, científicos e éticos. Diante da importância dessa área na prática assistencial, um projeto de extensão de uma universidade pública federal da região Centro-Oeste do Brasil, promoveu um ciclo de palestras voltado à atualização de estudantes e profissionais de enfermagem sobre temas relevantes da Estomaterapia. Objetivo: Descrever as experiências vivenciadas por participantes e organizadores durante a realização do ciclo de palestras sobre atualizações em Estomaterapia. Método: O ciclo de palestras ocorreu presencialmente no auditório do hospital universitário, entre abril e junho de 2025, como parte de um projeto de extensão, sendo certificado pela universidade. O evento foi gratuito e aberto à comunidade externa, com foco em estudantes e profissionais de enfermagem interessados na temática. Foram realizados seis encontros, organizados por estudantes com apoio de docentes e enfermeiras vinculadas ao projeto. As inscrições foram gratuitas e realizadas por meio de formulário online, amplamente divulgado nas redes sociais do projeto. Os participantes eram provenientes do hospital universitário, de instituições públicas e privadas de saúde, bem como de outras faculdades. O acolhimento foi realizado pelos próprios estudantes e professoras coordenadoras. A comunicação com o público foi mantida por meio de mensagens em aplicativo de rede social e por e-mail, conforme os dados cadastrados no momento da inscrição. As palestras foram conduzidas por especialistas em Estomaterapia, docentes do curso de Enfermagem e enfermeiras do ambulatório especializado. Resultados: Participaram do ciclo 167 pessoas, entre estudantes e profissionais de enfermagem. Os temas apresentados foram: Dia 1: Avaliação e Registro de lesões de pele: o que preciso avaliar?; Dia 2: Boas Práticas no Cateterismo Intermitente Limpo: Aprimoramento da técnica para melhor assistência; Dia 3: Soluções de limpeza para lesões de pele: qual escolher e como utilizar? e Escolha de coberturas para lesões de pele: manejo e uso racional; Dia 4: Cuidados com as estomias: da escolha do dispositivo ao cuidado com a pele; Dia 5: Manejo da Dermatite Associada a Incontinência (DAI) e Lesão por Fricção; e Dia 6: Lesões por pressão: prevenção e manejo. Como estratégia de fortalecimento do aprendizado e divulgação, após cada encontro foram compartilhados vídeos, fotos e postagens com resumos dos temas abordados. Ao final, foi aplicado um formulário de avaliação com o intuito de coletar impressões sobre a experiência. Os participantes destacaram a pertinência dos temas abordados para sua formação e prática assistencial, evidenciando a aplicabilidade dos conteúdos no cuidado ao paciente. Conclusão: O ciclo de palestras mostrou-se uma estratégia efetiva de educação em saúde, promovendo atualização profissional, valorização da Estomaterapia e integração entre ensino, serviço e comunidade acadêmica. Andrea Mathes Faustino Priscila Brigolini Porfírio Ferreira Beatriz Nappo Neiva Elian Silva De Oliveira Naiane Teles Lopes Lima Emanuella Barros Dos Santos Nayara Dos Santos Rodrigues Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 GESTÃO DO CUIDADO EM ESTOMATERAPIA: RELATO DE UM AMBULATÓRIO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA DE REFERÊNCIA EM ESTOMATERAPIA. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1967 Introdução: Os modelos de gestão e de organização do trabalho impactam diretamente o setor público de saúde, especialmente na administração e na prestação da assistência de enfermagem. Essas diferentes abordagens de gestão buscam orientar e implementar as melhores práticas diante dos contextos existentes, refletindo na atividade profissional e em sua qualidade(1). Os Hospitais Universitários (HU) possuem grande papel e importância social, pois são instituições financiadas publicamente que atendem a população de média e alta complexidade do Sistema Único de Saúde (SUS) contendo como grande diferencial a articulação da extensão universitária que integra a interface acadêmica e a comunidade(1,2). Objetivo: Relatar a experiência da gestão do cuidado em um ambulatório de extensão universitária de referência em estomaterapia. Método: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado no Serviço Ambulatorial de Enfermagem em Estomaterapia (SAEE) do Hospital Universitário de Brasília (HUB). A experiência envolveu estudantes de enfermagem da Universidade de Brasília (UnB), enfermeiras estomaterapeutas e voluntárias, docentes do departamento de Enfermagem da Faculdade de Ciências da Saúde da UnB. Resultados: O Projeto de Extensão de Ação Continuada SAEE é um serviço de referência realizado no Ambulatório do HUB e tem como foco o atendimento a pessoas com estomias, feridas e incontinências urinária ou anal. Para isso, o atendimento do paciente inicia antes mesmo de sua chegada ao serviço em que é realizada a organização do ambiente visando as perspectivas de acolhimento e demandas materiais para prestar um cuidado de excelência. As admissões dos pacientes são realizadas por meio de critérios de prioridade e os atendimentos são organizados e marcados conforme a necessidade clínica do paciente sendo realizados por ordem de chegada ao ambulatório. Para assegurar a qualidade da assistência são utilizados formulários próprios que auxiliam no acolhimento ao paciente identificando suas demandas, condições clínicas para um cuidado ampliado em saúde além de viabilizar a organização dos atendimentos por meio da gestão de materiais em que são contabilizados os insumos despendidos em cada atendimento e o acompanhamento do estoque para comunicação com o setor de compras do hospital. Os profissionais envolvidos no ambulatório possuem um papel essencial na prestação de cuidado para o paciente, sendo atualmente formado por duas enfermeiras do HUB, docentes e discentes da UnB além de enfermeiras voluntárias em que os integrantes participam ativamente de todas as etapas da gestão do cuidado identificando sua importância para a assistência prestada. Considerações finais: A experiência vivenciada no SAEE permitiu compreender, de forma aprofundada, os múltiplos aspectos que envolvem a gestão de um serviço de saúde especializado. O acolhimento, a organização eficiente dos atendimentos, a adequada gestão de recursos materiais e a atuação articulada entre os diversos membros da equipe demonstram a importância de um cuidado centrado no paciente e embasado na prática colaborativa. Além disso, o projeto de extensão fortalece a articulação entre a universidade, a comunidade e os serviços de saúde, permitindo que os estudantes extensionistas aprofundem seus conhecimentos teóricos e práticos na área da estomaterapia, vivenciando também o tripé ensino, pesquisa e extensão. Barbara Luiza Alves Dos Santos Maria Clara Perez Saboia Rute Costa Brito Maria Carolina De Araújo Alves Amanda Mesquita Mendes Gonçalves Nayara Dos Santos Rodrigues Ana Lúcia Da Silva Fernanda Leticia Frates Cauduro Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPLANTAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DA CONSULTORIA EM ESTOMATERAPIA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO: RELATO DA EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1968 Introdução: A Estomaterapia é uma especialidade da Enfermagem que se dedica ao cuidado de pessoas com estomias, feridas, incontinências, fístulas, drenos e cateteres. Implantada no Brasil na década de 1990, sua consolidação tem contribuído para qualificar a assistência, promover segurança do paciente e melhorar desfechos clínicos1,2. O enfermeiro Estomaterapeuta atua com base em evidências científicas e desempenha papel estratégico no ambiente hospitalar, especialmente em instituições públicas, onde sua atuação tem ganhado destaque e reconhecimento3. Objetivo: Relatar a experiência de Estomaterapeutas na implantação e consolidação de Consultorias em Estomaterapia de um Hospital Universitário. Método: Trata-se de um relato de experiência de Estomaterapeutas do Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, com base na demanda de consultoria em Estomaterapia no período de 2015 a 2024. Resultados: A consultoria em Enfermagem foi institucionalizada em 2015, mediante solicitação médica em formulário impresso padronizado e respondida por enfermeiros integrantes do Grupo de Estudo e Pesquisa em Pele (GEPPe). A partir de 2018, as consultorias passaram a ser solicitadas por meio do prontuário eletrônico no sistema AGHU, com a nomenclatura Consultoria em Enfermagem Clínica.Com o prontuário eletrônico, o registro das avaliações e recomendações às consultorias passou a ser escrito em aba específica do prontuário. O consolidado do quantitativo anual de solicitações também está disponível no sistema AGHU. Em 2018 foram 15 consultorias, em 2019 o número subiu para 68, ano em que seis enfermeiras do Grupo concluíram o curso de Estomaterapia na Universidade Estadual do Piauí-UESPI. Curso este acreditado pela SOBEST e com certificação Internacional do WCET. Nos anos seguintes, as solicitações de consultorias tiveram um aumento significativo, com 52 consultorias em 2020, 113 em 2021 e 164 em 2022. Em 2023, outras três enfermeiras também concluíram o Curso de Estomaterapia na UESPI. Nesse mesmo ano, a nomenclatura Consultoria em Enfermagem Clínica foi alterada no sistema para Consultoria em Enfermagem em Estomaterapia. Um total de 306 consultorias foram respondidas em 2023. Em 2024 tivemos o total de 222 consultorias respondidas. Entre as consultorias solicitadas houve destaque para casos de feridas complexas de diversas etiologias, complicações de estomias, fístulas, demarcação pré- operatória para confecção de estomias intestinais de eliminação. Conclusão: A consultoria em Estomaterapia no Hospital Universitário da Universidade Federal do Piauí, representa uma prática reconhecida e consolidada, reflexo da qualificação técnica e científica das Estomaterapeutas do hospital. O reconhecimento tanto institucional quanto da equipe multiprofissional evidencia o papel relevante do Estomaterapeuta na assistência hospitalar especializada. Adriana Jorge Brandao Verônica Elis Araújo Rezende Francisca Das Chagas Sheyla Gomes Braga Almeida Kátia Cilene Gonçalves Da Silva Maria Lailda De Assis Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPLEMENTAÇÃO DE PROTOCOLO PARA USO DE TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA EM HOSPITAL PARTICULAR: APLICAÇÃO DA METODOLOGIA MASP NA SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1969 A Terapia por Pressão Negativa (TPN) é um termo que refere-se ao sistema de curativo que utiliza pressão subatmosférica geralmente composto por uma espuma porosa sobre a qual é aplicada sucção contínua ou intermitente e que, dentro de suas indicações, gera resultados de regeneração tecidual em menor espaço de tempo ao comparar com coberturas convencionais, entre outras vantagens. Apesar da TPN representar bom custo-benefício pela redução do tempo de tratamento apresenta alto custo quando comparada isoladamente com outros curativos, gerando preocupações quanto ao custeio desta terapia nas instituições. Neste sentido os objetivos de utilizar a metodologia MASP - Método de Análise e Solução de Problemas tratam-se de identificar as fragilidades no fluxo institucional de utilização da TPN e estabelecer processos sólidos para diminuir perdas financeiras por glosas. O método MASP inclui etapas delimitadas iniciando com a identificação do problema, observação, análise, plano de ação, ação, verificação, padronização e conclusão. Identificação do problema: A identificação das fragilidades do processo ocorreu por meio de briefings entre profissionais diretamente envolvidos no processo de aplicação, setor administrativo de contas e coordenadores de unidades de internação. Observação: Foram elencados casos onde houveram problemas no faturamento para que fossem analisados os fatores que levaram à falha. Análise: Diagrama de Ishikawa com o problema sendo: Falha na utilização de curativo a vácuo, quanto ao método o processo documentado na instituição estava voltado apenas a atuação da enfermagem na retirada de materiais, não havia padronização da instalação e indicações objetivas. Quanto ao material apresentava falha pelo acesso livre no período noturno sem verificação de critérios. Referente às pessoas foi elencado o desconhecimento do fluxo interno, uso de material de forma indiscriminada, falta de registro dos materiais utilizados e avaliação das lesões, por fim, falta de métricas não estabelecendo objetivos com a TPN. Plano de ação e execução: Estabelecimento de quem é o responsável por informar o setor de materiais da autorização, liberação de materiais apenas após deliberação, mudança na prescrição de materiais no sistema restrita nos casos não analisados, controle de pacientes em uso, uso de registro padrão com itens essenciais e Comissão de pele como responsável pela reformulação de protocolo. Verificação: Os envolvidos nas reuniões orientaram as equipes administrativa e assistencial e situações fora do fluxo estabelecido foram acompanhadas e corrigidas, verificado que não houveram problemas em contas/ custeio quando executado o plano de ação. Padronização e conclusão: Concluída a análise foi redesenhado o protocolo institucional incluindo as indicações e justificativas do uso da TPN pautadas em referências científicas sólidas, um fluxo de retirada de material somente após a indicação médica deliberada pelas operadoras de planos de saúde, estabelecimento de TPN com objetivo, com tempo de troca do curativo e por um tempo estabelecido, além da padronização da técnica de uso. O método MASP sendo um modo objetivo para análise de causas e efeitos frente a um problema possui relevância na área da saúde pela aplicação facilitada e incluir a padronização como uma das atividades-fim, haja vista a importância de protocolos assistenciais dentro das instituições hospitalares. Dalva Carolina Jak Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 JOURNAL CLUB COMO ESTRATÉGIA DE APRENDIZAGEM ATIVA EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1970 Introdução: A formação em enfermagem demanda, além do domínio técnico-científico, o desenvolvimento de habilidades críticas, reflexivas e comunicativas, indispensáveis para uma prática profissional humanizada e baseada em evidências1. Nesse cenário, as metodologias ativas de ensino-aprendizagem se destacam por estimularem o protagonismo dos estudantes e promoverem uma aprendizagem mais significativa2. Na formação em enfermagem, especialmente quando orientada pela prática baseada em evidências, destaca-se o Journal Club como uma estratégia eficaz para fortalecer a comunicação interdisciplinar, a formação acadêmica e as habilidades de leitura e análise crítica de artigos científicos2-3. A implementação do Journal Club na Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (LAENFE) fundamentou-se na necessidade de fortalecer, entre os estudantes, a habilidade de análise crítica de evidências científicas, estimulando o aprimoramento profissional e incentivando a adoção de uma prática de enfermagem fundamentada em evidências. Objetivo: Relatar a experiência da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia da Universidade Federal do Paraná na implementação do Journal Club como estratégia de aprendizagem ativa. Método: Trata-se de um relato de experiência de encontros utilizando a metodologia Journal Club como estratégia de instrumentalização da prática baseada em evidências4. Contou com a participação de 25 acadêmicos de enfermagem integrantes da LAENFE. Os encontros ocorreram de forma remota, entre setembro a novembro de 2024, uma vez ao mês, no período noturno com as temáticas de psoríase, pênfigo vulgar e erisipela. A diretoria científica da liga foi responsável por selecionar artigos atualizados e embasados em evidências. Nos encontros, os estudantes foram organizados em pequenos grupos para promover a troca de saberes e a discussão dos textos, obtendo como produto final, mapas mentais colaborativos construídos com o software online Canva, abordando aspectos como fisiopatologia, manifestações clínicas, diagnóstico, condutas terapêuticas, prevenção e diagnósticos de enfermagem. Resultados: Os encontros favoreceram uma construção ativa e coletiva do conhecimento, estimulando a participação dos estudantes por meio da análise crítica dos artigos e da aplicação prática dos conteúdos discutidos. O uso dos mapas mentais como recurso visual contribuiu para a organização das ideias, aprofundamento temático e desenvolvimento da autonomia. As temáticas dermatológicas foram abordadas sob diversas perspectivas, o que ampliou a compreensão clínica dos participantes. A proposta promoveu o desenvolvimento de habilidades essenciais à prática profissional, como comunicação, trabalho em equipe e raciocínio clínico, além da capacidade de síntese e argumentação. Conclusão: A experiência evidenciou que a estratégia Journal Club, associada à construção colaborativa de mapas mentais, constitui uma estratégia pedagógica eficaz no contexto da formação em enfermagem. Essa ferramenta fortalece a prática baseada em evidências, promove a assimilação de conteúdos complexos e desenvolve competências para a tomada de decisão clínica, especialmente no cuidado especializado. A atividade proporcionou a assimilação de conteúdos relevantes, a valorização da prática baseada em evidências e o fortalecimento da formação crítica dos estudantes. Iniciativas como essa devem ser incentivadas, pois alinham-se às diretrizes das metodologias ativas e contribuem para a formação de profissionais mais reflexivos, autônomos e comprometidos com a qualidade do cuidado. Evelyn Caroline Ferreira Ramos Helena Martins Dipp Luciane Lachouski Gabrielle Stella Picanço Giovanna Deda Aline Cristina Pellis Julia Cieslinsky Gomes Shirley Boller Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 JURI SIMULADO: ESTRATÉGIA DE ENSINO APRENDIZAGEM PARA O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL NA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1971 Introdução: O júri simulado consiste em uma prática educativa que reproduz o funcionamento de um tribunal, permitindo a exposição de argumentos contrários e favoráveis acerca de uma temática específica. Essa estratégia tem se mostrado eficaz na promoção de uma educação dialógica e emancipadora, com potencial de aplicação em diferentes campos do saber, configurando-se como uma ferramenta pertinente ao contexto educacional contemporâneo (1;2). Objetivo: Construir e aplicar um júri simulado junto aos profissionais de enfermagem para conscientização e reflexão quanto a importância da prevenção de lesão por pressão (LP). Metodologia: Relato de experiência descritivo. O caso jurídico foi elaborado por enfermeiras da Seção de Enfermagem em Educação Continuada, Núcleo de Estomaterapia, Unidade de Emergência Referenciada e uma advogada com experiência em processos éticos e civis relacionados à área da saúde. Seguiu-se os preceitos do Direito e a sequência dos processos administrativos do Conselho Regional de Enfermagem (Coren). O script do júri continha: histórico da denúncia, informações contidas nos autos do processo, pressupostos de admissibilidade, análise técnica dos aspectos éticos e as infrações com base no Código de Ética dos profissionais de Enfermagem. Elaborou-se um script para a enfermeira acusada e perguntas sobre o caso aos conselheiros com base no protocolo operacional padrão das medidas de prevenção de LP da instituição e as recomendações do consenso de prevenção de LP (3). Resultados: Foram realizadas quatro sessões de júri simulado, nos turnos manhã, tarde e dois noturnos com a participação de 160 profissionais de enfermagem. O júri simulado deu-se em torno de um processo ético administrativo, a respeito de um caso de um paciente que desenvolveu LP estágio IV. Durante a internação o caso foi denunciado ao Comitê de Ética da Instituição, que por sua vez, após abertura da sindicância e apuração, encaminhou o caso ao Coren. O júri simulado foi composto pelos autores do estudo que ocuparam os papéis de: Presidente da sessão, Conselheiro relator do caso e Enfermeira acusada. Os profissionais de enfermagem que assistiram o júri fizeram o papel dos conselheiros do Coren. O caso foi lido pelo relator, e a seguir foi dada a palavra à enfermeira acusada para sua defesa, após, aberta a palavra aos conselheiros para questões direcionadas para o relator relacionadas ao caso. Ao término das perguntas, o presidente da sessão abre para a votação dos conselheiros pela decisão culpado ou inocente da acusada e a escolha da penalidade (advertência verbal, multa, censura, suspensão do exercício profissional ou cassação). O resultado da votação foi obtido em tempo real por meio da ferramenta Mentimenter®. Ao final da sessão a enfermeira do Núcleo de Estomaterapia apresentou os indicadores de incidência e prevalência da instituição e refletiu com os participantes sobre as boas práticas de prevenção de LP e a responsabilidade ética e legal diante desse tipo de evento adverso passível de processo ético. Conclusão: O júri simulado foi construído e aplicado aos profissionais de enfermagem da instituição de forma a trabalhar a conscientização e a responsabilização profissional, pautada no Código de ética e na segurança do paciente. Carolina Akmiy Schiezaro Falcioni Andréia Afaz Bulgareli Angélica Olivetto De Almeida Erika Sana Moraes Ana Paula Gadanhoto Vieira Joaquim Antonio Graciano Thais Ferreira De Araújo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 LIGA ACADÊMICA DE ENFERMAGEM EM ESTOMATERAPIA (LAENFE) NA CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1972 Introdução: Conforme as diretrizes do Ministério da Educação (MEC) e da Resolução CNE/CES n° 7/2018, a curricularização da extensão é uma estratégia que visa integrar as atividades extensionistas aos currículos dos cursos de graduação¹. A extensão e a universidade possuem um relacionamento mutualista, onde a sociedade e a universidade trocam saberes². A extensão permite a construção de competências profissionais ao exigir situações reais de aprendizagem, viabilizando o desenvolvimento de habilidades comunicativas e técnicas do estudante³. Nessa perspectiva, os alunos matriculados na disciplina “MN174 - Fundamentos para o Cuidar em Enfermagem” do curso de graduação em enfermagem da Universidade Federal do Paraná (UFPR) participaram desse processo de curricularização por meio do projeto de extensão da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (LAENFE). Objetivo: Compartilhar a experiência dos membros da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia (LAENFE), no contexto da curricularização da extensão universitária. Método: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, na modalidade relato de experiência?, construído a partir das vivências dos membros da LAENFE na curricularização de extensão. A ação extensionista foi realizada na Feira de cursos e profissões da UFPR, um evento tradicional da instituição, com o propósito de convidar a comunidade a conhecer seus cursos de graduação, atividades formativas, de extensão, de pesquisa, de cultura e os serviços ofertados. A experiência se desdobrou em três etapas durante o primeiro semestre de 2025, sendo a primeira a capacitação dos estudantes da disciplina MN174, no Campus Botânico da UFPR, ocasião em que foi apresentado o estatuto, a organização e os objetivos da LAENFE, além dos conceitos centrais da estomaterapia e os principais tipos de curativos especiais. Na sequência, os alunos realizaram a ação extensionista na Feira de Cursos e Profissões da UFPR, em dias diferentes. A terceira etapa contemplou a avaliação dos estudantes pela Laenfe, acerca do desempenho dos estudantes nas atividades propostas. Resultados: A LAENFE foi responsável por capacitar e avaliar os discentes da disciplina MN174 da para a feira de profissões sobre curativos especiais e feridas, com o objetivo de consolidar os conteúdos que seriam repassados à população. A capacitação buscou aprofundar os conhecimentos dos alunos e prepará-los para realizar educação em saúde de forma clara e acessível. A ação teve o compromisso de compartilhar as informações em linguagem clara e simples à população. A experiência foi significativa ao promover o desenvolvimento de competências, como: gestão, comunicação e didática. Dessa forma, a necessidade de traduzir saberes científicos para uma linguagem compreensível aos estudantes favoreceu a fixação dos conteúdos e estimulou o aperfeiçoamento do conhecimento teórico-prático. Conclusão: A participação da LAENFE na Feira de Cursos e Profissões da UFPR, proporcionou uma experiência formativa transformadora para os membros da LAENFE. A ação permitiu o desenvolvimento de competências profissionais e sociais, como a educação em saúde voltada à população. Ademais, apresentou momentos desafiadores como a avaliação dos colegas de graduação. Larissa Morgana Dal Cortivo Duarte Yasmin Gonçalves Morais Júlia Cristina Hartmann Julia Luriane Hermes De Oliveira Juliana Coelho Carvalho Kailayne Brito Bueno Shirley Boller Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MASTERCARE: ESTRATÉGIA EDUCATIVA LÚDICA PARA A PREVENÇÃO DE LESÕES CUTÂNEAS NO AMBIENTE HOSPITALAR https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1973 Introdução: A prevenção de lesões cutâneas associadas à assistência à saúde, como lesões por pressão, lesões relacionadas a adesivos médicos e dermatite associadas à incontinência apresenta-se como um desafio contínuo para o enfermeiro estomaterapeuta dentro do ambiente hospitalar. Para melhorar os resultados assistenciais é fundamental garantir conhecimento técnico, senso crítico e comprometimento da equipe para atuar na prevenção, frente à necessidade de ampliar o engajamento e fortalecer a prática baseada em evidências. Objetivo: Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência da ação educativa Mastercare, desenvolvida em um complexo hospitalar de alta complexidade, com foco na capacitação de equipes para prevenção de lesões cutâneas, utilizando abordagens lúdicas e metodologias ativas. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência de uma intervenção educativa inspirada no formato do programa televisivo MasterChef® e adaptada ao contexto hospitalar. A atividade foi estruturada em dois grandes eixos: a dinâmica "caixa misteriosa", que desafiou os participantes a resolverem casos clínicos simulados utilizando insumos e pistas para indicar as melhores estratégias de prevenção de LP com base; e quatro estações temáticas com dinâmicas práticas e interativas. As estações abordaram: prevenção de MARSI por meio de dinâmica sensorial ("Sentindo na pele"); prevenção de DAI com jogo de tabuleiro baseado em classificações atualizadas; uso de coberturas profiláticas com demonstrações práticas e discussão de critérios; e aplicação dos protocolos institucionais com quiz e reflexões sobre barreiras assistenciais. A atividade teve carga horária total de 4 horas, em formato presencial e foi realizada em 2 unidades do grupo hospitalar, sendo uma no Estado de São Paulo e outra no Distrito Federal. Resultados A ação contou com a participação de 244 profissionais da equipe de enfermagem e de outras áreas assistenciais (fisioterapia, nutrição e terapia ocupacional). A atividade foi idealizada pelo time de Estomaterapia em parceria com a indústria que comercializa produtos para prevenção de lesões cutâneas na instituição. Entre os principais diferenciais, destacam-se o aprendizado experiencial, o uso da gamificação e a valorização das recomendações institucionais para o cuidado integrado da pele, baseado no fortalecimento no bundle. A ação também promoveu o diálogo entre especialistas e equipes assistenciais, favorecendo o desenvolvimento conjunto de saberes e o fortalecimento da articulação entre teoria e prática. Resultados: Conclui-se que o Mastercare se apresentou como uma ferramenta educativa potente e replicável, capaz de promover aprendizagem significativa por meio da ludicidade, da prática reflexiva e da valorização do trabalho em equipe. Estratégias como esta podem ser incorporadas às ações de educação continuada, contribuindo para a melhoria do cuidado e na segurança do paciente. Aline Oliveira Ramalho Danielle Leonardi Barreto Claudia Matias Rentes Barbosa Eliane Mazocoli Selma Maria De Sousa Aline Novais Renata Gonçalves De Oliveira Alessandra Marin Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MÚSICA COMO FERRAMENTA DE ENSINO EM ESTOMATERAPIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1974 INTRODUÇÃO: A lesão por pressão (LP) é um problema de saúde pública no país, sendo considerada um evento adverso na assistência à saúde, potencialmente evitável, e um indicador de qualidade em saúde, pois sua ocorrência está diretamente relacionada à segurança do paciente. Em ambientes hospitalares, identifica-se uma prevalência de 16% a 29%, a depender do setor de internação do paciente. O desenvolvimento da LP dificulta o processo de recuperação funcional do paciente, podendo causar dor e levar à mortalidade ou ao desenvolvimento de complicações em sua saúde, o que compromete sua qualidade de vida e socialização, prolonga o tempo de internação, elevando os custos financeiros institucionais e impactando no aumento da carga de trabalho da equipe de saúde. Neste sentido, o processo de aprendizado deve ser centrado na independência e na autogestão da aprendizagem com efetividade, objetividade e aplicabilidade ao cotidiano. O educador assume papel de facilitador e agente de transformação. A linguagem musical é um recurso lúdico de destaque como instrumento facilitador no processo de ensino aprendizagem e compartilhamento de informações sobre LP e estratégias de prevenção a profissionais de saúde, que, quando bem orientados, são fundamentais na manutenção de uma pele saudável. OBJETIVO: Elaborar melodia através de IA e música pré- determinada sobre medidas de prevenção da LP, utilizando a linguagem musical na educação de profissionais de saúde. MÉTODO: No processo de construção da música, foi utilizado o aplicativo Suno?, o qual gera melodias para letras pré-determinadas. Foi selecionada a opção “custom”, digitada a letra pré- formulada, escolhido o estilo “rap, male vocals” e acionado o botão “create”. Após escrever a letra de acordo com a temática definida, optou-se pelo estilo musical RAP por sua popularidade. RESULTADO: A seguinte música foi gerada como resultado da construção musical pela ferramenta Suno?:“OLHEM A MINHA PELE”/ “Estive muito doente/ E fiquei longo tempo internado/ Durante a internação/ Ninguém se preocupou/ Em me mudar de posição/ Por não avaliarem minha pele/ Não perceberam uma leve vermelhidão/ Que se transformou/ Numa pequena lesão/ Enquanto a doença melhorava/ Por não receber os cuidados adequados/ Minha pele cada vez mais se deteriorava/ A cada dia piorava/ Ao invés de fechar/ A lesão só aumentava/ Meu irmão/ Começou a infecção/ A dor só piorava/ Meu quadro se agravava/ E o que se iniciou/ Com uma simples vermelhidão/ Me levou para o caixão.” CONCLUSÃO: O presente estudo demonstra a criação de músicas com conteúdos temáticos, utilizando a tecnologia como facilitadora, sendo opção relevante como ferramenta para dinamizar, qualificar e promover a educação permanente em saúde. Roberto Canavezzi Ana Paula Marcon Carniel Natália Mercurio Rodriguez Lopez Jeysa Graciela Soares Aguiar Geysiane Ferreira Da Rocha Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 NURSE NAVIGATOR - CRIAÇÃO DE UMA NOVA FERRAMENTA PARA PRONTUÁRIO ELETRÔNICO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1975 Introdução: O diabetes é uma síndrome metabólica multifatorial que caracteriza-se pela hiperglicemia crônica devido a disfunção relacionada à ação e produção da insulina. No Brasil, aproximadamente 12,3 milhões de pessoas convivem com esta condição. Objetivo: Desenvolver uma ferramenta em prontuário eletrônico para instrumentalizar a consulta de enfermagem na navegação dos pacientes com diabetes. Com o objetivo de realizar uma avaliação adequada do paciente, identificar os riscos, otimizar o planejamento para a alta, orientar a consulta de enfermagem em ambulatório e auxiliar na educação pós- alta e no manejo do diabetes em domicílio, a fim de minimizar complicações da doença e reinternação. Método: O Grupo de Diabetes de um hospital privado de Porto Alegre/RS criou uma ferramenta para prontuário eletrônico que contempla a avaliação de fatores relacionados ao diagnóstico, tipo de monitoramento de glicemia, tratamento, alimentação, hábitos de vida, impacto emocional, complicações como neuropatia e pé diabético, plano de encaminhamento para demais especialistas, plano de reavaliação. Resultados: Atualmente a enfermagem tem disponível para a avaliação de pacientes diabéticos uma ferramenta para consulta de enfermagem do paciente diabético que pode ser utilizada em ambiente de internação hospitalar, consulta ambulatorial e para registro de contato pós- alta, ou seja, em todos os pontos de contato com o paciente durante a navegação de enfermagem. Mais de cinquenta pacientes já foram navegados utilizando esta ferramenta inovadora. Conclusão: O Grupo de Diabetes, através do Nurse Navigator criou uma ferramenta que guia e auxilia o profissional enfermeiro, e por consequência, toda a equipe multiprofissional, a oferecer ao paciente diabético um cuidado de excelência em busca do melhor desfecho clínico. Karina Leal Vargas Elisandra Leites Pinheiro Sidiclei Machado Carvalho Luisa Juliana Da Silva Pavinatto Isabella Dos Santos Coppola Lucas Henrique De Rosso Micaela Da Silva Constante Lucas Aguiar Da Rocha Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O CUIDADO ESTOMATERAPÊUTICO COM ENFOQUE NA SEXUALIDADE DE MULHERES LÉSBICAS ESTOMIZADAS: LACUNAS NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA E IMPLICAÇÕES PARA UM CUIDADO HUMANIZADO. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1976 Introdução As necessidades de saúde de mulheres lésbicas ainda são pouco reconhecidas nos serviços de saúde e na literatura científica, contribuindo para barreiras no acesso a um cuidado integral, qualificado e livre de discriminação. Essa negligência se torna ainda mais crítica em áreas especializadas como a estomaterapia, que lida com intervenções que impactam diretamente aspectos íntimos da vida dos indivíduos, como sexualidade, autoimagem e relações afetivas¹,². Embora exista uma produção significativa sobre a qualidade de vida de mulheres estomizadas, ela costuma partir da perspectiva heteronormativa, ignorando outras orientações sexuais e seus impactos nas relações afetivas, nas práticas sexuais e na forma de vivenciar o próprio corpo após a estomia. Mulheres lésbicas estomizadas enfrentam desafios específicos, como a invisibilidade de sua orientação sexual no atendimento, a ausência de uma linguagem inclusiva, o despreparo profissional para compreender as dinâmicas desse grupo, o receio de discriminação e a escassez de acolhimento que dialogue com sua realidade. Avançar no cuidado de mulheres lésbicas estomizadas é essencial não só para preencher uma lacuna científica, mas para garantir um atendimento equitativo e sensível às suas especificidades. Replicar abordagens gerais desconsidera suas experiências afetivas, corporais e sexuais, e a ausência desse recorte compromete a qualidade e a humanização do cuidado estomaterapêutico. Objetivo Analisar a literatura existente sobre o cuidado estomaterapêutico a partir da perspectiva da sexualidade, com ênfase nas vivências, demandas e necessidades específicas de mulheres lésbicas estomizadas. Método Trata-se de uma revisão integrativa³, realizada nas bases SciELO, LILACS e PubMed, utilizando os descritores “estomaterapia”, "enfermagem", “estoma cirúrgico”, “sexualidade” e “lésbicas”, todos validados no DeCS/MeSH e combinados com operadores booleanos. Foram incluídas publicações dos últimos dez anos, entre 2015 e 2025, em língua portuguesa, que abordassem aspectos da sexualidade no contexto da estomia, excluindo estudos focados exclusivamente no público masculino. Resultados A análise preliminar evidenciou uma escassez significativa de estudos que abordem diretamente a interseção entre estomaterapia, sexualidade e mulheres lésbicas. Os trabalhos direcionam-se majoritariamente à população heterossexual, o que evidencia um vazio científico no reconhecimento da diversidade sexual no cuidado em estomaterapia. Na base PubMed, não foram identificados estudos relacionados à temática. Já na SciELO, localizou-se o artigo “Sexualidade de pessoas com estomias intestinais”?, e na LILACS, a pesquisa “Vida e sexualidade de mulheres estomizadas: subsídios à enfermagem”?. Embora ambos tragam contribuições relevantes sobre a sexualidade de pessoas estomizadas, nenhum deles aborda a realidade das mulheres lésbicas de forma específica. Esses trabalhos também apontam para obstáculos como a ausência de linguagem inclusiva, o despreparo dos profissionais e a negligência em relação à diversidade sexual no atendimento clínico. Conclusão Conclui-se que a invisibilidade das mulheres lésbicas na literatura científica sobre estomaterapia compromete a integralidade, equidade e a qualidade do cuidado ofertado. A predominância de uma abordagem centrada no público heterossexual e masculino revela uma lacuna crítica de conhecimento e formação profissional. Este cenário reforça a urgência de ampliar a produção científica que contemple a interseccionalidade entre gênero, orientação sexual e condição clínica, promovendo práticas mais inclusivas, sensíveis e humanizadas no campo da estomaterapia. Déborah Costa Maia Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O ENFERMEIRO EMPREENDEDOR NO CONSULTÓRIO DE ESTOMATERAPIA: UMA REVISÃO NARRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1977 INTRODUÇÃO: A Estomaterapia compreende o cuidado especializado de enfermagem voltado a pessoas com estomias, feridas agudas e crônicas, drenos, fístulas, cateteres, e incontinência anal e urinária, com foco em tratamento, prevenção e reabilitação (1). A especialização é exclusiva do enfermeiro e teve início no Brasil na década de 1990, como curso lato sensu, na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP) (2). A atuação nos três eixos da especialidade – Estomias, Incontinência Urinária e Fecal e Feridas – permite selecionar indicadores de saúde, prescrever e tratar pessoas, contribuindo para a promoção e prevenção em saúde. Essa prática também se relaciona ao empreendedorismo na enfermagem, conforme a Resolução COFEN nº 568/2018, alterada pela Resolução nº 606/2019 (3), que respalda a implementação de consultórios de enfermagem com atendimento privado. O trabalho autônomo tem se mostrado uma via promissora de realização profissional, dada a autonomia e conhecimento técnico do enfermeiro. Assim, tornou-se relevante identificar o que a literatura científica publica sobre a atuação do estomaterapeuta nesse contexto. OBJETIVO: Verificar na literatura, nacional e internacional, o que está sendo publicado a respeito da atuação do enfermeiro estomaterapeuta em consultórios de enfermagem. MÉTODO: Este estudo trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada em fevereiro de 2023, com buscas nas bases BDENF, LILACS, BIREME (RHS), SciELO e PubMed, por meio da Biblioteca Virtual em Saúde. Foram incluídos artigos disponíveis na íntegra, publicados entre 2018 e 2023, nos idiomas português, espanhol, francês e/ou inglês. Cartas e editoriais foram excluídos. A estratégia de busca incluiu os descritores: (Enfermagem) AND (Cuidados de enfermagem); (cuidados de enfermagem) AND (estomaterapia); (estomaterapia) AND (enfermagem em consultório); (cuidados de enfermagem) AND (enfermagem em consultório); (empreendedorismo) AND (estomaterapia). Dos 283 artigos identificados, 8 compuseram o escopo final da revisão. RESULTADOS: Os estudos incluídos – 7 nacionais e 1 internacional (Portugal) – foram majoritariamente exploratórios e qualitativos, com uso de análise temática. Apenas três estudos apresentaram abordagem quantitativa. As publicações distribuíram-se entre os anos de 2018 a 2023. Os achados evidenciam que a atuação empreendedora em consultório trouxe benefícios como reconhecimento profissional, autonomia, uso de tecnologias e novos rumos na carreira, como cargos gerenciais. Foram destacadas potências como a alta demanda de mercado, experiência clínica, indicações, uso das mídias sociais e satisfação pessoal. Além disso, o estomaterapeuta demonstrou ampliar sua atuação para áreas como enfermagem estética, produção de conteúdo educativo, pesquisa clínica, consultoria e preparação para concursos. O perfil profissional se revelou caracterizado por boa comunicação, empatia, persistência e ética. Como desafios, foram apontadas dificuldades com recursos humanos, materiais e financeiros, além de baixa remuneração, políticas institucionais desfavoráveis e desvalorização do estomaterapeuta. Identificaram-se ainda estigmas enfrentados por enfermeiros autônomos, inclusive dentro da própria categoria. CONCLUSÃO: Conclui-se que empreender em estomaterapia exige audácia, planejamento e gestão para viabilizar financeiramente os serviços e consolidar a prática como alternativa legítima ao vínculo empregatício tradicional. Ivania Cordeiro Da Silva Silvana Janning Prazeres Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O ENFERMEIRO ESTOMATERAPEUTA NA REABILITAÇÃO SEXUAL EM UM CANCER CENTER: IMPLANTAÇÃO DE FLUXO PARA TREINAMENTO DE INJEÇÃO INTRACAVERNOSA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1978 Introdução A disfunção erétil (DE) afeta um número significativo de homens, sendo especialmente prevalente após intervenções oncológicas como a prostatectomia radical e a radioterapia, mas também presente em pós cirurgias geradoras de estomias. Em Cancer Centers, o cuidado deve ir além da cura do câncer, envolvendo ações de reabilitação sexual que resgatem a qualidade de vida do paciente. A injeção intracavernosa é uma estratégia eficaz para tratamento da DE, porém requer manejo técnico adequado e suporte emocional. Nesse contexto, o enfermeiro estomaterapeuta, ao atuar de forma ampliada, contribui de maneira significativa no processo de educação e segurança do paciente, assumindo papel fundamental na transição do cuidado. Objetivo Relatar a experiência da construção e implantação de um fluxo assistencial compartilhado entre enfermeiros estomaterapeutas e médico urologista para o treinamento de injeção intracavernosa em pacientes com disfunção erétil atendidos em um centro oncológico de alta complexidade. Método Relato de experiência profissional desenvolvido em um Cancer Center privado de São Paulo, referência em atenção oncológica integrada. O fluxo descrito foi estruturado em parceria entre o enfermeiro estomaterapeuta e o urologista especialista em disfunção sexual masculina, a partir das demandas observadas em pacientes submetidos a cirurgias e tratamentos com potencial impacto na função erétil. A sistematização da prática seguiu os princípios do cuidado humanizado, interdisciplinar e baseado em evidências. Resultados Após avaliação médica e prescrição da injeção intracavernosa, o paciente é encaminhado ao ambulatório de estomaterapia para treinamento supervisionado. O atendimento é realizado em ambiente privativo e humanizado, no mesmo turno do atendimento médico. O enfermeiro realiza acolhimento, verificação de sinais vitais e orientações educativas sobre anatomia e fisiologia da ereção, técnica asséptica, preparo e administração do fármaco. São enfatizados sinais de alerta para complicações, como hematomas, fibrose peniana e priapismo, bem como estratégias de prevenção, cuidados pós-aplicação e critérios para busca de assistência especializada. Todo o processo visa à promoção da autonomia do paciente, com foco na segurança, eficácia e adesão ao tratamento. O paciente é encorajado a realizar a autoadministração da primeira dose sob supervisão do enfermeiro. Após 15 minutos, o urologista avalia a resposta erétil conforme escala validada e realiza a titulação da dose ideal. Caso haja intercorrência (ex: priapismo), o manejo é imediato, com reagendamento para nova tentativa. O paciente recebe material educativo escrito com orientações para uso domiciliar seguro. A experiência demonstrou excelente aceitação dos pacientes, melhora na adesão ao tratamento e valorização do cuidado multiprofissional, além de ampliar a visibilidade da atuação do enfermeiro estomaterapeuta na área da sexualidade e reabilitação. Conclusão A implantação do fluxo interdisciplinar envolvendo o enfermeiro estomaterapeuta no treinamento da injeção intracavernosa em pacientes com disfunção erétil demonstrou ser uma estratégia eficaz, segura e centrada no paciente. Essa prática reforça o papel da estomaterapia como área que promove cuidado integral e humanizado, também em aspectos da sexualidade masculina pós-tratamento oncológico, contribuindo para a reabilitação física e emocional desses indivíduos. Bruno Almeida De Oliveira Ramiro Dos Anjos Mendes Felipe Placco Araujo Glina Hernandes Cerqueira De Souza Silva Patrícia Pereira Dos Anjos Renata Otoni Neiva Sarah Yasmin Machado Dos Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O IMPACTO DO USO DO BANHO A SECO NA REDUÇÃO DE CUSTOS HOSPITALARES E PREVENÇÃO DE LESÕES DE PELE EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1979 Introdução: A prevenção de lesões cutâneas é um dos pilares da segurança do paciente em unidades de cuidados críticos. A utilização de tecnologias como o banho a seco tem se destaca como uma alternativa eficaz, ao associar qualidade assistencial, redução do consumo hídrico e do volume de descarte, promovendo a sustentabilidade institucional e contribuindo para a redução de custos em uma instituição que atende 93% dos pacientes via Sistema Único de Saúde (SUS). Além da redução de indicadores de qualidade assistencial com redução nas incidências de Lesão por Pressão (LPP), isolamentos por Pseudomonas e, consequentemente, no uso de antibióticos. Objetivo: Avaliar os impactos do uso do banho a seco na prevenção de lesões cutâneas e na redução de custos hospitalares em pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Método: Estudo descritivo, com abordagem quantitativa, baseado em análise retrospectiva de dados assistenciais e financeiros coletados em uma UTI adulta de um hospital filantrópico de Santa Catarina, com taxa de ocupação de 91,32%. Foram comparados indicadores de qualidade, como a incidência de LPP e relatórios do centro de custos do setor, antes e após a implementação do protocolo de banho a seco. Resultados: A introdução do banho a seco resultou na otimização do tempo de enfermagem (redução de 66%), redução de custos com lavanderia (62,35%) e queda na incidência de LPP associadas à umidade (62%). Houve ainda redução no trimestre de 41,76% nos isolamentos por Pseudomonas, correlacionada à menor utilização de água, e redução de 74% nos gastos com antibióticos. Também foi observada economia trimestral de 66,66% com aventais descartáveis. A prática impactou positivamente a rotina da equipe de enfermagem e os indicadores da unidade. Conclusão: O banho a seco demonstrou ser uma prática segura, custo-efetiva e ambientalmente sustentável. A adesão da equipe de enfermagem e o apoio institucional foram fundamentais para os resultados positivos. A atuação integrada da estomaterapeuta e da equipe de enfermagem da UTI foi determinante para a condução do protocolo e prevenção de lesões. Sua incorporação à rotina assistencial contribuiu diretamente para a qualidade do cuidado e a gestão de recursos, especialmente em instituições com alta demanda do SUS. Janaina Souza De Liz Fatima Gabriela Bornhofen Tatiane Baú Vitcoski Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 OFICINA EDUCATIVA PARA PREVENÇÃO DE MARSI EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA A PESSOA IDOSA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1980 Introdução: As lesões cutâneas relacionadas a adesivos médicos (MARSI) são consideradas eventos adversos evitáveis, com impacto significativo na qualidade da assistência. Tem maior incidência em pessoas com pele frágil, como os idosos, e podem causar dor, infecção, aumento do tempo de internação e dos custos assistenciais. Nesse contexto, a capacitação da equipe assistencial se destaca como uma das estratégias efetivas para prevenção de MARSI, promovendo o uso adequado de tecnologias e técnicas seguras de cuidados com a pele. Objetivo: Relatar uma ação educativa teórico-prática desenvolvida com profissionais de enfermagem, com foco na prevenção de MARSI, em um hospital referência no atendimento a pessoa idosa. Métodos: Trata-se de um relato de experiência, com abordagem descritiva, realizado no ambiente hospitalar. A atividade educativa foi composta por dois momentos: aula teórica e oficina prática, cada uma com duração aproximada de 30 minutos.Durante a aula teórica, foram abordados os seguintes conteúdos: estrutura e anatomia da pele, definição, causas, classificação da MARSI, fatores de risco, estratégias de prevenção e demonstração dos diferentes tipos de adesivos utilizados na assistência. Na oficina prática, os participantes foram divididos em grupos e participaram de duas etapas. A primeira teve como foco a técnica segura de remoção de adesivos. Para isso, cada profissional recebeu uma folha de papel de seda, representando a pele frágil. Em seguida, foram aplicados adesivos (filme transparente, fita microporosa e fita de acrilato) e os participantes foram orientados a removê-los conforme a técnica demostrada anteriormente. Essa atividade teve o objetivo de sensibilizar os profissionais quanto à delicadeza da pele do idoso. Na segunda etapa da oficina, foram disponibilizadas tiras de adesivos em acrilato, nas quais os profissionais puderam praticar cortes padronizados para fixação de dispositivos, como cateteres nasoenterais, nasogástricos e vesicais, de modo a reduzir riscos de MARSI. A oficina contou com a participação de 68% dos profissionais de enfermagem da instituição, demonstrando o engajamento da equipe com a proposta educativa. Resultados: A ação educativa favoreceu o aprendizado prático dos profissionais sobre os mecanismos de ocorrência da MARSI, o reconhecimento de adesivos com menor potencial lesivo e a execução de técnicas seguras de aplicação e remoção. A atividade com papel de seda foi eficaz para ilustrar a fragilidade da pele e reforçar a importância da abordagem cuidadosa durante o manuseio de adesivos. A taxa de participação da equipe de enfermagem contribuiu para a disseminação dos conhecimentos e fortalecimento da prática segura. Conclusão: A experiência demonstrou que ações educativas com abordagem teórico-prática são eficazes na sensibilização e qualificação dos profissionais para a prevenção de lesões relacionadas a adesivos médicos. A metodologia utilizada foi bem recebida, promoveu reflexão crítica e pode ser replicada em outras instituições como uma estratégia eficaz de prevenção da MARSI. Adrieli Aparecida Simoes De Oliveira Jessica Rodrigues Vitorino Dantas Márcia Helena De Souza Freire Paula De Souza Silva Freitas Natalia Aparecida De Barros Letícia Cristine Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PRÁTICA AVANÇADA EM ESTOMATERAPIA: DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL E AUTONOMIA EM UMA CLÍNICA ESPECIALIZADA COM ATENDIMENTO AMBULATORIAL E DOMICILIAR https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1981 Introdução: A atuação do enfermeiro estomaterapeuta (ET) tem se consolidado como uma prática avançada dentro da enfermagem, especialmente quando este profissional exerce autonomia na tomada de decisões clínicas. A criação de ambientes de cuidado liderados e compostos exclusivamente por enfermeiros ET representa um avanço significativo no desenvolvimento profissional, contribuindo para o aumento da resolutividade assistencial, da segurança do paciente e do reconhecimento do conhecimento especializado. Objetivo: Relatar a experiência de implementação e consolidação de uma clínica especializada em estomaterapia, composta exclusivamente por enfermeiros ET com prática autônoma, atuando tanto em ambiente ambulatorial quanto no atendimento domiciliar, destacando seu impacto no desenvolvimento profissional e na qualidade do cuidado prestado. Método: Trata-se de um estudo descritivo, apresentado na forma de relato de experiência, baseado na vivência prática da coordenação de uma clínica de estomaterapia fundada em 2021. A equipe da clínica é formada exclusivamente por enfermeiros ET que atuam de forma autônoma na avaliação, planejamento e execução do cuidado relacionado a estomias, feridas e incontinência. As informações foram obtidas a partir de registros institucionais e reuniões de equipe, com ênfase na autonomia profissional, no desenvolvimento contínuo da qualificação técnica e nos resultados clínicos observados. Resultados: A constituição de uma equipe composta exclusivamente por enfermeiros ET favoreceu a criação de um ambiente profissional pautado na valorização da especialidade, na troca de conhecimento e no fortalecimento da autonomia clínica. Os profissionais relataram aumento da confiança e reconhecimento na tomada de decisões clínicas, além de maior motivação para a busca contínua por aprimoramento técnico e científico. A ampliação da assistência para o ambiente domiciliar permitiu a expansão do escopo dos serviços, assegurando a continuidade do cuidado e fortalecendo o vínculo terapêutico com os pacientes. O modelo organizacional adotado promoveu maior engajamento da equipe e contribuiu para posicionar a clínica como uma referência regional em estomaterapia. Como estratégia de monitoramento da qualidade assistencial, foi implementada uma pesquisa mensal de satisfação dos pacientes. O índice médio de satisfação (Net Promoter Score - NPS) no período avaliado foi de 97 em 100. Todas as respostas neutras ou negativas foram acompanhadas individualmente, promovendo uma cultura de escuta ativa, cuidado personalizado e melhoria contínua. Entre os desfechos clínicos, destaca-se a taxa de reinfecção de feridas, que permaneceu consistentemente abaixo de 1% no período avaliado. Este resultado evidencia a eficácia das técnicas de higiene da ferida baseadas em evidências, o uso adequado em alta tecnologia de coberturas e o raciocínio clínico apurado da equipe de enfermagem especializada. A combinação entre protocolos clínicos, autonomia e educação continuada foi fundamental para alcançar resultados de alta qualidade no cuidado de feridas. Conclusão: A experiência demonstrou que a prática autônoma do enfermeiro ET em uma clínica especializada potencializa o desenvolvimento profissional, fortalece a identidade da especialidade e contribui para um cuidado qualificado e centrado no paciente. Modelos organizacionais que favorecem a prática avançada da enfermagem representam um caminho promissor para a expansão e consolidação da estomaterapia no Brasil e servem de referência para outros países que buscam fortalecer o cuidado especializado em enfermagem. Michele Neves Brajão Rocha Magali Thum Eliane Serafim Sponton Marta Lira Goulart Saskia Iasana Pontes Fleury Aurea Andressa Bastos Lucas Luciana Amaral Pereira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA: USO DE LASER INFRAVERMELHO DE BAIXA POTÊNCIA EM SÍNDROME MÃO-PÉ INDUZIDA POR QUIMIOTERAPIA COM 5- FLUOROURACIL EM PACIENTE COM CÂNCER DE CÓLON https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1982 Introdução: A síndrome mão-pé, ou eritrodisestesia palmo-plantar, é uma toxicidade cutânea frequente associada ao uso de agentes quimioterápicos como o 5-fluorouracil (5-FU), manifestando-se com dor, eritema, descamação e, em casos severos, ulceração nas palmas das mãos e plantas dos pés. Essa condição pode comprometer significativamente a qualidade de vida e exigir modificações no regime terapêutico1. A síndrome mão-pé, induzida por quimioterapia, é classificada em três graus conforme a Common Terminology Criteria for Adverse Events (CTCAE) versão 5.0. No grau 1, ocorrem alterações leves na pele, como vermelhidão ou formigamento, geralmente sem dor ou com dor leve, sem interferência nas atividades diárias. No grau 2, há alterações cutâneas mais evidentes com dor moderada, que já começam a impactar as funções do dia a dia. Já o grau 3 é caracterizado por dermatite ulcerativa ou lesões graves na pele, com dor intensa que limita significativamente as atividades normais.2 Estudos demonstram que a Terapia a Laser de Baixa Potência (TLBP) representa uma estratégia promissora no tratamento da síndrome mão-pé, contribuindo para o alívio da dor e a melhora da qualidade de vida dos pacientes.1,3 Objetivo: Descrever o uso da TLBP com laser infravermelho no manejo da síndrome mão-pé Método: Estudo tipo relato de experiência sobre o uso da TLBP no manejo da síndrome mão-pé realizado num serviço de Estomaterapia do sul do Brasil em 2025. Aprovado pelo CEP sob Parecer nº : 7.465.676. Resultados: Paciente de 56 anos, sexo feminino, em tratamento para câncer de cólon com 5-FU desde 17/02/25 a 27 /03/25.Após o terceiro ciclo de quimioterapia, a paciente apresentou sinais clínicos compatíveis com síndrome mão-pé grau III, incluindo eritema intenso, dor em queimação e descamação em regiões palmo-plantares, com limitação funcional importante. Foi associado TLBP infravermelha como abordagem complementar às medidas convencionais, como hidratação, analgesia e proteção da pele. Foi utilizado um laser infravermelho de baixa intensidade, com comprimento de onda de 808 nm e potência de 100 mW. A aplicação foi realizada por 5 segundos em cada ponto, resultando em uma dose de 1 joule por ponto. O laser foi aplicado diretamente sobre as áreas afetadas, incluindo as polpas digitais das mãos, polpas digitais dos artelhos e a região plantar dos pés. As sessões ocorreram três vezes por semana, durante três semanas consecutivas. A paciente apresentou melhora significativa da dor já após a segunda sessão, além de redução progressiva do eritema e cicatrização das áreas descamativas. Ao final do tratamento, houve reepitelização completa, com retomada das atividades habituais e manutenção do tratamento quimioterápico sem necessidade de ajuste de dose. Conclusão: Este caso reforça a efetividade e segurança do uso da TLBP como recurso terapêutico complementar no manejo da síndrome mão-pé induzida por quimioterápico. Apesar dos resultados promissores, é fundamental destacar que ainda são necessários estudos com amostras mais amplas para validar a eficácia e a segurança do tratamento, bem como para estabelecer protocolos padronizados. Luciani Aparecida Da Silva Melo Rosaura Soares Paczek Cristhiane De Souza Silveira Alessandra Garcia De Figueiredo Agostini Adriana Rosa Spader Patricia Bueno De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 REORGANIZAÇÃO DO CUIDADO COM FERIDAS NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE: PROTOCOLO ASSISTENCIAL, FLUXOS INTEGRADOS E GARANTIA DE INSUMOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1983 Introdução: As feridas representam um agravo prevalente na Atenção Primária à Saúde (APS)1, exigindo cuidados contínuos, específicos e fundamentados em evidências2. Contudo, a falta de padronização, a ausência de protocolos institucionais e a escassez de insumos específicos comprometem a segurança do paciente e a efetividade da assistência3. Na rede pública municipal, pacientes com feridas recorriam à APS e encontravam apenas gaze de algodão e solução fisiológica, o que resultava em cuidados ineficazes e, por vezes, prejudiciais. Trata-se, portanto, de um campo que exige respostas organizacionais e clínicas alinhadas às necessidades da população e aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: Relatar a elaboração de fluxo regulador, padronização e aquisição de insumos, elaboração de protocolo assistencial e capacitação teórico-prática. Método: Relato de experiência referente ao período de 2021 a 2024, que descreve a articulação em rede para qualificação do cuidado às pessoas com feridas. Em 2021, estruturou-se um fluxo de regulação informatizado entre APS e AE, visando padronizar os encaminhamentos e fortalecer a integração entre os níveis de atenção. Paralelamente, articulou-se com a gestão um conjunto estratégico de coberturas para a APS, que foi efetivada em 2023, com oferta de alginato de cálcio, hidrogel, tela não aderente, gaze de viscose e apósito. Em 2022, a AE iniciou a construção do protocolo para prevenção e tratamento de feridas na APS, implementado em 2024, acompanhado por capacitação teórico-prática de cerca de mil profissionais. Como parte do fortalecimento da rede, estruturaram-se cinco ambulatórios especializados. Resultados: A expansão da AE, por meio de investimentos em insumos, tecnologias e formação, foi estratégica para qualificar o cuidado. Os ambulatórios contam com 10 enfermeiras, todas estomaterapeutas, que atuam como referência técnica para APS. O fluxo assistencial regulou os encaminhamentos da APS para a AE, otimizando o manejo dos casos. A implementação do protocolo promoveu a padronização das condutas, ampliando a segurança e a resolutividade das equipes. A capacitação teórico-prática favoreceu a aplicação efetiva do protocolo e fortaleceu o protagonismo da enfermagem. Além disso, a aquisição de insumos possibilitou resposta imediata nos territórios, evitando encaminhamentos. Destaca-se também a implantação de dispositivos para avaliação do pé em risco e diagnóstico de doença arterial periférica, como o doppler portátil vascular, presentes em aproximadamente 80% das unidades da APS. Conclusão: A estruturação da AE foi estratégica para qualificar a APS, permitindo que as estomaterapeutas liderassem capacitações, elaborassem o protocolo e oferecessem apoio técnico estruturando em um modelo territorial e cooperativo de cuidado. A implementação do protocolo promoveu as boas práticas e autonomia da enfermagem. A disponibilização de insumos nas unidades básicas ampliou a capacidade de resposta da APS. Esta experiência reafirma que mudanças organizacionais são possíveis quando pautadas na escuta ativa, no planejamento alinhado à realidade local e no investimento contínuo em pessoas. O protocolo consolidou-se como expressão do cuidado ético, resolutivo e colaborativo no serviço público. Luciana Rosa Porto Adriana Rosa Spader Carla Cristina Kommers Molina Celita Rosa Bonatto Elaine Maria Alexandre Patrícia Bueno De Oliveira Ana Raquel Campello Rocca Susane Schirmer Mendes Scheid Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TELENFERMAGEM -SISTEMA DE GERENCIAMENTO E MONITORAMENTO DA ESTOMATERAPIA PARA PACIENTE COM ESTOMAS, FERIDAS E INCONTINÊNCIAS. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1984 O câncer é uma doença silenciosa e lenta, provocando uma demora do indivíduo para procurar o tratamento. O INCA estima para o Triênio 2023-2025, 704 mil novos casos de câncer, sendo Próstata, mama e colorretal os mais prevalentes. A rotina de tratamento ocorre principalmente a nível ambulatorial demandando várias consultas sequenciais o que corrobora cansaço ao paciente e sua família, sendo um desafio para a equipe de saúde. A enfermagem em estomaterapia está muito envolvida na jornada de tratamento do paciente oncológico pois, uma parcela importante pode apresentar complicações como feridas, necessidade de manejo de estomias, incontinências e cuidados específicos com a pele. A telenfermagem é definida pelo International Council of Nurses (ICN) como a prática de enfermagem assistencial, educacional, gerenciamento e de pesquisa realizada à distância, por meio eletrônico e demonstra bons benefícios no acompanhamento das complicações do tratamento, diminuindo as consultas presenciais, favorecendo um monitoramento efetivo e promovendo a adesão do paciente e estimulando o autocuidado. O Instituto do câncer do Estado de São Paulo (ICESP), um centro de assistência de alta complexidade em oncologia implantou em 2021 o modelo lógico de telenfermagem sob nº 4.513.242/2021. Este modelo segue implantado realizando em média 5.900 teleatendimentos mensais. Seguindo essa dinâmica, o setor de estomaterapia foi integrado ao programa de telenfermagem em setembro/23. Objetivo: Estimular o autogerenciamento e continuidade do cuidado com feridas, estomias e incontinências pelo paciente e seu cuidador em domicilio; avaliar a execução da prescrição do cuidado e a evolução do tratamento; facilitar a jornada do paciente e evitar deslocamentos desnecessários. Método: Foram estabelecidos critérios de inclusão para agendamento da telenfermagem na estomaterapia. Pacientes com condições intelectuais de utilizar sistema telefônico com internet e vídeo chamada Necessária primeira consulta presencial para avaliação, prescrição e treinamento do cuidado ao paciente/cuidador; Agendamento da telenfermagem pela equipe (suporte onconecta) para aceite da consulta e assinatura do termo de consentimento pelo Portal eletrônico do paciente. Uso do Software de monitoramento telefônico para as chamadas telefônicas Uso da plataforma institucional (HC EM CASA) para os vídeos chamados. Registro documentado em prontuário eletrônico. Resultados: Entre setembro de 2023 até maio de 2025, foram realizados 50 consultas por telefone e 82 consultas por vídeo chamadas pelo serviço de Estomaterapia. Conclusão: a telenfermagem em estomaterapia, facilitou o acompanhamento do cuidado ao paciente com feridas, estomas ou incontinências, sem a necessidade de deslocamentos constantes, favoreceu a aderência as orientações e promoveu segurança no atendimento. Rita De Cássia Freitas Bandeira Girler Pereira Dos Santos Karina Maria De Santana Gonçalves Andrea De Paula Rabelo Silvia De Lima Vieira Maria Rita Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TRAJETÓRIA E IMPLEMENTAÇÃO DO SERVIÇO DE ESTOMATERAPIA NO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1985 Introdução: A estomaterapia é uma área de atuação exclusiva do enfermeiro que atua na prevenção e o tratamento de feridas, incontinências urinaria e anal, cuidado com estomias, fístulas, tubos e drenos1. A estomaterapia surgiu nos anos 1950 nos Estados Unidos, com os cuidados de Normal Gill aos estomizados, após ela mesmo ter sido estomizada. Com os cuidados da pele em relação a dermatite, os especialistas passam a dar atenção a pacientes com feridas agudas e crônicas. No Brasil a especialidade surge em 1990 na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo2. No Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) o serviço de estomaterapia estruturou-se com ênfase no desenvolvimento técnico- científico, avanço tecnológico e qualificação do profissional estomaterapeuta, além disso, o plano de cuidados de enfermagem estava voltado para autonomia do paciente e desospitalização precoce. Objetivo: relatar a trajetória de desenvolvimento e consolidação do serviço de estomaterapia do HNSC. Método: trata-se de um relato de experiência do processo de estruturação do serviço. Resultados: O serviço de estomaterapia teve início a partir da criação de um Grupo de Estudos a Pacientes com Lesão Pele (GEPLP) em 2002 ações educativas e assistenciais. A consolidação ocorre em 2006, com a elaboração e implementação de protocolos assistenciais de tratamento de feridas. Em meados de 2011, se constitui o primeiro Serviço de Estomaterapia do Rio Grande de Sul com duas enfermeiras exclusivas para atendimentos de feridas e estomias em nível hospitalar e ambulatorial. Em 2014 já com quatros enfermeiras ampliou-se as atividades contemplando a prevenção de lesão por pressão, demarcação pré- operatória para pacientes com possível confecção de estoma, acompanhamento de indicadores,implementação de um sistema de consultoria e formação de profissionais consultores. Além disso, a realização de teste e parecer de materiais utilizado pelo serviço, orientação para alta e vinculação ambulatorial. Em 2023 inicia o atendimento a pacientes com disfunções do assoalho pélvico (DAP) por estomaterapeutas, sendo solicitado ao COREN-RS um parecer sobre o atendimento do estomaterapeuta nas DAP3. Por fim, em 2024, devido a ampliação da instituição e criação de um centro de oncologia outras duas estomaterapeutas integram-se ao grupo. A assistência perpassa pela prevenção e tratamento de feridas, cuidados a pessoas estomizadas, incontinência urinária e anal, dor pélvica, prolapso, constipação entre outros. Dentre os recursos utilizados destacam-se: coberturas e correlatos, terapia por pressão negativa, fotobiomodulação, eletroestimulação e adjuvantes para uso em pacientes estomizados. Conclusão: a atuação do serviço é voltada à qualificação profissional, planejamento e organização dos cuidados especializados. A consolidação do serviço transformou práticas assistenciais, proporcionando excelência, segurança e humanização no atendimento prestado. Adriana Alves Dos Santos Anaeli Brandelli Peruzzo Catia Frigi Delevati Carolina Gosmann Erichsen Fabiana Henriques Maciel Michele Grewsmuhl Silvana Vizzotto Sofia Louise Santin Barilli Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TRATAMENTO DE DEISCÊNCIA OPERATÓRIA PÓS-ABDOMINOPLASTIA COM CURATIVO DE FIBRA GELIFICANTE E SOLUÇÃO DE LIMPEZA AVANÇADA: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA PRÁTICA DE ENFERMAGEM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1986 Introdução A deiscência cirúrgica é uma complicação que pode ocorrer após procedimentos cirúrgicos de grande porte, como a abdominoplastia, sendo caracterizada pela separação parcial ou total dos bordos da ferida operatória (1). O manejo eficaz dessas lesões requer conhecimento técnico da equipe de enfermagem e o uso de recursos tecnológicos que favoreçam o processo cicatricial (2). Objetivo: Relatar a experiência do uso de Exufiber Ag e solução Granudacyn no tratamento de deiscência cirúrgica em paciente submetida à abdominoplastia. Metodologia:Trata-se de um relato de experiência a nivel ambulatorialrealizado com uma paciente que foi submetida à abdominoplastia em 13 de maio de 2025. No 7º dia pós-operatório, apresentou deiscência cirúrgica parcial na região abdominal, sem sinais de infecção sistêmica. O tratamento instituído envolveu o uso do curativo de fibra gelificante com prata (Exufiber Ag) com trocas a cada 48 horas, associado à limpeza com solução Granudacyn (composta por água purificada, cloreto de sódio, hipoclorito de sódio e ácido hipocloroso), conforme protocolo da equipe de enfermagem. Resultados: A paciente apresentou boa resposta ao tratamento, com redução progressiva do exsudato e fechamento gradual da ferida. Não houve sinais clínicos de infecção ou complicações adicionais. A abordagem utilizada promoveu ambiente úmido controlado e ação antimicrobiana local, favorecendo a cicatrização. A adesão ao protocolo pela equipe de enfermagem e a monitorização constante foram fundamentais para o desfecho positivo. Conclusão: A combinação entre o curativo com tecnologia hydrolock permite uma absorção e retenc1ão de grandes quantidades de fluidos, mesmo sob pressão, minimizando o risco de vazamentos e a solução com base de água, ácido hipocloroso e hipoclorito de sódio, demonstrou-se eficaz no manejo da deiscência cirúrgica, proporcionando segurança e boa evolução clínica. O relato reforça o papel fundamental da enfermagem na aplicação de tecnologias avançadas e na condução de um cuidado individualizado e holístico baseado em evidências. Francilene Silva De Siqueira Jabiael Carneiro Da Silva Filho Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TREINAMENTO INTERDISCIPLINAR PARA REPOSICIONAMENTO NO LEITO COM ÊNFASE NA ERGONOMIA DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1987 Introdução: A prevenção da lesão por pressão (LP) é uma prática fundamental para a segurança do paciente, sendo o reposicionamento no leito uma das estratégias preventivas mais recomendadas1. Apesar de sua eficácia comprovada, essa intervenção exige esforço físico repetitivo da equipe de enfermagem e, quando realizada inadequadamente, pode causar sobrecarga musculoesquelética e aumentar o risco de lesões ocupacionais2. Nesse contexto, treinamentos ergonômicos tornam-se essenciais para a prevenção de agravos à saúde do trabalhador, especialmente durante a mobilização de pacientes3. Objetivo: Relatar a experiência de um treinamento sobre ergonomia no reposicionamento de pacientes no leito, voltado para profissionais de enfermagem. Método: Trata-se de um relato de experiência de um treinamento realizado em um hospital público de Fortaleza-CE, entre novembro e dezembro de 2023, destinado a enfermeiros e técnicos de enfermagem das UTIs, Clínicas Médicas e Cirúrgicas. Com duração aproximada de uma hora, o treinamento combinou abordagem teórica e simulação realística. As clínicas participaram em sala de treinamento, enquanto nas UTIs a atividade ocorreu nas próprias unidades. Os temas abordados incluíram a importância do reposicionamento no leito para prevenção de LPs, princípios ergonômicos, técnicas corretas de mobilização, uso de equipamentos e pausas. Ao final, foi solicitado feedback sobre a percepção de esforço físico durante a prática. Resultados: A simulação realística foi a principal estratégia metodológica, com turmas de 10 a 12 participantes que se revezavam nos papéis de paciente e cuidador. Essa dinâmica permitiu correções posturais, uso adequado de acessórios e vivência prática dos benefícios do reposicionamento, tanto para o paciente quanto para o profissional. O treinamento foi conduzido por enfermeiros estomaterapeutas e fisioterapeutas, que orientaram sobre posições como decúbito dorsal, decúbito lateral e sedestação, além da importância da altura da cama, posicionamento de travesseiros e coxins, e aplicação do princípio de alavanca. Os participantes relataram redução da sobrecarga física ao aplicar as técnicas aprendidas e destacaram positivamente o foco na saúde do trabalhador — aspecto pouco abordado em formações anteriores. Foram registradas dúvidas sobre o uso de acessórios e limitações estruturais, como instabilidade hemodinâmica e reposicionamento no período noturno. As demandas foram acolhidas e encaminhadas para melhorias. Conclusão: O treinamento proporcionou uma vivência prática sobre ergonomia no reposicionamento de pacientes, promovendo a conscientização dos profissionais quanto à postura adequada e ao uso correto de acessórios. Ao abordar aspectos como ergonomia, equipamentos e pausas, a iniciativa poderá contribuir para a redução de riscos ocupacionais e para a promoção de um ambiente de trabalho mais seguro e saudável. Thais Lima Vieira De Souza Alessandra Rocha Mororó Pìnheiro Maria Socorro Quintino Farias Pedro Almir Feitosa Morais Sônia Samara Fonseca De Morais Andrea Felinto Moura Tamires Daianny Araujo De Oliveira Maria Leliany Rosa Arruda Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TREINAMENTO SOBRE HIGIENE DE FERIDAS PARA ENFERMEIROS: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1988 Introdução: Pessoas com feridas de difícil cicatrização sofrem impacto significativo na qualidade de vida e geram impactos econômicos para o indivíduo e serviços de saúde no mundo¹. Diante disso, o conceito de Higiene de Feridas surge como uma ferramenta importante para otimização do processo de cicatrização, visto que se refere a um conjunto de práticas estruturadas e sistemáticas voltadas para a limpeza, descontaminação e manejo de feridas, com o objetivo de promover a cicatrização e prevenir infecções. Na literatura, podemos identificar lacunas de conhecimento dos profissionais sobre esse processo do conceito de Higiene de Feridas². Ainda, existe uma dificuldade de padronização de protocolos institucionais voltados para o tratamento de feridas³. Isso ressalta a importância do desenvolvimento de atualizações e capacitações para os enfermeiros nessa temática. Objetivo: Relatar a experiência da realização de um treinamento sobre boas práticas em higiene da ferida voltado para profissionais de enfermagem de uma rede verticalizada de hospitais. Método: Trata-se de estudo do tipo relato de experiência de um treinamento com o tema de desenvolvimento das quatro etapas de “Boas Práticas de Higiene da Ferida”: 1. Limpeza da ferida e da pele perilesional; 2. Desbridamento; 3. Remodelamento; e 4. Aplicação da cobertura. Resultados: Com a necessidade de padronizar e atualizar os cuidados relacionados a feridas complexas em uma rede de saúde verticalizada composta por mais de 80 hospitais e divididos em 19 estados, foi realizado um curso prático no estado com maior aglomerados de hospitais para 35 enfermeiros especialista ou membros da Comissão de cuidados com a pele. A estrutura do curso foi composta de 21 horas de aula teórica online e 9 horas práticas. Utilizando instrumentais como lâmina de bisturi, cureta, seringas e agulhas foi iniciado uma aula em laboratório de uma universidade local e com apoio de uma empresa que fornece curativos para a rede. Os participantes deram um feedback positivo sobre a atividade, reforçando a importância de desenvolvimento de ações para construção do conhecimento de forma ativa e participativa. Conclusão: Por meio de práticas de aperfeiçoamento do tratamento de feridas embasado no conceito de Higiene de Feridas espera-se contribuir com a melhora da prática assistencial de pessoas com feridas de difícil cicatrização. Thais Vaz Orge Hilda Macambira Santtos Holanda Maria Laura Silva Gomes Leilane Andrade Gonçalves Nayanne Oliveira Da Silva Sarah Maria Rodrigues Lima Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DE LASER DE BAIXA POTÊNCIA PARA TRATAMENTO DE RADIODERMITE: ESTUDO DE CASO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1989 Introdução: O câncer colorretal é uma das neoplasias mais prevalentes em todo o mundo, com alta incidência também no Brasil1. Quando acomete o reto distal, geralmente é necessário realizar cirurgias radicais, como a amputação abdominoperineal do reto com estomia definitiva, muitas vezes acompanhada de radioterapia como tratamento prévio ou posterior2. Embora eficaz, a radioterapia pode causar efeitos adversos, como radiodermite, caracterizada por reações inflamatórias agudas na pele irradiada que são mais graves em áreas como o períneo, devido ao atrito, umidade e dobras na pele3. De acordo com os critérios da Radiation Therapy Oncology Group (RTOG) para avaliação da morbidade aguda por radiação, a toxicidade cutânea é classificada da seguinte forma: Grau 0 – ausência de alterações em relação à linha de base; Grau 1 – eritema folicular leve ou opaco, epilação, descamação seca e/ou redução da sudorese; Grau 2 – eritema doloroso ou brilhante, descamação úmida localizada e/ou edema moderado; Grau 3 – descamação úmida confluente e/ou edema acentuado; Grau 4 – ulceração, hemorragia e necrose; Grau 5 – toxicidade letal4. Diante da complexidade das lesões e do desconforto gerado, métodos terapêuticos complementares vêm sendo explorados, entre eles, destaca- se a Terapia a Laser de Baixa Potência (TLBP), que promove bioestimulação celular, analgesia, modulação inflamatória e aceleração da cicatrização tecidual5. Objetivo: Descrever um caso clínico de radiodermite perineal com aplicação de TLBP como recurso terapêutico adjuvante ao tratamento convencional. Método: Estudo de caso sobre o tratamento de radiodermite com TLBP, realizado em um ambulatório de Estomaterapia no sul do Brasil em 2025. Aprovado pelo CEP: 7.465.676. Resultados: Paciente, sexo feminino, 57 anos, com câncer colorretal submetida à amputação abdominoperineal de reto, com estomia definitiva. Realizou radioterapia de 17/02/2025 a 27/03/2025, apresentou radiodermite grau 3 na região interglútea e glútea, com ulcerações extensas, com presença de exsudato, dor intensa e limitação funcional. O manejo inicial incluiu higiene com sabonete líquido antisséptico, curativos com cobertura não aderente. Iniciada aplicação de TLBP em 7 pontos na lesão central, 10 pontos na perilesão e 20 pontos em toda região glútea com 1 J V/IV com frequência de três vezes por semana, apresentando melhora na segunda semana de uso. Realizado registro fotográfico e mensuração do tamanho da lesão com régua para acompanhar a evolução da lesão. Observou-se redução progressiva do exsudato, diminuição da dor e aceleração do processo de cicatrização. Os parâmetros do laser eram ajustados conforme evolução da lesão, resposta clínica e tolerância da paciente. Além disso, notou-se melhora do quadro emocional da paciente com o alívio dos sintomas causados pela radiodermite, contribuindo para a aceitação da estomia e melhora da autoestima. Conclusão: A utilização da TLBP como terapia adjuvante no tratamento da radiodermite perineal mostrou-se eficaz, segura e bem tolerada, proporcionando melhora clínica significativa em curto período de tempo. Este caso evidencia o potencial desse recurso terapêutico no contexto oncológico, especialmente em áreas de difícil cicatrização e com comprometimento funcional. Luciani Aparecida Da Silva Melo Rosaura Soares Paczek Cristhiane De Souza Silveira Alessandra Garcia De Figueiredo Agostini Adriana Rosa Spader Patricia Bueno De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 VIVÊNCIAS E APRENDIZADOS DE UMA ENFERMEIRA ESTOMATERAPEUTA BRASILEIRA NO CONGRESSO EUROPEU DE FERIDAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1990 Introdução: A prática clínica em estomaterapia demanda atualização contínua e contato com as inovações científicas e tecnológicas que repercutem diretamente ao cuidado com pessoas com feridas, estomias e incontinências. O 35th Conference of theEuropean Wound Management Association – EWMA é um dos maiores eventos internacionais na área de feridas, reunindo profissionais, pesquisadores e indústrias de diversos países. Participar de eventos com essa magnitude representa uma oportunidade ímpar de imersão científica e de intercâmbio profissional, visto que a difusão da propriedade intelectual deve acompanhar os padrões mundiais, justificando o epíteto de sociedade moderna para a sociedade do conhecimento. Objetivo: Descrever as vivências de uma enfermeira estomaterapeuta brasileira durante sua participação no EWMA, destacando as contribuições para a formação acadêmica, atuação clínica e produção científica no campo das lesões cutâneas. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência sobre a vivência no EWMA que ocorreu em março de 2025 realizado em Barcelona na Espanha. A Conferência teve como tema deste ano é "Rumo à excelência no tratamento de feridas quebrando fronteiras e silos", onde existiam 250 sessões científicas, congressistas de mais de 90 países e mais de 150 expositores líderes do setor que apresentam inovações e produtos de última geração. Resultados: Durante o evento, foram acompanhadas apresentações de estudos multicêntricos, inovações em terapias tópicas, novas abordagens baseadas em inteligência artificial para avaliação de lesões, além de painéis sobre práticas clínicas avançadas em centros de excelência em tratamento de feridas. O contato com profissionais de referência mundial ampliou o olhar crítico e analítico sobre práticas adotadas no Brasil, permitindo reflexão sobre protocolos de tratamento, uso racional de tecnologias e incorporação de novas evidências. Destaca-se ainda a importância dada à avaliação da dor associada às feridas, à qualidade de vida dos pacientes e ao protagonismo da enfermagem especializada na condução dos cuidados. Além das atividades científicas, o espaço expositivo permitiu acesso direto a novas tecnologias, produtos inovadores e dispositivos ainda não disponíveis no mercado brasileiro, promovendo uma visão prospectiva da área. É importante destacar que, para alcançar novas conquistas pessoais e profissionais, é fundamental superar barreiras culturais, sociais, emocionais e linguísticas, além de compreender que o crescimento exige, muitas vezes, enfrentar dificuldades, ter paciência e estar aberto ao aprendizado. Conclusão: Participar do EWMA como enfermeira estomaterapeuta foi uma experiência transformadora, que reforçou o compromisso com a excelência no cuidado e na pesquisa em estomaterapia. A troca internacional possibilitou uma ampliação das perspectivas sobre o cuidado com feridas, além de fomentar ideias para novos estudos e parcerias. A internacionalização da formação profissional é essencial para o fortalecimento da prática baseada em evidências e para a valorização da estomaterapia brasileira no cenário global. O vínculo estreito entre a comunidade científica e serviço gera resultados em que todos são beneficiados, desde o acadêmico de enfermagem no processo de construção de conhecimento e práticas ao usuário que utiliza os serviços de saúde. Leticia Giaconia Gonçalves Andrezza Silvano Barreto Larissa De Oliveira Moog Andrea Claudia Campelo Maciel Ana Virginia De Melo Fialho Manuela De Mendonça Figueirêdo Coelho Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PROMOÇÃO DO CONFORTO E DA QUALIDADE DE VIDA A PACIENTES ESTOMIZADOS EM CUIDADOS PALIATIVOS. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1991 INTRODUÇÃO: A estomização é uma intervenção cirúrgica que pode provocar repercussões significativas nos aspectos físicos, emocionais e sociais do indivíduo, especialmente quando inserida no contexto dos cuidados paliativos (CP). A Organização Mundial da Saúde (OMS) define os CP como uma abordagem voltada para a melhoria da qualidade de vida (QV) de pacientes e seus familiares diante de enfermidades que ameaçam a continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento, com a identificação precoce, avaliação adequada e tratamento eficaz da dor, bem como de outros problemas de ordem psicossocial e espiritual. Nesse cenário, a atuação do profissional de enfermagem torna-se essencial, não apenas na assistência técnica relacionada à estomia, mas, sobretudo, na promoção do conforto, da dignidade e do bem-estar. OBJETIVO(S): Evidenciar a atuação da enfermagem na promoção do conforto e da qualidade de vida de pacientes estomizados em cuidados paliativos. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, na qual foram utilizados bases de dados como BVS, Pubmed, BDTD, Portal de Periódicos CAPES, SciELO e Google Acadêmico, utilizando os Descritores “Estomaterapia”, “Estomia”, “Enfermagem” e “Cuidados Paliativos”, combinados com os operadores booleanos “AND” e “OR”, conforme necessidade, para refinar as buscas. A pesquisa ocorreu em julho de 2025, e os critérios de inclusão foram artigos completos em português, inglês e espanhol, publicados nos últimos dez anos. Foram excluídos estudos de revisão, teses, dissertações, monografias, artigos não relacionados ao tema e repetidos. Dos 24 estudos encontrados, após aplicação dos critérios de elegibilidade e leitura, a amostra final foi composta por cinco publicações. RESULTADOS: O câncer é considerado a principal doença resultante nos CP e uso de estomias, sendo mais incidente o câncer colorretal e metastático. Os estudos apontam que a terminalidade está comumente acompanhada da debilidade física, causada pela progressão da doença, deambulação prejudicada, dificuldade respiratória, dor e uso de opióides. Além disso, o enfrentamento ineficaz, sentimento de impotência, ansiedade e baixa autoestima, associada à necessidade do uso da estomia, tornam a promoção do conforto e da QV ainda mais complexa e desafiadora. Sabendo disso, é indispensável à atuação da Enfermagem através de um cuidado transdisciplinar, centrado na singularidade de cada paciente, com habilidades técnicas necessárias desde o acompanhamento pré-operatório para a confecção do estoma, até a adaptação do paciente com o equipamento coletor, buscando a qualidade da assistência, ressignificação dos aspectos biopsicossociais e ressaltando a autonomia da pessoa estomizada. CONCLUSÃO: A enfermagem desempenha papel fundamental na promoção do conforto e da QV de pacientes estomizados em CP, por meio de uma assistência técnica e humanizada, baseada em ações que contemplam não apenas o manejo da estomia, mas também o suporte emocional e o acolhimento. Tais práticas contribuem significativamente para a preservação da dignidade e do bem-estar até o fim da vida. Ademais, os estudos reforçam a necessidade da educação permanente, a fim de aprimorar a qualidade dos cuidados de enfermagem prestados a pacientes com estomias em situação paliativa, bem como o desenvolvimento de novos estudos acerca do tema. Wemerson Campos Furtado Ariana Rodrigues Vieira Lima João Manoel Moreira Furtado Artemizia Pereira Silva Duarte Kailanny Gladys Ribeiro Da Cruz Nathália Maria Nolasco Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A FÉ E A ESPIRITUALIDADE NOS ITINERÁRIOS TERAPÊUTICOS DE PESSOAS COM GASTROSTOMIA EM CUIDADO DOMICILIAR https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1992 Introdução: embora a gastrostomia represente uma medida fundamental para garantir a nutrição adequada em pacientes com limitações crônicas, também é fonte de preocupação para familiares, dado o potencial de complicações relacionadas ao uso do dispositivo1. Sendo assim, é importante conhecer os elementos fortalecedores utilizados pelos indivíduos em seu percurso em busca de cuidado, como a espiritualidade2. Objetivo: analisar o papel da dimensão espiritual na trajetória de familiares e pessoas que vivem com gastrostomia no domicílio. Método: pesquisa descritiva, qualitativa, envolvendo familiares de pacientes que vivem com gastrostomia no domicílio no município de São Mateus, Espírito Santo. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, as quais foram transcritas, textualizadas, transcriadas em formato de narrativa e validadas pelos participantes3, com o apoio do software Requalify. Para a análise temática, foi utilizado o referencial teórico do subsistema Folk/Tradicional proposto por Kleinmann4. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer n. 7.113.486), garantindo os preceitos éticos. Resultados: Participaram 11 familiares, os resultados revelaram que a fé em Deus e a espiritualidade emergiram como elementos centrais nas narrativas dos participantes, funcionando como um pilar fundamental para o enfrentamento dos desafios impostos pela condição de saúde de seus familiares com gastrostomia. conforme observado em uma das entrevistas: "Durante esse processo todo, nem ela nem eu buscamos ajuda espiritual ou religiosa, seguimos com a medicina. Mas, mesmo assim, posso dizer que sem a fé eu já teria desabado. Venho lutando por ela há cerca de quatro anos e, com meu irmão, desde os 21 anos dele." (Familiar 4). Outro participante reforça a indispensabilidade da fé: "De tudo, de tudo o que sustenta, é o que a gente tem esperança, é o que fortalece, porque senão a gente surta, entendeu? Então, se Deus não estiver à frente, a gente não aguenta não." (Familiar 8). Essa dimensão do cuidado transcende as práticas formais, sendo um recurso interno e comunitário constante, onde o apoio da comunidade de fé e as orações são percebidos como essenciais para a manutenção da saúde mental e emocional, inclusive com a crença em milagres: "Sim, nós somos evangélicos e estamos acreditando que ela possa ter um milagre e sair daquela cama." (Familiar 11). Conclusão: a fé e a espiritualidade representam um componente vital nos itinerários terapêuticos de pessoas com gastrostomia, funcionando como um alicerce de apoio, resiliência e esperança. Esses achados reforçam a necessidade de que profissionais de saúde, especialmente estomaterapeutas, compreendam e integrem a dimensão espiritual no plano de cuidados, reconhecendo-a como um recurso significativo para a adaptação e o bem-estar do paciente e família. A valorização e o respeito às crenças podem otimizar o suporte oferecido, promovendo um cuidado mais integral e humanizado. Maiza Fernandes Bomfim Emanuely Gomes Gouveia Milânia Effgen Caran Andressa Garcia Nicole Letícia Oliveira Pinto Lage Alexandre Souza Morais Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AÇÃO DA ALOE VERA NA PELE E CICATRIZAÇÃO: UMA ABORDAGEM PROMISSORA PARA ESTOMATERAPIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1993 INTRODUÇÃO: A Aloe vera possui grande importância terapêutica na medicina tradicional. Ela atraiu a atenção da medicina moderna devido às suas amplas aplicações farmacológicas. As substâncias bioativas da Aloe vera demonstraram possuir propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antibacterianas e antivirais¹. Foi demonstrado que a Aloe vera possui propriedades cicatrizantes graças às diferentes moléculas ativas que apresenta; estas atuam sobre os fibroblastos, os macrófagos e a atividade das células da epiderme; além disso, estimulam a formação da epiderme, a síntese, o processo de remodelação do colágeno e melhoram a elasticidade². O uso tópico da planta desempenha o papel de fornecer mais oxigênio, aumentando a vascularização e a produção de colágeno o que garante o processo de cicatrização no qual o tecido é desinflamado e, mediante a multiplicação das células epiteliais, é remodelado³. A aplicação tópica de Aloe vera modulou a inflamação, aumentou a taxa e a qualidade da fibroplasia por meio do aumento da produção de colágeno e glicosaminoglicanos e melhorou o estágio de remodelação do tecido em cicatrização4. OBJETIVO: Esta revisão de literatura tem como objetivo analisar as evidências científicas sobre os efeitos da Aloe vera no processo de cicatrização da pele e sua aplicação na estomaterapia, destacando seus mecanismos de ação, bem como seu potencial como terapia adjuvante nas lesões cutâneas. MÉTODO: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura. A pesquisa foi realizada nos meses de maio a junho de 2025 nas seguintes bases de dados: LILACS, SCIELO, PUBMED, Medline, nos portais da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS). Durante a busca nas bases de dados, as seguintes palavras-chaves foram utilizadas: Aloe Vera, pele, estomaterapia, skin care e Enterostomal Therapy. Os descritores foram combinados com operadores boleanos “AND” e “OR”. RESULTADOS: Foram encontrados nas bases de dados 101 artigos, dos quais 18 foram selecionados que atenderam os seguintes critérios: estar disponível na íntegra, estar publicado nos idiomas inglês, espanhol ou português, ter o tema pertinente ao assunto, publicados nos últimos 15 anos. Os critérios de exclusão foram: artigos não pertinentes ao tema pesquisado, artigos que não estavam disponíveis na íntegra ou que fossem publicações anteriores à 2010. Destes 18 foram selecionados 4 artigos para a confecção de resumo, conforme análise de maior relevância do tema a ser abordado. CONCLUSÃO: A Aloe vera destaca-se como uma possibilidade terapêutica eficaz na cicatrização cutânea, promovendo regeneração tecidual e modulação inflamatória. A utilização de produtos com Aloe vera tem se tornado uma opção terapêutica viável para o estomaterapeuta, embora ainda necessite de mais estudos para padronização clínica. Melina Straube Pereira Hirayama Diego Bonil De Almeida Cristiane Da Silva Vanessa Viol De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ADVOCACIA EM SAÚDE E AMBIENTE HOSPITALAR: VIVÊNCIA DE ENFERMEIROS JUNTO AO PACIENTE COM ALTERAÇÕES URINÁRIAS E INTESTINAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1994 Introdução: Advocacia em saúde, Health Advocacy, é um termo ainda em processo de consolidação no Brasil. Refere-se a um conjunto de ações voltadas à defesa dos interesses dos pacientes, especialmente em contextos de vulnerabilidade1 . A prática da advocacia em saúde no campo da enfermagem teve início na década de 1970, impulsionada por movimentos sociais e fundamentada em princípios éticos, legais e morais que norteiam a profissão1. Nessa perspectiva, pacientes com alterações urinárias e intestinais demandam acompanhamento contínuo, educação em saúde e acesso adequado a insumos para o autocuidado1-2. Nesse contexto, a advocacia em saúde configura-se como uma estratégia fundamental do cuidado de enfermagem, ao assegurar os direitos do paciente, orientar o uso apropriado de dispositivos e incentivar seu protagonismo no processo de reabilitação. O enfermeiro, ao exercer essa advocacia, atua como elo entre o paciente e os serviços de saúde, promovendo ações educativas, orientações para a alta hospitalar e articulação com outros profissionais, contribuindo diretamente para o fortalecimento da autonomia e da qualidade de vida do indivíduo1,3. A preparação para o retorno ao domicílio, sobretudo em casos de comorbidades ou limitações funcionais, exige do enfermeiro competências técnicas, éticas e políticas que garantam a continuidade da assistência e a defesa dos interesses do paciente4-5. Objetivo: Conhecer as vivências de enfermeiros sobre a advocacia em saúde de pacientes com alterações urinárias e intestinais em duas internações hospitalares em um município do interior do Estado de São Paulo, Brasil. Método: Estudo transversal, descritivo-exploratório, de abordagem quanti-qualitativa, realizado em dois hospitais por meio de uma amostra por conveniência. Foram incluídos enfermeiros, atuantes profissionalmente nas respectivas instituições, sendo utilizado um questionário de caracterização dos participantes e de sua respectiva clientela e uma escala denominada Protective Nursing Advocacy Scale (PNAS), versão brasileira. A análise dos dados quantitativa foi feita por meio do software R para análise descritiva e de variância entre as médias dos cinco constructos da PNAS com as características da amostra quanto aos dados sociodemográficos, de formação e caracterização da clientela, sendo utilizado teste exato de Fisher e Qui-quadrado. A análise qualitativa foi analisada por análise de conteúdo, com o agrupamento destes achados e delimitadas as categorias da descrição dos participantes. Resultados: Dos 54 participantes, a maioria era do sexo feminino e com idade acima de 30 anos. Da clientela assistida, grande parte apresentava de 20 a 59 anos e acima de 60 anos, os enfermeiros identificaram a fralda como principal dispositivo relacionado às eliminações. A maior média foi do constructo "facilitadores ao exercício da advocacia", tendo associação significativa com reuniões do Comitê de Ética. A partir da análise de conteúdo, duas categorias principais foram identificadas em relação às experiências de advocacia em saúde com pacientes com alterações urinárias e/ou intestinais: "Orientações ao Paciente" e "Cuidados de Enfermagem". Conclusão: Ao enfermeiro advogar por esses pacientes é de extrema relevância uma conduta empática, ética, responsável, por meio da prática baseada em evidências, possibilitando que o profissional seja a voz ativa por esses pacientes e suas famílias. Lydia Gabrielly Toledo Pinto Andrea De Jesus Zangiacomi Julia Luvizutto Lais Fumincelli Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ANÁLISE DA PROFUNDIDADE REAL DOS EQUIPAMENTOS CONVEXOS NO BRASIL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1995 Introdução: As complicações periestomais, como dermatites, retrações, sangramentos ,estão entre os principais desafios enfrentados por pessoas com estomias de eliminação. Vazamentos frequentes de efluentes são apontados como uma das principais causas desses eventos, afetando negativamente a qualidade de vida, segurança e o conforto das pessoas com estomia. A convexidade presente nas barreiras cutâneas dos sistemas coletores constitui uma estratégia terapêutica eficaz para a prevenção e manejo dessas complicações, especialmente em estomias planas ou retraídas. No entanto, a ausência de padronização técnica e terminológica entre os fabricantes dificulta a escolha clínica adequada, uma vez que classificações como "leve" "suave" ,"rasa", "moderada" ou "profunda" são frequentemente utilizadas sem a indicação objetiva da profundidade da convexidade. Objetivo:Determinar a profundidade média dos equipamentos coletores com barreira convexa utilizados por pessoas com estomia de eliminação. Método: Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa e delineamento transversal. Foram analisados 17 sistemas coletores com barreira convexa de seis fabricantes com atuação no mercado brasileiro. Destes, 15 produtos apresentaram dados objetivos de profundidade em milímetros (mm), obtidos por meio de catálogos técnicos, contato com fornecedores e registros públicos. Os produtos foram classificados com base nos critérios do consenso de McNichol et al. (2021): rasa (&lt;1,5 mm), moderada (1,5 a 6,3 mm) e profunda (&gt;6,3 mm). Para cada categoria de classificação com os dados obtidos, foram calculadas as estatísticas descritivas de contagem de produtos (n), média, mediana, desvio padrão (DP), e os valores de mínimo e máximo para determinar a amplitude. Os dados foram organizados em tabelas e gráficos elaborados no Microsoft Excel®. Resultados: Nenhum produto analisado se enquadrou na categoria rasa. Dos 15 dispositivos mensuráveis, 9 (60%) foram classificados como convexidade moderada e 6 (40%) como profunda. Os produtos com convexidade moderada apresentaram profundidade média de 5,00 mm (DP = 1,01), mediana de 4,70 mm e variação entre 3,5 mm e 6,0 mm. Já os produtos classificados como profundos apresentaram média de 7,40 mm (DP = 0,92), mediana de 7,00 mm, com intervalo entre 6,7 mm e 9,0 mm. Dois dispositivos, foram descritos apenas de forma qualitativa como "profunda" ou "mais profunda", sem especificações numéricas.A amplitude de variação (máximo – mínimo) foi de 2,5 mm na categoria moderada e de 2,3 mm na categoria profunda.Conclusão: Os dados evidenciam a predominância de barreiras com convexidade moderada e profunda no mercado brasileiro, e demonstra a falta de dispositivos com convexidade rasa, o que também aponta uma possível lacuna na oferta para perfis abdominais menos complexos. Identificou- se ainda variação nas medidas dentro da mesma categoria, sugerindo ausência de padronização técnica entre os fabricantes. Além disso, a utilização de classificações subjetivas e a omissão de dados objetivos dificultam a comparação entre produtos e a escolha baseada em evidências. Portanto, o presente estudo apresenta subsídios técnicos para a prática clínica e a transparência das informações fornecidas pelas indústrias. Talles Fernandes De Souza Victória Corrêa Nunes Larissa Carvalho De Castro Juliano Teixeira Moraes Caroline Ambires Madureira André Luiz Campos Pacheco Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM GASTROSTOMIA: REVISÃO INTEGRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1996 Introdução: A gastrostomia é um procedimento cirúrgico que consiste na criação de um estoma no estômago, com a inserção de um cateter de poliuretano ou silicone diretamente na parede abdominal, permitindo a administração de dieta ou medicamentos. Indicada para descompressão gástrica, distúrbios de deglutição, e uso prolongado de cateter nasoenteral. Apesar de seus benefícios, a gastrostomia pode apresentar complicações, o que torna necessária a atuação do profissional de enfermagem na assistência e no acompanhamento ao paciente, atuando na prevenção e manejo de intercorrências, garantindo o uso seguro do cateter evitando complicações. Objetivo: Identificar a produção de conhecimento sobre a assistência de enfermagem ao paciente com gastrostomia em qualquer contexto. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura que buscou responder à seguinte pergunta: “Quais os cuidados de enfermagem ao paciente com gastrostomia e manejo das complicações em qualquer contexto?” A pesquisa foi realizada em 24 de fevereiro de 2025, selecionados artigos publicados nas bases de dados na BVS e PubMed. Como estratégia de busca utilizou-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) “Estomaterapia”, “Gastrostomia”, “Cuidados de Enfermagem” e “Assistência de Enfermagem” combinados entre si pelo operador booleano AND. Como critérios de inclusão, foram utilizados artigos disponíveis na íntegra, nos idiomas inglês, espanhol e português, sem limite temporal. Excluíram-se estudos fora do tema. Os resultados obtidos foram exportados para o Rayyan®, por dois revisores independentes. Resultados: Foram importados 1047 artigos, posteriormente avaliados pelo título, resumo e leitura na íntegra, sendo a amostra final composta por 14 artigos. Todos os estudos abordam a gastrostomia endoscópica percutânea (GEP) como método preferencial para pacientes com distúrbios da deglutição, destacando sua eficácia, segurança e aplicabilidade. Os estudos discorrem sobre os cuidados ao paciente com gastrostomia, incluindo: preparo do paciente, monitoramento do cateter, cuidados com o estoma e o tubo, administração de dieta enteral e medicamentos, manejo de complicações precoces e tardias, treinamento do paciente e/ou cuidador, cuidado da pele ao redor e recolocação do tubo. Complicações relatadas: mecânicas (obstrução, vazamentos, hipergranulação e bumper enterrado), gastrointestinais (náuseas, vômito, aumento de resíduo gástrico, distensão abdominal e diarreia), metabólicas (desequilíbrio nutricional) e pulmonares (aspiração). Encontrou-se três artigos publicados pelo mesmo grupo de autores em diferentes anos e diferentes revistas, que trazem conteúdo similar, o que pode enviesar os resultados, que embora os textos tenham sido publicados em momentos distintos, os conteúdos são bastante similares. Conclusão: A revisão identificou práticas recomendadas de enfermagem ao paciente com gastrostomia, incluindo cuidados com o estoma, com o cateter, administração de dieta, prevenção e manejo de complicações. Reforçou, de forma clara e objetiva, a relevância da atuação do profissional de enfermagem como agente central na prevenção de complicações e manejo dos pacientes com gastrostomia, contribuindo significativamente para um cuidado mais seguro, eficaz e humanizado. Natalia Aparecida Costa Barbosa Juliana Albino De Carvalho Laysa Fernanda Da Silva Albuquerque Adriana Lopes De Oliveira Vanessa Abreu Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ATIVIDADE FÍSICA NA REABILITAÇÃO DE PESSOAS COM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO: UMA REVISÃO SOBRE EVIDÊNCIAS E RECOMENDAÇÕES https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1997 INTRODUÇÃO: A criação de um estoma envolve desafios econômicos, físicos, psicológicos e sociais para os indivíduos, afetando significativamente sua qualidade de vida. Nessas pessoas, é fundamental promover e desenvolver suas capacidades de autocuidado para reduzir complicações clínicas e problemas de saúde social. Entre essas intervenções, devem ser incluídas ações voltadas para a prática de atividade física¹. Todas as pessoas com ostomia devem ser informadas acerca de exercícios para fortalecimento dos músculos do core abdominal iniciados no pós-operatório, já que contribuem para a manutenção da força e redução do enfraquecimento dos músculos retos abdominais. Esses exercícios para os músculos do core abdominal são considerados como um regime mínimo de exercícios e devem ser fornecidos conselhos adicionais para estas pessoas se manterem ativas. Durante o primeiro mês pós- operatório, é aconselhado evitar o levantamento de pesos com mais de 4,5 Kg, retomando gradualmente as atividades que impliquem o levantamento de pesos. Os exercícios adequados para estas pessoas estão mais alinhados com o movimento do estilo pilates, que envolve a contração controlada dos músculos abdominais transversos e do pavimento pélvico, e pode ser feito deitado na cama². A progressão da intensidade dos exercícios abdominais deve ser cuidadosamente alinhada com a condição do paciente após a cirurgia, para garantir um resultado ideal do treinamento. Para qualificar a escolha dos exercícios abdominais, precisamos de informações sobre quais exercícios são viáveis e se eles ativam os músculos abdominais pretendidos após a cirurgia de estoma³. OBJETIVO: Esta revisão de literatura tem como objetivo analisar as evidências científicas sobre a prática de exercícios físicos para pessoas com estomias de eliminação, bem como o impacto dessa prática para esses indivíduos. MÉTODO: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura. A pesquisa foi realizada nos meses de maio a junho de 2025 nas seguintes bases de dados: LILACS, SCIELO, PUBMED, Medline, nos portais da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS). Durante a busca nas bases de dados, as seguintes palavras-chaves foram utilizadas: exercício físico, ostomia, ostomizado, physical exercises e ostomy patients. RESULTADOS: Foram encontrados nas bases de dados 148 artigos, dos quais 7 foram selecionados que atenderam os seguintes critérios: estar disponível na íntegra, estar publicado nos idiomas inglês ou português, ter o tema pertinente ao assunto, publicados nos últimos 5 anos. Os critérios de exclusão foram: artigos não pertinentes ao tema pesquisado, artigos que não estavam disponíveis na íntegra ou que fossem publicações anteriores à 2010. Destes 7 foram selecionados 3 artigos para a confecção de resumo, conforme análise de maior relevância do tema a ser abordado. CONCLUSÃO: A revisão demonstra que a atividade física pode ser segura e benéfica para estomizados, auxiliando na recuperação muscular e qualidade de vida. A progressão gradual e adaptação pós-operatória são essenciais e devem ser adequadamente acompanhadas. Embora as evidências sejam promissoras, existe a necessidade novas pesquisas para consolidar protocolos específicos, garantindo orientações baseadas em evidências para essa população. Melina Straube Pereira Hirayama Diego Bonil De Almeida Vanessa Viol De Oliveira Cristiane Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ATUAÇÃO DE ENFERMAGEM NO MANEJO DE FÍSTULAS ENTEROCUTÂNEAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1998 Introdução: Fístulas são comunicações anormais entre estruturas internas do corpo ou entre órgãos e a superfície externa, podendo ser classificadas como internas ou externas. As fístulas enterocutâneas (FECs), que conectam o trato gastrointestinal à pele, geralmente surgem como complicações cirúrgicas graves e representam um desafio clínico significativo. Seu manejo demanda cuidados especializados para controle do efluente e proteção da pele ao redor da fístula. Nesse contexto, o papel da enfermagem se destaca, sobretudo na escolha e aplicação adequada de dispositivos coletores, visando preservar a integridade cutânea, reduzir complicações e favorecer a cicatrização. Objetivo: Analisar a atuação da enfermagem no cuidado a pacientes com fístulas enterocutâneas, com ênfase no uso de dispositivos coletores que promovam a cicatrização e contribuam para a melhoria da qualidade de vida. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada entre junho e julho de 2025, nas bases SciELO, PubMed, LILACS e BVS. Utilizaram-se os descritores controlados "Intestinal Fistula" e "Nursing Care", combinados pelo operador booleano AND. Foram incluídos artigos publicados entre 2021 e 2025, em português, com texto completo disponível e alinhamento temático. Foram excluídos editoriais, resumos, duplicatas, teses e estudos que não abordassem diretamente o tema. A seleção ocorreu em duas fases: leitura dos títulos e resumos, seguida da leitura integral dos textos elegíveis. Resultados: Foram localizados 12 artigos, dos quais apenas dois atendiam aos critérios de inclusão por abordarem diretamente a assistência de enfermagem a pacientes com FECs. Ambos destacaram o papel essencial da enfermagem no contexto de abdome aberto, evidenciando práticas como o controle do efluente, cuidados com a pele peri-fístula, uso de barreiras protetoras e aplicação de terapia por pressão negativa. A atuação da enfermagem também envolveu a reposição hidroeletrolítica, suporte nutricional e monitoramento contínuo das condições clínicas, contribuindo para a prevenção de complicações, manutenção da integridade cutânea e estímulo à cicatrização. Conclusão: O cuidado de enfermagem frente às fístulas enterocutâneas exige competência técnica, pensamento crítico e decisões fundamentadas em evidências. Os estudos analisados reforçam a relevância da atuação do enfermeiro na prevenção de complicações, no manejo adequado do exsudato e na proteção da pele. Evidencia-se ainda a necessidade de ampliar a produção científica sobre a temática, especialmente no que diz respeito à utilização de tecnologias de cuidado e à sistematização da assistência, de modo a fortalecer práticas seguras e centradas nas necessidades do paciente. Aryane Stephannie De Luna Lins Ester Gabrielle Cavalcanti De Macêdo Samira Bulhões Gomes Da Costa Deuzany Bezerra De Melo Leão Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UM CHATBOT PARA ORIENTAÇÃO SOBRE O AUTOCUIDADO DE PESSOAS COM ESTOMIA INTESTINAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/1999 Introdução: Após a confecção de uma estomia intestinal, a pessoa lida com mudanças em seu corpo antes saudável. Essas alterações trazem consideráveis mudanças no estilo de vida e com frequência não são bem aceitas, influenciando a realização do autocuidado. Outros fatores que contribuem para dificuldades para o autocuidado são a falta de suporte familiar e o precário nível de orientação recebido durante o período perioperatório. A educação em saúde tem como objetivo prevenir agravos e promover a qualidade de vida, por meio da utilização de ferramentas didáticas que facilitem a percepção e entendimento da pessoa com estomia. Essas pessoas necessitam de cuidado singular e específico provido por atenção qualificada dos profissionais de saúde para suprir a demanda de assistência e a educação para o autocuidado. Para isto, a incorporação de uma estratégia tecnológica educativa- cuidativa para orientação sobre autocuidado, utilizando aplicativo móvel, do tipo chatbot poderá beneficiar a rede de atenção à saúde e as pessoas com estomia intestinal. Objetivo: Avaliar a eficácia de um aplicativo móvel do tipo chatbot para orientações sobre autocuidado de pessoas com estomia intestinal. Método: Trata-se de um estudo prospectivo, quantitativo, do tipo ensaio clínico randomizado, com amostra probabilística aleatória simples, envolvendo 150 pessoas com estomia intestinal que foram divididas em dois grupos: controle (n:75) e experimental (n:75). A pesquisa foi realizada em dois centros de referência, com inclusão de adultos acima de 18 anos, com até seis meses de pós-operatório, e exclusão de indivíduos com déficits físicos, cognitivos, sensório-motores, transtornos psiquiátricos, analfabetos, complicações ou que já tivessem recebido orientações sobre o cuidado com a estomia. Para coleta de dados, foi utilizado um instrumento desenvolvido pela autora para informações sociodemográficas e clínicas, e o Índice de Autocuidado para Pessoas com Estomia Intestinal, validado para uso no Brasil. A análise dos resultados foi feita pelo teste não paramétrico de Wilcoxon, com nível de significância de 5%. Após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos do Complexo hospitalar do Hospital Universitário Oswaldo Cruz e Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (Nº de aprovação: 6.091.821) o estudo foi cadastrado no Registro brasileiro de ensaios clínicos-ReBEC (Nº RBR-2f58ykv). Resultados: A amostra apresentou as seguintes características: sexo feminino (55,3%); idade de 31 – 59 anos (x?: 56,5; DP: 14,6; Md: 56); raça/cor autodeclarada branca (50,0%) e estado civil casado ou união estável (63,3%). 90,7% das estomias intestinais tiveram como indicação as neoplasias, com maior frequência de colostomia (81,3%); temporária (56,0%); 62,7% tiveram um tempo de confecção da estomia inferior a três meses (x?: 02 meses; DP:4,7; Md: 02 meses) e a maior frequência da amostra referiu não ter realizado demarcação pré-cirurgica (82,7%). O GE apresentou maiores medianas (Md) para os 02 dos 03 domínios do comportamento de autocuidado após a intervenção, quando comparado ao GC: Manutenção do autocuidado (Md: 22,00; p: 0,018) e Confiança no autocuidado (Md: 20,00; p? 0,001). Conclusão: É possível inferir que o chatbot é capaz de fornecer orientações validas sobre o autocuidado, sendo uma ferramenta complementar da assistência a pessoa com estomia intestinal. Nataly Da Silva Gonçalves Lucia Ingridy Farias Thorpe Alex Do Nascimento Alves Jabiael Carneiro Da Silva Filho Marilia Perrelli Valença Simone Maria Muniz Da Silva Bezerra Isabel Cristina Ramos Vieira Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CARACTERIZAÇÃO DE PESSOAS COM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO ATENDIDAS NO POLO DE DISPENSAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS – MA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2000 INTRODUÇÃO: As estomias de eliminação visam a eliminação de urina, fezes e gases. Várias condições de saúde exigem uma cirurgia para a realização de estomas. Ela pode ocorrer nas diferentes faixas etárias, desde neonatos até idosos, podem ser temporárias ou definitivas. As políticas públicas de atenção às pessoas com estomas no Sistema Único de Saúde visam garantir ao atendimento de algumas necessidades básicas para a convivência com o estoma e delineiam a necessidade de um novo modelo de atenção às pessoas ostomizadas no país, pautado em atendimento interdisciplinar precoce, de caráter preventivo, individualizado e sistematizado, visando à reabilitação e à melhoria da qualidade de vida desses pacientes. A carência de dados epidemiológicos em âmbito nacional e estadual pode interferir diretamente nas implementações de medidas que visem prestar uma assistência direcionada e de qualidade a pessoa estomizada. OBJETIVOS: apresentar a caracterização de pessoas com estomias de eliminação cadastradas no polo de dispensação do município de São Luís – MA. MÉTODO: trata-se de um recorte de pesquisa documental em andamento do projeto de iniciação científica do Centro Universitário Santa Terezinha – CEST (2025-2026), que conta com o apoio e financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão – FAPEMA. Essa pesquisa é desenvolvida a partir de prontuários de pessoas com estomias de eliminações cadastradas no polo de dispensação do município de São Luís – MA, serviço de referência na capital e para 168 municípios do estado. Foram selecionados 519 prontuários de pessoas ativas no programa do período de janeiro a junho de 2025. Os dados apresentados referem-se ao sexo, idade, diagnóstico, cidade, tipo de estomia e complicação precoces e tardias. No que tange aos critérios éticos, a pesquisa é norteada pela Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde, com aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa – CONEP, via Plataforma Brasil, sob o parecer consubstanciado CAAE N° 88981225.9.0000.8907. RESULTADOS: Verificou-se que 254 (49%) estão de 18 – 59 anos e 265 (51%) na categoria acima de 60 anos; 194 (37%) são do sexo feminino e 325 (63%) do sexo masculino; 296 (57%) colostomias, 116 (22%) ileostomias e 107 (21%) urostomias; diagnósticos como CA de reto em 197 (38%), obstruções intestinais não especificadas foram 84 (16%), CA de bexiga 57 (11%), PAF - Perfuração por Arma de Fogo 54 (11%), abdome agudo 38 (7%), diverticulite 6 (1%), CA de uterino 30 (6%), fournier 12 (2%), apendicite complicada 8 (2%) e outros diagnósticos 33 (6%); registros de complicações, dermatite peri-estomia 85 (16%), retração 111 (21%), prolapso 30 (6%), hérnia peri-estomia 20 (4%), descolamento mucocutâneo parcial 10 (2%) e sem registro de complicações 263 (51%); 229 (44%) usuários da capital do estado do Maranhão na cidade de São Luís e 290 (51%) para os demais municípios do estado. CONCLUSÃO: O perfil das pessoas com estomias são maiores de 60 anos, majoritariamente masculino, com eliminação intestinal, diagnóstico de câncer de reto, complicações como retração e dermatite peri-estomia. A maioria das pessoas são provenientes da cidade de São Luís. Nadyele Costa Martins Patrícia Lima Queiroz Mariana Ayres Diniz Brandão Maycon De Jesus Silva Duarte Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 COMPARAÇÃO DO PERFIL DE PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL EM TRATAMENTO CIRÚRGICO ANTES E APÓS A PANDEMIA DE COVID-19 https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2001 Introdução: O câncer colorretal (CCR) é uma das principais causas de morbimortalidade oncológica no Brasil, sendo a cirurgia o tratamento de escolha, muitas vezes associada à confecção de estomias intestinais. A pandemia de COVID-19 impactou o acesso aos serviços de saúde, com possíveis repercussões na detecção precoce, estadiamento da doença e complexidade cirúrgica, interferindo diretamente na prática da enfermagem e, especialmente, em Estomaterapia. Objetivo: Analisar e comparar as características sociodemográficas, clínicas e terapêuticas de pacientes submetidos à primeira cirurgia eletiva para CCR, antes e após a estabilização da pandemia de COVID-19. Método: Estudo observacional, analítico, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado em hospital universitário paulista. Entre abril e maio de 2023, foram analisados 256 prontuários eletrônicos de pacientes maiores de 18 anos, em sua primeira cirurgia por CCR, sendo 121 pacientes em 2019 e 135 em 2022. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial, com nível de significância de 5%. O estudo respeitou a legislação sobre pesquisa com seres humanos, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Resultados: Predominaram idosos, de cor branca, com companheiro(a), ensino fundamental e inatividade laboral. Anteriormente à pandemia, o sexo feminino foi mais prevalente; após, houve predominância masculina. Observou-se mudança no tipo histológico, com redução do adenocarcinoma moderadamente diferenciado, com diferença estatisticamente significante (p=0,000). Em relação à técnica cirúrgica, houve aumento das videolaparoscopias e redução das laparotomias, além da redução do tempo de internação. A confecção de estomias manteve-se similar (cerca de 40% em ambos os anos), sendo mais frequente a colostomia à esquerda. Os resultados evidenciam mudanças no perfil clínico e terapêutico de pacientes com CCR após a pandemia, impactando o planejamento cirúrgico, tipo de estoma e tempo de internação. Tais achados reforçam a importância da atuação do enfermeiro estomaterapeuta desde o pré-operatório, com demarcação do estoma, orientações individualizadas e educação para o autocuidado. No intra e pós-operatório, torna-se imprescindível monitorar complicações como dermatite periestoma, retração, descolamento mucocutâneo ou prolapso, considerando a tendência de internações mais curtas. O predomínio de pacientes idosos e com baixa escolaridade destaca a necessidade de estratégias educativas acessíveis, com linguagem clara, recursos visuais e participação da família como rede de apoio para adesão ao tratamento e reinserção social. A pandemia expôs lacunas no cuidado continuado, ressaltando a relevância de políticas públicas e de serviços de Estomaterapia fortalecidos em rede, assegurando acesso a equipamentos coletores, adjuvantes e suporte multiprofissional. Conclusão: A pandemia repercutiu em variáveis clínicas e terapêuticas, com maior complexidade de casos e mudança no perfil cirúrgico, exigindo da equipe de enfermagem e, especialmente, do estomaterapeuta, atuação qualificada desde o planejamento pré-operatório, demarcação do estoma, até o acompanhamento pós-operatório, para prevenção de complicações, promoção do autocuidado e reabilitação psicossocial. O estudo evidencia a importância de estratégias para minimizar os impactos de cenários críticos na linha de cuidado de pessoas com CCR e estomias. A integração da equipe multiprofissional é essencial para minimizar os impactos biopsicossociais vivenciados pelo paciente com estomia, contribuindo para sua reabilitação, qualidade de vida e empoderamento para o autocuidado. André Aparecido Da Silva Teles Pâmela Aparecida Barbosa Janderson Cleiton Aguiar Antonio Jorge Silva Correa Júnior Camila Maria Silva Paraizo-Horvath Helena Megumi Sonobe Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS NA PESSOA ESTOMIZADA: ASPECTOS RELACIONADOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2002 Introdução: o impacto da demarcação na escolha do equipamento coletor e dos adjuvantes em pessoas com estomias de eliminação influencia na ocorrência de complicações. Assim, a maioria das complicações dos estomas podem ser evitadas. No entanto, as complicações são frequentes. Observa- se, na prática, que, mesmo com o uso de equipamentos e adjuvantes adequados e de última linha, as complicações são recorrentes, o que se considerou o problema desta pesquisa. Objetivo: analisar fatores relacionados às complicações clínicas no pós-operatório de pessoas estomizadas com estomia demarcada e não demarcada, em relação ao tipo de equipamento coletor e adjuvantes utilizados. Justifica-se que para a prática da estomaterapia, faz-se necessário contribuir com novas pesquisas, com dados sobre a utilização de equipamentos coletores e adjuvantes, adequados para pessoas submetidas ou não à demarcação de estomias intestinais. Método: este estudo trata-se de um subprojeto de projeto principal intitulado "Impacto da demarcação da estomia de eliminação nos custos assistenciais do cuidado ao paciente. O projeto principal foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais. Neste subprojeto, buscou-se comparar os grupos e identificar qual apresentou maior demanda em utilizar os equipamentos ou os adjuvantes com tecnologias avançadas. Trata-se de estudo transversal, descritivo e prospectivo, tendo como pergunta norteadora: há relação entre realização de demarcação, bem como o uso de determinados equipamentos e/ou adjuvantes e a ocorrência de complicações? Utilizaram-se variáveis sociodemográficas e clínicas, sendo que os dados foram trabalhados com estatística descritiva (frequência absoluta, frequência relativa e frequência acumulada) das variáveis. Também se utilizaram os testes Qui-quadrado e Exato de Fisher. Resultados: a maioria dos pacientes era do sexo feminino, acima de 50 anos, com baixo nível de instrução, de cor parda, casados ou em união estável, tinha como doença de base as doenças neoplásicas. O tipo de abdômen mais frequente foi o abdômen flácido, mais da metade não foram submetidos ao procedimento de demarcação. A maior frequência foi de estomias de uma boca, seguidas de estomias em alça, do tipo temporárias, de forma irregular e protusa. Prevaleceu o efluente pastoso. No teste de Qui-quadrado, entre complicações e uso de equipamento do tipo coletor de duas peças, bolsa fechada, houve associação. Também houve associação entre a ocorrência de complicações e o uso do adjuvante barreira protetora de pele em pasta. Conclusão: as complicações precoces ou tardias são comuns à pessoa submetida à colostomia e ileostomia. Observou-se que a complicação mais comum foi a dermatite, entre outras, também frequentes, como a retração. A associação entre tipo de equipamento coletor e de adjuvante e complicações pós-operatórias foi mínima, o que sugere que as complicações possam estar relacionadas ao ato operatório e à falta de cuidados no pós-operatório, uma vez que a dermatite foi frequente. Miguir Terezinha Vieccelli Donoso Wanderlucia Junia Silva Neves Lemos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 COMPORTAMENTOS DE RISCO DE PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS NO PROCESSO DE ADAPTAÇÃO À NOVA CONDIÇÃO DE VIDA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2003 INTRODUÇÃO: As estomias intestinais são oriundas de intervenções cirúrgicas na abordagem de neoplasias malignas, doenças inflamatórias intestinais, traumas, dentre outros agravos. A doença e a estomia representam desafios para a adaptação ao usuário mediante complexidades que envolvem aspectos biopsicossociais, sexuais e espirituais. Neste sentido, as pessoas com estomias adotam diversas estratégias para atender suas demandas multifacetadas. Portanto, é relevante o estomaterapeuta analisar o processo de adaptação do indivíduo. OBJETIVOS: Descrever os comportamentos de risco autoprovocados por pessoas com estomias intestinais no contexto da adaptação à nova condição de vida. MÉTODO: Estudo qualitativo e descritivo, realizado com 20 participantes atendidos em um ambulatório de estomaterapia e um hospital universitário no Estado do Rio de Janeiro. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, registradas em áudio e transcritas integralmente. O tratamento dos dados deu-se por meio da técnica de análise temática de conteúdo, evidenciando 3 categorias. Finalizada a entrevista, o participante foi devidamente orientado sobre os comportamentos de risco identificados para adotar condutas adequadas ao cuidado. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer CAAE 85138124.1.0000.5282. RESULTADOS: Categoria 1 - Manejo inadequado da pele periestomia Com vistas a promover a aderência do equipamento coletor e evitar o seu descolamento, 10 (50%) dos participantes relataram o uso de adesivos na pele periestomia, como esparadrapo, fita microporosa, durex e fita crepe. Tais produtos contrainidicados são potenciais para desenvolver agravos à saúde, como Lesões por Adesivo Médico, dermatites alérgicas, dentre outros (1). Ademais, o emprego de álcool e solução fisiológica foi relatado por 6 indivíduos (30%) como medida para promover a higiene da pele periestomia. Tais substâncias são contraindicadas por diretrizes clínicas e constituem gastos financeiros com suas aquisições (1-2). Categoria 2 – Manipulação imprópria do equipamento coletor O recorte inadequado da base adesiva e a higienização excessiva do equipamento coletor com água em abundância foram relatados por 4 (20%) entrevistados. Essas ações contribuem significativamente para o surgimento de complicações de pele e interferem no tempo de duração do equipamento coletor. Além disso, 1 (5%) entrevistado afirmou isolar e proteger o coletor durante o banho, evidenciando seu receio em expor o material à água. De acordo com consensos de especialistas, o equipamento coletor pode ser exposto durante o banho, devendo evitar altas temperaturas (2). Categoria 3 – Desinformação e não adesão às orientações do estomaterapeuta A busca por informações sobre o gerenciamento da estomia na internet e a não adesão às orientações fornecidas pelo especialista foram evidenciadas por 3 (15%) usuários. O conteúdo acessado em sites e redes sociais pode conter informações inadequadas. As orientações em saúde devem ser fornecidas pelo profissional especialista. CONCLUSÃO: A pessoa com estomia intestinal adota estratégias que visam gerenciar sua adaptação à nova condição de vida. Entretanto, as práticas adotadas neste estudo evidenciaram hábitos indevidos, com desdobramentos desfavoráveis ao processo de reabilitação. Compreender quais são esses comportamentos permite ao estomaterapeuta identificar a problemática em questão e intervir sobre elas, promovendo mudanças no estilo de vida através da orientação em saúde. Gustavo Assis Afonso Lana De Medeiros Escobar Jakeline Costa Dos Santos Bruno De Sousa Pappalardo Caroline Rodrigues De Oliveira Patrícia Alves Dos Santos Silva Carolina Cabral Pereira Da Costa Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONHECIMENTO DE PESSOAS COM ESTOMIAS SOBRE SEUS DIREITOS COMO PESSOAS COM DEFICIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2004 Introdução: A estomia é uma abertura cirúrgica que conecta um órgão interno ao meio externo, podendo afetar os sistemas digestório, urinário ou respiratório. Pessoas com estomia enfrentam desafios físicos, psicológicos e sociais semelhantes aos vivenciados por pessoas com deficiência, sendo legalmente reconhecidas como tal. No entanto, muitas pessoas estomizadas desconhecem esses direitos, o que dificulta seu bem-estar e qualidade de vida1. Objetivo: Este estudo busca analisar o nível de conhecimento dessas pessoas sobre seus direitos. Método: Estudo transversal, quantitativo, realizado no ambulatório de estomias de um hospital do Distrito Federal. Responderam ao questionário 39 pacientes e e 2 enfermeiros que atendem neste local. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde CAAE:28530820.7.0000.815. Resultados:A maioria era do sexo masculino (61,5%) e 25,6% tinham entre 64 e 65 anos. Predominavam pessoas de Brasília (35,9%), casadas (41%) e com ensino médio completo (30,8%). Quanto à renda, 43,6% viviam com até 1 salário mínimo e 38,5% com até 2. Em situação de aposentadoria ou auxílio-doença estavam 61,6%, enquanto só 17,9% estavam ativos. Clinicamente, 41% relataram uma única hospitalização e 48,7% tinham colostomia; o câncer colorretal foi causa em 61,54%. Apenas 5,1% conheciam o direito à quitação da casa própria e 53,8% desconheciam o passe livre interestadual. A distribuição gratuita de bolsas era conhecida por 100%, e o tratamento fora do domicílio, por 87,2%. Profissionais de saúde foram a principal fonte de informação (76,9%). Embora 87% afirmaram que conhecer seus direitos melhora a qualidade de vida, 23% ainda estão indecisos ou discordam de receber orientações suficientes. Discussão: A pesquisa revelou significativa lacuna no conhecimento dos estomizados sobre seus direitos, agravada por vulnerabilidades sociais e clínicas 2.A maioria possui baixa renda e escolaridade, dificultando o acesso à informação. Muitos desconhecem benefícios como passe livre (33,3%), isenção de impostos (59%) e quitação de imóvel (92,3%). Apenas 59% sabiam ser pessoa com deficiência. O enfermeiro é apontado como principal fonte de informação , sendo essencial como educador em saúde 3. Contudo, a falta de preparo compromete a efetivação dos direitos 1,3. A educação permanente é necessária para consolidar o cuidado integral. A enfermagem deve mediar o acesso à informação com atuação ética e intersetorial 1,4. Conclusão: O estudo revelou que pessoas com estomia possuem conhecimento limitado sobre seus direitos, especialmente os de natureza social, previdenciária e fiscal, apesar de reconhecerem o direito à distribuição de bolsas e insumos. Esse desconhecimento reflete um contexto de vulnerabilidade marcado por baixa escolaridade, renda e suporte social. Embora o ambulatório de estomia seja uma fonte importante de informação, ainda existem falhas na continuidade e abrangência das orientações prestadas. Conclui-se que é essencial fortalecer a educação em saúde, tanto para os pacientes quanto para os profissionais, especialmente os enfermeiros, garantindo que os direitos sejam efetivamente aplicados. Thaís Martins Gomes De Oliveira Júlia De Lima Oliveira Vinicius Pacheco De Sousa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSEQUÊNCIAS DA “ESTOMIA FAMILIAR” - O IMPACTO DO CUIDADO NÃO REMUNERADO NA DINÂMICA DOMÉSTICA E NA SAÚDE DO CUIDADOR: REVISÃO DE ESCOPO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2005 Introdução: A confecção de uma estomia impacta não apenas o indivíduo com estomia, mas todo o núcleo familiar. 1-2 Frequentemente, um membro da família assume o papel de cuidador principal realizando atividades complexas como cuidado com estomia, manejo do equipamento coletor e suporte emocional.3 Este cuidado não remunerado pode provocar alterações substanciais na dinâmica familiar e impactar negativamente a saúde do cuidador. A reorganização de papéis, rotinas e prioridades, associada à sobrecarga, constitui o que denominamos "estomia familiar" – reconhecendo que os efeitos da estomia transcendem o indivíduo e afetam todo o núcleo familiar.3-4 Objetivo: Mapear as evidências científicas sobre as consequências do cuidado não remunerado à pessoa com estomia na dinâmica familiar e na saúde do cuidador, identificando lacunas no conhecimento e direcionando futuras pesquisas. Metodologia: Revisão de escopo seguindo metodologia do Joanna Briggs Institute (JBI) e diretrizes PRISMA-ScR.5 A busca será realizada nas bases PubMed/MEDLINE, CINAHL, Scopus, Web of Science, LILACS e PsycINFO, utilizando descritores relacionados a estomia, família e cuidadores. Critérios de inclusão: estudos primários (2010-2025) em inglês, português ou espanhol, abordando o impacto do cuidado não remunerado na dinâmica familiar e/ou saúde do cuidador. A seleção será conduzida por dois revisores independentes, com um terceiro para resolução de divergências. Os dados serão extraídos e sintetizados através de análise temática, identificando padrões relacionados às alterações na dinâmica familiar e repercussões na saúde dos cuidadores. Resultados Esperados: Espera-se mapear os impactos do cuidado não remunerado na dinâmica familiar, caracterizar as repercussões na saúde física e mental dos cuidadores, identificar fatores associados à maior sobrecarga, analisar aspectos positivos do cuidado familiar e mapear lacunas no conhecimento. Os resultados incluirão panorama da produção científica por região e metodologia, análise das alterações nos papéis familiares e rotinas domésticas, identificação de repercussões na saúde dos cuidadores, caracterização de fatores de risco e proteção, e mapeamento de estratégias de enfrentamento utilizadas pelas famílias. Conclusão: Esta revisão contribuirá para evidenciar as consequências multidimensionais do cuidado não remunerado à pessoa com estomia, fornecendo subsídios para que os serviços de saúde adotem abordagem centrada na família e para o desenvolvimento de políticas públicas que reconheçam o valor do cuidado não remunerado, promovendo mecanismos de proteção à saúde dos cuidadores familiares. Adriana Pelegrini Dos Santos Pereira João Daniel De Souza Menezes Matheus Querino Da Silva Emerson Roberto Dos Santos Renato Mendonça Ribeiro Rita De Cássia Helu Mendonça Ribeiro João Junior Gomes Júlio César Andre Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSTRUÇÃO DE UM INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DA AUTOEFICÁCIA DE ENFERMEIROS CIRÚRGICOS NA PREVENÇÃO E MANEJO DE COMPLICAÇÕES ESTOMAIS E PERIESTOMAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2006 Introdução: A presença de complicações estomais e periestomais em pessoas com estomias intestinais e urinárias representa um desafio para a prática clínica de enfermeiros, especialmente os que atuam em unidades cirúrgicas. A autoeficácia, segundo Bandura, é um fator determinante para o desempenho profissional, influenciada por experiências prévias, modelos vicários, estados fisiológicos e persuasão verbal. O desenvolvimento de um instrumento de medida da autoeficácia pode subsidiar formação e melhorar a assistência. Objetivo: Construir um instrumento baseado no modelo teórico de autoeficácia de Bandura para avaliar os conhecimentos, habilidades e atitudes de enfermeiros cirúrgicos na prevenção e manejo de complicações estomais e periestomais. Métodos: Estudo metodológico dividido em três etapas: (1) revisão integrativa e escopo teórico, com busca em bases indexadas (MEDLINE, LILACS, CINAHL, Scopus) para identificar competências clínicas esperadas de enfermeiros na atenção a pessoas com estomias e possíveis complicações; (2) construção dos itens do instrumento, a partir das dimensões teóricas de autoeficácia de Bandura, distribuídas nos domínios: conhecimentos técnicos (10 itens), habilidades técnicas (8 itens), atitudes (6 itens) e comportamentos profissionais (6 itens), além de 6 itens voltados ao componente emocional e vivencial da autoeficácia (medo, ansiedade, insegurança, experiências vicárias e prévias); e (3) avaliação semântica e aparência, por meio de leitura crítica e aplicação piloto a um grupo de seis enfermeiros cirúrgicos e dois docentes da área, com registro de sugestões de clareza, coerência e aplicabilidade. Resultados: A primeira versão do instrumento resultou em 36 itens, com formato tipo Likert de 5 pontos (1 = nada confiante a 5 = totalmente confiante). Dividido em seis domínios: 1 Domínio: Conhecimentos (10 itens) - Avalia o domínio teórico sobre complicações estomais e periestomais, anatomofisiologia, intervenções preventivas e terapêuticas; 2. Domínio: Habilidades Técnicas (8 itens): Avalia a confiança na execução prática de procedimentos de prevenção e manejo; 3. Domínio: Atitudes (6 itens): Avalia crenças, disponibilidade afetiva, respeito e ética no cuidado com pessoas estomizadas; 4. Domínio: Comportamentos Profissionais (6 itens): Avalia ações proativas, trabalho em equipe, educação ao paciente e registro clínico; 5. Domínio Crenças e Experiências Vicárias (6 itens). Os itens foram formulados para contemplar desde o reconhecimento dos sinais de complicações (prolapso, retração, dermatite periestomal, necrose, fístulas) até o planejamento terapêutico e acompanhamento pós-intervenção. Enfermeiros participantes da avaliação preliminar relataram dificuldade em autoavaliar atitudes frente a situações clínicas que envolviam dor, odor, secreções ou falhas técnicas. Relataram também que experiências anteriores negativas ou a ausência de formação prática durante a graduação interferiram na percepção de autoeficácia. Itens como "Sinto-me confiante para manejar o sangramento ao redor da estomia" e "A presença de ansiedade interfere na minha tomada de decisão frente a complicações periestomais" foram destacados como relevantes. Conclusão: O instrumento mostrou-se promissor para mensurar a autoeficácia de enfermeiros cirúrgicos na prevenção e manejo de complicações estomais e periestomais, integrando os componentes cognitivos, emocionais e comportamentais preconizados no modelo de Bandura. O uso do instrumento pode contribuir para identificar lacunas de formação e orientar estratégias educativas, bem como fortalecer a atuação clínica qualificada e segura dos enfermeiros nesse cuidado especializado. Renan Alves Silva Arieli Rodrigues Nóbrega Videres Lucas Borges De Oliveira Vinicius Batista Santos Camila Takao Lopes Luis Rafael Leite Sampaio Eduardo Alves César Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DAS AÇÕES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA PARA A SAÚDE DAS PESSOAS COM ESTOMIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2007 Introdução: Diante do progressivo aumento do número de pessoas com estomia no Brasil, é fundamental que a Atenção Primária à Saúde (APS) esteja preparada para oferecer um acompanhamento qualificado e eficaz. No entanto, apesar das diretrizes estabelecidas pela Portaria MS nº 400/2009 e pela Portaria MS nº 793/2012, que asseguram atenção integral à saúde das pessoas com deficiência, incluindo aquelas com estomia, ainda persistem desafios na implementação e efetivação de ações que garantam a integralidade do cuidado no âmbito da APS. Observa-se uma lacuna na definição e na operacionalização de ações específicas voltadas ao atendimento da população com estomia na Atenção Primária à Saúde, o que pode comprometer a qualidade e a continuidade do cuidado oferecido a esses indivíduos. Objetivo: Construção e validação de ações da Atenção Primária à Saúde no cuidado às pessoas com estomia. Método: Trata-se de um estudo metodológico, com abordagem quantitativa e fundamentado no referencial metodológico de Pasquali. Foram realizadas as seguintes etapas: revisão de escopo, construção das ações e validação de conteúdo por juízes por meio da técnica de Delphi. Os juízes foram selecionados com base nos critérios de Fehring adaptados, os quais consideram as titulações acadêmicas e a experiência profissional. Todos os juízes convidados eram estomaterapeutas titulados pela SOBEST®. O instrumento utilizado foi um questionário estruturado, aplicado por formulário eletrônico, na qual os juízes avaliaram cada ação com base nos 12 critérios propostos por Pasquali. As respostas foram organizadas em escala Likert de cinco pontos, variando de 1 (discordo totalmente) a 5 (concordo totalmente). A análise foi realizada por meio do cálculo do Índice de Validade de Conteúdo (IVC), tanto por item quanto total, adotando-se como ponto de corte o valor mínimo de 0,80, conforme recomendação metodológica. Resultados: Foram construídas seis ações baseadas em evidências científicas. Na primeira rodada de avaliação, quatro ações atingiram o IVC mínimo de 0,80, mas o IVC total foi de 0,66, indicando necessidade de ajustes. Após reformulação das duas ações remanescentes, todas foram validadas na segunda rodada, elevando o IVC total para 0,84, demonstrando um consenso sólido entre os especialistas. O coeficiente de Kappa médio aumentou de 0,817 para 0,840 entre as rodadas, e os índices de consistência interna, medidos pelo Alfa de Cronbach, mantiveram-se elevados, acima de 0,91, confirmando a precisão e uniformidade das avaliações. As ações validadas foram: 1) Compreender a rede de cuidados à saúde das pessoas com estomia; 2) Promover o autocuidado; 3) Desenvolver rede de apoio; 4) Realizar abordagem multidisciplinar; 5) Promover educação permanente para profissionais da APS; e 6) Reconhecer complicações associadas à estomia, com encaminhamento adequado. Conclusão: O estudo alcançou seu objetivo ao construir e validar seis ações da Atenção Primária à Saúde no atendimento às pessoas com estomia, contribuindo para o fortalecimento da prática assistencial ao propor intervenções claras, aplicáveis e alinhadas com o princípio de integralidade do SUS. Dessa forma, espera-se que a implementação dessas ações favoreça o aprimoramento do acompanhamento na APS, promovendo um cuidado mais qualificado, efetivo e centrado nas necessidades das pessoas com estomia. Laryssa Barbosa Larissa Carvalho De Castro Laura Oliveira Silva Victória Corrêa Nunes Juliano Teixeira Moraes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE CENÁRIO DE SIMULAÇÃO NO CUIDADO A PESSOA COM ESTOMIA INTESTINAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2008 Introdução: A habilidade da enfermagem em compreender as demandas dos pacientes submetidos a estomias e a adoção de medidas adequadas podem prevenir problemas surgidos após a confecção do estoma (1). A simulação utiliza os pontos fortes da aprendizagem experiencial para aprimorar as habilidades, aplicar na prática clínica e assegurar a segurança do paciente (2). Dessa forma, considera- se que o uso do cenário simulado é uma estratégia de ensino-aprendizagem eficaz para aumentar o conhecimento dos enfermeiros no cuidado a pessoa com estomia intestinal. Objetivo: Construir e validar um cenário de simulação sobre o cuidado a pessoa com estomia intestinal. Metodologia: Trata-se de um estudo metodológico, destinada a construção e validação de conteúdo de um cenário de simulação clínica. Para direcionar a elaboração do cenário, foi realizada uma pesquisa na literatura sobre cuidados de enfermagem ao paciente com colostomia no ambiente hospitalar. O cenário foi construído segundo as diretrizes propostos pela International Nursing Association For Clinical Simulation And Learning (3), com base no Consenso Brasileiro de Cuidado às Pessoas Adultas com Estomias de Eliminação (4). A simulação foi dividida em Prebriefing, Simulation Design e Debriefing. No Prebriefing, foi disponibilizado materiais didáticos referentes ao tema a ser vivenciado no cenário de simulação proposto, além da descrição dos obetivos, materiais utilizados e tempo de execução. No Simulation Design foi descrito todas as informações quanto ao cenário desenvolvido, como caso clínico, orientação para o participante simulado e atividades a serem desenvolvidas . Na etapa Debriefig são descritos questões aos participantes e observadores que estimulem a reflexão sobre a ação no processo de aprendizagem contínua. Para seleção dos juízes, foram utilizados os critérios propostos por Fehring (5), identificados na Plataforma Lattes e para a coleta de dados foram utilizados o formulário para caracterização dos juízes e a escala para avaliação de conteúdo por especialistas. O cenário, após estruturado e validado, foi testado por um grupo enfermeiros da atenção básica durante uma capacitação sobre o cuidado com estomias. A análise estatística dos dados foi calculada por meio do Índice de Validade de Conteúdo, considerando nível de concordância 80%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UFPI, com parecer de número 6.636.292, em conformidade com o estabelecido pela Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. Resultado: na validação do cenário, todos os experts concordaram com os itens propostos (&lt;0,80). Os itens avaliados foram a sequência lógica do texto, redação, relevância das informações, relação do conteúdo com a teoria, influência no aprendizado, caso clínico realista, aplicação na assistência, objetivo do cenário, limitações, aprendizado na temática. Dentre as sugestões solicitadas pelos juízes, incluem-se a inserção de referências, alteração no check-list de acompanhamento aos participantes, acréscimo de informações no prontuário do paciente, bem como de segmentar o atendimento de enfermagem em duas etapas e de expandir o tempo destinado ao desenvolvimento do cenário para alcançar os objetivos estabelecidos. Conclusão: os resultados indicam que, para que práticas simuladas sejam bem estruturadas e eficazes, é imprescindível a elaboração cuidadosa, a validação e a prévia testagem das atividades programadas. Aline Costa De Oliveira Josiane Santos Da Silva Jefferson Abrão Caetano Lira Daniel De Macedo Rocha Sandra Marina Gonçalves Bezerra Lídya Tolstenko Nogueira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADO DOMICILIAR DE PESSOAS COM GASTROSTOMIA: EXPERIÊNCIA DOS FAMILIARES ACERCA DO SUPORTE DO SISTEMA DE SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2009 Introdução: o cuidado domiciliar de pessoas com gastrostomia envolve cuidados complexos, de longa duração e elevado risco de complicações, exigindo suporte estruturado do sistema de saúde1. Assim, torna-se premente conhecer os desafios enfrentados pelos familiares durante o percurso cuidativo. Objetivo: conhecer a experiência dos familiares quanto ao suporte do sistema de saúde no cuidado domiciliar de pessoas com gastrostomia. Método: estudo descritivo, qualitativo, envolvendo familiares de pacientes que vivem com gastrostomia no domicílio no município de São Mateus, Espírito Santo. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas, cujos áudios foram transformados em narrativas e validadas pelos participantes2, sendo submetidas à análise temática com base no referencial teórico do subsistema Profissional proposto por Kleinman3, com apoio do software Requalify. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer n. 7.113.486. Resultados: Foram delineadas três categoria temáticas. Na primeira categoria, Problemas de acesso e provisão, revelou-se lentidão na emissão de receitas, fragmentação dos pontos de distribuição dos materiais, necessidade de acessar via particular ou judicial para obtenção de insumos e desarticulação entre os diferentes níveis de atenção, como ilustram os trechos: "esses dias passei uma luta para conseguir as receitas [...] mandei a xerox e eles não me davam retorno" (Familiar 11); "fralda mesmo, o postinho não está liberando, só judicial" (Familiar 2); "não falaram que era na unidade de saúde, eu fui em duas farmácias, fui na estadual, mas o remédio era em um lugar, o equipo em outro" (Familiar 5). Na segunda categoria, Lacunas no apoio assistencial e financeiro, identificou-se ausência de rede de apoio estruturada pelo sistema de saúde e inadequação de valores de auxílio, como demonstram as falas: "estou de férias, mas quando acabar, não... terei que pedir para me mandarem embora" (Familiar 3); "na aposentaria vem um valor de 400 e poucos reais, não dá para nada, é como se fosse apenas para dizer que tem" (Familiar 8). Na terceira categoria, Inconsistência do cuidado, revelou-se irregularidades nas visitas domiciliares pela atenção primária e dependência do apoio do programa Melhor em casa, denotando a descontinuidade no atendimento que compromete a qualidade e a segurança do cuidado e representando falha na coordenação e planejamento na produção do cuidado, como observa-se nos excertos: "os técnicos vêm mês e mês, eles ficam 4 meses sem vir, 5 meses sem vir [...] como ele é acamado, penso que deveriam vir mais vezes" (Familiar 9) e "o pessoal do Melhor em Casa preencheu toda a papelada e eu levei; se não tivesse o apoio deles, eu creio que seria bem mais difícil [...] eles também têm enfermeira especializada em estomoterapia, o que ajuda bastante" (Familiar 7). Conclusão: a experiência dos familiares evidencia fragilidades na organização do cuidado, com dificuldades de acesso, ausência de apoio sistemático aos familiares e descontinuidade na atenção domiciliar. A escuta dessas vivências aponta para a necessidade de maior articulação entre os níveis de atenção, valorização da atuação da equipe multiprofissional e fortalecimento da estomaterapia como campo estratégico na qualificação do cuidado. Maiza Fernandes Bomfim Andressa Garcia Nicole Emanuely Gomes Gouveia Milânia Effgen Caran Letícia Oliveira Pinto Lage Alexandre Souza Morais Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADOS COM DERIVAÇÕES URINÁRIAS CONTINENTES:MITROFANOFF, MONTI E ENEMA DE CONTINÊNCIA ANTERÓGRADA DE MALONE (MACE) https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2010 Introdução: A continência vesical e intestinal é essencial para o controle da eliminação de urina e fezes. Quando comprometida, pode levar a incontinência urinária ou fecal, impactando a qualidade de vida. Técnicas cirúrgicas como Mitrofanoff, Monti (para continência urinária) e Malone (para continência fecal) são opções para pacientes com disfunções neurológicas, especialmente pediátricos. Objetivo: analisar os cuidados de enfermagem nessas técnicas e seu impacto na vida dos pacientes e cuidadores. Metodologia: Realizou-se uma revisão de literatura em bases como PubMed, MEDLINE e SciELO, utilizando descritores relacionados aos procedimentos, cuidados de enfermagem e população-alvo (crianças e adolescentes). A síntese qualitativa abordou temas como complicações, qualidade de vida e atuação do enfermeiro estomaterapeuta. Resultados: Qualidade de Vida: As técnicas melhoram a autonomia, reduzindo infecções urinárias e a dependência de fraldas. Pacientes relatam maior satisfação estética e funcional, enquanto familiares têm alívio na carga de cuidados. Complicações: Mitrofanoff/Monti: Infecções urinárias, estenoses e obstruções, podendo evoluir para hidronefrose. Malone: Infecções locais, obstruções e disfunção do cateter, exigindo reintervenções. Atuação do Enfermeiro Estomaterapeuta: Pré-operatório: Educação do paciente/família, avaliação clínica e preparo emocional. Pós-operatório: Monitoramento de infecções, manejo de estomas e suporte para cateterismo. Cuidados Contínuos: Orientação sobre higiene, prevenção de complicações e adaptação psicossocial. Diagnósticos de enfermagem comuns incluem Risco de infecção, Ansiedade e Conhecimento deficiente. Discussão: As técnicas promovem independência, mas exigem acompanhamento multidisciplinar. Complicações como estenoses e infecções destacam a necessidade de monitoramento rigoroso. O enfermeiro estomaterapeuta é central no cuidado holístico, integrando suporte físico e emocional. Conclusão: As derivações continentes representam avanços significativos, restaurando dignidade e funcionalidade. O enfermeiro estomaterapeuta desempenha papel crucial no gerenciamento dos cuidados, prevenção de complicações e melhoria da qualidade de vida. Recomenda-se investir em pesquisas para otimizar as técnicas e ampliar o suporte aos pacientes e familiares. Drielle Fernanda De Arruda Maria Heloisa Madrugra Chaves Beatriz Dos Santos Rissato Gabriela Theinel Isabel Cristina Santos Isabelle Evangelista Rita De Cássia Domansky Ana Rotilia Erzinger Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE ONCOLÓGICO COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO EM QUIMIOTERAPIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2011 Introdução: As neoplasias estão entre as principais causas de mortalidade global, sendo o câncer colorretal (CCR) uma das mais incidentes e com alto potencial de mortalidade(1). O tratamento do CCR pode incluir cirurgia e quimioterapia, levando frequentemente à necessidade de confecção de estomas de eliminação. Pacientes oncológicos com estomia que recebem antineoplásicos enfrentam desafios adicionais, como maior agressividade do efluente e risco aumentado de lesões periestomais(2). O enfermeiro estomaterapeuta é peça-chave no cuidado desses pacientes, mas observa-se escassez de protocolos específicos voltados a essa realidade clínica. Objetivo: Analisar as evidências disponíveis sobre os cuidados de enfermagem a pacientes oncológicos com estomia de eliminação intestinal em tratamento quimioterápico. Método: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura. As buscas foram realizadas nas bases CINAHL, PubMed, LILACS, Scopus e Web of Science, utilizando descritores do DeCS/MeSH combinados por operadores booleanos. Foram incluídas publicações a partir de 2018, além de literatura cinzenta de instituições reconhecidas como o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Resultados: A literatura científica carece de publicações que unifiquem os cuidados de enfermagem voltados a pacientes com estomias em uso de quimioterapia. As principais práticas descritas envolvem medidas de biossegurança, como uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), e cuidados com a pele periestomal para evitar complicações como dermatites, erosões e infecções. Sabe- se que parte dos agentes quimioterápicos é excretada inalterada nas primeiras 48 horas após a infusão, tornando as excretas potencialmente contaminantes(3). A RDC nº 220 da ANVISA orienta práticas específicas de contenção de risco, como o acondicionamento e descarte adequados desses resíduos. Os efeitos colaterais da quimioterapia, como diarreia, vômitos e mucosite, também interferem no cuidado com a estomia e elevam o risco de lesões na pele periestomal(2). Conclusão: O cuidado ao paciente com estomia em quimioterapia exige ações específicas da enfermagem, centradas na biossegurança e na integridade da pele periestomal. A ausência de diretrizes clínicas consolidadas evidencia a necessidade de mais estudos e protocolos padronizados que sustentem uma prática baseada em evidências. A atuação do enfermeiro, portanto, é essencial no cuidado de pacientes com estomia em tratamento quimioterápico, sendo necessário intensificar os cuidados com a pele periestomal, realizar avaliações contínuas, garantir práticas de biossegurança no manejo de excretas e promover ações educativas que favoreçam o autocuidado. Caroline Ambires Madureira André Luiz Campos Pacheco Victória Correa Nunes Talles Fernandes De Souza Juliano Teixeira Moraes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESAFIOS DO ATENDIMENTO DE ESTOMIAS PEDIÁTRICAS EM HOSPITAL ESPECIALIZADO DO DISTRITO FEDERAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2012 INTRODUÇÃO: A estomaterapia é uma especialidade da enfermagem que presta assistência a pessoas com estomias, feridas e incontinências, promovendo reabilitação, autocuidado e qualidade de vida, com base em evidências científicas (1). A pediatria enfrenta diversos desafios como o manejo do estoma em pacientes jovens, portadores ou não de outras comorbidades. Dentre os desafios, estão os impactos no desenvolvimento infantil, adesão ao autocuidado, suporte emocional aos pais e escolha adequada de dispositivos. Exige uma equipe especializada, materiais específicos e estratégias educativas sensíveis (2). É fundamental na assistência especializada a pessoas com estomias oferecer suporte técnico especializado, emocional e vinculado à educação em saúde. O estomaterapeuta atua na prevenção de complicações, promoção do autocuidado e reintegração social do paciente, impactando diretamente na sua qualidade de vida. A atuação qualificada reduz infecções, lesões em regiões perístomas e readmissões hospitalares (3). OBJETIVO: Relatar a experiência e descrever os desafios enfrentados por um estomaterapeuta em um hospital de alta complexidade pediátrica. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência 12 de dezembro de 2024 a julho de 2025, sobre a vivência profissional no atendimento pediátrico ambulatorial de um hospital de média e alta complexidade do Distrito Federal. RESULTADOS O perfil de pacientes atendidos inclui crianças de 28 dias a 17 anos e 11 meses, dentro das mais diversas especialidades médicas. Trata-se de um ambulatório com atualmente 900 crianças em acompanhamento. As intervenções de enfermagem realizadas no ambulatório incluem o acompanhamento de pacientes com ostomias, desde o pré-operatório até o pós-alta, orientações de autocuidado, seleção de dispositivos, manejo de complicações e apoio à adaptação psicossocial. As ações são realizadas em parceria com a equipe multiprofissional e familiares, com foco na promoção da autonomia e qualidade de vida dos pacientes. Além de realizar o acompanhamento de lesões de média a alta complexidade dentro da instituição. Durante todo período presente vivenciado foram observados diversos desafios decorrentes do perfil do público atendido, como paciente com fatores sindrômicos ou que possuem alguma alteração de nível neurológico que resulta em agitação ou agressividade e que demanda cuidados individualizados, apresentando como fator determinante a complexidade no manejo clínico. CONCLUSÃO Os desafios enfrentados permitiram o desenvolvimento não somente de novas habilidades técnicas, mas também de outras técnicas em complemento ao atendimento tradicional como musicoterapia e a utilização do brinquedo terapêutico para o manejo do paciente pediátrico, tanto no âmbito hospitalar quanto no âmbito domiciliar. A experiência durante o manejo de estomias e lesões de alta complexidade permitiu agregar a experiência dos enfermeiros estomaterapeutas do serviço, além de introduzir novas formas de abordagem e cuidado com o paciente e seus familiares de modo seguro e humanizado. Vinicius Abrahao Rodrigues Eidysimonne Silva Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESAFIOS NO CUIDADO COM ESTOMIA EM PEDIATRIA: USO DA CONVEXIDADE COMO ESTRATÉGIA NO MANEJO DAS COMPLICAÇÕES https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2013 Introdução O termo estomia foi oriundo da língua grega e significa abertura ou boca, sendo utilizado para indicar a exteriorização de um segmento de qualquer víscera oca do corpo, por diversas causas, recebendo nomes diferentes a depender da localização.1 Na população pediátrica, as causas mais comuns para confecção de estomias, são para tratar condições congênitas, como malformações anorretais e doença de Hirschsprung, ou condições adquiridas, como a enterocolite necrosante.2 A escolha do local para a exteriorização do intestino é importante, pois possibilita melhor o cuidado e preveni complicações.2 A exposição constante de fezes e o uso incorreto do equipamento coletor, pode trazer a dermatite periestomal como consequência, sendo essa uma das complicações tardias mais encontradas nesta população.3 Objetivo Compartilhar a experiência no atendimento especializado à criança estomizada com dermatites peri-estomia intestinal recorrente. Método Trata-se de um relato de experiência com abordagem qualitativa descritiva, A experiência relatada ocorreu durante o período de abril 2017 a maio de 2025, em um hospital privado no Estado de São Paulo de alta complexidade e de médio porte em São Paulo, referência em cirurgia cardíaca infantil. Os autores atuaram como enfermeiros especialistas de enfermagem em Estomaterapia. O relato foi baseado na observação direta realizada durante os atendimentos a crianças com estomias intestinais que apresentaram a dermatite de contato como complicação, necessitando do atendimento especializado para tratamento. O processo de análise consistiu na reflexão crítica sobre os desafios enfrentados, as estratégias adotadas e os resultados percebidos, buscando identificar os aprendizados e as contribuições que a vivência proporcionou. Resultados Cuidar de crianças estomizadas envolve desafios diários, sendo necessário conhecimento especializado, acesso a dispositivos adequados, acompanhamento para identificar as causas das infiltrações e indicar os dispositivos coletores e adjuvantes mais indicados para cada caso. Na nossa prática clínica, observamos que a dermatite ocorre muitas vezes em decorrência da dificuldade na adaptação do dispositivo coletor, devido a anatomia do abdome da criança, que por sua vez pode apresentar duas estomias muito próximo uma da outra, estomias planas, efluente líquido, presença de dobras cutâneas, cicatrizes e lesões de pele. Quando nos deparamos com estes fatores que dificultam a adesividade do equipamento coletor, levando em consideração o tempo da maturação destas estomias, percebemos que o uso de bases adesivas flexíveis que permitam maior área de contato com o abdome da criança, se adaptando ao formato anatômico e permitindo uma leve convexidade que projete melhor a estomia, tem se tornado a melhor escolha nos casos de infiltração recorrente. Além de associarmos o uso da pasta de hidrocolóide sem álcool e do protetor cutâneo em forma de spray, como adjuvantes. Conclusão Concluímos que o processo de adaptação de dispositivos coletores infantis é extremamente importante para prevenir o surgimento da dermatite periestomal. O planejamento terapêutico deve ser realizado por especialistas, tal como o enfermeiro Estomaterapeuta, pois irá indicar o dispositivo mais adequado à criança, capacitar os profissionais e os familiares que irão exercer os cuidados e irá acompanhar o processo de adaptação. Roseane Soares Batista Fim Samanta Dos Santos Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESENVOLVIMENTO DA CARTILHA ESTOMIA COM CONFIANÇA: INSTRUMENTO EDUCATIVO PARA REABILITAÇÃO DE PACIENTES UROSTOMIZADOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2014 Introdução: A estomia urinária, comumente indicada em casos de câncer de bexiga ou traumas, provoca mudanças significativas na rotina e na autoestima do paciente, exigindo adaptações físicas e emocionais. Nesse contexto, o período de adaptação pode ser marcado por dúvidas e inseguranças, o que reforça a importância dos materiais educativos como ferramentas que promovem autonomia, confiança e reabilitação segura. Cartilhas educativas se destacam como estratégias eficazes na educação em saúde, favorecendo o autocuidado e a qualidade de vida. Objetivo: Descrever a elaboração de uma cartilha educativa voltada a pacientes urostomizados, pós cistectomia radical por Câncer Músculo Invasivo Vesical (MIBC) com ênfase na promoção do autocuidado e na retomada das atividades cotidianas. Método: Trata-se de um estudo metodológico realizado por enfermeiros residentes em saúde do câncer e estomaterapia de um ambulatório de uro-oncologia, entre abril e junho de 2025. A elaboração da cartilha educativa baseou-se em revisão bibliográfica nas bases LILACS, SciELO e diretrizes do Ministério da Saúde, selecionando conteúdos relevantes sobre cuidados com a estomia urinária. O material foi redigido com linguagem acessível, a diagramação priorizou recursos visuais, ilustrações e linguagem inclusiva. Resultados: O produto final foi uma cartilha com 15 páginas contendo orientações práticas sobre composição da bolsa, cuidados com o estoma e com a bolsa, como realizar troca da bolsa e sobre retomada de atividades diárias utilizando a bolsa de urostomia. Conclusão: A cartilha educativa representa uma estratégia promissora para apoiar o processo de educação em saúde de pacientes urostomizados, com potencial para promover autonomia, reabilitação e reintegração às atividades diárias, além de qualificar as orientações prestadas no ambiente ambulatorial. Daisy Cristina Zemke Barreiros Archila Leticia Lis Carlini Ana Paula Leonessa Caetano Ana Paula Guarnieri Simone Garcia Lopes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESENVOLVIMENTO DE CARTILHA EDUCATIVA SOBRE CUIDADOS COM CRIANÇAS COM TRAQUEOSTOMIA EM DOMICÍLIO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2015 Introdução: A assistência de enfermagem à criança com doenças crônicas é fundamental durante a hospitalização e permite que o enfermeiro e sua equipe preparem a criança e capacitem sua família para a desospitalização ou alta hospitalar. Objetivo: desenvolver uma cartilha educativa sobre cuidados com crianças com traqueostomia em domicílio. Método: estudo metodológico, realizado em 2024/2025 com as seguintes etapas: conceituação; desenvolvimento; implementação; e avaliação. A avaliação da cartilha foi feita por enfermeiros estomaterapeutas de unidades pediátricas, atendimento domiciliar e ambulatorial de um hospital universitário da cidade de São Paulo, por meio de um instrumento com itens sobre objetivo, conteúdo, usabilidade e eficiência. Para cada item o avaliador atribuiu o valor de 1 para “concordo” e 0 para “discordo”. Após adequações sugeridas pelos especialistas, a cartilha foi avaliada quanto à usabilidade e eficiência por familiares de crianças com traqueostomia, com a mesma pontuação para os itens. Foram excluídos familiares menores de 18 anos, analfabetos e deficientes visuais. A análise estatística foi descritiva, utilizando a Razão de Validade de Conteúdo (CVR) e considerado adequado CVR ? 0,8. O projeto foi aprovado pelos Comitês de ética em Pesquisa da instituição proponente, parecer: 6.928.762 e da co-participante, parecer: 6.995.202. Resultados: o desenvolvimento da cartilha foi fundamentado em teorias de enfermagem, de acordo com as etapas do Processo de Enfermagem, utilizando linguagens padronizadas e com auxílio de um sistema de apoio à decisão. Para fornecer orientações atualizadas e de acordo com as melhores práticas, foi realizada revisão da literatura. De acordo com os diagnósticos de enfermagem identificados, os resultados esperados e as intervenções propostas, a cartilha contém dados de identificação da criança, Unidade Básica de Saúde de referência e materiais fornecidos, informações sobre o que é traqueostomia, lavagem das mãos, posicionamento da criança, cuidados com o estoma, manuseio da cânula, aspiração de secreções, o que fazer em emergências, alimentação, hidratação, sono, vestuário, higiene, comunicação com a criança, vida social, lazer e saúde dos familiares. A diagramação foi realizada por profissionais da área. A cartilha foi disponibilizada nas versões impressa e digital: https://www.canva.com/design/DAGRSxHEHyc/-QolsCRJr_txuHmie5JXow/viewutm_content=DAGRSxHEHyc&utm_campaign=designshare&utm_medium=link&ut,Foi avaliada e aprovada por 15 enfermeiros, com CVR médio de 0,97, e dez familiares, com CVR médio de 0,95. Conclusão: a cartilha educativa desenvolvida fornece orientações para o cuidado integral da criança e família no domicílio e pode ser utilizada como material educativo no preparo da desospitalização. Paula Cristina Nogueira Regina Célia Dos Santos Diogo Letícia Alves Soares Karin Emilia Rogenski Nanci Cristiano Dos Santos Aurea Tamami Minagawa Toriyama Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESENVOLVIMENTO DE UM FOLDER EDUCATIVO COMO FERRAMENTA DE ORIENTAÇÃO PARA FAMÍLIAS DE CRIANÇAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2016 INTRODUÇÃO:As estomias de eliminação são procedimentos cirúrgicos que resultam na exteriorização de uma víscera oca para o meio externo e recebe a nomenclatura do segmento corporal que é exteriorizado. A necessidade da confecção de uma estomia pediátrica está relacionada aos tratamentos de alterações congênitas e dentre as estomias intestinas, as principais causas são a doença de Hirschsprung, o ânus imperfurado e a enterocolite necrosante, o que caracteriza uma situação nova e complexa para as mães¹. A maioria das crianças são cuidadas pelos familiares e esses possuem pouca orientação com relação aos cuidados básicos com a estomia, sendo a troca de bolsa a princípio mais trabalhosa para os pais². Os avanços tecnológicos ocorridos nas últimas décadas na área da saúde têm garantido a sobrevivência de muitas crianças que, outrora, não sobreviviam, o que acabou gerando as chamadas crianças com necessidades especiais de saúde, dentre as quais, destacam-se as crianças com estomias intestinais. Essas crianças demandam cuidados tecnológicos específicos pelo uso de equipamento coletor e os adjuvantes, o que implica envolver os familiares cuidadores, de modo a orientá- los sobre como cuidar de suas crianças³.A capacitação e empoderamento dos pais/cuidadores de crianças com ostomias permite intervir e facilitar a transição nas várias fases do processo, tornando-os parceiros no cuidar para depois permitir que sejam estes os gestores dos cuidados4. OBJETIVO:Esta revisão de literatura tem como objetivo embasar a criação de folder informativo para os familiares de bebês e crianças estomizadas do Hospital Infantil Waldemar Monastier. MÉTODO: Trata-se de uma revisão narrativa de literatura. A pesquisa foi realizada nos meses de maio a junho de 2025 nas seguintes bases de dados: LILACS, SCIELO, PUBMED, Medline, nos portais da Biblioteca Virtual da Saúde (BVS) e pesquisa livre no Google Acadêmico. Durante a busca nas bases de dados, as seguintes palavras- chaves foram utilizadas: estomia, estomaterapia, pediatria, neonatologia. Os descritores foram combinados com operadores boleanos “AND” e “OR”. RESULTADOS: Foram encontrados nas bases de dados144artigos, dos quaisforam selecionados9 que atenderam os seguintes critérios: estar disponível na íntegra, estar publicado nos idiomas inglês, espanhol ou português, ter o tema pertinente ao assunto, publicados nos últimos 10 anos. Os critérios de exclusão foram: artigos não pertinentes ao tema pesquisado, artigos que não estavam disponíveis na íntegra ou que fossem publicações anteriores à 2015. Destes 9 foram selecionados 4 artigos para a confecção de resumo e fundamentação de criação do folder Informativo, sendo essa análise baseadana maior relevância do tema a ser abordado. CONCLUSÃO:A revisão de literatura e elaboração deste folder sobre cuidados com estomias em pediatria reforça a importância de orientar e capacitar os familiares e cuidadores diante das complexidades dessa condição, como as dificuldades na troca de bolsa e adaptação a uma rotina de cuidados.A educação em saúde torna-se uma ferramenta essencial para garantir a autonomia das famílias. Este material, portanto, busca não apenas informar, mas também apoiar os cuidadores nessa jornada, contribuindo para um cuidado mais humanizado. Também salientamos a necessidade de mais publicações sobre a temática. Juliane Fonseca Martins Melina Straube Pereira Hirayama Talita Roberta Cruz Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESOSPITALIZAÇÃO DE PORTADOR DE FÍSTULA INTESTINAL OTIMIZADA PELO SISTEMA FÍSTULA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2017 Introdução: A fístula enterocutânea (FEC) é uma comunicação anômala entre o trato gastrointestinal e a pele, resultando na exteriorização do conteúdo intestinal, com elevado risco de morbidade e mortalidade [1]. A maioria dos casos é iatrogênica e relacionada a cirurgias intestinais em 90% dos casos, e metade são de vazamento anastomótico, podendo ocasionar desequilíbrio hidroeletrolítico, infecção e desnutrição [2]. O efluente entérico é irritante para a pele perilesional, sendo essencial o cuidado precoce com barreiras cutâneas. Seu manejo exige uma abordagem multidisciplinar, sendo o enfermeiro essencial na preparação e acompanhamento do paciente para a desospitalização. A utilização do sistema fístula é uma estratégia que otimiza o controle do efluente e a segurança do cuidado domiciliar. Estes sistemas específicos para fístulas oferecem vedação eficaz, proteção dérmica e facilitam o manejo conservador e controle do débito. O estomaterapeuta é fundamental na avaliação, seleção de dispositivos, educação da equipe e prevenção de complicações cutâneas [3–5]. Objetivo: Descrever o manejo conservador de um caso de FEC em pós-operatório de ressecção intestinal, destacando a atuação do estomaterapeuta, os cuidados precoces com a pele com o uso do sistema para otimização da desospitalização. Método: Trata- se de uma revisão de literatura narrativa, com buscas realizadas nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS. Resultados: Para pacientes clinicamente controlados, bom estado nutricional, equilíbrio hidroeletrolítico e suporte conservador, sem necessidade de reoperação e fatores favoráveis preditivos do fechamento não operatório da fístula como transferrina &gt; 200 mg/dL, sem obstrução, intestino em continuidade, sem infecção, nem inflamação intestinal, comprimento &gt; 2 cm, fístula final, sem sepse, débito &lt; 200 ml/24 hs Após avaliação e monitoramento da fístula, integridade da pele perilesional para vedação eficaz do sistema fístula, com redução de episódios de irritação cutânea, escolha de adjuvantes necessários(1,3,5). O acrônimo "SNAP", é um protocolo de tratamento para gerenciar pele, sepse e nutrição, que destaca a importância de uma abordagem multidisciplinar, contribuindo para a redução de 50% da mortalidade(4,5); procede- se com o treinamento de familiares e paciente para manejo domiciliar, pois a atuação do estomaterapeuta é determinante no processo de transição hospitalar-domicílio(3). O uso do sistema fístula demonstrou vantagens na contenção de efluentes, redução do risco de infecções, proteção da pele perilesional e melhora da qualidade de vida do paciente. A educação em saúde promovida pelo enfermeiro e o planejamento do cuidado domiciliar mostraram-se essenciais para prevenir reinternamentos, masdestaca- se a necessidade de acompanhamento ambulatorial periodicamente até o fechamento completo da fístula(1,4,5). Conclusão: O manejo de fístula enterocutânea com o sistema fístula e abordagem especializada de estomaterapia, possibilita a desospitalização segura e eficaz, desempenhando papel central nesse processo, ao implementar cuidados sistematizados, realizar educação terapêutica e articular a rede de apoio domiciliar. A prática baseada em evidências contribui para a continuidade do cuidado e melhor prognóstico do paciente. Andressa Aparecida Nascimento De Matos Claudia Renata Pedroso Périco Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EFEITO DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA NO CONHECIMENTO DE PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM SOBRE ESTOMIAS EM PEDIATRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2018 Introdução: As estomias de eliminação consistem em urinária e intestinal, sendo essas responsáveis pela liberação de gases, fezes ou urina, necessitando assim do uso de um equipamento coletor que deve ser escolhido de acordo com as necessidades do paciente, como o tipo de estomia, tipo de abdômen, local da estomia, tamanho e o tipo de conteúdo liberado. Objetivo: Avaliar o efeito de intervenção educativa sobre cuidados com estomias intestinais de eliminação em pediatria no conhecimento de profissionais de enfermagem. Método: Estudo quase experimental do tipo antes e depois, realizado em um Hospital Infantil e Maternidade de alta complexidade de Teresina, Piauí com atendimento exclusivo do Sistema Único de Saúde. A amostra, selecionada por conveniência, foi composta por profissionais de enfermagem atuantes na referida instituição. A intervenção educativa consistiu em uma capacitação profissional sobre Estomias em Pediatria. O conteúdo programático abordou a definição de estomias, os tipos de estomias de eliminação, as principais complicações associadas, os tipos de equipamentos e adjuvantes disponíveis, e o corte adequado desses equipamentos. A capacitação foi ministrada em seis grupos distintos, com uma média de 15 participantes por grupo. As sessões ocorreram ao longo de seis dias, no turno tarde, com o objetivo de alcançar o maior número de profissionais em cada serviço. A intervenção educativa foi realizada com aula expositiva dialogada, oficina e discussão de casos. Os participantes puderam manusear materiais utilizados no cuidado a pessoas com estomias expostos nos stands, bem como participar de prática no workshop com medição da estomia, recorte da base adesiva e adaptação de equipamento coletor, além das orientações sobre os cuidados básicos com a estomia. O conteúdo de curso e as aulas foram elaboradas a partir de estudos na área. Todos os encontros da intervenção educativa foram presenciais. Resultados: Participaram da pesquisa 71 profissionais de enfermagem, sendo a maioria do sexo feminino (78,87%), com média de idade de 31,97 anos, com tempo de formação médio de 5,39 anos, com tempo de atuação na profissão em média de 5,03 anos. Mais da metade dos profissionais eram enfermeiros (81,69%), sendo 52,52 % com especialização, 23,94% com curso complementar de cuidados em estomias e 33,80% com experiencia no cuidado a pessoa com estomia. Em relação a intervenção, a média de acertos no pré-teste foi de 55,86 pontos, com crescimento para 62,39 após a intervenção educativa, observando-se que a capacitação proporcionou um avanço positivo no conhecimento dos profissionais de enfermagem em relação as estomias pediátricas. Conclusão: Os resultados evidenciaram melhora significativa na média de acertos do pós-teste em comparação ao pré- teste, indicando a efetividade da capacitação. Além disso, observou-se redução nos desvios padrão, sugerindo uma uniformização do nível de conhecimento entre os profissionais. A baixa adesão de alguns profissionais à capacitação completa foi uma das principais limitações do estudo, atribuída à rotina hospitalar intensa, escalas de plantão e afastamentos temporários. Essa limitação, no entanto, não invalida os resultados obtidos, que são relevantes para a realidade institucional e servem como diagnóstico situacional das necessidades formativas da equipe. Francisca Victória Vasconcelos Sousa Sandra Marina Gonçalves Bezerra Yuri De Oliveira Nascimento Danda Gabrielly Ferreira Ripardo Jefferson Abraão Caetano Lira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ELABORAÇÃO DE CARTILHA EDUCATIVA PARA INSTRUÇÃO DE PACIENTES ESTOMIZADOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2019 Introdução: Estomia de eliminação é a exteriorização de parte do intestino ou bexiga que cria uma abertura no abdômen para desviar fezes e/ou urina, coletando-os em uma bolsa externa. Sendo assim, essa nova condição requer cuidados e orientações para promover adaptação e qualidade de vida a esses pacientes estomizados; realizado por profissionais da saúde, cuidadores e familiares, sobretudo, o autocuidado realizado pelo paciente. Objetivo: Desenvolver uma cartilha educativa com o propósito de orientar e instruir pacientes estomizados quanto aos cuidados com a estomia, visando promover o autocuidado, melhorar a qualidade de vida e facilitar a adaptação à nova condição de saúde. Método: Trata-se de uma pesquisa aplicada que visa a criação de uma tecnologia educativa, do tipo metodológica, com abordagem qualitativa. A construção da cartilha foi organizada a partir da leitura de artigos encontrados nas plataformas Scientific Eletronic Library (SCIELO), Google Acadêmico, Biblioteca Virtual em Saúde e por fim repositórios de monografias, e-books, periódicos de revista, protocolos do Ministério da Saúde, SOBEST e livros encontrados na íntegra, no período de maio a junho de 2025. Resultados: A elaboração da cartilha educativa voltada para pacientes estomizados resultou em um material informativo, de linguagem acessível e com recursos visuais que facilitam a compreensão e o aprendizado. O processo de construção envolveu a pesquisa bibliográfica em fontes científicas atualizadas sobre estomias de eliminação, práticas de autocuidado, higiene, troca e manuseio do equipamento coletor, alimentação adequada, aspectos psicossociais e direitos do paciente estomizado. Foi estruturada em seções temáticas, com tópicos como: “O que é estomia?”, “Tipos de estomias”, “Cuidados diários com a estomia”, “Dicas para evitar complicações”, “Alimentação e hidratação”, “Aspectos emocionais e sociais”, e “Direitos do paciente estomizado”, “Programa de Estomia”, “Atuação da Liga Acadêmica de Estomaterapia”. Além disso, utilizou-se recursos gráficos como ilustrações, infográficos e passo a passo com imagens explicativas, que contribuíram para a clareza das informações. Durante o desenvolvimento da cartilha, os participantes relataram maior compreensão sobre as dificuldades enfrentadas pelos pacientes estomizados, o que possibilitou uma abordagem mais humanizada e empática na elaboração do conteúdo. O material foi revisado com foco na linguagem inclusiva e no estímulo ao autocuidado, promovendo a autonomia do paciente. Ao final do processo, a cartilha mostra-se adequada como ferramenta educativa, podendo ser utilizada durante a consulta com a estompareapia no programa de estomias, podendo contribuir significativamente na adaptação à nova condição de vida e na melhora da qualidade de vida dos estomizados. Conclusão: Conclui-se que a construção da cartilha educativa destinada a pacientes estomizados revelou-se uma ferramenta valiosa de apoio à promoção do autocuidado, contribuindo para a autonomia, adaptação e melhoria da qualidade de vida desses indivíduos. Por meio de linguagem acessível, conteúdo baseado em evidências científicas e recursos visuais didáticos, o material oferece orientações práticas sobre os cuidados com a estomia, aspectos emocionais e sociais dos pacientes. Demonstrando um potencial para ser amplamente utilizada por profissionais da saúde, cuidadores e pelos próprios pacientes em programas de estomaterapia, fortalecendo uma abordagem mais humanizada e eficaz no cuidado com o paciente estomizado. Mariana Ayres Diniz Brandão Nadyele Costa Martins Mércia Maria Costa De Carvalho Claro Jethânia Glasses Cutrim Furtado Ferreira Dayvith Talles Oliveira Dos Santos Larissa Fernanda Silva Ribeiro Maycon De Jesus Silva Duarte Gyovanna De Sousa Fontes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ELABORAÇÃO DE FOLDER EDUCATIVO PARA AS PESSOAS COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2020 Introdução: A estomia de eliminação consiste na passagem de uma alça intestinal ou de ureteres por meio de uma incisão na parede abdominal, com o objetivo de drenar fezes ou urina. O uso da bolsa coletora é imprescindível devido à incontinência. Entretanto, pode gerar desconforto com vazamentos, dor, odor, ruídos, lesão de pele e prejuízo na autoimagem1. Tais alterações podem prejudicar a qualidade de vida da pessoa, comprometendo seu autocuidado e bem-estar sócio-psico-espiritual. Desta forma, fundamental compartilhar orientações adequadas para a referida pessoa e os seus familiares, com vistas a viabilizar uma melhor adaptação a sua condição2. Contudo, muitas pessoas apresentam dificuldades em assimilar as informações recebidas, ocasionando lacunas no processo educativo. No cotidiano, constata-se que as pessoas supracitadas, frequentemente, expressam dúvidas sobre os cuidados e adotam condutas inadequadas, o que compromete sua adaptação3. Diante do exposto, essencial que sejam adotadas estratégias educativas coerentes com o público, destacando-se materiais informativos, como folders, para esse fim. Tais materiais viabilizam o aprendizado e promovem a autonomia das pessoas com estomia de eliminação4. Objetivo: Relatar a experiência, de uma estomaterapeuta, na elaboração de um folder educativo para a pessoa com estomia de eliminação, em um hospital público de ensino, no Triângulo Mineiro. Método: Trata-se de um relato de experiência sobre a elaboração de um folder educativo no período de janeiro a junho de 2025, para pessoas com estomia de eliminação, com base na atuação de uma estomaterapeuta de um serviço especializado na atenção à saúde da pessoa com estomia. A elaboração do referido material fundamentou-se em três pilares principais: a vivência prática da profissional, a análise de materiais institucionais previamente existentes e o levantamento das principais dúvidas apresentadas pelas pessoas atendidas no serviço. Procedeu-se à seleção de informações e figuras relevantes, desenvolvimento gráfico do material e encaminhamento para impressão. O conteúdo foi estruturado contemplando os cuidados com a pele, com a estomia e com a bolsa, além de fornecer informações práticas sobre o processo de cuidado. Resultados: O conteúdo final do folder foi organizado de forma clara, objetiva, didática e com ilustrações para a melhor compreensão das informações e o reforço do processo de aprendizagem. Os temas abordados foram: cuidados com a estomia, com a pele periestomia e com a bolsa coletora, tipos de dispositivos, uso de adjuvantes, ações contraindicadas, orientações complementares e informações sobre o serviço especializado de atenção à pessoa com estomia. O material é composto por uma folha dobrada, colorida e ilustrada, com três subdivisões. A parte externa contém a apresentação do material e dos responsáveis pela sua elaboração. Conclusão: O uso do folder educativo como ferramenta de apoio à assistência em estomaterapia, revelou- se eficaz no compartilhamento de informações essenciais ao autocuidado da pessoa com estomia. Além de facilitar a memorização e promover o autocuidado, o material contribui para a padronização das orientações e a prevenção de complicações, favorecendo a adaptação e a qualidade de vida das pessoas com estomia de eliminação. Veridiana Bernardes Faria Maria Gonçalves Silva Karolyne Gonçalves Marques Da Silva Maria Eduarda Alves Carvalho Carolina Feliciana Bracarense Bethania Ferreira Goulart Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ELABORAÇÃO DE PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR PARA PESSOAS QUE VIVEM COM ESTOMIAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2021 Introdução: O Projeto Terapêutico Singular (PTS) tem a responsabilidade de desenvolver propostas e abordagens terapêuticas que surgem de um diálogo coletivo entre diferentes áreas de conhecimento, juntamente com o estomaterapeuta, fundamental para o planejamento das intervenções na área da saúde. A abordagem colaborativa entre profissionais é crucial para garantir um cuidado integral para pessoas estomizadas pois contribui diretamente para a adaptação, cooperação, coordenação e reintegração da pessoa em seu contexto familiar, laboral e social. Objetivo: Relatar uma experiência na elaboração de Projeto Terapêutico Singular para pessoas que vivem com estomias. Método: Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, de enfermeiro-docente e pós-graduando em estomaterapia com vinte anos de experiência de atuação no cuidado a pessoas com estomias, em campo de estágio hospitalar, no município de Floriano, Piauí. Realizou-se um diário de bordo para consolidação dos dados e síntese das experiências entre os meses de maio e junho de 2025. Resultados: O PTS desenvolve-se em quatro movimentos: 1) diagnóstico: descrição da situação problema, criação de um genograma e ecomapa, identificando os fatores sociais, emocionais, psicológicos e orgânicos que afetam o caso, bem como, as vulnerabilidades e a rede de apoio disponível; 2) definição de metas: objetivos a serem atingidos a curto, médio e longo prazo, discutidos com a pessoa estomizada/família e com todos os demais membros da equipe de saúde; 3) divisão de responsabilidades: as responsabilidades de cada pessoa da família e profissionais de saúde devem ser definidas, incluindo a pessoa que vive com estomia de cada PTS, sendo o estomaterapeuta o profissional encarregado de manter o contato entre o caso e a equipe de saúde como tática que pode ajudar na continuidade do atendimento, além da reavaliação e atualização das ações do PTS; 4) reavaliação: consulta do estomaterapeuta para revisão de prazos, expectativas, tarefas, objetivos, metas e resultados. O PTS é um instrumento interdisciplinar essencial para garantir a integralidade da assistência à saúde da pessoa estomizada, elevando as possibilidades de melhoria na qualidade de vida da família de estomizados. Destaca-se a experiência do empoderamento em sau?de, prevenção da instalação de outras comorbidades, favorece a aceitação e o manejo adequado do estoma, propiciado pela elaboração do PTS. Verifica-se como espaços para construção do PTS: reuniões das Equipes de Saúde da Família; reuniões de matriciamento (equipe de saúde Mental, equipe e-multi, estomaterapeutas, outros especialistas); atendimento compartilhado; reuniões Intersetoriais e teleconsultas. Destaca-se que o PTS pode ser feito para grupos ou famílias e não exclusivamente para uma pessoa, além de frisar que o projeto busca a singularidade (a diferença) como elemento central de articulação colaborativa. Conclusão: Realça-se que nas intervenções prescritas pelo estomaterapeuta estejam: avaliação da estomia, da pele periestomal, esvaziamento com higienização do equipamento coletor, secagem da pele periestomia, aplicação de adjuvantes, verificação do deslocamento de adjuvantes, confecção do molde, aceitação da dieta balanceada, adaptação a estomia para potencializar a efetivação da consulta de enfermagem de estomaterapeutas por meio da escuta atenta, do acolhimento sensível, da vinculação humanizada para a elaboração efetiva do plano terapêutico singular. Marttem Costa De Santana Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ELABORAÇÃO E VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DE UM PROTOCOLO CLÍNICO EM FLUXOGRAMA PARA O MANEJO DE PESSOAS COM ESTOMIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2022 Introdução: A estomia, resultante de procedimentos cirúrgicos que exteriorizam órgãos ocos, demanda cuidados especializados e contínuos, especialmente no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS). O manejo inadequado pode acarretar complicações e impactar negativamente a qualidade de vida das pessoas com estomia. Nesse sentido, ferramentas como fluxogramas clínicos são estratégias promissoras para padronizar condutas, qualificar a assistência e apoiar a tomada de decisão por profissionais de enfermagem1-5. Objetivo: Construir e validar o conteúdo de um fluxograma clínico voltado ao manejo de pessoas com estomia na APS, como instrumento facilitador da assistência sistematizada e baseada em evidências. Método: Trata-se de um estudo metodológico dividido em duas etapas. A primeira consistiu na construção do fluxograma por meio de uma revisão integrativa da literatura nas bases LILACS, PubMed, BDEnf, SciELO, MEDLINE, Web of Science e Scopus, utilizando os descritores “Ostomy”, “Nursing Care” e “Primary Health Care”. Para segunda etapa, a de validação de conteúdo do instrumento, realizada com nove especialistas em estomaterapia, conforme critérios de Lynn (1986), utilizando escala Likert adaptada. Foram aplicados os índices de validação de conteúdo por item (I-IVC) e por escala (S-IVC), sendo considerado satisfatório I-IVC ? 0,80 e S-IVC ? 0,90. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, sendo um dos objetivos do projeto submetido (Parecer: 7.366.832). Resultados: A construção do fluxograma foi fundamentada em 18 artigos selecionados após análise de 986 estudos. O instrumento inicial contou com 16 itens organizados em dois fluxos: com e sem complicações na estomia. Os conteúdos abordavam avaliação da estomia, prescrição de dispositivos, fatores de risco, condutas clínicas e orientações ao paciente. Na validação de conteúdo, os especialistas apresentaram alto nível de concordância: 10 itens (62,5%) obtiveram 100% de aprovação, enquanto seis apresentaram 88,89%. Um item (nomenclatura) foi reformulado por atingir I-IVC de 0,70, sendo substituído por linguagem mais humanizada ("pessoa com estomia"). Outro item (prescrição de adjuvantes) foi complementado com base em sugestões dos juízes, resultando na inclusão de um 17º item. O S-IVC final do fluxograma foi: Nomenclatura (0,94), Clareza/Objetividade (0,94), Aplicabilidade (0,95) e Relevância (0,98), evidenciando excelência nos critérios avaliados. A organização visual do instrumento com cores e formas diferenciadas também foi apontada como um diferencial para facilitar a consulta clínica e a tomada de decisões. Conclusão: O fluxograma clínico proposto demonstrou-se válido e aplicável ao contexto da APS, com elevado grau de concordância entre os especialistas. Sua adoção pode contribuir para o fortalecimento do cuidado sistematizado às pessoas com estomia, promovendo maior segurança, clareza e efetividade nas condutas de enfermagem. Recomenda-se sua futura implementação e avaliação prática em serviços de saúde, bem como sua incorporação em protocolos assistenciais e processos formativos de profissionais da atenção básica. Jabiael Carneiro Da Silva Filho Jamile Micaele Da Costa Thaís Emanuelly Lima Silva Thereza Eulalia Sousa Leite Giullia De Souza Ribeiro Alice Fonseca Pontes Tatiane Mendes Araújo Ferreira Isabel Cristina Ramos Vieira Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ELABORAÇÃO E VALIDAÇÃO DE STORYBOARD PARA TECNOLOGIA EDUCACIONAL VOLTADA AO ENSINO DE ESTOMIA INTESTINAL A ESTUDANTES DE ENFERMAGEM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2023 Introdução: A enfermagem exerce papel essencial no cuidado às pessoas com estomias, abrangendo assistência perioperatória, suporte emocional e educação em saúde. No entanto, a escassez de enfermeiros especializados pode comprometer a qualidade desse cuidado, evidenciando a necessidade de uma formação acadêmica adequada sobre estomia intestinal de eliminação. Os estudantes de enfermagem enfrentam deficiências de conhecimento em cuidados com estomias, frequentemente associadas às limitações das metodologias tradicionais de ensino, que não favorecem o desenvolvimento da reflexão crítica necessária para uma prática de enfermagem segura e eficaz. Nesse contexto, o uso de tecnologias educacionais promove um aprendizado mais dinâmico e significativo. A pandemia de COVID- 19, por exemplo, impulsionou a adoção de metodologias alternativas. Objetivo: Desenvolver e validar o conteúdo de um storyboard para tecnologia educacional voltada ao ensino de estomia intestinal a estudantes de enfermagem. Método: Trata-se de uma pesquisa aplicada, pauta no referencial metodológico do Design Instrucional Contextualizado, na Aprendizagem Baseada em Equipes e nas diretrizes do Consenso Brasileiro de Cuidados de Enfermagem às Pessoas Adultas com Estomia de Eliminação. O processo de desenvolvimento ocorreu em três fases: 1. Análise: Caracterização dos estudantes de enfermagem e identificação de suas necessidades de aprendizagem, realizada entre maio e agosto de 2022, em três campi de uma universidade pública do Piauí. 2. Design: Realizada entre os meses de maio e agosto de 2022, em que se procedeu à estruturação do conteúdo educacional, objetivos de aprendizagem e etapas da aprendizagem baseada em equipes em cada unidade. Os objetivos foram definidos com base nas instruções do domínio cognitivo da taxonomia de Bloom. O conteúdo foi extraído das recomendações do consenso citado. 3. Desenvolvimento: Elaboração do storyboard entre setembro de 2022 e fevereiro de 2024, incluindo objetivos, conteúdos, textos base, imagens, questões e casos clínicos. A validação de conteúdo foi realizada com 19 enfermeiros estomaterapeutas, utilizando o Instrumento para Validação de Conteúdos Educacionais em Saúde. Resultados: Desenvolveu-se o storyboard contendo cinco unidades de aprendizagem relacionadas a: 1) aprendizagem baseada em equipes; 2) anatomia e fisiologia do sistema gastrointestinal, 3) cuidados de enfermagem no pré- operatório, 4) intraoperatório e 5) pós-operatório. Evidenciou-se validade de conteúdo por meio da concordância de 19 experts em estomaterapia. Estes concordaram 100% em todos os componentes do domínio objetivo e relevância; no domínio estrutura não houve concordância completa apenas em um componente, com 95% de concordância. O teste binominal apontou uma concordância com precisão de aproximadamente 96% nas respostas. Conclusão: O storyboard foi considerado válido por especialistas e representa um recurso promissor para subsidiar a produção de tecnologias educacionais voltadas ao ensino de estudantes de Enfermagem sobre os cuidados de Enfermagem às Pessoas com Estomia de Eliminação. Luís Felipe Oliveira Ferreira Sandra Marina Gonçalves Bezerra Cláudia Daniella Avelino Vasconcelos Elaine Maria Leite Rangel Andrade Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ESTOMATERAPIA NO CUIDADO AMBULATORIAL: SABERES ESPECIALIZADOS PARA O APERFEIÇOAMENTO DA GESTÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2024 INTRODUÇÃO: A estomaterapia é uma especialidade da enfermagem voltada ao cuidado integral a pessoas com estomias, feridas de difícil cicatrização, incontinências, fístulas, drenos, tubos e cateteres(1). No contexto ambulatorial, o enfermeiro estomaterapeuta atua não apenas na assistência direta, mas também na continuidade do cuidado, educação em saúde, prevenção de complicações, incentivo ao autocuidado, além de atividades administrativas e de gerenciamento(2). Sua atuação é fundamental para qualificar o cuidado, otimizar recursos e fortalecer os serviços ambulatoriais, contribuindo para a sustentabilidade do sistema público de saúde. O saber especializado baseado em evidências proporciona resolutividade, redução da sobrecarga hospitalar, incorpora escuta qualificada, vínculo terapêutico, além da abordagem integral e continua, essenciais ao cuidado centrado na pessoa (3,4). OBJETIVO: Descrever a experiência na aplicação dos saberes especializados em estomaterapia na estruturação de um serviço de referência, com foco na percepção e otimização dos custos. MÉTODOS: Estudo qualitativo, descritivo, do tipo relato de experiência, realizado em abril de 2025, em Fortaleza – CE, em um serviço especializado referência em estomaterapia pediátrica. Os dados foram obtidos por meio de observação, registro e análise subjetiva da prática, com uso de diário de campo. RESULTADOS: O serviço de Estomaterapia do Hospital de Referência integra o Sistema Único de Saúde e funciona com dez estomaterapeutas e/ ou dermatologista realizando atendimento hospitalar e ambulatorial especializado em estomias, feridas e incontinências. O atendimento ambulatorial é voltado ao atendimento clínico de crianças e adolescentes em alta hospitalar com necessidades de acompanhamento. Presta serviço por meio de atendimentos programados ou encaminhados, realizados por uma estomaterapeuta e uma técnica de enfermagem em regime semanal. Possui uma gestora estomaterapeuta responsável pelo controle de consultas, procedimentos, previsão e provisão de materiais. O ambulatório oferece atendimentos para curativos e acompanhamento de estomias respiratórias, alimentares e/ou de eliminação. Destaca-se a realização de trocas de sondas de gastrostomia (GTT) de reposição ou tipo botton, o que, em outros estados, ainda requer internação hospitalar e uso de centro cirúrgico, gerando mais custos ao sistema público. O Parecer de Câmara Técnica nº 06/2013/CTAS/COFEN respalda legalmente o enfermeiro para a realização da troca de cateteres, desde que capacitado. Realiza curativos com uso de produtos e tecnologias avançadas que otimizam o tratamento com redução de tempo de internação. O Serviço de referência possibilita o acompanhamento especializado do usuário pós-alta na identificação precoce e tratamento de complicações no estoma e pele periestoma como forma de conduzir a reabilitação de forma eficiente. Essa estratégia evita reinternações desnecessárias, reduzindo os custos com a permanência prolongada em leitos hospitalares. CONCLUSÃO: O serviço de Estomaterapia demonstra eficiência e qualidade na atenção ambulatorial, garantindo cuidados especializados no pós-alta. Sua organização por profissionais capacitados evita internações desnecessárias, reduz custos e promove o uso racional de recursos, com foco na resolutividade e sustentabilidade do cuidado em saúde. Flávia Baluz Bezerra De Farias Nunes Jordana Maria Freitas Alves Douglas Sousa De Carvalho Ana Rosa Braga De Souza Ana Karoline Moreira Kelly Kauanne Campelo Dos Santos Layza De Paula Gusmão Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ÉTICA E CUIDADO PREVENTIVO NA PRÁTICA DE ESTOMATERAPIA: REFLEXÕES E DESAFIOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2025 Introdução: A estomaterapia é uma especialidade da enfermagem que se concentra no cuidado de pacientes com ostomias, fístulas e incontinências. A prática ética e o cuidado preventivo são fundamentais para garantir a qualidade de vida desses pacientes. A ética na estomaterapia envolve a responsabilidade do enfermeiro em fornecer cuidados que respeitem a dignidade e a autonomia do paciente, enquanto o cuidado preventivo busca evitar complicações e promover a saúde. Objetivo: Este estudo tem como objetivo refletir sobre a intersecção entre ética e cuidado preventivo na prática de estomaterapia, destacando a importância de uma abordagem holística e centrada no paciente. Método: Foi realizada uma revisão da literatura, utilizando bases de dados como PubMed e Scopus. Foram selecionados artigos que abordam a ética e o cuidado preventivo na estomaterapia, com foco em práticas de enfermagem e experiências de pacientes. A análise dos dados foi qualitativa, buscando identificar temas recorrentes e implicações para a prática. Resultados: A revisão revelou que a prática ética na estomaterapia é essencial para a construção de uma relação de confiança entre enfermeiros e pacientes. Os enfermeiros devem estar cientes das necessidades individuais dos pacientes, respeitando suas preferências e valores. Além disso, o cuidado preventivo, que inclui a educação em saúde, o manejo adequado da ostomia e o suporte emocional, demonstrou ser eficaz na redução de complicações e na promoção da autonomia do paciente. Os estudos indicaram que pacientes que recebem orientações adequadas sobre cuidados preventivos apresentam melhor adaptação à ostomia e menor incidência de complicações. Conclusão: A intersecção entre ética e cuidado preventivo na prática da estomaterapia constitui um alicerce fundamental para a enfermagem. A ética profissional orienta os enfermeiros a oferecerem cuidados respeitosos, individualizados e humanizados, pautados nos direitos e na dignidade do paciente. Paralelamente, o cuidado preventivo atua como estratégia essencial para a promoção da saúde, prevenção de complicações e melhoria da qualidade de vida das pessoas ostomizadas. Assim, a integração desses dois pilares favorece uma abordagem holística e centrada no paciente, que reconhece suas necessidades físicas, emocionais e sociais. Para que essa prática seja efetiva, torna-se imprescindível a formação contínua dos profissionais de enfermagem em estomaterapia, garantindo o desenvolvimento de competências técnicas e éticas que sustentem o cuidado integral. Dessa forma, reforça-se a importância de políticas educativas e institucionais que promovam o compromisso ético e a excelência na assistência, assegurando um atendimento de qualidade, seguro e sensível às singularidades de cada paciente. Dhamela Da Silva Cavalcante Erika Ferreira Santos Valdir Da Silva Junior Graciela De Oliveira Mayara Ana Da Cunha Kersten Maria Lucia Soero Almeida Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EXPANSÃO E CONTRIBUIÇÕES DA ESTOMATERAPIA NO CUIDADO PEDIÁTRICO EM HOSPITAL TERCIÁRIO DO DISTRITO FEDERAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2026 INTRODUÇÃO: Caracterizando-se por ser uma especialidade de enfermagem com foco no cuidado de indivíduos com estomas, feridas e incontinência, a estomaterapia engloba aspectos preventivos, terapêuticos e de reabilitação para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, de forma a garantir autonomia e cuidados efetivos no processo de tratamento (1). O enfermeiro estomaterapeuta, sendo o profissional capacitado com conhecimentos teóricos e práticos para o cuidado a pessoas com estomias, lesões, fístulas, cateteres, drenos e incontinência anal e urinária (2). O Serviço de estomaterapia no presente estudo relatado iniciou em 2011, primeiramente com o atendimento ambulatorial e resposta de pareceres internos e criação do ambulatório de vias aéreas para assistência aos estomas respiratórios. Iniciou-se, em 2023, o ambulatório de vias aéreas na assistência de estomas respiratórios. Enfatiza-se que, a expansão do serviço de estomaterapia tem sido vital para melhora da qualidade de vida dos pacientes com estomas, uma vez que melhora significativamente seu bem-estar físico e emocional (3). OBJETIVO: Descrever a expansão e consolidação do serviço de estomaterapia no ambulatório e nas internações de um hospital pediátrico de alta complexidade no Distrito Federal entre janeiro de 2022 e junho de 2025. MÉTODO: Estudo descritivo quantitativo, baseado no monitoramento dos atendimentos realizados pelo serviço de estomaterapia em um hospital pediátrico de alta complexidade, abrangendo o período de janeiro de 2022 a junho de 2025. Foram analisados dados de atendimentos ambulatoriais e internação. RESULTADOS A ampliação do serviço ocorreu por meio de estratégias de ampliação de agenda, contratação de novos profissionais em julho de 2023 e oferta de capacitações voltadas à qualificação técnica dos estomaterapeutas. O perfil de pacientes atendidos no ambulatório de estomaterapia é de 28 dias a 17 anos e 11 meses de vida, no qual, atualmente, 2 enfermeiros estomaterapeutas atuam nesses atendimentos. Considerando os atendimentos ambulatoriais realizados de 2022 a 2025, houve um crescimento neste serviço. Em 2022 foram atendidos 448 pacientes. Já em 2023 houve um crescimento de (42,9%) nos atendimentos, resultando em 640 pacientes. O aumento do serviço em 2024 em relação ao ano de 2023 foi de (27,9%), resultando em 819 atendimentos. Esse número elevou ainda mais em 2025, no qual estão em atendimento 922 pacientes, o que representa um aumento de (12,6%) em comparação ao ano anterior. No que tange aos atendimentos de internação hospitalar, em 2022 foram atendidos 72 pacientes. Em 2023, esse número aumentou para 228 atendimentos, representando um crescimento de aproximadamente 216%. No mesmo período, o total de pacientes atendidos em 2024 chegou a 402, um aumento cerca de 558% em relação ao ano de 2022. Até junho de 2025 totalizaram 198 atendimentos. A expansão desses atendimentos está relacionada aos atendimentos dos pareceres internos no período definido e divulgação do trabalho da estomaterapia, por meio de treinamentos e análise crítica de indicadores aos gestores. CONCLUSÃO Os dados demonstram a relevância do serviço de estomaterapia no contexto hospitalar pediátrico de alta complexidade, evidenciando sua expansão progressiva e consolidação institucional. A atuação do enfermeiro estomaterapeuta contribuiu com admissão precoce, melhora na adesão ao tratamento, intervenção eficaz da estomaterapia nos atendimentos de pareceres internos. Eidysimonne Silva Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FERRAMENTAS PARA AVALIAR A QUALIDADE DO CUIDADO À PESSOA COM ESTOMIA: SCOPING REVIEW https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2027 Introdução: A estomia é considerada uma deficiência que, além de impactar a funcionalidade física, acarreta implicações emocionais, espirituais e sociais, exigindo cuidados específicos, contínuos e personalizados. No Sistema Único de Saúde (SUS), a assistência é orientada pelas Diretrizes Nacionais para a Atenção à Saúde das Pessoas com Estomias, inseridas na Rede de Atenção à Saúde, contudo, mesmo com essas diretrizes, ainda se persistem lacunas e atrasos entre os níveis de cuidado, comprometendo a qualidade assistencial. Essa qualidade é multidimensional, envolvendo eficácia, segurança e adequação às necessidades individuais, mas a avaliação sob a ótica dos usuários ainda é limitada. Neste contexto, mapear os instrumentos para se avaliar a qualidade da assistência à pessoa com estomia torna-se essencial para integrar a perspectiva do paciente às práticas e políticas de cuidado. Objetivo: Mapear instrumentos para avaliar a qualidade da assistência à pessoa com estomia. Método: Refere-se a uma Scoping Review norteada pelo método de Joanna Briggs Institute (JBI). Foi construída a pergunta de pesquisa em conformidade com a estratégia mnemônica que abrange participantes, conceito e contexto. Os termos de busca foram selecionados a partir dos DeCS/MeSH, utilizando as seguintes estratégias: ("Quality of Health Care" OR "Health Evaluation" OR "Health Research Evaluation" OR "Quality Assurance Health Care") AND ("Disabled Persons" OR Ostomy OR Colostomy). A busca foi realizada em abril de 2024, nas bases de dados: National Library of Medicine (PubMed) via Online Medical Literature Search and Analysis System (Medline), Web Of Science, Scopus, Embase, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Library & Information Science Abstracts (LISA), Cochrane Library, e CINAHL. Além disso, utilizou-se materiais da literatura cinzenta como, o Repositório Latinoamericano, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações e Open Access Theses and Dissertations. Foram incluídas pesquisas científicas que abordassem o tema, não houve limite temporal e restrições de idiomas. Os estudos que não corresponderam aos objetivos da pesquisa e os duplicados foram excluídos. Resultados: Nesta revisão foram identificados quatro instrumentos para avaliar a qualidade do cuidado à pessoa com estomia: Quality of Care from the Patient’s Perspective, que analisa percepções sobre informações, participação, atitudes e tratamento; SERVQUAL, que mede tangibilidade, confiabilidade, responsividade, segurança e empatia; Quality of Care and Support (QOCS), que aborda qualidade da equipe, acessibilidade e informações; e Quality of Care Scale, que avalia cuidado autorreferido em aspectos como atendimento, acesso, necessidades sociais e informações. Esses instrumentos evidenciam a complexidade da qualidade assistencial e os desafios que influenciam tanto a percepção quanto a efetividade do cuidado.Conclusão: A partir do mapeamento dos estudos encontrados, evidencia- se que mesmo havendo quatro instrumentos internacionais para a avaliação do cuidado existe uma escassez deles em território nacional. Isso reforça a necessidade de desenvolver ferramentas efetivas que se adequem à realidade brasileira, a fim de mensurar e aprimorar o cuidado, por meio de avaliações estruturadas que integrem excelência técnica, percepção e experiências do paciente como componentes centrais da qualidade assistencial. Laura Oliveira Silva Laryssa Barbosa Custodio Júlia Duarte Ferreira André Luiz Campos Pacheco Larissa Carvalho De Castro Juliano Teixeira Moraes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FORTALECENDO A AUTONOMIA E O VÍNCULO EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM ESTOMIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2028 Introdução: As estomias pediátricas são indicadas principalmente em decorrência de malformações congênitas, adquiridas ou traumas, sendo mais prevalentes em crianças do sexo masculino com idade entre 0 e 5 anos1. A confecção da estomia exige um processo de adaptação tanto da criança quanto da família, sendo o apoio familiar fundamental diante das dificuldades diárias. O treinamento progressivo com o enfermeiro é essencial para que os cuidadores estejam preparados até a alta hospitalar. Para orientar e apoiar adequadamente, o profissional de saúde deve ter capacitação técnica e abordagem humanizada, fornecendo informações e orientações sobre os cuidados com a estomia, como a higiene, troca do dispositivo coletor e uso dos materiais disponíveis. Isso ajuda a reduzir a ansiedade e o medo causados pela falta de conhecimento2. É fundamental que os profissionais de saúde, especialmente os enfermeiros, reconheçam as famílias como possuidoras de conhecimento, respeitando e compartilhando seus saberes e experiências. Esse reconhecimento fortalece a confiança e estabelece um vínculo entre profissionais e familiares, contribuindo para o enfrentamento da terapêutica clínica e para um crescimento mais saudável da criança3. Objetivo: Relatar a experiência no atendimento a paciente pediátrico com estoma de eliminação. Método: Relato de experiência sobre o atendimento à criança em idade pré- escolar com estomia de eliminação em um Serviço de Referência no sul do Brasil em 2025. Resultados: Após o cadastro do paciente no serviço de referência, é agendada uma consulta com a Enfermeira Estomaterapeuta para uma avaliação abrangente. Nesta consulta, são revisadas a técnica de troca do equipamento coletor e a adaptação do modelo utilizado, considerando as necessidades individuais de cada paciente. No caso de pacientes pediátricos, a interação com a equipe de saúde torna-se ainda mais essencial, sendo fundamental envolver a criança no processo de troca do equipamento coletor, permitindo que ela participe ativamente da escolha do modelo mais adequado. Ao longo desse momento, a equipe deve apresentar os produtos de forma lúdica e educativa, explicando sua função e modo de uso. Durante a troca do equipamento, é importante questionar a criança sobre a presença de dor e incentivá-la a sinalizar qualquer desconforto. Ademais, deve-se permitir e incentivar que ela expresse seus sentimentos livremente, conduzindo o procedimento com calma e transmitindo segurança. A participação ativa da criança deve ser estimulada, promovendo sua autonomia e compreensão do processo. Além disso, estabelecer um vínculo de confiança é essencial. Conversar com a criança, respeitar seu tempo e escutá-la com atenção contribui para que ela se sinta acolhida, parte do tratamento e segura com os profissionais envolvidos. Conclusão: A participação ativa da criança no cuidado com o estoma é essencial para promover sua autonomia, reduzir medos e facilitar a adaptação à nova condição de saúde. Essa participação deve ser gradual e adequada à faixa etária, nível de desenvolvimento e condições clínicas da criança. Rosaura Soares Paczek Cristhiane De Souza Silveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 GESTÃO DA DISPENSAÇÃO DE BOLSAS COLETORAS E ADJUVANTES PARA PESSOAS OSTOMIZADAS NO SUS: ORGANIZAÇÃO DO CUIDADO NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2029 Introdução A atenção às pessoas ostomizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser integral, contínua e especializada, conforme a Portaria GM/MS nº 400/2009. No município do Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS-Rio) iniciou essa assistência antes mesmo da publicação dessa normativa, com a criação do primeiro Polo de Atenção à Pessoa Ostomizada em 1998, em parceria com universidades para capacitação profissional. Desde então, o serviço vem sendo consolidado e atualizado, promovendo inclusão social e qualidade de vida. Dados nacionais estimam a incidência de novas estomias em 3 a 4 casos por 100.000 habitantes/ano, reforçando a importância da manutenção e ampliação desses serviços. Objetivo Descrever a sistematização da dispensação de equipamentos coletores e adjuvantes para pessoas ostomizadas no município do Rio de Janeiro, destacando o modelo organizacional da SMS-Rio. Método Estudo descritivo e documental, baseado na Nota Técnica SMS- RIO/SUBPAV/SAP/CR 9/2024, em registros administrativos do Programa de Atenção à Pessoa Ostomizada e em dados epidemiológicos da literatura nacional. Foram analisados os critérios de elegibilidade dos usuários, o fluxo regulatório para acesso aos insumos, a logística de distribuição, a capacitação das equipes e a integração dos serviços com outros níveis de atenção. Por se tratar de estudo documental, sem uso de dados identificáveis nem interação com seres humanos, não foi necessária aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, conforme a Resolução CNS nº 510/2016. Resultados Atualmente, os dois Polos de Atenção à Pessoa Ostomizada atendem cerca de 5.000 usuários, com média mensal de aproximadamente 45.000 equipamentos coletores e adjuvantes dispensados. Esse número é calculado com base na média anual de 2024, considerando a rotatividade dos usuários, faltas, espaçamento entre retornos e óbitos, para garantir um planejamento realista dos estoques. A grade de dispensação contempla 111 itens entre coletores e adjuvantes, assegurando variedade e personalização do cuidado. O modelo organizacional da SMS-Rio é estruturado em sete eixos: prescrição técnica (realizada por enfermeiro estomaterapeuta), regulação do acesso (SISREG, com regra específica para usuários com plano de saúde), continuidade do fornecimento (condicionada à avaliação periódica nos Polos), centralização e integração dos serviços (Polos vinculados aos Centros Especializados em Reabilitação, com equipes multiprofissionais), logística informatizada com estoques de segurança, capacitação contínua das equipes e educação em saúde para usuários, e avaliação periódica para melhoria contínua. Esses eixos garantem acesso, qualidade e sustentabilidade do serviço, além de favorecer maior autonomia dos usuários e melhor adesão ao autocuidado. Como desafios, destacam-se a necessidade constante de atualização dos insumos, a rotatividade dos usuários e a capacitação das equipes para lidar com novas tecnologias e demandas emergentes. Conclusão A experiência da SMS-Rio demonstra que uma gestão pública organizada fortalece a integralidade do cuidado às pessoas ostomizadas no SUS. O protagonismo do enfermeiro estomaterapeuta, aliado à logística eficiente, capacitação permanente e integração dos serviços, contribui para uma assistência humanizada, sustentável e de qualidade. O modelo se mostra capaz de atender às necessidades da população, embora enfrente desafios inerentes à gestão pública, o que reforça a importância do monitoramento contínuo e da adaptação às demandas crescentes. Camila Diniz Dos Santos Da Silva Ana Paula Pedro Chrysostomo Lilian Mirian Da Silva Canedo Cláudia Pinto Porto Ingrid De Freitas Cavalheiro Sayão Simone Da Cruz Silva Fernandes Maria Da Conceição Moraes Valentim Priscila De Castro Handem Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 GESTÃO DA QUALIDADE EM ESTOMATERAPIA: DESAFIOS, ESTRATÉGIAS E O PAPEL DOS INDICADORES EM UM SERVIÇO ESPECIALIZADO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2030 Introdução: A assistência especializada à pessoa com estomia de eliminação requer não apenas conhecimento técnico, mas também a implementação de estratégias clínicas sistematizadas, protocolos baseados em evidências e monitoramento contínuo da qualidade. Nesse contexto, a estomaterapia — especialidade da enfermagem — tem se destacado por oferecer um cuidado centrado no paciente, com foco na prevenção de complicações, promoção da autonomia e melhoria dos desfechos clínicos. A utilização de indicadores institucionais de desempenho é fundamental para a gestão da qualidade, permitindo identificar falhas, aprimorar fluxos assistenciais e promover intervenções mais efetivas. Diretrizes como o Consenso Brasileiro de Cuidados à Pessoa com Estomia de Eliminação (2020) e o WCET Ostomy Guidelines (2020) reforçam a importância da padronização de condutas e da avaliação contínua dos resultados como pilares da excelência assistencial. Objetivo: Este relato tem como objetivo descrever a experiência da implantação e consolidação de fluxos assistenciais e estratégias clínicas no cuidado sistematizado de cerca de 600 pacientes estomizados por mês, atendidos por um serviço especializado. Destacam-se a organização do atendimento, a incorporação de práticas baseadas em evidências, a utilização de indicadores institucionais e os principais desafios e aprendizados do processo. Metodologia: O relato de experiência é proveniente de um serviço de estomaterapia prestado por uma clínica com atuação nacional, em modelo híbrido de cuidado domiciliar e ambulatorial. A equipe é composta exclusivamente por enfermeiros estomaterapeutas formados por instituições reconhecidas pela SOBEST e WCET. O atendimento é direcionado a pacientes com estomias de eliminação, seguindo fluxos bem estruturados. A avaliação inicial sistemática define o plano de cuidado individualizado, com base em protocolos institucionais. A triagem considera fatores como tipo e tempo de estomia, integridade da pele periestoma, autonomia do paciente, suporte familiar e presença de complicações. As condutas são registradas em prontuário eletrônico, com discussão interprofissional em tempo real, possibilitando a compilação e análise de indicadores assistenciais. Resultados: A monitorização mensal dos pacientes permite acompanhar a evolução clínica e a eficácia das intervenções. A provisão de dispositivos é ajustada conforme a necessidade individual, indo além das exigências legais, como a Portaria nº 400 e a RN/ANS nº 395. O contato com a equipe médica ocorre sempre que clinicamente indicado, e o suporte educacional é ofertado sistematicamente ao paciente e à sua rede de apoio. Diretrizes clínicas baseadas em evidências orientam a troca de dispositivos, a prevenção de dermatites e o manejo de complicações como retração, estenose, prolapso e fístulas. A educação do paciente é componente essencial, visando à autocapacitação e à redução de reinternações. Embora este relato não utilize dados de prontuário, a instituição monitora indicadores como adesão ao plano terapêutico, ocorrência de complicações evitáveis, tempo em cuidado especializado e readmissão hospitalar. Pesquisas mensais de satisfação demonstram alta aprovação quanto ao modelo assistencial, acolhimento e resolutividade. Conclusão: Conclui-se que, apesar dos desafios logísticos e regionais, a adoção de protocolos padronizados, a educação permanente da equipe e o uso de indicadores consolidam-se como pilares para a gestão da qualidade em estomaterapia, promovendo segurança, resolutividade e melhoria contínua do cuidado. Eliane Serafim Sponton Michele Neves Brajão Rocha Roberta Dias Brajão Victor Emmanoel Martins Rosangela Monalisa Dos Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPACTO DA ESTOMIA NA VIVÊNCIA DE CASAIS: REVISÃO DA LITERATURA SOBRE RESSIGNIFICAÇÃO DO AFETO, INTIMIDADE E PARCERIA NO COTIDIANO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2031 Introdução: A estomia transcende aspectos físicos, afetando profundamente os relacionamentos conjugais. Para casais, este procedimento demanda reconstrução da intimidade, dos papéis e da expressão do afeto.1-2 Necessitar de um equipamento coletor pode alterar a percepção corporal, influenciar a sexualidade e modificar dinâmicas cotidianas, exigindo estratégias de enfrentamento e comunicação. Apesar da robustez científica sobre estomia, a compreensão específica sobre como casais ressignificam sua relação após este procedimento permanece limitada. Objetivo: Analisar as evidências científicas sobre o impacto da estomia na vivência de casais, com ênfase nos processos de ressignificação do afeto, intimidade e parceria no cotidiano. Métodos: Revisão integrativa realizada nas bases de dados PubMed, CINAHL, Scopus e Web of Science.3 Utilizaram-se os descritores: "Ostomy", "Stoma", "Couple", "Marital Relationship", "Spouses", "Intimacy", "Sexuality", "Affection" e "Daily Life", combinados com operadores booleanos. Critérios de inclusão: estudos primários publicados entre 2010- 2025, em inglês, português ou espanhol, que abordassem o impacto da estomia em relacionamentos conjugais. A busca inicial identificou 176 artigos, resultando em 14 estudos após aplicação dos critérios. A seleção foi conduzida por dois revisores independentes, com um terceiro para resolução de divergências. A qualidade metodológica foi avaliada utilizando instrumentos específicos conforme o desenho de cada estudo. Resultados: Dos 14 estudos incluídos, 8 utilizaram metodologia qualitativa, 4 abordagem quantitativa e 2 métodos mistos. Os estudos foram realizados em 9 países diferentes, com amostras variando de 7 a 103 casais. A análise revelou que 93% dos estudos identificaram alterações significativas na intimidade física após a estomia, incluindo mudanças nas práticas sexuais e na frequência das relações. Em 79% dos estudos, casais relataram desenvolvimento de novas formas de expressão do afeto, com maior valorização do toque não-sexual e da comunicação verbal de sentimentos. A transição de papéis foi evidenciada em 86% dos estudos, com o parceiro frequentemente assumindo funções de cuidador, o que em 64% dos casos gerava tensões na dinâmica conjugal. Estudos longitudinais (36%) demonstraram que o processo de adaptação conjugal seguia padrões não-lineares, com períodos de crise e estabilização. Fatores associados à adaptação conjugal positiva incluíam: comunicação aberta sobre sentimentos e preocupações (71%), flexibilidade na reorganização de papéis (64%), suporte profissional específico para casais (57%) e ressignificação da estomia como símbolo de superação conjunta (50%). Em 43% dos estudos, casais relataram fortalecimento do vínculo após o período inicial de adaptação, descrevendo maior intimidade emocional e parceria.4-5 Conclusão: A estomia impacta significativamente a vivência conjugal, demandando ressignificação do afeto, intimidade e parceria. Este processo pode resultar tanto em fragilização quanto em fortalecimento do vínculo, dependendo dos recursos do casal e do suporte recebido. Recomenda-se que serviços de saúde incluam abordagens específicas para casais oferecendo espaços de diálogo sobre intimidade e reorganização de papéis. Profissionais devem abordar estas questões de forma sensível, reconhecendo a diversidade de arranjos conjugais. Estudos futuros devem explorar intervenções específicas e a influência de diferentes contextos culturais no processo de ressignificação conjugal. Adriana Pelegrini Dos Santos Pereira João Daniel De Souza Menezes Matheus Querino Da Silva Emerson Roberto Dos Santos Renato Mendonça Ribeiro Rita De Cássia Helu Mendonça Ribeiro Júlio César André Marcela Reis Pedrasini Shimazaki Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPACTOS DAS ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO INTESTINAL EM PESSOAS COM DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2032 Introdução: As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), como a Doença de Crohn (DC) e a Retocolite Ulcerativa (RCU), podem evoluir com complicações graves que exigem intervenções cirúrgicas, resultando em estomias intestinais. As estomias modificam de forma significativa a rotina, o autocuidado, a imagem corporal e a vida social dos indivíduos, configurando um desafio para o enfermeiro estomaterapeuta. Este profissional exerce papel central no acompanhamento de pacientes com estomas, atuando no ensino sobre o manejo do dispositivo coletor, prevenção de complicações cutâneas, apoio emocional e orientação para reinserção social, aspectos essenciais para promover a adaptação e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Objetivo: Discutir os impactos das estomias na vida de pessoas com DII. Método: Estudo qualitativo, descritivo, desenvolvido em clínica ambulatorial especializada em DII no interior do Rio de Janeiro, com aprovação ética. Participaram 18 pacientes adultos com diagnóstico de DII, entrevistados após consulta de enfermagem entre fevereiro e julho de 2023. A entrevista semiestruturada investigou presença de estomia, adaptação ao estoma, dificuldades com equipamento coletor e percepções sobre as mudanças no cotidiano. As falas foram transcritas, organizadas em planilha e submetidas à análise de conteúdo, agrupando-se relatos semelhantes. Resultados: Entre os participantes, 11,1% (n=2) possuíam estomia intestinal do tipo ileostomia. Ambos tinham DC com comportamento estenosante e/ou fistulizante. Relatos destacaram dificuldades técnicas e emocionais associadas à estomia: problemas com a aderência do equipamento coletor, insegurança em relação à troca da bolsa, falta de conhecimento sobre cuidados e ausência de suporte profissional especializado no pós-operatório imediato. Essas barreiras ampliaram o medo de vazamentos, limitaram saídas de casa e desencadearam isolamento social. Um participante apontou o estigma social relacionado a causa da confecção da estomia. Apesar das dificuldades, houve relatos de melhora na qualidade de vida em relação aos sintomas prévios à cirurgia. Os relatos evidenciam que, ao mesmo tempo em que a estomia oferece alívio dos sintomas e pode melhorar a saúde física, a falta de preparo e apoio adequado intensifica a insegurança, medo, vergonha e limitações sociais. A presença do enfermeiro estomaterapeuta desde o pré-operatório até a reabilitação contribui para reduzir complicações como dermatites periestomais, orientar sobre escolha de dispositivos, ensinar técnicas de troca e promover confiança para retomar atividades sociais. Conclusão: O estudo evidenciou que a estomia representa um marco na vida da pessoa com DII, tanto como estratégia para controlar manifestações graves da doença quanto como fonte de novos desafios emocionais, físicos e sociais. A adaptação à estomia depende diretamente de um processo de educação em saúde individualizado, envolvendo orientação para o manejo do estoma, escolha adequada do equipamento coletor e suporte psicológico. A atuação do enfermeiro estomaterapeuta é indispensável para reduzir complicações, fortalecer a autonomia do paciente e favorecer a reintegração social, sendo fundamental incluir este profissional na equipe multidisciplinar desde o planejamento cirúrgico até a manutenção do acompanhamento ambulatorial. Isaque Souza Da Silveira Adriana Bispo Alvarez Jaqueline Ribeiro De Barros Carolina Cabral Pereira Da Costa Caroline Rodrigues De Oliveira Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE CUIDADOS ÀS PESSOAS COM ESTOMIAS RESPIRATÓRIAS EM SANTA CATARINA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2033 INTRODUÇÃO: A estomia respiratória é um procedimento cirúrgico que cria uma abertura artificial nas vias aéreas, sendo a traqueostomia a mais comum, permitindo a comunicação direta da traqueia com o ambiente externo, (BRASIL 2021). A indicação mais crítica para uma traqueostomia é a obstrução das vias aéreas causadas por câncer, em especial o de laringe, traumatismo grave, edema cervical inflamatório e anomalias congênitas. Em pacientes com necessidade de suporte ventilatório prolongado, a traqueostomia é realizada para conforto e prevenção de lesões orais e laríngeas, Rocha, Lenine e Ferraz (1999). De acordo com o INCA (2022), no Brasil, o câncer de laringe é uma das causas mais frequentes de indicação para a realização desse procedimento, com estimativa de 7.790 novos casos entre 2023 e 2025. OBJETIVOS: Analisar a implantação da Diretriz para Atenção à Saúde das Pessoas com Estomia Respiratória no Estado de Santa Catarina, destacando os marcos históricos, avanços e desafios para a reabilitação das Estomias Respiratórias em adultos traqueostomizados e/ou laringectomizados. MÉTODO: A abordagem metodológica adotada é de natureza qualitativa, com ênfase na análise documental e histórica do Programa de Assistência à Pessoa com Estomia Respiratória em Santa Catarina. A pesquisa envolveu a revisão de documentos institucionais, como relatórios e portarias, visando resgatar a trajetória do programa desde sua criação. Além disso, foram analisados os impactos das políticas públicas, como a Deliberação 050/CIB/2022 e a Portaria MS 400/2009, a fim de compreender os marcos históricos e os desafios enfrentados na assistência às pessoas com estomias respiratórias no estado. O estudo foca na assistência prestada aos usuários cadastrados no Serviço de Atenção à Saúde das Pessoas com Estomias, inseridos na Rede de Cuidados à Saúde da Pessoa com Deficiência em Santa Catarina, com ênfase na reabilitação fonatória e/ou pulmonar dos indivíduos atendidos. RESULTADOS: Os resultados indicam que, desde 2019, o Serviço de Atenção à Saúde das Pessoas com Estomias Respiratórias em Santa Catarina tem prestado assistência especializada, focando na reabilitação e prevenção de complicações relacionadas às estomias, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O programa se consolidou como o único no Brasil a padronizar insumos para a reabilitação de estomias respiratórias, disponibilizando 10 insumos para os 288 pacientes cadastrados. O serviço abrange ações em diferentes pontos de atenção, garantindo a continuidade da assistência e reabilitação por meio da concessão de insumos voltados para a reabilitação pulmonar e fonatória. A padronização dos insumos eliminou a necessidade de judicialização para a obtenção desses materiais. Tatiani Delfis Da Cruz Geyza Regina Domingos Mello Taisa Pereira Cruz Costa Silva Jaqueline Reginatto Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE SAÚDE PARA ESTOMIZADOS E INCONTINENTES: DESAFIOS E RESULTADOS EM UMA OPERADORA DE SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2034 Introdução A saúde suplementar no Brasil engloba todo atendimento privado de saúde, realizado ou não por meio de convênios com planos de saúde. Esse cenário envolve o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), operadoras de planos privados, seguradoras e prestadores de serviços de saúde1. Desde 2004, a ANS tem promovido uma mudança de paradigma ao incentivar ações de Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças (Promoprev), com o objetivo de produzir saúde, prevenir agravos e melhorar a qualidade de vida dos beneficiários por meio de estratégias programáticas integradas2. Nesse contexto, pacientes estomizados e incontinentes enfrentam barreiras significativas no acesso a cuidados especializados, suporte emocional, reintegração social e materiais essenciais para o manejo de sua condição3. A ausência de políticas públicas abrangentes e de programas integrados de atenção à saúde compromete diretamente sua qualidade de vida4. Este trabalho descreve a criação de um programa de saúde para beneficiários estomizados e incontinentes, destacando desafios, estratégias e resultados preliminares. Objetivo(s) Este estudo objetivou planejar e implementar um programa para gestão integral dos cuidados a pacientes estomizados e incontinentes, baseado em quatro pilares: educação em saúde, atendimento multidisciplinar, fornecimento de materiais e monitoramento contínuo por meio de indicadores. Método Estudo descritivo de abordagem quantitativa, conduzido em uma operadora de saúde classificada como federação, localizada em Curitiba, PR, estruturado em três etapas: 1. Fase exploratória (janeiro de 2023): Caracterização da parcela de beneficiários elegíveis para o programa, com levantamento de dados sobre necessidades específicas e perfis de atendimento. 2. Fase de desenvolvimento (junho de 2023): Definição e implementação dos critérios de atendimento, elaboração e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) pelos participantes e início das ações planejadas, como telemonitoramento de saúde e fornecimento de materiais. 3. Fase de validação (julho de 2024): Envio do Formulário de Cadastro (FC) à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para análise, culminando com a aprovação em fevereiro de 2025. Resultados Desde sua implementação em janeiro de 2023, o programa beneficiou 58 pacientes estomizados e 40 pacientes com incontinência. Devido à abrangência nacional da carteira da operadora, os principais desafios incluíram a capacitação de cuidados por videochamadas e a adoção do telemonitoramento de saúde, que inicialmente enfrentou resistência. No entanto, estratégias como o envio de orientações por aplicativos de mensagens, a distribuição de cartilhas educativas e a estruturação de uma referência de cuidados dentro da operadora, apoiada por uma equipe multiprofissional dedicada à consultoria e orientação em saúde, foram fundamentais para o engajamento dos participantes. Como resultado, após a implementação do programa, foram registradas apenas seis ocorrências (10,3%) de complicações relacionadas aos dispositivos. Conclusão O programa apresentou resultados promissores, destacando-se como uma iniciativa replicável no contexto da saúde suplementar. Recomenda-se a ampliação das ações e a incorporação de práticas baseadas em evidências para aprimorar ainda mais a qualidade do atendimento. Como próximos passos, será avaliada a satisfação dos usuários e monitoramento dos indicadores de qualidade, visando o contínuo aperfeiçoamento do programa. Maria Jociane Custodio Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 INDICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS COLETORES COM BARREIRA CONVEXA EM ADULTOS COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO: SCOPING REVIEW https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2035 Introdução: A vedação eficaz do equipamento coletor é essencial para manter a integridade da pele periestomia e proporcionar segurança à pessoa com estomia. Diante disso, a convexidade é uma estratégia utilizada para melhorar o ajuste do equipamento coletor em estomias de eliminação. Considerando a diversidade de características clínicas e a ampla gama de produtos disponíveis, torna-se importante compreender as indicações e uso da convexidade na prática assistencial. Objetivo: Mapear as evidências científicas disponíveis na literatura sobre as indicações de uso de equipamentos coletores com barreira convexa em adultos com estomia de eliminação. Método: Trata-se de uma Scoping Review norteada pelo método australiano Joanna Briggs Institute (JBI) em concordância com a diretriz do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Review (PRISMA- ScR). A pergunta de pesquisa foi elaborada com base na estratégia mnemônica PCC. A busca foi realizada em abril de 2025 nas bases de dados: National Library of Medicine (PubMed) via Online Medical Literature Search and Analysis System (Medline), Web Of Science, Scopus, Embase, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Library & Information Science Abstracts (LISA) e Cochrane Library. Para a seleção dos termos de busca, foram utilizados descritores controlados (DeCS/MeSH): estomia, ostomy, ostomie, stoma, equipment design, e termos livres: convexity, convex skin barrier, device design, medical device design. A triagem dos estudos foi realizada no software Rayyan e a extração de dados foi organizada em planilha Excel. Resultados: Foram incluídas 22 publicações, entre revisões, consensos internacionais, ensaios clínicos, estudos transversais e relatos de casos. As principais indicações para o uso de barreiras convexas foram: vazamentos de efluente, morfologia do estoma (plano ou retraído), pele periestomal comprometida, irregularidades anatômicas abdominais e uso no período pós-operatório imediato. Entre os resultados, destaca-se 6 consensos que fornecem diretrizes detalhadas sobre o uso de barreiras convexas. Os consensos indicam que as barreiras convexas são especialmente recomendadas para estomias que apresentam retração, ou planos, onde a pele periestoma apresenta pregas, dobras ou irregularidades que comprometem a adaptação da barreira do equipamento coletor. Evidenciou-se que a escolha da barreira convexa deve ser individualizada, com base na avaliação clínica e na correlação entre as indicações específicas e os cinco atributos técnicos do produto: profundidade, compressibilidade, flexibilidade, localização da tensão e inclinação da barreira. Cada uma dessas características deve ser considerada no momento da indicação, pois influencia diretamente a eficácia da vedação, o conforto do paciente e a prevenção de complicações cutâneas. Conclusão: O mapeamento das indicações de barreira convexa identificou recomendações técnicas e gerenciais quanto à avaliação clínica criteriosa, considerando as características anatômicas e funcionais da estomia. As evidências apontam benefícios quanto ao uso de barreira convexa na prevenção de complicações relacionadas à pele periestomia e na promoção da segurança e qualidade de vida de pessoas com estomia de eliminação. Portanto, este mapeamento contribui para a qualificação do cuidado, a tomada de decisão clínica baseada em evidências para futuras iniciativas de padronização de protocolos de indicação de barreiras convexas. Victória Correa Nunes Laryssa Barbosa Custodio Larissa Carvalho De Castro Talles Fernandes De Souza Caroline Ambires Madureira Juliano Teixeira Moraes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 INOVANDO O ATENDIMENTO À PESSOA COM ESTOMIA: USO DO LASER DE BAIXA POTÊNCIA NO TRATAMENTO DE LESÕES PERIESTOMAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2036 Introdução: Entre 21% e 70% dos pacientes estomizados enfrentam complicações, associadas à localização inadequada do estoma e a um autocuidado insuficiente, sendo a dermatite periestomal uma das complicações mais comuns1,2. A cicatrização de feridas é um processo complexo envolvendo coagulação, inflamação, formação de tecido de granulação, contração da ferida e remodelação dos tecidos. O cuidado com pacientes com dificuldades na cicatrização é um desafio crescente, demandando estratégias inovadoras. O laser de baixa potência (LBP) é uma tecnologia de abordagem eficaz, acelerando a reparação tecidual por meio de efeitos biomoduladores nas células, ativando ou inibindo processos fisiológicos e metabólicos3. Objetivo: Relatar a experiência no uso do LBP para tratamento adjuvante de lesões periestomais em pacientes adultos com estomia de eliminação. Método: Relato de experiência descritivo e retrospectivo realizado em um Serviço público de Estomaterapia no Sul do Brasil em 2025. Esse estudo foi aprovado pelo CEP sob Parecer de nº: 7.508.613. Relato da experiência: O uso de LBP tem sido adotado por enfermeiros Estomaterapeutas como tratamento adjuvante para tratar lesões na pele periestomal, em casos de dermatite extensa ou de difícil resolução. O procedimento é conduzido por enfermeira capacitada no uso de laser, após uma avaliação detalhada do estoma, da pele periestomal, do diagnóstico, das condições clínicas do paciente, além da revisão da técnica utilizada para a troca do equipamento coletor e uso de adjuvantes. O paciente é informado sobre o tratamento e, após o aceite, assina um termo de consentimento e termo de uso de imagem. Os materiais utilizados para aplicação do laser incluem óculos de proteção, máscara e luvas. A ponteira do laser é protegida com um preservativo sem lubrificante ou dedo de luva ginecológica, garantindo higiene e segurança. O paciente é acomodado na maca, a bolsa coletora é removida e realizada a limpeza da pele periestomal. A aplicação é realizada com 2 cm de distância entre os pontos de aplicação, abrangendo toda a área afetada, com aplicações semanais, com doses de 1J V e 1J IV, também pode ser realizada a terapia fotodinâmica (PDT), que combina a irradiação do laser vermelho com corante azul de metileno, promovendo um efeito bactericida e ajudando na prevenção de infecções. O acompanhamento das lesões é feito por meio de registro fotográfico, mensuração com régua e documentação no prontuário eletrônico. Durante o monitoramento, observou-se uma diminuição no número de pontos de aplicação a cada consulta, indicando redução na área lesionada. A adesão ao tratamento foi satisfatória, com os pacientes comparecendo às sessões. Ao final da aplicação, é colocado o equipamento coletor e agendado a consulta de retorno. Considerações finais: O LPB é uma terapia de abordagem eficaz e segura no tratamento de lesões periestomais, representando uma alternativa promissora para o manejo de lesões, reduzindo os sintomas, acelerando a cicatrização, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e otimizando os cuidados clínicos. Contudo, é essencial que os profissionais sejam capacitados, e o tratamento adaptado às necessidades individuais dos pacientes, assim como monitoramento constante dos resultados. Rosaura Soares Paczek Aline Junges Lourenço Ana Lúcia Lima Rieth Luciani Aparecida Da Silva Melo Elaine Maria Alexandre Marcia Elaine Costa Do Nascimento Taline Bavaresco Cristhiane De Souza Silveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ITINERÁRIO DO PACIENTE COM OSTOMIA DE ELIMINAÇÃO NA SAÚDE SUPLEMENTAR: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2037 INTRODUÇÃO: A resolução normativa (NR) nº 325 de 2013 da Agência Nacional de Saúde Suplementar objetiva estimular a melhoria da qualidade dos serviços prestados pelas operadoras de planos de saúde. Nesse sentido, faz-se necessário que a saúde suplementar realize ações voltadas ao cuidado centrado no usuário direcionadas as populações especificas. Neste contexto, a atuação da enfermagem tem se mostrado como uma estratégia eficaz para personalizaçãoda atenção prestada ao paciente com estomia de eliminação. OBJETIVO: Descrever a experiência da enfermagem especializada na atenção ao paciente estomizado quanto ao itinerário para dispensação de insumos no contexto da saúde suplementar. Metodologia: O presente resumo trata-se de um estudo descritivo de relato de experiência da Enfermagem, no período de agosto de 2024 a junho de 2025, em uma unidade ambulatorial voltada à assistência de pacientes com ostomias e lesões de uma operadora de saúde no estado do Ceará. O ambulatório oferece atendimento de enfermagem especializada e orientações educativas para os cuidadores e/ou usuários do plano de saúde quanto o seu itinerário mensal para a dispensação dos insumos garantidos pela RDC 325.Resultados: Inicialmente, o paciente entra em contato com o setor de atendimento ao público que redireciona o cliente/cuidador para a unidade ambulatorial visando um momento com o enfermeiro ou o estomaterapeuta do serviço objetivando realizar uma primeira triagem para conhecer o beneficiário com ostomia de eliminação. Durante esse processo, faz-se necessário um relatório médico contendo informações quanto nome completo, motivo da cirurgia, tipo de ostomia, tipo de cirurgia, permanência da ostomia, região abdominal do procedimento cirúrgico, data da realização, quadro clínico atual e definição dos equipamentos necessários. Após o cuidador/cliente deixar a requisição médica, o profissional solicita o contato do paciente ou do cuidador para contatar, futuramente, em um prazo de até 5 dias úteis, referente à dispensação dos insumos solicitados. Ademais, é realizada uma triagem à luz da RN 325 pelo enfermeiro estomaterapeuta quanto aos materiais necessários para o paciente utilizar durante o mês. Posteriormente, o enfermeiro agenda uma consulta para o paciente, presencial ou virtual, para conhecer o novo paciente do ambulatório e iniciar o processo educativo com o cliente e com seu cuidador quanto à adaptação da bolsa, uso de adjuvantes e como deve ser feita as solicitações nos meses posteriores. Por fim, marca o retorno para verificar se o processo de adaptação da bolsa coletora está sendo realizado com sucesso ou se precisa de reajustes no cuidado ou no quantitativo dos insumos dispensados para atender o paciente frente a sua necessidade. CONCLUSÃO: A atuação do enfermeiro especialista e qualificado para o atendimento na Saúde Suplementar, permite não apenas a dispensação adequada dos insumos, mas também o fortalecimento do vínculo terapêutico e o empoderamento do paciente e de seu cuidador frente ao cuidado com a ostomia de eliminação. O planejamento das consultas iniciais e subsequentes, pautadas na escuta qualificada e na educação em saúde, contribui significativamente para a adaptação ao uso da bolsa coletora, reduzindo intercorrências, desperdícios de materiais e diminuindo os custos operacionais. Douglas Sousa De Carvalho Diego Bernarde Souza Dias Flávia Baluz Bezerra De Farias Nunes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 JOGO EDUCATIVO COMO ESTRATÉGIA DE APOIO À CONTINUIDADE DO CUIDADO DE PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2038 Introdução: Câncer colorretal é uma das principais causas da realização de estomias intestinais, podendo causar impactos significativos na vida de pacientes com essa condição (1). A confecção de estomias acarreta transformações físicas, emocionais e sociais, exigindo medidas de reabilitação e estratégias educativas para promover a adaptação e o autocuidado. Nesse contexto, tecnologias educacionais interativas podem contribuir para melhorar a autonomia e qualidade de vida dessas pessoas. Jogos educativos se destacam como ferramentas eficazes de aprendizagem, pois combinam elementos lúdicos com conteúdos técnicos de forma acessível (2). Apesar do potencial, identificou-se ausência de jogos digitais voltados à reabilitação de pacientes com estomias intestinais. Diante disso, o estudo propõe um jogo educativo como estratégia para apoiar a continuidade do cuidado. Objetivo: Desenvolver um protótipo de jogo educativo digital como tecnologia de apoio à educação em saúde de pessoas com estomias intestinais. Método: Estudo que utilizou o método Design Science Research (DSR), desenvolvido em seis etapas: identificação do problema, definição de objetivos, projeto e desenvolvimento, demonstração, avaliação e comunicação. A tecnologia foi desenvolvida como jogo online acessível que pode ser usado em diferentes dispositivos como smartphones, tablets e notebooks; fundamentada teoricamente no Consenso Brasileiro de Cuidados às Pessoas Adultas com estomias de Eliminação (2020). A fase de demonstração, envolve testes iniciais do protótipo, ajustes no conteúdo, jogabilidade e design. O jogo foi avaliado por cinco especialistas em estomaterapia, utilizando o modelo de validação de conteúdo de Fehring. Resultados: Protótipo desenvolvido, intitulado "StomaQuest: Entendendo e Cuidando da Estomia Intestinal", é composto por quatro módulos temáticos que abordam principais aspectos do autocuidado: (1) cuidados com a bolsa coletora e a pele periestoma; (2) sinais de alerta e complicações; (3) uso de produtos indicados por enfermeiros estomaterapeutas; e (4) retorno às atividades de vida diária. A estrutura pedagógica do jogo foi desenhada para promover o aprendizado por meio da experimentação, interação e reforço positivo, com desafios e quizzes que simulam situações reais. Disponível em plataforma online, o jogo facilita o acesso domiciliar e está alinhado às diretrizes do cuidado com estomias, especialmente no que tange à promoção da autonomia do paciente. Os avaliadores consideraram o jogo adequado, pertinente e relevante para a promoção do autocuidado. Os mesmos destacaram a clareza da linguagem, a coerência do conteúdo com a prática clínica e a aplicabilidade em ambientes hospitalares e domiciliares, sugerindo apenas ajustes estéticos pontuais. A validação confirmou o potencial do "StomaQuest" como recurso complementar à educação em saúde, contribuindo para a continuidade do cuidado de pessoas com estomias intestinais. Conclusão: O jogo "StomaQuest" representa uma inovação no campo da educação em saúde voltada a pessoas com estomias intestinais. A abordagem lúdica, aliada a conteúdos baseados em evidências, favorece o processo de reabilitação, promove o empoderamento e estimula a continuidade do autocuidado. A utilização dessa tecnologia pode contribuir para a superação de barreiras no ensino-aprendizagem, melhorar a adesão ao tratamento e reforçar o vínculo entre pacientes e profissionais de enfermagem. Futuramente, pretende-se validar a tecnologia com usuários e incorporar melhorias com base em avaliações de usabilidade e efetividade. Leticia De Oliveira Grespi Juliana Balbinot Reis Girondi Richard Silveira Leal Daniela Soldera Ana Lucia De Azevedo Neves Duarte Leticia Boing Naiara Santana Dos Santos Claudia Nathalie Ferreira De Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MANEJO DE CRISTAIS DE FOSFATO EM ESTOMAS URINÁRIOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2039 INTRODUÇÃO: Os estomas urinários são alternativas cirúrgicas utilizadas para derivação do fluxo urinário em casos de neoplasias, traumas ou disfunções vesicais irreversíveis. A urostomia mais comum é a derivação ileal, que pode cursar com complicações locais e metabólicas (1). Além das complicações comuns dos estomas´urinários, uma intercorrência frequente, porém subnotificada é a formação de cristais de fosfato, causados pela baixa ingesta hídrica e dieta rica em cálcio, sódio ou proteínas, infecções com bactérias produtoras de urease como Proteus que alteram a alcalinidade urinária, favorecendo à de sais, pelo contato direto com a pele periestoma. Caracterizada por uma placa esbranquiçada viscosa e arenosa de difícil remoção, podem causar obstrução, dor, sangramento, dificuldade no cuidado, risco de infecção e dificuldade em manter o dispositivo coletor(2). O reconhecimento precoce por parte do estomaterapeuta é essencial para prevenção dessas complicações, pois pode ser o indício de formação de cálculo renal OBJETIVO: Discorrer sobre a formação de cristais de fosfato em estomas urinários e discutir as condutas para prevenção, identificação e manejo dessa complicação.MÉTODO: A revisão do tipo narrativa foi construída a partir da leitura de artigos científicos, os quais foram publicados em periódicos indexados em bases de dados. RESULTADOS: Enfatizaram a importância da educação pré-operatória, posicionamento correto da estomia e o acompanhamento contínuo por enfermeiros especializados em estomaterapia, sugerem protocolos de avaliação sistemática para detecção precoce de complicações para redução da morbidade e melhora da qualidade de vida(1). Ressalta-se importância do treinamento do paciente e familiares no autocuidado, especialmente no manejo do dispositivo coletor e na higiene da pele periestoma, prevenção de complicações urinárias, como infecções e obstruções do sistema coletor(2). Evidencia a necessidade de monitoramento contínuo da função renal e do débito urinário em pacientes com urostomia (2). A importância da orientação sobre a formação de cristais de fosfato na borda do estoma foi evidenciada, relacionados ao contato prolongado da urina alcalina com a pele. As orientações nutricionais e de hidratação foram predominantes nos estudos para prevenir infecções urinárias e complicações renais (3). Este estudo salienta a estratégias para a prevenção de infecções do trato urinário, incluindo ingestão adequada de líquidos e monitoramento do pH da urina. Cuidados com a pele periestoma para evitar dermatites por contato, o uso mensal de compressa de vinagre com água na proporção de 1:2 ou 1:3, durante 20 minutos . Dicas sobre o uso de dispositivos de coleta noturnos, visando conforto e segurança durante o sono. O material também reforça a importância do suporte emocional e da educação contínua para o paciente e seus familiares(4). CONCLUSÃO: Os cristais de fosfato representam uma complicação prevenível e de fácil manejo quando identificado precocemente, ressaltando a importância da educação do paciente e familiares, no cuidado periestoma e na aplicação de protocolos que envolvam hidratação, dieta adequada, controle do pH urinário e prevenção de infecções do trato urinário (1,3). A capacitação da equipe assistencial e o seguimento especializado são estratégias eficazes para garantir a qualidade de vida ao estomizado. Claudia Renata Pedroso Périco Andressa Aparecida Nascimento De Matos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MATERIAIS EDUCATIVOS PARA A PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO ÀS PESSOAS COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO INTESTINAL: REVISÃO DE ESCOPO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2040 Introdução: O estoma de eliminação intestinal gera impactos físicos, psíquicos e sociais na vida do indivíduo que prejudicam o seu autocuidado e a sua qualidade de vida.(1) Esse cenário acaba sendo agravado pela falta de orientações adequadas no que tange às alterações ocasionadas em seu cotidiano e aos cuidados com o estoma, pele periestoma e com o uso do equipamento coletor.(2) Diante disso, o fornecimento de informações por meio de materiais educativos apresenta-se como uma ferramenta capaz de reduzir esses impactos por meio da troca de conhecimentos entre enfermeiros, pacientes e familiares, além de favorecer o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades que favorecem o autocuidado.(3) Objetivos: Mapear e analisar os materiais educativos com foco na promoção do autocuidado de indivíduos adultos com estomia de eliminação intestinal existentes na literatura nacional e internacional. Método: Trata-se de uma revisão de escopo baseada na pergunta norteadora: "Quais são os materiais, com foco na educação de pessoas com estomia de eliminação intestinal, relacionados à promoção do autocuidado, existentes na literatura científica nacional e internacional?". A busca foi realizada nas bases de dados: PubMed, BVS, SCOPUS, EMBASE, CINAHL e Web of Science e seguiu as recomendações para revisões sistemáticas e de escopo do The Joanna Briggs Institute (JBI) e da diretriz Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis (PRISMA). Foram considerados como critérios de inclusão materiais nos idiomas português, inglês ou espanhol, que atendiam a pelo menos dois dos descritores, sendo um deles obrigatoriamente "Estoma", produzidos com foco em adultos e disponíveis gratuitamente na íntegra. Duas revisoras cegadas selecionaram os artigos por meio da plataforma Rayyan. A extração de dados foi realizada por meio de uma planilha eletrônica elaborada pelas pesquisadoras. Resultados: Identificou-se 1.166 estudos, incluindo duplicatas, contudo, apenas 45 atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos na revisão. Dentre os materiais levantados, os mais comuns foram vídeos educativos, cartilhas e aplicativos. A alta incidência de recursos digitais, como vídeos e aplicativos, revela a crescente adoção de tecnologias na educação em saúde, sendo isso favorecido pela possibilidade de instruções mais ilustrativas e de maior contato com os pacientes. Os conteúdos abordados concentram-se, majoritariamente, em aspectos físicos e funcionais, como manejo do estoma, troca do equipamento coletor, cuidados com a pele periestoma, prevenção de complicações e orientações nutricionais. Sendo que, temas psicossociais, adaptação social, sexualidade, suporte familiar e direitos das pessoas com estomias aparecem com menor frequência. Conclusão: Os materiais educativos são capazes de auxiliar os indivíduos com estomia intestinal na promoção do autocuidado, sendo que o uso de recursos digitais tem se tornado cada vez mais presente. Contudo, os materiais educativos mapeados priorizaram o ensino de aspectos físicos e técnicos do autocuidado. Embora temas psicossociais, direitos e sexualidade estejam presentes, sua abordagem ainda é limitada, o que representa um ponto a ser discutido no desenvolvimento de materiais educativos futuros. Adriane Aparecida Da Costa Faresin Mylena Michelini Saito Adriane Aparecida Da Costa Faresin Vera Lúcia Conceição De Gouveia Santos Paula Cristina Nogueira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O BRINQUEDO TERAPÊUTICO NO CUIDADO À CRIANÇA COM ESTOMIA E NEURODESENVOLVIMENTO COMPROMETIDO: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2041 Introdução: O Brinquedo Terapêutico (BT) é uma ferramenta de cuidado que considera as necessidades lúdicas do público infantil e facilita a comunicação, expressão de sentimentos e o estabelecimento de vínculo entre a criança, sua família e a equipe de saúde. Trata-se de uma estratégia aplicável a diferentes condições clínicas, no entanto, em crianças com condições crônicas complexas, o BT fornece suporte emocional e funcional aos familiares envolvidos no cuidado. Objetivo: Relatar a experiência das enfermeiras no uso do brinquedo terapêutico no cuidado à criança estomizada com neurodesenvolvimento comprometido. Método: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo relato de experiência, embasado nas atividades teórico-práticas de um projeto de pesquisa institucional denominado “BRINQUEM - brincar e o brinquedo no cuidado à criança” aprovação CAAE: 83080824.0.0000.0104. A sessão de BT foi realizada por enfermeiras à uma criança do sexo masculino, sete anos portadora de gastrostomia e traqueostomia, com mutação no gene DEAF1, conhecida com síndrome de Vulto-van Silfhout-de Vries, mutação genética associada ao atraso no desenvolvimento neurológico. A mãe esteve presente e acompanhando toda a sessão. O cuidado baseado no BT foi realizado durante o tempo de espera no ambulatório pediátrico público da cidade de Maringá em junho de 2025. Resultados: O tempo de espera para atendimento especializado gera tensão, inquietação e desconforto para criança e seus cuidadores. Esse contexto, motivou a introdução do BT como estratégia de cuidado e acolhimento. Considerando a condição de neurodesenvolvimento da criança, foi proposto o uso do boneco como meio de estímulos sensoriais, expressão e interação, no entanto, em razão do diagnóstico de base da criança e das implicações clínicas, a comunicação foi do tipo não verbal. Houve orientação e diálogo com a mãe, que demonstrou compreensão sobre a proposta. Apesar das limitações impostas pela condição clínica e uso de traqueostomia, a criança demonstrou capacidade de expressar emoções por meio de gestos, expressões faciais e vocalizações. Sua comunicação não verbal foi essencial para estabelecer vínculo durante a atividade com o boneco terapêutico. O menino demonstrou alegria. Segundo a mãe, o brincar é um aspecto fundamental para ele, sendo algo valorizado tanto no ambiente domiciliar quanto hospitalar e ambulatorial. A experiência do atendimento com a utilização do brinquedo terapêutico trouxe leveza ao ambiente, reforçando a importância do brinquedo no contexto hospitalar como um recurso de acolhimento, esperança e humanização. A atividade contribuiu para a criação de um espaço mais alegre e afetuoso diante dos desafios enfrentados pela criança. A entrega do boneco terapêutico foi bem recebida, gerando identificação imediata por parte do paciente. Conclusão: A experiência das enfermeiras do uso do BT por meio do boneco terapêutico no cuidado desta criança foi uma estratégia eficaz para promover acolhimento, redução da ansiedade, cuidado humanizado e promove o vínculo com a equipe. Apesar das limitações da criança a intervenção favoreceu a comunicação simbólica, estímulo sensorial e vínculo, bem como, favoreceu as orientações à família. Camila Moraes Garollo Piran Alana Vitória Escritori Cargnin Mariana Martire Mori Silvia Silles Gisele Chicone Pascon Luciane Vasconcelos Barreto De Carvalho Marcela Demitto Furtado Julia Teixeira Nicolosi Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO ESTRUTURADO PARA A MELHORIA DO PROCESSO DO ATENDIMENTO À PESSOA COM ESTOMIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2042 Introdução: Este estudo visou identificar ineficiências, eliminar desperdícios e propor melhorias no processo de atendimento a pessoas com estomia. O foco foi melhorar a qualidade do cuidado e a satisfação dos pacientes, por meio de um modelo estruturado para a assistência de pessoas com estomias de eliminação, com ênfase em urostomia, ileostomia e colostomia. Objetivo: Estruturar um modelo de atendimento que padronize o cuidado às pessoas com estomia, promovendo melhorias na qualidade assistencial e na satisfação dos pacientes. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo pesquisa-ação, baseado na observação do processo e interações com as partes interessadas. O MASP foi utilizado como ferramenta para análise do processo atual e identificação de melhorias. A análise compreendeu todas as fases do atendimento, desde o pré-operatório até o pós-operatório, considerando a vivência com os pacientes, cuidadores e profissionais de saúde. Resultados: O estudo revelou a necessidade de padronização no atendimento, destacando a importância da demarcação pré-operatória. Foram elaborados um protocolo de assistência e fluxogramas para guiar a jornada do paciente, desde a indicação cirúrgica até o pós-operatório. Identificaram-se áreas críticas de melhoria como comunicação, capacitação da equipe e planos de contingência. Implementaram-se treinamentos, indicadores de monitoramento e reestruturação dos fluxos assistenciais, resultando em redução de desperdícios e melhoria na qualidade do cuidado. Conclusão: A padronização do processo assistencial promoveu um atendimento mais seguro, eficaz e satisfatório. A inclusão da demarcação pré-operatória como prática sistematizada e parte das metas de segurança cirúrgica é essencial para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com estomia. Patricia Pereira Dos Anjos Adherbal Caminada Netto Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O PAPEL DO ENFERMEIRO NO AUTOCUIDADO DO PACIENTE COM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2043 Introdução Na etapa inicial do processo educativo, o objetivo para a pessoa que passou por uma cirurgia de estoma é promover autonomia e autocuidado, visando aprimorar sua qualidade de vida e adquirir competência em todos os aspectos do cuidado pessoal1. Objetivos Descrever as evidências sobre a relevância e contribuição dos cuidados de enfermagem para o estabelecimento do autocuidado de pacientes com estomias de eliminação. Metodologia Revisão integrativa da literatura baseada em obras secundárias, publicadas no período de 2019 a 2024. A amostragem foi composta por artigos que atendiam aos critérios estabelecidos na pergunta norteadora, quais são as estratégias preditoras indicadas na prática clínica da enfermagem, para promover o autocuidado de pacientes recém estomizados?. Resultados A educação precoce e o apoio aos indivíduos com estoma se tornam a melhor estratégia para melhorar as suas experiências de autocuidado. A necessidade de mudanças nas práticas de cuidado e do desenvolvimento de tecnologias educativas para apoiar a população estomizada é necessária para o desenvolvimento de habilidades de autocuidado2. Realizou-se uma pesquisa na Korea sobre a educação de reforço no manejo da estomia (OMRE) com intuito de orientar o processo de troca do dispositivo, que em apenas uma sessão se demonstrou eficaz e suficiente para melhorar o conhecimento e o autocuidado, e que duas sessões são o suficiente para desenvolver um nível adequado de autoeficácia e capacidade de troca do dispositivo3. Neste estudo buscou avaliar um programa de apoio ao paciente portador de estomia pós-cirúrgico, com foco em educação, cuidados com a pele, sistema de bolsas, uso de acessórios, assistência da rede especializada. Os resultados demonstram que a participação dentro do programa de educação se mostrou uma estratégia eficaz para autonomia do paciente em relação ao autocuidado. Reforçam que o conhecimento básico dos cuidados com a estomia, levam a menores taxas de complicações e por consequência a diminuição de consultas não planejadas pela equipe de enfermagem, além do mais, leva a menores taxas de readmissão hospitalar e de urgências4. As intervenções contemplam ainda, além das sessões educativas, a demonstração prática de procedimentos de cuidados com estomias, enfatizando a importância da intervenção precoce, educação do paciente e acompanhamento após a alta hospitalar5. Deve-se ter um olhar especial quando relacionado a capacitação do familiar para cuidados pré e pós-operatórios e pós-hospitalização, seleção de dispositivos e manejo de complicações. O treinamento e apoio precoce vem se mostrando uma das principais aliadas, quando realizadas de forma regular e contínua, visando a garantia da promoção do autocuidado e minimizando as necessidades de tratamento de complicações. É válido salientar que dentro desta abordagem o enfermeiro se torna um percussor e disseminador de conhecimento, sendo o principal responsável junto ao paciente pelo sucesso terapêutico5. Conclusão Desta forma vê-se a importância do apoio e da educação da enfermagem como pilar, para capacitar os indivíduos com estomias intestinais a gerir eficazmente o seu autocuidado. Os achados fornecem alternativas valiosos para que os profissionais de saúde melhorem a assistência prestada e desenvolvam métodos educativos para essa população. Ana Carolina Albuquerque Mariano Da Silva Dalvelena Josefa Pinheiro De Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O PROCESSO DE ENFERMAGEM E O MANEJO DE ESTOMIAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: CONHECIMENTOS DOS ENFERMEIROS DE SÃO LOURENÇO DA MATA - PE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2044 Introdução: Estomias são aberturas cirúrgicas que conectam órgãos internos ao meio externo, sendo essenciais para a manutenção das funções vitais após determinadas patologias. A assistência a pessoas estomizadas deve ser especializada, conforme prevê a Portaria nº 400/2009 do Ministério da Saúde, com a Atenção Primária à Saúde (APS) desempenhando papel central no autocuidado e na prevenção de complicações. O enfermeiro é fundamental nesse processo, por meio da aplicação do Processo de Enfermagem. Contudo, observa-se um uso limitado dessa ferramenta na prática, comprometendo a qualidade da assistência e a continuidade do cuidado1-4. Objetivo: Analisar o conhecimento de enfermeiros das Unidades de Saúde da Família sobre o Processo de Enfermagem e o manejo de estomias, identificando os principais desafios enfrentados. Método: Trata-se de um estudo qualitativo, de caráter descritivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer: 7.366.832). A investigação foi conduzida entre os meses de março e julho de 2024, com a participação de enfermeiros pertencentes a 28 equipes da Atenção Primária à Saúde do município de São Lourenço da Mata, Pernambuco. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário semiestruturado, aplicado a profissionais com, no mínimo, seis meses de atuação na APS e que não possuíam especialização em estomaterapia ou enfermagem cirúrgica. Para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo, conforme proposta por Bardin, possibilitando a categorização e interpretação das percepções dos participantes acerca do cuidado a pessoas com estomias. Resultados: Os entrevistados eram majoritariamente do sexo feminino (85,7%), destacando-se a faixa etária entre 30 a 49 anos (67,8%), no que tange à raça predominam-se pretos e pardos (53,6%). Quanto à experiência profissional (60,7%) possuem entre 1 e 4 anos na APS, e 57,1% possuíam treinamento ou informações relacionadas ao manejo de estomias. Em relação à análise do conhecimento, evidencia-se a existência de uma limitação no entendimento sobre o conceito de estomia, associado a identificação de que a experiência prévia no cuidado aos pacientes é um fator determinante na assistência prestada. Quanto ao processo de enfermagem, nota-se um déficit relacionado ao seu conceito e reitera-se a necessidade de sua consolidação na APS, para favorecer a sistematização da assistência. Observam-se, lacunas significativas quanto ao conhecimento dos adjuvantes e suas indicações, evidenciando a necessidade de ações de educação continuada que favoreçam uma assistência qualificada. Conclusão: O estudo evidenciou fragilidades no conhecimento dos enfermeiros sobre o cuidado a pessoas estomizadas, especialmente quanto ao Processo de Enfermagem e ao manejo de adjuvantes. Os participantes demonstraram interesse em capacitações, destacando-se a importância de ações permanentes de qualificação profissional na APS para assegurar um cuidado integral e adequado. Jabiael Carneiro Da Silva Filho Anna Rita De Moura Barbosa Joel Azevedo De Menezes Neto Ane Caroline Dantas De Aquino Lima Walace Santana De Lima Alice Fonseca Pontes Marilia Perrelli Valença Isabel Cristina Ramos Vieira Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DE EQUIPAMENTOS COLETORES EM UM POLO DE ESTOMIA DE SÃO LUIS – MA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2045 Introdução: A gestão eficiente de materiais em um polo de estomia é fundamental para assegurar a qualidade no atendimento, a agilidade na dispensação e a satisfação dos usuários. Tradicionalmente, os equipamentos são organizados por marcas ou descrições técnicas, o que pode tornar o processo mais complexo para os profissionais que realizam a dispensação, entrega e conferência dos materiais. Além disso, ambientes excessivamente técnicos podem gerar desconforto para os pacientes, que já vivenciam situações delicadas e de vulnerabilidade. Diante disso, surge a necessidade de criar estratégias organizacionais que promovam a eficiência administrativa, a humanização do atendimento e a redução de erros operacionais. Objetivo: Descrever a implantação de um modelo organizacional lúdico e funcional para a gestão dos equipamentos coletores, visando facilitar o fluxo de trabalho no polo de estomia e proporcionar um ambiente mais acolhedor e eficiente. Metodologia: Trata-se de um relato de caso sobre a reorganização dos equipamentos coletores de estomia em um polo especializado. A proposta envolveu substituir a tradicional classificação dos dispositivos baseada em marcas e descrições técnicas por um modelo prático e lúdico, estruturado em “relações” numéricas. Cada número representou um grupo específico de dispositivos com características similares, facilitando a identificação, o armazenamento e a entrega dos materiais. O processo também incluiu a reorganização dos prontuários físicos, que passaram a ser ordenados conforme as mesmas relações numéricas e em ordem alfabética. Resultados: A implantação do modelo organizacional resultou na estrutura de classificação: Relação 1: Equipamento coletor urinário de 2 peças; Relação 2: Equipamento coletor urinário de 1 peça; Relação 3: Equipamento coletor urinário convexo, 1 peça ou 2 peças; Relação 4: Equipamentos coletores pediátricos de urostomia e colostomia; Relações 5 e 6: Equipamento coletor de colostomia plano, 1 peça, com bolsa opaca e transparente, respectivamente; Relações 7 e 8: Equipamento plano, 1 peça, com recorte maior que 70 mm; Relação 9: Equipamento convexo, 1 peça e 2 peças; Relações 10 e 11: Equipamento coletor de colostomia, 2 peças, com bolsa opaca e transparente, respectivamente; Relação 12: Equipamento coletor plano, com recorte maior que 100 mm. A adoção dessa classificação prática permitiu maior agilidade na localização dos materiais, evitando confusões relacionadas a marcas e descrições técnicas complexas. Além disso, o ambiente tornou-se mais organizado, humanizado e funcional, beneficiando profissionais e usuários. A reorganização dos prontuários físicos por relação de dispositivos e ordem alfabética também contribuiu para otimizar o fluxo administrativo, garantindo maior segurança e rastreabilidade na dispensação. Conclusão: A reorganização administrativa dos equipamentos coletores, por meio de uma classificação lúdica e simplificada, demonstrou-se eficiente e eficaz. A nova estrutura melhorou significativamente o fluxo de trabalho no polo de estomia, reduziu erros na dispensação e promoveu um ambiente mais acolhedor para pacientes e profissionais. A experiência reforça a importância de estratégias organizacionais inovadoras na gestão de materiais em serviços especializados de saúde. Mariana Ayres Diniz Brandão Nadyele Costa Martins Mércia Maria Costa De Carvalho Claro Jethânia Glasses Cutrim Furtado Ferreira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PACIENTES COM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO E SEUS CUIDADORES: REVISÃO E VALIDAÇÃO DE MATERIAL EDUCATIVO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2046 Introdução: As estomias de eliminação são uma abertura cirúrgica com a exteriorização na pele de partes dos sistemas urinário e/ou intestinal, a fim de que ocorra eliminação de fezes, gases e urina para o meio externo, sendo temporárias ou definitivas1. Desse modo, devido a complexidade dos cuidados de saúde, a pessoa com estomia de eliminação deve ser apoiada para enfrentar os desafios advindos da nova situação e para contribuir com esse processo é importante o desenvolvimento do autocuidado, visando a reabilitação no domicílio2. Com isso, ações em educação em saúde são fundamentais nesse processo, estas que podem ser executadas pelo enfermeiro, em especial o estomaterapeuta2. Portanto, o uso de um material educativo neste processo, como uma ferramenta complementar do cuidado, é essencial para promover o cuidado à pessoa com uma estomia intestinal e/ou urinária, no que se refere ao autocuidado na alta hospitalar e início dos cuidados diários no domicílio3. Objetivos: Mapear na literatura científica e validar um material educativo para pacientes adultos com estomia de eliminação e seus cuidadores em processo de reabilitação domiciliar. Método: Estudo metodológico, realizado em duas etapas: 1) Revisão de escopo e 2) Validação de aparência e conteúdo. Etapa 1) Conforme JBI4, com a seguinte questão norteadora: "Quais são as ações de enfermagem sobre a educação em saúde dos pacientes com estomia de eliminação e seus cuidadores no processo de reabilitação domiciliar?". Vale ressaltar que, os dados desta revisão, foram utilizados na construção do material educativo. Etapa 2) Após a construção, foram convidados juízes por meio de amostragem não probabilística, do tipo intencional, especialmente que trabalham com reabilitação de adultos em uso de equipamentos coletores de estomias de eliminação. Foi utilizado um questionário de caracterização dos participantes e de avaliação do material educativo proposto desenvolvido pelos pesquisadores. A coleta de dados foi realizada no período de junho a setembro de 2024, em que foi adotado o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) para a versão final do material, considerando validado os itens que apresentaram um nível de concordância maior ou igual a 0,805. Resultados: Etapa 1) Foram incluídos 25 estudos, dos quais foram identificadas as ações de enfermagem: 26 sobre educação em saúde, 13 de tecnologias de educação e informação em saúde, 9 de práticas assistenciais de enfermagem em estomaterapia, 3 sobre a utilização de instrumentos para avaliação em saúde e 2 sobre o uso de teorias de enfermagem, sendo estes essenciais para a construção dos itens do conteúdo do material educativo. Etapa 2) Participaram do estudo 10 juízes (100,0%), com idade de 36 à 62 anos, maioria do sexo feminino (90,0%), provenientes de 4 regiões diferentes do Brasil. O material foi composto por itens relacionados desde a educação do pós-operatório e até os cuidados das estomias no domicílio, o qual atingiu-se IVC total de 0,89 de concordância entre os juízes. Conclusão: Este estudo visou auxiliar no processo de ensino aprendizagem e ao desenvolvimento de autocuidado e independência da pessoa com estomia de eliminação e seu cuidador em reabilitação domiciliar. Victória Aparecida Martins Andrea De Jesus Zangiacomi Julia Blanco Laís Fumincelli Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PERFIL CLÍNICO, ASSISTENCIAL E AS COMPLICAÇÕES EM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÕES INTESTINAIS EM UM AMBULATÓRIO DE ESTOMATERAPIA EM PERNAMBUCO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2047 Introdução: As complicações das estomias são um enfrentamento para a pessoa que vive com estomia, a família, e sempre um desafio para o estomaterapeuta, uma vez que que cada perfil abdominal, e natureza de confecção demonstra inúmeras situações que compreendem estas manifestações que afetam diretamente o conforto diário dos usuários e os fragiliza de forma significativa. Objetivo: Caracterizar o perfil clínico e as complicações das estomias de eliminações em pessoas eliminação assistidas em um ambulatório municipal de estomaterapia no interior de Pernambuco. Método: Trata-se de um estudo metodológico com perfil quantitativo, decorrente de um corte de um projeto denominado "Perfil sociodemográfico, clínico e assistencial de pacientes acompanhados por um ambulatório público de estomaterapia". Aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CAEE 82869524.1.0000.0128) da Universidade de Pernambuco-UPE. Coletado informações de forma documental em prontuários de Março de 2022 à Março de 2024, com pessoas entre 18 à 79 anos de idade, com caracterização diagnóstica entre câncer colorretal e sigmóide, também aqueles que tiveram necessidade por natureza de trauma. Todos com estomias de eliminações intestinais, acompanhados pelo ambulatório de etsomaterapia. Coletados e organizados em instrumento próprio estabelecido e analisados por estatísticas descritivas. Resultados: foram coletados 10 prontuários neste período. Pessoas do sexo masculino (n=4), e feminino (n=6), em relação ao diagnóstico de câncer colorretal(n=6) do sexo feminino e (n=2) sexo masculino, com metástase em sigmóide (n=1) e câncer de colo uterino (n=1), outros perfil de confecção de colostomia por natureza de trauma penetrante (n=1) e (n=1) por abdômen agudo obstrutivo. Em relação ao estado civil (70%) casados, em relação a natureza da confecção (n=2) temporária, (n=8) definitiva), em relação as complicações: a dermatite periestomal (n=6), hérnia paraestomal (n=5), separação mucocutânea (n=2), alergia ao equipamento coletor (n=1), Quantidade de complicações por paciente: 42,9% (n=6) apresentou uma complicação; Comorbidades: 85,7% (n=2) dos participantes não apresentavam, em relação a vício de etilismo (n=2), e tabagismo (n=1). Pacientes que não fizeram rastreamento durante o período da pandemia (n=8) e todos estes com idade maior que 40 anos. Todos os usuários eram atendidos em período de 1 vez na semana devido as complicações, e este tempo era aumentado conforma a autonomia da pessoa e destreza assim como o ensino de educação em estomias que era ofertado aos familiares e a pessoa para melhorar o enfrentamento desta nova fase de vida. Todos tiveram um impacto significativo na expectativa de vida,nas atividades de vida diária e qualidade da saúde integral. Os diagnosticados com câncer colorretal eram acompanhados pela equipe de oncologia paralelamente a estomaterapia. considerações: A importÂncia do estomaterapeuta para a gestão de cuidado e intervenções nas complicações de estomias é crucial em ambulatórios especializados afim de incrementar ações assertivas em saúde pública. Nesse quesito, profissionais especializados despontam como atores fundamentais para gestão do cuidado, sobretudo, voltado para a escuta qualificada, educação em saúde e estomia, o fortalecimento de estratégias para gestão do cuidado e melhoria da adesão aos cuidados e acompanhamento com estomaterapeuta. Joel Azevedo De Menezes Neto Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS ESTOMIAS INTESTINAIS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2048 INTRODUÇÃO: A confecção de um estoma intestinal impacta significativamente a rotina e a qualidade de vida de uma pessoa. No Brasil, em 2018, estimava-se que mais de 207 mil pessoas conviviam com uma estomia. A confecção de pode ser necessária em qualquer faixa etária, de recém-nascidos a idosos. Um manejo inadequado pode levar a complicações, que ocorrem em 20% a 70% dos casos. Conhecer o perfil desta clientela direciona os cuidados de forma a evitar e/ou minimizar complicações além de facilitar o processo de reabilitação do paciente a sua rotina de vida. OBJETIVO: Traçar o perfil epidemiológico e caracterizar os estomas intestinais confeccionados em um hospital universitário de Pernambuco. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e retrospectivo, utilizando dados de prontuários. Foram avaliados 103 prontuários de pacientes submetidos a confecção de estomia intestinal no Hospital das Clínicas de Pernambuco entre os anos de 2012 a 2022. Os dados foram coletados entre dezembro de 2023 e abril de 2024, utilizando um questionário estruturado em um formulário eletrônico. A seleção se baseou em um cálculo amostral com 95% de confiança, a seleção dos pacientes foi aleatória e representativa dos 10 anos pesquisados. CAAE: 71758023.5.0000.8807. RESULTADOS: A frequência de confecção de estomas foi de 9,36 por ano. Dos 103 pacientes com estoma intestinal, 15% possuíam idade inferior aos 10 anos. Entre os adultos 51,4% eram do sexo masculino, com mais de 50 anos (60,2%) e baixa escolaridade - 26,2% analfabetos e 24,2% possuíam o ensino fundamenta incompleto. Majoritariamente, identificam-se como pardos (63,1%) com renda de até 2 salários-mínimos (29,1%). As neoplasias colorretais foram a principal causa da confecção da estomia entre os adultos (42,1%), enquanto na pediatria, destacaram-se o Megacólon Congênito (40%), as Anomalias Anorretais (33%) e prematuridade extrema (20%). 53,4% foram secundárias a cirurgias eletivas e 48,5% do tipo temporária. 33% eram ileostomias e 49,5% colostomias, destas 41,2% foram confeccionadas no sigmoide. A demarcação pré-operatória ocorreu em apenas 1% dos procedimentos. Complicações na estomia ocorreu em 53,4% dos casos, destas o prolapso (36,4%), a hérnia paraestomal (30,9%) e a dermatites (30,9%) foram as mais prevalentes. CONCLUSÃO: Foi possível caracterizar o perfil dos pacientes submetidos a confecção do estoma intestinal, inclusive entre pacientes pediátricos, tendo a prematuridade um destaque necessitando de maior aprofundamento. Alta taxa de complicações, condizente com a literatura, e pode estar relacionada, entre outros fatores, a baixa demarcação pré- operatória. Ao detalhar o perfil clínico e socioeconômico dos pacientes, angariam-se dados que capacitam a equipe de saúde a prover uma assistência qualificada, alinhando o conhecimento científico às singularidades dessa clientela, associada à atuação de profissionais qualificados para otimizar a assistência e prevenir complicações. Luciclaudia Menacho Da Silva Virginia Menezes Coutinho Gleisiane Xavier Gomes Liliada Gomes Da Silva Polyanna De Souza Barros Oliveira Izabel Cristina Vieira Santos Andreza Cavalcanti Correia Gomes Maria Carolina Wanderley Costa De Medeiros Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PRÁTICA DE EXERCÍCIOS FÍSICOS EM PACIENTES SUBMETIDOS A ABERTURA DE ESTOMAS INTESTINAIS DE ELIMINAÇÃO: REVISÃO NARRATIVA DE LITERATURA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2049 Introdução: A estoma é uma abertura criada cirurgicamente para conectar uma região de mucosa a superfície corporal, ela pode ser classificada em estoma respiratório, alimentar e de eliminação, sendo a última englobar o sistema intestinal, ou urinário. A abertura de um estoma pode gerar uma disfunção na força muscular abdominal, podendo estar associada a hérnias paraestomais, e menor qualidade de vida de pessoas ostomizadas. O núcleo abdominal (CORE) é um conjunto de músculos conectados anatomicamente e fisiologicamente que permite a pessoa correr, pular, sentar, e outros movimentos funcionais. A Prática de exercício físico é essencial para a promoção de estilo de vida saudável e prevenção de agravos a saúde, e consequentemente melhora da qualidade de vida. Objetivo: Descrever a relação entre a prática de exercícios e a prevenção de complicações pós-operatórias da abertura de estomas intestinais de eliminação. Método: Foi realizado uma revisão narrativa de literatura utilizando as bases de dados Pubmed, Scielo, Biblioteca virtual em saúde (BVS), e usado operadores booleanos "OR" e "AND" combinados entre si utilizando os descritores supracitados, no período de julho de 2025 os critérios de inclusão foram estudos que abordassem a temática da presente pesquisa, ensaios clínicos randomizados, estudos observacionais, e descritivos, estudos em inglês, português e espanhol. Os critérios de exclusão utilizados foram estudos com mais de 10 anos de publicação, e não disponibilizados na íntegra. Resultados: Foram encontrados 149 artigos utilizando os descritores, sendo 53 na Pubmed, 2 na Scielo e 94 na BVS. Após análise e aplicação dos critérios de inclusão, 8 artigos fizeram parte da revisão. Os estudos selecionados demonstraram associação positiva entre a prática de exercícios físicos/atividade física com melhor controle muscular, prevenção de complicações pós-operatórias, diminuição da ocorrência de hérnias paraestomais, e melhora da qualidade de vida em geral. Conclusão: A realização de exercícios perioperatórios pode ser de grande valia para a prática do enfermeiro estomaterapeuta, pois é possível reduzir significativamente a ocorrência de complicações pós-operatórias e assim melhorar a qualidade de vida do paciente com estoma intestinal de eliminação. Elian Silva Oliveira Andrea Mathes Faustino Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PRÁTICAS CIRÚRGICAS SEGURAS PARA A CONSTRUÇÃO DE ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO PARA PREVENIR E REDUZIR COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS: SCOPING REVIEW https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2050 Introdução: A confecção de estomas intestinais é um procedimento cirúrgico essencial, mas que apresenta taxas significativas de complicações pós-operatórias, impactando a qualidade de vida do paciente e os custos do sistema de saúde. Diferentemente de fatores intrínsecos ao paciente, as práticas cirúrgicas empregadas na criação do estoma representam um conjunto de fatores modificáveis que podem influenciar diretamente esses desfechos. Objetivo: Mapear evidências de alta qualidade sobre práticas cirúrgicas seguras na construção de estomas de eliminação, com foco na prevenção e redução de complicações pós-operatórias. Método: Trata-se de uma scoping review conduzida conforme o referencial metodológico de Arksey e O'Malley, as diretrizes do Joanna Briggs Institute (JBI) e as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses – Scoping Review (PRISMA-ScR). A pergunta de pesquisa foi estruturada com base na estratégia mnemônica PCC, sendo P (Population) os profissionais de saúde, médicos e cirurgiões; C (Concept) as melhores práticas na construção de estomias em adultos e idosos; e C (Context) a prevenção e redução de complicações pós-operatórias e periestomais. O protocolo foi registrado na plataforma Open Science Framework e está disponível em: https://osf.io/mt9na/. A busca foi realizada em abril de 2025 nas bases PubMed/MEDLINE, Embase, Web of Science, Scopus, Cochrane Library, BVS, LILACS, Trip Medical Database, Epistemonikos e CINAHL, além de fontes de literatura cinzenta. Foram incluídos estudos publicados e não publicados a partir de 2015, em qualquer idioma. Consideraram-se revisões sistemáticas, meta- análises, ensaios clínicos randomizados, ensaios controlados não randomizados e diretrizes. A triagem de títulos e resumos foi realizada por dois revisores independentes, utilizando a plataforma Rayyan, seguida da leitura completa dos textos elegíveis. A extração dos dados foi feita com formulários padronizados em Excel, e os resultados foram apresentados conforme o diagrama PRISMA-ScR. Resultados: A busca inicial resultou em 6.846 estudos. Após a exclusão de 2.459 duplicatas, 52 estudos compuseram a amostra final. As condutas identificadas foram organizadas em quatro domínios: fatores perioperatórios e preparo do paciente; decisões cirúrgicas e abordagens em contextos específicos; detalhes técnicos da confecção do estoma e estratégias para prevenção de complicações; além dos cuidados pós-operatórios imediatos. Conclusão: Os resultados permitiram mapear evidências de alta qualidade sobre práticas cirúrgicas seguras na construção de estomas de eliminação, com ênfase na prevenção e redução de complicações pós-operatórias. Os temas mais recorrentes incluíram estratégias para prevenção de hérnia paraestomal, condutas em situações cirúrgicas de emergência, e intervenções perioperatórias como educação pré-operatória, avaliação nutricional e técnicas específicas de confecção do estoma. Esses achados oferecem suporte científico relevante para a adoção de práticas e padronização de condutas mais seguras e eficazes no cuidado ao paciente com estomia. Talles Fernandes De Souza Larissa Carvalho De Castro Ana Laura Ricarte Hass Lopes Juliano Teixeira Moraes Fábio Henrique De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PREVALÊNCIA DE DERMATITE PERIESTOMAL EM PACIENTES ATENDIDOS NO SERVIÇO DE ATENÇÃO A SAÚDE DA PESSOA OSTOMIZADA (SASPO) NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2051 MARIA CLARA SALOMÃO E SILVA GUIMARÃES (FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS) Introdução: O estoma pode tornar-se sério limitador da qualidade de vida, além de resultar em um evento traumatizante, gerando alterações emocionais e orgânicas. O tipo de complicação mais comumente encontrada nos registros literários direcionam para as dermatites da pele periestomal, com destaque à dermatite associada à umidade, resultante da exposição da pele ao efluente intestinal ou urinário¹. A confecção de um estoma tem o intuito de restituir ou minimamente garantir a qualidade de vida dos pacientes. A equipe multidisciplinar deve assistir o paciente desde a cirurgia até sua reabilitação com equipamento coletor, considerando todas as fases de vida desta pessoa². A assistência à pessoa com estoma deve ser pautada no conhecimento científico, para garantir suporte para o cuidado diário, convívio familiar e social³. Numa dissertação de mestrado, concluída no ano de 2019, foi avaliada a eficácia do pó fitoterápico a base da casca da banana verde, no tratamento da dermatite periestomal de pacientes admitidos no Serviço de Atenção a Saúde da Pessoa Ostomizada (SASPO) do Sistema Único de Saúde (SUS), em Pouso Alegre/Minas Gerais. A coleta de dados ocorreu entre fevereiro de 2018 a julho de 2019. Foram assistidos 95 pacientes, entre homens e mulheres, acima de 18 anos, com estoma intestinal, e destes, 49 apresentaram dermatite periestomal na primeira consulta com a enfermeira estomaterapeuta. Foi utilizado Instrumento STUDIO ALTERAZIONI CUTANEE STOMALI (SACS™) para definir a dermatite4. Num estudo, também desenvolvido em Serviço Público Especializado, a frequência de dermatite periestomal relacionada à umidade, dentre as complicações de pele relatadas, foi 67,6%, tendo como fator associado o manejo do equipamento coletor e as ileostomias com protusão inferiores a 12,5mm5. Objetivo: Identificar a prevalência de dermatite periestomal de pacientes atendidos num SASPO. Método: Estudo clínico, analítico e longitudinal. Amostra de conveniência. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), sob o parecer nº 2.381.904. Resultados: Dos 95 participantes avaliados no período do estudo, 49 apresentaram dermatite periestomal, o que correspondeu uma prevalência de 51,5% da complicação relatada. Conclusão: A alta prevalência de dermatite periestomal corrobora entre os estudos disponíveis. O resultado baseou-se na coleta de dados, obtida durante primeira avaliação dos pacientes por enfermeiro estomaterapeuta, levando a inferir que o paciente sofre com esta complicação até encontrar o atendimento especializado. Estudos com essa temática fazem-se necessários, para contribuir na melhoria da assistência desde a fase pré-operatória até a reabilitação no domicílio. Ana Cristina Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROCESSO DE TRABALHO DE ENFERMEIROS NO CUIDADO DE PESSOAS COM ESTOMIA: PRÁTICAS E DESAFIOS PARA INTEGRALIDADE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2052 Introdução: A enfermagem tem como princípio o cuidado humano integral, ofertado ao longo do ciclo vital em diversas condições de saúde e doença. Para ser efetivo, esse cuidado deve ocorrer de forma sistematizada, organizada e intencional. Nesse contexto, estrutura-se o processo de trabalho em enfermagem, composto por cinco dimensões: assistir, educar, administrar, pesquisar e participar politicamente. Algumas situações exigem atuação especializada, como nos Serviços de Atenção à Saúde da Pessoa Ostomizada (Saspo), que acolhem sujeitos em sofrimento e demandam intervenções técnico- científicas e psicossociais. Apesar das atribuições definidas pela Portaria nº 400, ainda são escassos os estudos que descrevem, de forma sistematizada, como essas funções se articulam no processo de trabalho da enfermagem. Objetivo: Identificar as ações desenvolvidas por enfermeiros nas diferentes dimensões do processo de trabalho nos Saspo. Métodos: Estudo descritivo-exploratório, de abordagem qualitativa, com participação de 24 enfermeiros atuantes nos Saspo de Minas Gerais, selecionados por amostragem em bola de neve. Os dados foram coletados entre janeiro e abril de 2025, com inclusão de profissionais em exercício há, no mínimo, seis meses. A análise foi conduzida por meio da técnica de análise de conteúdo temática, segundo Bardin, com apoio do software IRaMuTeQ. Resultados: A maioria dos participantes era do sexo feminino (87,5%), com idades entre 28 e 61 anos (média de 44 anos), sendo 62,5% com formação em Estomaterapia. Na dimensão assistir, destacaram-se ações como avaliar, cuidar, acolher, orientar, realizar, ouvir e prevenir. A avaliação da estomia foi considerada essencial, mas o cuidado foi pouco mencionado, indicando fragilidades na integralidade da assistência. Na dimensão administrar, as ações mais citadas foram gerenciar, orientar, solicitar, atender, controlar e administrar. Os enfermeiros acumulam tarefas administrativas, o que compromete a assistência direta. Em educar, predominaram ações como ensinar, realizar, capacitar, orientar, treinar e promover, com ênfase no ensino do autocuidado. Contudo, a baixa frequência dessas ações revela lacunas na educação em saúde. Na dimensão pesquisar, as ações incluíram pesquisar, estudar, ler e participar, refletindo interesse pela atualização, embora a produção científica ainda seja incipiente. Na dimensão participar politicamente, as ações foram orientar, discutir, participar e falar, mas com envolvimento ainda limitado na defesa dos direitos das pessoas com estomia. Conclusão: O processo de trabalho da enfermagem nos Saspo mostra-se fragmentado, com ações assistenciais realizadas de forma pontual e sem padronização. A sobrecarga com funções administrativas limita o tempo para o cuidado direto, enquanto a dimensão educativa carece de sistematização e continuidade. A pesquisa ainda é incipiente, mais voltada à leitura do que à produção, e a participação política é restrita, indicando a necessidade de maior protagonismo dos enfermeiros na defesa da atenção especializada e na garantia de direitos das pessoas com estomia. Patrícia Rosa Da Silva Claudiomiro Da Silva Alonso Taysa De Fátima Garcia Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PRODUÇÃO DE UMA TECNOLOGIA EDUCACIONAL AO PACIENTE COM INDICAÇÃO DE CISTECTOMIA RADICAL E ESTOMIA URINÁRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2053 Introdução: O uso de tecnologias educativas na assistência a pacientes tem demonstrado benefícios relevantes, promovendo maior autonomia, adesão ao tratamento e melhora na qualidade de vida. Diversas intervenções mostram que quando os pacientes recebem apoio educacional — seja presencial, remoto ou por meio de plataformas digitais — há avanços significativos em conhecimento, atitudes e habilidades relacionadas ao seu próprio cuidado. O câncer de bexiga é o tipo de neoplasia mais encontrada no trato urinário. O principal tratamento do tumor invasivo que invade a camada muscular da bexiga é a cistectomia radical, onde é confeccionado uma estomia urinária com três técnicas ccirurgicas diferentes: neo bexiga, ureterostomia e urostomia. A importância da orientação e educação ao paciente desde o diagnóstico e no decorrer do tratamento e cirurgia traz uma melhor promoção a saúde do paciente submetido ao procedimento cirúrgico, trazendo assim a necessidade de um material que ilustre toda a complexidade e etapas antes, durante e após a cirurgia. Objetivo: Elaboração de um álbum seriado para o paciente com câncer de bexiga músculo invasivo, com informações sobre anatomia do sistema urinário, tipos de procedimentos cirúrgicos e equipamentos a fim de nortear a atuação do enfermeiro estomaterapeuta ou generalista na educação e promoção de saúde do paciente. Metodologia: Estudo iniciou com revisão integrativa para fundamentar a produção do álbum seriado e demais tecnologias em saúde no câncer com inclusão de artigos publicados entre 2016 a 2025. Resultados: Foi encontrado na plataforma Pubmed 13 artigos o uso de tecnologias educativas na enfermagem para pacientes com cancer. Desses trabalhos foram incluídos na revisão do album seriado 12 artigos. Na plataforma PubMed, foram encontrados 3 artigos sendo que foram publicados entre os anos de 2017 a 2019. Através dessas revisões o Álbum Seriado em Câncer de Bexiga foi constituído por 18 páginas: capa, imagens e ilustrações de anatomia urinária e tipo de cirurgias de estomias urinárias e dispositivos, no ante verso foi realizado um roteiro para cada página afim de conduzir as orientações do enfermeiro. Conclusão: Este estudo possibilitou a construção de uma tecnologia educacional física e única em Uro- Oncologia, sendo assim prática e acessível em qualquer momento de abordagem dos pacientes com câncer de bexiga musculo invasivo com indicação para cistectomia radical. Daisy Cristina Zemke Barreiros Archila Ana Paula Leonessa Caetano Ana Paula Guarnieri Simone Garcia Lopes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROJETO DE EXTENSÃO SOBRE ORIENTAÇÕES À PESSOA COM ESTOMIA INTESTINAL COM O USO DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2054 Introdução: A estomia intestinal consiste na exteriorização de uma parte do intestino¹. A pessoa que passa por um procedimento cirúrgico com a necessidade de confecção de uma estomia, depara-se com algo novo e desafiador, com a alteração da sua autoimagem, demandando mudanças dos seus hábitos, do modo de viver e de se relacionar². São desafios e dificuldades que incluem a obtenção dos materiais, rotinas com a manipulação e os cuidados necessários, que vão além da parte biológica, devendo incluir os aspectos psicossociais³. Desta forma, é papel da enfermagem, abordar aspectos relacionados às necessidades humanas básicas, o autocuidado, a promoção da saúde e prevenção de complicações como meio de educação em saúde4. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada pela equipe de um projeto de extensão voltado à orientação de cuidados às pessoas com estomia intestinal e seus familiares. Método: Relato de experiência baseado na atuação da equipe do projeto de extensão “Ações em saúde e enfermagem para pessoas com estomias intestinais: desenvolvimento de tecnologias para melhoria da qualidade de vida e inclusão social”, vinculado ao Grupo de Apoio ao Ostomizado (GAO) da Universidade Federal de Santa Catarina. As ações ocorreram entre março e dezembro de 2024, no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU/UFSC/EBSERH), com pacientes internados nas clínicas cirúrgicas e médicas, com estomia recente, previsão de confecção ou já em uso, mas com dificuldades de manejo. A identificação dos pacientes era realizada diariamente por estudantes da enfermagem, em parceria com os enfermeiros responsáveis pelas unidades. Após identificação, eram feitas visitas regulares para orientação e acompanhamento. Resultados: O projeto teve como objetivo principal oferecer orientação educativa aos pacientes e seus familiares, abordando os cuidados com a estomia intestinal e aspectos psicossociais. Os acadêmicos com o apoio das enfermeiras do GAO, realizavam as orientações à beira leito, incluindo cuidados com o estoma e pele periestomal, manuseio e troca da bolsa coletora, bem como informações sobre direitos da pessoa com deficiência, atividades de lazer e reinserção social (uso de piscina, praia, academia, entre outros). Para facilitar as orientações, utilizavam-se materiais visuais e táteis, como o avental ilustrativo do sistema intestinal e os produtos utilizados nos cuidados com a bolsa. Os pacientes frequentemente demonstravam desconhecimento e insegurança quanto à nova condição, especialmente em relação às atividades do cotidiano. Os materiais utilizados tornaram as orientações mais compreensíveis e acessíveis, facilitando o processo de adaptação. A experiência referenda o uso de tecnologias educativas, como materiais ilustrativos, no processo de ensino-aprendizagem em saúde. As atividades de extensão possibilitam um cuidado integral, centrado nas necessidades reais do paciente e de seus familiares, promovendo a autonomia e qualidade de vida. Além de contribuir para a formação crítica e humanizada dos acadêmicos de enfermagem. Conclusão: As orientações realizadas à beira leito demonstraram-se fundamentais para esclarecimento das dúvidas sobre os cuidados à pessoa com estomia intestinal, promovendo acolhimento, autoestima e adaptação à nova condição de vida. O projeto evidenciou o papel transformador da enfermagem na educação em saúde, no suporte emocional e na promoção do autocuidado. Camila Vicente Lúcia Nazareth Amante Fernanda Vilain Machado Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR (PTS) NO GERENCIAMENTO DE FÍSTULAS ENTERCUTÂNEAS NA PEDIATRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2055 Introdução: Fístulas enterocutâneas são comunicações anômalas entre o tubo digestivo e a pele. Surgem de maneira espontânea ou iatrogênica e demandam condução interdisciplinar para a prevenção das complicações associadas (distúrbio hidroeletrolítico, desnutrição e sepse)¹-².Objetivo: Descrever a experiência de Projeto Terapêutico Singular (PTS) no gerenciamento de fístulas enterocutâneas na pediatria. Metodologia: Relato de experiência realizado a partir de assistência prestada a uma criança com fístulas enterocutâneas, em um hospital pediátrico de referência do município de Fortaleza-CE, no período de maio de 2023 a fevereiro de 2024. Foram respeitadas as normas éticas e legais de pesquisas envolvendo seres humanos. Resultados: A criança possui diagnósticos de anomalia anorretal, disfunção vesical e intestinal. Foi submetido a apendicovesicostomia e a múltiplas enterectomias, desenvolvendo fístula enterocutânea em abril de 2023. Evoluiu com infecção de foco abdominal e endocardite infecciosa, necessitando de cuidados intensivos. Retornou posteriormente para a internação. A criança apresentava múltiplas fístulas entero-atmosféricas com hipersecreção de conteúdo gastroentérico. Evidenciava-se borda macerada e friável, além de lesões periestoma erosivas. Ao exame de imagem, constatado comprometimento significativo de parede abdominal (quadro incompatível com a vida). Realizado em outubro de 2023 conferência interdisciplinar com a presença dos genitores, onde se discutiu o prognóstico da criança e a perspectiva dos pais em relação ao mesmo, sendo estruturado, assim, o Cuidado Centrado na Família (CCF) e o Projeto Terapêutico Singular (PTS). Definiu-se as seguintes metas: controle hidroeletrolítico e nutricional do paciente; prevenção de complicações relacionadas às lesões periestomal; adaptação das tecnologias empregadas (coletor de efluentes e coberturas) às necessidades da criança; gerenciamento da dor; assistência psicossocial aos pais; envolvimento da família no cuidado; educação da equipe assistencial para a gestão adequada das fístulas. No que concerne ao tratamento in loco, a estomaterapia conduziu da seguinte maneira: higienização com solução fisiológica 0,9% e solução de Polyhexanide; administração tópica de adjuvantes; aplicação de coletor de efluentes(sistema de fístula). As trocas dos curativos foram realizadas considerando o alto débito das fístulas e saturação do equipamento coletor. Conclusão: A gestão das fístulas enterocutâneas foi um desafio único para a equipe. O fechamento total do abdome da criança ocorreu em 9 meses, como resultado do trabalho interdisciplinar da equipe, baseado no CCF e direcionado pelo PTS. A abordagem interdisciplinar em condições clínicas complexas é essencial para o sucesso da gestão terapêutica, sobretudo em situações similares ao aqui relatado³. Ressaltamos, ainda, que a inserção do enfermeiro especialista na tomada de decisões clínicas, fortalece a praxe do cuidado de uma enfermagem crítica, reflexiva e atitudinal. Madna Avelino Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM PESSOAS ESTOMIZADOS: O PROTAGONISMO DA ENFERMAGEM ESPECIALIZADA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2056 As estomias de eliminação são procedimentos cirúrgicos que consistem na exteriorização de partes do trato digestivo ou urinário, possibilitando a eliminação de fezes, urina e gases por meio de um orifício abdominal. A confecção do estoma pode ser temporária ou definitiva, dependendo da patologia de base. Esses procedimentos impactam significativamente a qualidade de vida do paciente, exigindo uma atuação especializada da enfermagem no cuidado integral, físico, emocional e social dos ostomizados. Objetivou-se analisar na literatura científica a atuação da enfermagem na promoção da qualidade de vida de pessoas com estomias de eliminação. Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura com abordagem qualitativa, realizada nas bases de dados SciELO, LILACS, MEDLINE, BDENF e BVS. Foram utilizados os descritores “pacientes com estomias de eliminação” AND “atuação da enfermagem” AND “qualidade de vida”. Os critérios de inclusão abrangeram artigos completos, gratuitos, em português ou inglês, publicados entre 2009 e 2025. Após a aplicação dos filtros, 20 artigos foram incluídos na amostra final. Os estudos analisados apresentaram nível de evidência majoritariamente 4, com destaque para temas como: validação e construção de materiais educativos, percepção dos pacientes e profissionais, e intervenções no cuidado ao ostomizado. As principais ações da enfermagem identificadas foram: demarcação pré-operatória do estoma por profissional capacitado, orientação para o autocuidado, prevenção de complicações (como dermatites periestomais, retrações e vazamentos), uso de tecnologias educacionais e suporte emocional e familiar. A atuação do enfermeiro estomaterapeuta foi associada à redução de complicações, melhora na adesão ao tratamento e maior autonomia dos pacientes. Portanto, conclui-se que a enfermagem exerce papel essencial na promoção da qualidade de vida das pessoas com estomias de eliminação, indo além da técnica e contemplando dimensões educativas, sociais e psicológicas. A assistência qualificada e humanizada, com foco no autocuidado e prevenção de agravos, contribui diretamente para o bem-estar e reabilitação desses pacientes. O fortalecimento do conhecimento técnico e científico na área de estomaterapia é crucial para garantir um cuidado eficaz e integral. Francisca Clarisse De Sousa José Henrique Lima De Oliveira Rayanne De Sousa Barbosa João Paulo Xavier Silva Rafael Bezerra Duarte Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES COM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2057 Introdução: As estomias de eliminação são procedimentos cirúrgicos que exteriorizam parte do sistema digestório ou urinário, criando uma abertura para a eliminação de fezes, gases ou urina. Podem ser temporárias ou permanentes e são indicadas em casos de disfunções, obstruções ou lesões causadas por doenças como câncer, doenças inflamatórias intestinais ou traumas. Nos EUA, estima-se que 1 milhão de pessoas vivam com estomias, com 100.000 a 130.000 novos casos anuais. No Brasil, o câncer colorretal é uma das principais causas, com cerca de 40.000 novos casos anuais. A presença de uma estomia impacta significativamente a qualidade de vida (QV) dos pacientes, gerando desafios físicos, emocionais e sociais, como medo de vazamentos, depressão e isolamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define QV como um conceito multidimensional, envolvendo saúde física, psicológica e relações sociais. Diante disso, é essencial ampliar a discussão sobre o tema e melhorar o atendimento de enfermagem, especialmente por estomatoterapeutas. Objetivos: analisar os impactos da estomia na QV por meio de revisão bibliográfica, com objetivos específicos como caracterizar as publicações, identificar aspectos da QV em pacientes estomizados e analisar dados epidemiológicos relevantes. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa realizada em seis etapas, utilizando a estratégia PICO para definir critérios de elegibilidade. Foram incluídos artigos em português, inglês e espanhol, publicados nos últimos 5 anos, nas bases SciELO, PubMed, BDENF, MEDLINE e CAPES. Os descritores incluíram termos como Ostomy, Quality of Life e Nursing. Resultados: Dos 30 artigos selecionados, 53,33% vieram do Portal CAPES, seguidos por SciELO (23,33%) e PubMed (10%). 63,33% dos artigos utilizaram instrumentos validados para avaliar QV (como SF-36 e WHOQOL), abordando domínios físicos (dor, limitações), psicológicos (autoestima, depressão) e sociais (apoio familiar). Discussão: Os estudos destacaram que: Pacientes idosos (faixa etária predominante) enfrentam mais dificuldades no manejo do estoma, especialmente em áreas rurais, onde 81% relataram problemas com troca de bolsas e cuidados com a pele. Jovens apresentaram pior QV inicial, mas melhoraram em casos de estomias temporárias. Homens acima de 60 anos e mulheres em geral têm maior dificuldade de adaptação, influenciada por fatores sociais e emocionais, como estigma e depressão. Falta de orientação pós-cirúrgica foi um problema comum, levando a ansiedade e isolamento. A presença de um estomatoterapeuta foi associada a melhores resultados, mas ainda é uma realidade limitada. Considerações Finais: O estudo evidenciou que a QV de pacientes estomizados é afetada por fatores biopsicossociais, exigindo uma abordagem individualizada e multidisciplinar. Idosos enfrentam desafios práticos, enquanto jovens e mulheres lidam mais com impactos emocionais. A educação em saúde e o suporte de estomatoterapeutas são cruciais para promover autonomia e adaptação. Conclui-se que há necessidade de maior capacitação profissional e políticas públicas direcionadas a essa população, visando melhorar seu bem-estar e inclusão social. Maria Heloisa Madruga Chaves Beatriz Dos Santos Rissato Drielle Fernanda Arruda Gabriela Theinel Isabel Cristina Santos Isabelle Evangelista Ana Rotilia Erzinger Rita Domaski Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA À SAÚDE, AUTOCUIDADO E DEMARCAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA DE ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO: REVISÃO INTEGRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2058 Introdução: A demarcação pré-operatória do local de estomia constitui uma estratégia fundamental para reduzir complicações pós-operatórias e promover autonomia no autocuidado. Apesar de sua importância, sua adoção ainda é irregular, especialmente em procedimentos de emergência. Considerando o crescimento das cirurgias com confecção de estomias, sobretudo por neoplasias colorretais, torna-se essencial compreender sua relação com a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) e com o autocuidado1. Objetivo: Descrever as evidências sobre a influência da demarcação pré-operatória na QVRS e no autocuidado de pacientes com estomias de eliminação em serviços hospitalares. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, conduzida em seis etapas, com base na estratégia PICo (População, Interesse, Contexto). Foram consultadas as fontes LILACS, PUBMED, EMBASE, Web of Science, CINAHL e Scopus. Utilizou-se a plataforma Rayyan para triagem dos estudos e a análise foi do tipo Convergente Integrada. A qualidade metodológica foi avaliada com a Escala de avaliação de artigos com metodologias heterogêneas (EAMH). Incluíram-se apenas estudos primários, publicados em português, inglês ou espanhol, realizados no cenário hospitalar 1,2. Resultados: A revisão integrativa analisou nove estudos quantitativos de um universo de 287 registros inicialmente identificados, sobre a demarcação pré-operatória de estomias e sua relação com a QVRS e o autocuidado. Os estudos, em sua maioria provenientes de países como Estados Unidos, Espanha, Egito, Turquia e Israel, envolveram amostras que variaram de 59 a 871 participantes, com predominância de adultos e idosos submetidos à colostomia, ileostomia ou urostomia. Os resultados revelaram que pacientes que receberam demarcação prévia apresentaram maior pontuação de QVRS. Em um estudo, o escore médio de QVRS foi 7,70 para estomas demarcados por enfermeiras estomaterapeutas, 8,18 por cirurgiões e 4,83 por outros profissionais 3. Quanto às complicações, um estudo apontou que 66% dos pacientes sem demarcação precisaram de consultas frequentes por problemas relacionados à estomia, contra 17,3% dos demarcados. Vazamentos frequentes foram associados à ausência de demarcação, sendo que 54,7% dos não demarcados relataram ansiedade em relação à vazamentos. Ainda, 79,2% dos pacientes sem demarcação necessitaram de ajuda para o autocuidado, contra 48,1% dos demarcados 4. A avaliação da integridade da pele periestomal foi realizada por meio da escala Decoloration, Erosion and Tissue overgrowth (DET), instrumento padronizado para mensurar alterações cutâneas ao redor do estoma (descolamento, eritema e tecidos), cujo score pode variar entre zero e 13. Os grupos que passaram pela demarcação pré-operatória apresentaram menor média na pontuação da escala DET (1,7?±?2,7), indicando melhor condição da pele e menor incidência de lesões 5. Conclusão: Estas evidências demonstram que a demarcação pré-operatória contribuiu para a melhora da qualidade de vida e do autocuidado de pessoas com estomia, atuando como fator protetor contra complicações. No entanto, persistem lacunas quanto à sua regulamentação da prática, à formação de profissionais e à sua efetiva incorporação nas instituições, sobretudo em países em desenvolvimento. A implementação da demarcação, somada a estratégias educativas, consultas especializadas e acompanhamento clínico, pode otimizar os desfechos assistenciais e promover maior bem-estar, independência e redução da ansiedade entre os pacientes. Dalvelena Josefa Pinheiro De Sousa Guilherme Francisco Floriano Juliana Maria Vicente Maria Fernanda Da Silva Ferreira Ida Aparecida Maciel Da Costa Antonio Jorge Silva Correa Junior Helena Megumi Sonobe Andre Aparecido Da Silva Teles Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 QUALIDADE DO SERVIÇO ESPECIALIZADO PELA ÓTICA DO USUÁRIO COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO E FATORES ASSOCIADOS À SUA ADAPTAÇÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2059 INTRODUÇÃO: A mensuração da qualidade e a satisfação dos usuários com os cuidados de saúde constitui um elemento indispensável para uma gestão adequada dos recursos e permite que o foco da assistência esteja nas preferências dos seus utilizadores(1). Os principais fatores que influenciam a satisfação dos usuários incluem as características demográficas, expectativas, experiências, a comunicação entre profissionais de saúde e usuários(2). A sistematização do cuidado e a atuação multiprofissional são estratégias fundamentais para assegurar o bem-estar e a reabilitação dos usuários(3). Avaliação da qualidade dos serviços especializados que atendem pessoas com estomia ainda é incipiente. O estudo visa responder à questão: qual é a qualidade da assistência prestada pelo serviço especializado que visa a reabilitação da pessoa com estomia de eliminação, na ótica dos usuários? OBJETIVOS: Identificar a qualidade da assistência prestada por um serviço especializado perante a ótica das pessoas com estomia de eliminação e verificar fatores associados à sua adaptação. MÉTODOS: Trata-se de estudo transversal descritivo, cuja organização dos dados foi norteada pela ferramenta STROBE. O estudo foi realizado em um Serviço de Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas de uma microrregião de saúde de Minas Gerais, que em janeiro de 2025 contava com 87 pessoas com estomia com cadastro ativo. Após os critérios de inclusão permaneceram 80 pessoas elegíveis. Foram realizadas 234 ligações. O recrutamento ocorreu de dezembro de 2024 a janeiro de 2025 e a coleta de dados de 08 de janeiro a 21 de fevereiro de 2025, por inquérito telefônico com 47 questões (35 sobre avaliação da qualidade do serviço e 12 sobre o usuário). A análise descritiva foi no software SPSS Statistics e adotou-se nível de significância de 5% (p&lt;0,05). O anonimato dos participantes foi assegurado, a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer de número 7.307.214/2024, e Certificado de Apresentação para Apreciação Ética 83818924.0.0000.5149. RESULTADOS: amostra de 38 usuários, dos quais 36,8% tinham estomia definitiva, 57,8% aguardavam reconstrução intestinal, 81,6% cuidavam do equipamento coletor, mas 21,1% recebiam quantidade insuficiente e 10,5% estavam insatisfeitos com a qualidade. Em relação às complicações, 78,0% as apresentaram, 82,0% tinham capacidade em reconhecê-las. As consultas foram com médico (31,6%) e enfermeiro (100%). Ambientes coletivos eram frequentados por 78,9%. Sentir-se adaptado à condição de vida (65,8%) estava associado à quantidade suficiente de equipamento (p=0,011) e a insatisfação com a atuação do médico estava associada a uma pior adaptação (p=0,039). CONCLUSÃO: Os dados indicam que o equipamento é essencial para a adaptação à vida com estomia. As principais fragilidades do serviço foram a ausência de médico disponível para consultas, a espera para a reconstrução do trânsito intestinal e o acesso desigual por parte dos usuários. O estudo contribui com a prática clínica, uma vez que permite identificar fragilidades que impactam na qualidade da assistência permitindo intervenções assertivas no serviço. Eline Lima Borges Cristiane Chaves Otoni Cristiane Rabelo Lisboa Josimare Aparecida Otoni Spira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA EM EDUCAÇÃO EM SAÚDE COM PESSOAS ESTOMIZADAS: A CURRICULARIZAÇÃO DA EXTENSÃO NA FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2060 Auwany Santos França Horana Oliveira Da Paz Julia Luriane Hermes De Oliveira Mariana Massoqueto Teche Paula Fernanda Loureiro De Lima Melina Straube Pereira Hirayama Shirley Boller Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA: AVALIAÇÃO DE NOVO EQUIPAMENTO DE ESTOMIA DE 100 MM EM UM POLO DE ESTOMIAS EM PE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2061 Introdução A estomia é uma abertura cirúrgica criada para desviar o fluxo de excretas do trato intestinal ou urinário, exigindo o uso contínuo de dispositivos coletores. A escolha adequada do equipamento coletor é essencial para garantir a eficácia da adaptação da pessoa com estomia e a integridade da pele periestomal. Equipamentos mal ajustados podem resultar em complicações como: vazamentos, dermatites e desconforto, afetando diretamente a qualidade de vida da pessoa com estomia. (1,2). Dentre os componentes do equipamento, o tamanho da base adesiva desempenha um papel importante na vedação e na proteção da pele ao redor do estoma. Bases com diâmetro insuficiente podem comprometer a fixação, favorecer infiltrações e causar lesões cutâneas. Assim, a personalização do dispositivo de acordo com a anatomia local e as condições da pele é uma etapa crítica no processo de adaptação ao uso de estomias (3). Objetivo Descrever a experiência de avaliação e uso de um dispositivo de estomia, de uma peça com base adesiva de 100 mm de diâmetro em um polo de estomias localizado no estado de Pernambuco, com o intuito de verificar sua eficácia; Método A avaliação foi realizada em um polo de estomias integrante da rede pública de saúde em Pernambuco. O dispositivo com base adesiva de 100 mm foi testado como alternativa ao modelo convencional de 80 mm, buscando verificar sua performance quanto à vedação, fixação e integridade da pele periestomal durante o uso contínuo. A troca e aplicação foram feitas por profissionais de enfermagem especializados, seguindo os protocolos preconizados pela Associação Brasileira de Estomaterapia (4). Foram considerados os seguintes critérios para avaliação do equipamento: Capacidade de vedação; Adesividade; Facilidade de manuseio e aplicação; Durabilidade média entre trocas; Estabilidade durante as atividades cotidianas. As observações foram registradas ao longo de duas semanas de uso regular do equipamento em diferentes perfis de usuários com indicação para maior cobertura adesiva. Resultados Durante o período de avaliação, o equipamento com base de 100 mm demonstrou melhor desempenho em termos de vedação, especialmente em situações de estomas com relevo irregular, hérnias periestomais leves e áreas cutâneas comprometidas por dermatite anterior. Observou-se melhora na estabilidade do equipamento, redução de infiltrações e prolongamento da durabilidade média entre trocas. A maior área de adesão permitiu melhor distribuição da pressão e cobertura de regiões mais amplas, favorecendo a integridade da pele periestomal. Além disso, a fixação foi eficaz mesmo em condições de sudorese, umidade e movimentação constante, sugerindo aplicabilidade em pacientes ativos. Conclusão A utilização do dispositivo de estomia com base adesiva de 100 mm mostrou-se eficaz como alternativa técnica para casos que demandam maior área de vedação e proteção cutânea. Sua aplicação contribuiu para a melhoria dos resultados clínicos relacionados à integridade da pele periestomal, estabilidade do equipamento e prevenção de complicações. A experiência reforça a importância da diversidade de tamanhos e formatos nos dispositivos de estomia, permitindo maior personalização do cuidado e melhores desfechos em contextos diversos de uso. Milena Bianca Da Silva Gabriela Maria Da Silva Rocha Vitória Marion Costa Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA: NOTIFICAÇÃO DE PERDA DE DISPOSITIVO DE ESTOMIA E MELHORIA NO PROCESSO ASSISTENCIAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2062 Introdução: A perda de dispositivos de estomia, como bolsas coletoras de eliminação, representa um desafio frequente na assistência ao paciente, impactando a qualidade do cuidado e a segurança do usuário. A implementação de um sistema de notificação dessas perdas possibilita identificar dificuldades na instalação e manutenção das bolsas, promovendo ações corretivas e educativas. A estomaterapia desempenha papel fundamental na orientação e suporte às equipes de saúde, contribuindo para a melhora dos indicadores assistenciais. Objetivo(s): Descrever a experiência de implementação de notificações de perda de dispositivos de estomia e analisar como esse processo auxiliou na identificação de dificuldades, na capacitação da equipe e na melhoria dos indicadores assistenciais relacionados à instalação de bolsas de colostomia e ileostomia. Método: Este relato refere-se a uma intervenção realizada em um Hospital de transição em Recife, onde foi instaurado um sistema de notificação de perdas de dispositivos de estomia. A equipe foi treinada para registrar ocorrências, identificar causas e dificuldades na instalação, e realizar análises periódicas. Com base nesses dados, foram promovidos treinamentos específicos e acompanhamento contínuo da equipe. Os indicadores assistenciais relacionados à instalação e manutenção das bolsas foram monitorados antes e após a intervenção. Resultados: A implementação das notificações revelou pontos críticos na instalação das bolsas, possibilitando uma compreensão mais aprofundada das dificuldades enfrentadas pela equipe. Como consequência, foram realizados treinamentos direcionados, resultando na redução das perdas de dispositivos e na melhora na satisfação dos pacientes. Os indicadores assistenciais relacionados à instalação de bolsas apresentaram melhora significativa após a intervenção, refletindo maior eficiência e segurança no cuidado. Conclusão: A notificação de perdas de dispositivos de estomia é uma estratégia eficaz para identificar dificuldades na assistência, promover capacitações e aprimorar os indicadores assistenciais. A integração da equipe e o uso de dados concretos contribuíram para uma assistência mais segura e de qualidade, reforçando a importância da estomaterapia na prática clínica. Milena Bianca Da Silva Maria Eduarda Brito De Lima Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SIMULAÇÃO CLÍNICA PARA O CUIDADO À PESSOA COM ESTOMIA: ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA DESENVOLVIDA NO ENSINO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM NA REGIÃO AMAZÔNICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2063 INTRODUÇÃO: A simulação clínica destina-se, prioritariamente, a disponibilizar experiências planejadas em ambientes controlados que permitam reproduzir elementos essenciais do ambiente clínico, aproximando o estudante da realidade profissional. Essa metodologia constitui uma estratégia pedagógica fundamental ao aprimoramento da formação no ensino de graduação em enfermagem. Rafaela Reis De Oliveira Victor Daniel Da Silva Uchôa Isadora Do Vale Neves Magalhães Daniella Cristina Bastos Da Silva Regina Ribeiro Cunha Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TECNOLOGIA EDUCATIVA NO CUIDADO À CRIANÇA ESTOMIZADA: ELABORAÇÃO DE FOLDER INFORMATIVO. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2064 INTRODUÇÃO: A confecção de estomia em crianças representa um evento impactante, com implicações clínicas, emocionais e sociais que afetam tanto o paciente quanto seus familiares. O processo envolve desafios associados deste o preparo da cirurgia atá a alta hospitalar, considerando o retorno ao ambiente domiciliar, possíveis reinternações, continuidade do tratamento e reintegração ao convívio social. Diante disso, o cuidado com a criança estomizada exige da família a adoção de novas práticas de cuidado e reorganização das rotinas diárias para garantir uma adaptação saudável (1,2). Nesse contexto, torna-se fundamental uma assistência de enfermagem integral, que contemple desde o preparo para o procedimento cirúrgico até o suporte no pós-operatório (3,4). OBJETIVO: Desenvolver uma tecnologia educativa voltada à orientação de pais e familiares de crianças estomizadas no contexto da alta hospitalar e acompanhamento ambulatorial. MÉTODO: Relato de experiência sobre a elaboração de um folder informativo como uma estratégia educativa para pais e familiares de crianças com estomia intestinal. O processo de construção ocorreu duas etapas: 1-revisão bibliográfica sobre cuidados à criança com estomia intestinal, com busca de dados em periódicos da temática; 2- desenvolvimento da tecnologia, com baixo custo, durabilidade e aplicabilidade no ambiente hospitalar e ambulatorial. Análise qualitativa descritiva guiada por relevância prática, clareza, acessibilidade e aplicabilidade à elaboração do folder. RESULTADOS: O folder foi elaborado na plataforma online Canva, com linguagem acessível, elementos visuais atrativos e informações sobre cuidados com a estomia, prevenção de complicações, promoção da saúde e direitos da criança estomizada. O material resultante mostrou-se adequado à proposta educativa, permitindo fácil manuseio, ampla distribuição e boa receptividade pelo público-alvo, contribuindo para a capacitação dos cuidadores e fortalecimento do cuidado domiciliar. CONCLUSÃO: A construção de uma tecnologia educativa, como o folder desenvolvido, mostrou-se uma estratégia viável, acessível e eficaz para orientar pais e familiares no cuidado diário da criança estomizada. Ao integrar informações claras, recursos visuais atrativos e linguagem acessível, a ferramenta promove maior segurança, autonomia e qualidade do cuidado da criança com estomia no ambiente domiciliar e ambulatorial. Fabiano Andrade Da Costa Francisca Elisangela Teixeira Sara Emilly Lima Sombra Glaubervania Alves Lima Maria Williany Silva Ventura Maryanne Cardoso Ponte Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TECNOLOGIAS EM SAÚDE NO CUIDADO DE ENFERMAGEM À PESSOA ESTOMIZADA: CONTRIBUIÇÕES PARA O AUTOCUIDADO, CONTINUIDADE ASSISTENCIAL E EMPODERAMENTO DO USUÁRIO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2065 Introdução: A estomização impõe desafios físicos, emocionais e sociais, impactando significativamente a qualidade de vida do paciente. O cuidado de enfermagem, que se estende desde o preparo pré operatório, até o acompanhamento domiciliar, é fundamental para promover autonomia, segurança e reabilitação. Nesse contexto, o uso de tecnologias em saúde configura-se como estratégia inovadora para fortalecer o autocuidado, melhorar a continuidade assistencial e reduzir complicações. Objetivo: Analisar as tecnologias utilizadas no cuidado de enfermagem à pessoa estomizada, com foco no autocuidado, na continuidade assistencial e no empoderamento do usuário, à luz das demandas atuais de transição entre os níveis de cuidado. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada conforme Mendes, Silveira e Galvão (2008) em seis etapas: elaboração da pergunta norteadora; definição de critérios de inclusão e exclusão; seleção das bases de dados e estratégias de busca; extração dos dados; análise e categorização dos estudos; e apresentação dos resultados. A pergunta norteadora foi: “Quais Tecnologias vêm sendo utilizadas na assistência de enfermagem à pessoa estomizada, com foco no autocuidado, continuidade do cuidado e empoderamento do usuário?”. As buscas foram realizadas em maio de 2025 nas bases SciELO, LILACS, BDENF e PubMed/MEDLINE, com descritores controlados combinados por operadores booleanos. Foram incluídos estudos originais publicados entre 2019 e 2025, nos idiomas português e inglês, em texto completo. Foram excluídas revisões sistemáticas, cartas ao editor, trabalhos de opinião e artigos anteriores a 2019. Utilizou-se o fluxograma PRISMA para seleção dos estudos. Os dados foram organizados em tabela síntese e analisados por leitura crítica, categorização temática e síntese narrativa. Os achados foram organizados nos eixos: segurança no autocuidado, empoderamento do usuário, redução de complicações, qualidade de vida e continuidade assistencial. Resultados: Foram incluídos 10 estudos (sete nacionais e três internacionais), que abordaram aplicativos móveis (n=4), vídeos educativos (n=2), cartilhas educativas (n=2), algoritmo clínico (n=1) e chatbot com inteligência artificial (n=1). A fase pós-operatória/domiciliar foi a mais contemplada (n=7), seguida pelo pré-operatório (n=2), e por ambas fases (n=1). Os aplicativos favoreceram registros diários, envio de dúvidas e lembretes, promovendo autonomia e adesão ao autocuidado. Vídeos e cartilhas facilitaram o aprendizado sobre o manejo do estoma, cuidados com a pele e direitos legais, além de reduzir a ansiedade pré-cirúrgica. O algoritmo clínico contribuiu para padronização na escolha do equipamento coletor, e o chatbot fortaleceu o suporte clínico interativo. Os benefícios relatados incluíram maior segurança no autocuidado (n=8), empoderamento do usuário (n=7), redução de complicações (n=3), melhoria da qualidade de vida (n=6) e fortalecimento do cuidado (n=5). Conclusão: As Tecnologias em saúde qualificam o cuidado de enfermagem à pessoa estomizada, promovendo autonomia, empoderamento e continuidade assistencial. Recomenda-se o desenvolvimento de soluções acessíveis, culturalmente adaptadas, e com participação ativa da enfermagem alinhadas aos princípios do SUS e à integralidade do cuidado. Ana Rita M. Hudson Larissa Comello Faria Luma Nunes Camillo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TRANSIÇÃO DO CUIDADO EM PACIENTES COM ESTOMIA: REVISÃO DE LITERATURA COM ANÁLISE DE DESAFIOS E ESTRATÉGIAS ASSISTENCIAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2066 INTRODUÇÃO: A transição do cuidado de pacientes com estomia, especialmente no momento da alta hospitalar, representa um ponto crítico na assistência em saúde1. A fragmentação dos serviços, o déficit de comunicação entre os níveis de atenção e a falta de preparo do paciente e da família são fatores que comprometem a continuidade do cuidado2. O enfermeiro estomaterapeuta desempenha papel estratégico nesse processo, sendo fundamental compreender os principais entraves e propostas na literatura para qualificar essa transição de forma segura e eficiente na manutenção da estratégia de cuidado estabelecida durante a assistência3. OBJETIVO: Analisar as evidências científicas sobre os desafios e estratégias envolvidas na transição do cuidado de pacientes com estomia entre o ambiente hospitalar e o domiciliar. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa de revisão bibliográfica, com caráter exploratório, descritivo e analítico. A coleta de dados ocorreu por levantamento das produções científicas a partir das bases de dados eletrônicos da Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Literatura Internacional em Ciências da Saúde (MEDLINE) consultadas através do site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) utilizando-se dos descritores controlados “estomia”, “continuidade da assistência ao paciente”, “alta do paciente” e “atenção primária à saúde”. A seleção dos artigos aconteceu pelos seguintes critérios: publicados entre os anos de 2015-2025, disponível no idioma português ou inglês e acesso ao texto completo. RESULTADOS: Foram encontrados 42 artigos dos quais, permaneceram apenas 08, sendo 05 em português e 03 em inglês. Os achados foram agrupados em três categorias principais. A primeira, foi sobre as fragilidades na estruturação da transição: a ausência de protocolos institucionais, a comunicação ineficaz entre hospital e rede básica e a descontinuidade do acompanhamento ambulatorial foram os aspectos mais frequentes. Alguns estudos relataram que mais de 60% dos pacientes estomizados não recebem visitas domiciliares ou retorno precoce após a alta. Gabriel Angelo De Aquino Helaine Cristina Cavalcante E Silva Laís Rodrigues De Oliveira Rocha Bastos Francisco Alain Peixoto De Sousa Maria Gorete Rodrigues Da Silva Regisvania Maria Cardoso De Souza Elizabeth Feitosa Pereira Gabriele Vasconcelos Arcanjo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DE ADJUVANTES EM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO: HERÓIS OU VILÕES DA ASSISTÊNCIA? https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2067 Introdução: Os adjuvantes são insumos materiais que complementam o cuidado às estomias de eliminação, juntamente às bolsas coletoras, com a finalidade de melhorar a adaptação do dispositivo à pele e tratar e/ou prevenir complicações na região periestomal1. A utilização de forma inadequada compromete a adesividade do equipamento coletor, causando prejuízos à integridade da pele e interferindo na adesão aos cuidados2. Objetivo: Relatar a experiência de enfermeiras/os que cuidam de pessoas com estomias de eliminação relacionada ao uso de adjuvantes na prática clínica. Método: Trata- se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, de enfermeiras com mais de três anos de experiência de atuação no cuidado a pessoas com estomias de eliminação, exercidos em Centro Especializado em Reabilitação, hospital e atendimento domiciliar, no município de João Pessoa, Paraíba. Realizou-se uma reunião para consolidação dos dados e síntese das experiências em maio de 2025. Resultados: Observou-se, na prática, que os adjuvantes trazem benefícios à pessoa com estomia quando há avaliação criteriosa do caso e orientações para o uso adequado. Entretanto, fatores como a capacitação para uso de adjuvantes prescritos e o momento em que ela foi realizada; o conhecimento e a habilidade da pessoa que realiza a troca; o acompanhamento do caso; e o tipo de estomia interferiram diretamente na eficácia do uso. Geralmente, as famílias e a pessoa recém- estomizada recebem as primeiras orientações para os cuidados em ambiente hospitalar. Todavia, durante a hospitalização, o estresse emocional dos envolvidos compromete a apreensão ou compreensão das informações fornecidas3. A demonstração dialógica da técnica de uso do adjuvante no ato da prescrição conforme a singularidade da pessoa estomizada, esclarecendo suas dúvidas e incentivo ao manuseio do material, favoreceu o processo de ensino e aprendizagem. O agendamento de consultas de enfermagem para reavaliação do caso quanto ao uso e às dificuldades em implementar as orientações no domicílio contribuiu para a prevenção de complicações e adaptação à rotina de cuidados, promovendo melhor aceitação da estomia no cotidiano. A troca supervisionada favoreceu a identificação de erros ou dificuldades no uso dos adjuvantes, possibilitando a correção da técnica e esclarecimento de dúvidas. Identificou-se que, por vezes, ocorrem mudanças na configuração do estoma durante o processo de cicatrização, exigindo aprimoramento da técnica de aplicação dos adjuvantes para adequada fixação da bolsa coletora. Em ileostomias, a prescrição temporária de adjuvantes foi importante para a recuperação da pele com dermatite úmida na região periestomal; e a pasta em tira e os anéis de hidrocoloides mostraram-se mais eficazes na nivelação e vedação da pele junto ao estoma, em comparação à pasta de estomia, que tende a ser removida em casos de alto fluxo de efluentes. Conclusão: A avaliação criteriosa das características da pele periestomal e das condições físicas e emocionais da pessoa que realiza os cuidados com o estoma, aliada ao acompanhamento sistemático do caso, é fundamental para o uso eficaz de adjuvantes. Quando corretamente indicados e manejados, os adjuvantes contribuem para adesão do dispositivo, prevenção de complicações e melhoria da qualidade de vida dos envolvidos. Vanessa Medeiros Da Nóbrega Fracinilda Gomes Santos Ferreira Ana Claudia Silva De Lima Simone De Sousa Gomes Medeiros Mariana Matias Santos Marttem Costa De Santana Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DE DISPOSITIVO COLETOR MOLDÁVEL PARA ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO EM PACIENTE ESTOMIZADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2068 Introdução: A capacidade de autonomia e independência para autocuidado em pacientes estomizados é primordial para uma satisfatória adaptação e qualidade de vida1. A necessidade de o uso contínuo de um sistema de bolsas cria desafios para o gerenciamento de danos à pele periestomal, sendo a indicação do equipamento coletor apropriado é fundamental para reduzir as complicações. A placa adesiva deve corresponder às características do estoma, e os contornos da placa devem acomodar a pele periestoma e contornos abdominais2,3. O uso de dispositivos com tecnologia moldável promovem facilitação ao ensinar aos pacientes estomizados e permitem alcançar consistente formato e selo periestomal, permitindo por vezes a redução de necessidade de acessórios e adjuvantes1. Objetivo: O presente estudo tem por objetivo relatar a experiência de uma enfermeira especialista quanto a utilização de dispositivo sem necessidade de recorte em placa adesiva, moldável, em pacientes com estomas protrusos, com queixas de vazamentos recorrentes. Método: Trata-se de uma pesquisa do tipo relato de experiência pautado reflexão e discussão sobre a utilização de dispositivo coletor moldável para estomas de eliminação em um paciente em com estomas protrusos, com queixas de vazamentos recorrentes, acompanhado durante o de 21 dias no mês de Maio, por uma enfermeira especialista que atende em Centro de Especialidades Municipal de Caxias do Sul, região serrana do Rio Grande do Sul, no ano de 2025. Para atendimento do paciente foi necessário utilizar o ambulatório Municipal, onde é dispensado no Sistema Público de Saúde dispositivo moldável, com duas peças e flange de 57mm. Resultados: A escolha do equipamento coletor com base adesiva moldável deu-se através do seu uso na prática aplicada com base no conhecimento de seus benefícios. A avaliação do tamanho e da forma da estomia, junto às características da pele periestomal e o perfil corporal do paciente, é fundamental para assegurar um encaixe adequado da bolsa coletora. Análise crucial para minimizar complicações, com as dermatites, que podem prejudicar a qualidade de vida do indivíduo. O uso de equipamento coletor Moldável possibilitou melhor adaptação a um ajuste de selo seguro pois a habilidade de recorte e destreza manual não interferiram na adequação do dispositivo. Independente da destreza individual do paciente, houve rápido desenvolvimento de autonomia para o autocuidado quanto a aplicação do dispositivo, melhorando a dinâmica em consultas de enfermagem. Houve sucesso quanto a adequada adesividade com selo perfeito do dispositivo no processo de ensino. Conclusão: É crucial lembrar que cada pessoa com estomia apresenta características e necessidades distintas, o que torna essencial que a abordagem seja adaptada e personalizada para atender às particularidades de cada indivíduo. Além disso, a escolha de um equipamento coletor que leve em consideração as especificidades do indivíduo, desempenha um papel fundamental na reabilitação e na melhoria da qualidade de vida. Apresentar dispositivo com tecnologia Moldável no portfólio de atendimento propicia maior facilidade de orientação para o autocuidado, pois reduz a necessidade de destreza manual para recorte. A escolha do equipamento coletor deve ser feita em colaboração com o paciente, preferencialmente por um enfermeiro especializado, como o estomaterapeuta. Daniela Mendes Vicentino Raquel Azevedo De Castro Josiane Simone Da Silva Ramos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DE EQUIPAMENTO COLETOR COM CONVEXIDADE MACIA EM PACIENTE ESTOMIZADO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2069 Introdução: Pessoas com estomia enfrentam desafios relacionados à higiene, ao manuseio do equipamento coletor, aos cuidados com a pele periestomal, aos episódios de vazamento e às limitações no convívio social1. Diante dessas dificuldades, o uso de equipamentos com convexidade tem se mostrado uma alternativa eficaz, especialmente em situações que envolvem estomas planos ou retraídos e pele periestomal irregular. A convexidade promove uma curvatura em direção à pele ao redor do estoma, preenchendo áreas retraídas, nivelando superfícies irregulares e favorecendo a protrusão de estomas nivelados. Proporcionando melhor aderência em abdômens flácidos ou com pouca firmeza, sendo mais resistente à ação dos efluentes devido à sua composição em duas camadas de hidrocoloides2. As barreiras cutâneas convexas macias, também chamadas de facilmente compressíveis, exercem menos pressão ao redor do estoma, sendo indicadas, principalmente, em três situações clínicas: na presença de edema pós-operatório, quando a convexidade é necessária para garantir uma boa vedação; em pacientes com abdômen firme, onde a compressibilidade ajuda a evitar pressão excessiva; e quando a barreira precisa se adaptar com segurança a contornos abdominais irregulares. Diferenciam- se das firmes por sua maior capacidade de compressão, o que as torna mais adequadas em contextos clínicos que exigem adaptação delicada à anatomia do paciente3. Objetivo: Avaliar a experiência quanto ao uso de equipamento coletor com convexidade macia. Método: Relato de caso sobre uso equipamento coletor com convexidade macia em paciente com ileostomia em um Serviço de Referência em Estomaterapia no sul do Brasil em 2025. Aprovado pelo CEP sob Parecer nº: 7.508.613. Resultados: Paciente masculino, 76 anos, diagnosticado com neoplasia de sigmoide em 05/2024, cirurgia realizada em caráter de urgência devido a suboclusão intestinal, tendo ficado com uma ileostomia. Emagrecimento de 10kg. Apresentou acidente vascular cerebral, em julho de 2024, ficando com hemiparesia à esquerda e desvio da comissura labial. Faz uso de cadeira de rodas para deslocamentos, em casa deambula com auxílio de bengala, inicialmente apresentava dificuldade de deglutição de líquidos, utilizou dieta com espessante, necessitando de auxílio de familiares para realizar as atividades de vida diária. Em janeiro de 2025 começou a apresentar descolamento do equipamento coletor, principalmente durante a noite, algumas vezes o equipamento coletor ficava aderido somente um dia. Ao exame estoma a direita, medindo 25mm, pouco protruso, pouca durabilidade do equipamento coletor aderido à pele, o que deixava o paciente constrangido e com dermatite irritativa. Iniciamos com o uso da bolsa com tecnologia convexa suave, sendo observado boa durabilidade, melhora da pele periestomal já na segunda troca da bolsa, equipamento coletor dura 7 dias. Paciente adquiriu maior confiança no equipamento coletor. Realiza fisioterapia motora quatro vezes na semana. Conclusão: O uso da tecnologia convexa macia é uma estratégia inovadora que visa melhorar o ajuste do equipamento coletor na região abdominal, especialmente em casos onde há dobras, cicatrizes ou pele irregular. Sua flexibilidade reduz o risco de desconforto, tendo melhor vedação o que previne vazamentos e irritações na pele periestomal, contribuindo para uma melhor qualidade de vida do paciente. Rosaura Soares Paczek Cristhiane De Souza Silveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DE EQUIPAMENTO COLETOR CÔNCAVO PARA ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO EM PERFIL ABDOMINAL PROTUBERANTE E ABAULADO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2070 Introdução: O uso contínuo de sistemas de bolsas apresenta desafios na proteção da pele periestomal, especialmente na manutenção de uma vedação eficaz em áreas lesionadas e úmidas. A escolha adequada do coletor e o recorte preciso da placa são essenciais para reduzir complicações e melhorar o manejo da estomia1. Objetivo: Este estudo tem como objetivo relatar a experiência vivenciada na prática clínica, por uma enfermeira, na prescrição de um equipamento coletor côncavo para paciente com perfil abdominal protuberante e abaulado. Método: Trata-se de um relato de experiência com foco na reflexão e discussão sobre a utilização de equipamento coletor para estomia de eliminação em um paciente com perfil abdominal protuberante e abaulado. Resultados: Os resultados mostram que a atuação do enfermeiro estomaterapeuta tem grande influência na avaliação e no auxílio durante a escolha do equipamento adequado ao perfil do paciente, considerando suas características físicas e suas necessidades específicas1. A qualidade de vida das pessoas com estomia pode ser significativamente aprimorada por meio de cuidados especializados em saúde, apoio emocional e psicológico, intervenções sociais e educacionais, além da utilização de tecnologias e produtos inovadores2. Tais estratégias têm como objetivo não apenas abordar os desafios médicos e físicos, mas também oferecer suporte emocional, fomentar a inclusão social e fortalecer os vínculos interpessoais3. Conclusão: A experiência foi positiva e a prescrição adequada do equipamento coletor, com a finalidade de assegurar a qualidade de vida do paciente, deve ser uma preocupação constante dos enfermeiros envolvidos no cuidado à pessoa com estomia de eliminação. Assim, é necessária a oferta de uma assistência voltada à adaptação às novas modificações na vida deste individuo, bem como educação em saúde para o uso do equipamento coletor, de forma a buscar estratégias que o auxiliarão no processo de adaptação e reabilitação. Daniela Mendes Vicentino Renata Morais Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DE GELIFICADOR COMO TECNOLOGIA ADJUVANTE NA GESTÃO DE EFLUENTES LÍQUIDOS EM ESTOMIAS INTESTINAIS NEONATAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2071 Introdução: Na colostomia, confecciona-se uma boca ou abertura no abdômen, com a finalidade de encaminhar as fezes para o meio externo. Esse tipo de estomia é uma das mais utilizadas no público infantil. As principais causas da confecção são malformações, doença inflamatória infantil, megacólon aganglionar congênito e enterocolite necrotizante. Dentre as complicações relacionadas à estomia têm-se as de pele, afetando cerca de 25% a 43% dos pacientes. Já a dermatite de contato é a complicação mais presente na pele periestomial, sendo 77% dos casos relacionados a vazamento dos equipamentos coletores utilizados. Atualmente no mercado existem tecnologias que ajudam aos pacientes estomizados a terem uma melhor qualidade de vida, possibilitando uma redução de problemas na pele e aumento do tempo de permanência com o equipamento coletor. Dentre essas tecnologias adjuvantes, há o gelificador do efluente líquido a pastoso de estomias, composto por grânulos de polímero de acrilato e óleo essencial de lavanda, que além de impedir que esse efluente se desloque até a base do equipamento coletor, vai neutralizar o odor e facilitar a limpeza no momento de esvaziamento do saco coletor. Objetivo: Relatar a aplicabilidade e as repercussões do uso de gelificador para manejo de efluentes líquidos em estomias intestinais de neonatos. Método: Relato de experiência descritivo, realizado em um ambulatório especializado em estomaterapia de um Centro de Reabilitação no município de Sobral-CE, no mês de junho de 2024. Foram seguidas as etapas de avaliação da indicação, prescrição do uso do gelificador e orientação técnica aos cuidadores, conforme protocolo institucional de cuidados em estomias. Leilane Maracajá Duarte Maria Angela De Freitas Andrezza Silvano Barreto Vanusa Bernardino Da Silva Larissa De Oliveira Moog Telcioneide Souto Angelim Rodrigues Leticia Giaconia Gonçalves Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DO VINAGRE (ÁCIDO ACÉTICO) PARA O TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE FERIDAS E LESÕES CUTÂNEAS PERIESTOMA: UMA REVISÃO DESCRITIVA. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2072 Para os profissionais de estomaterapia, a prevenção e o tratamento de lesões periestomas são tarefas complexas, que se tornam um desafio quando não há equipamentos ou materiais de última geração disponíveis para prevenir e tratar feridas e infecções. O vinagre é um ácido orgânico usado há séculos como condimento e conservante, mas também lhe são atribuídas propriedades antioxidantes e antimicrobianas, tornando-o um aliado no tratamento de feridas, no tratamento de infecções bacterianas e fúngicas e no tratamento de condições dermatológicas. O objetivo desta revisão é reduzir o uso de vinagre no tratamento e prevenção de feridas e lesões cutâneas periestoma. Uma revisão descritiva da literatura foi conduzida usando uma busca aberta no banco de dados eletrônico PubMed. As revisões de literatura incluíram, sem limitações de ano, em espanhol e inglês. A análise temática foi realizada com base na fisiologia da cicatrização de feridas, a natureza antimicrobiana do vinagre, tratamentos com ácido acético, condições de pele e infecção. Os resultados destacam que o vinagre, com uma teoria de ácido acético variando de 4% a 8%, atua como um agente antimicrobiano e bactericida contra muitos patógenos gram-positivos e gram-negativos oportunistas, que vivem como biofilmes monoespecíficos dentro de dois quais P. aeruginosa foi encontrada. O mecanismo de ação é através da interação com a membrana citoplasmática das bactérias, neutralizando o potencial eletroquímico, diminuindo o pH interno e desnaturando proteínas. Además, se ha demostrado que el vinagre blanco concentrado se utiliza como tratamiento en las urostomías, ya que disuelve los cristales de amoníaco que se acumulan en la piel periostomal debido a la exposición prolongada a irritantes como lo es la orina. Esta acumulación puede provocar hiperplasia de la epidermis y lesiones pseudoverrugosas locales.3 En este sentido, esta revisión concluye que el vinagre representa un tratamiento terapéutico ampliamente disponible y económico haciendo que sea un material atractivo para mejorar el bienestar de la piel. Valentina Paz Mora Riveros Carolina Molina Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 VIVÊNCIA DE PÓS-GRADUANDOS EM ESTOMATERAPIA NA CONSULTA DE ENFERMAGEM À PESSOA OSTOMIZADA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2073 INTRODUÇÃO: A consulta de enfermagem em estomaterapia é regulamentada pelo COFEn e compreende o momento de atenção integral ao paciente com estomas de eliminação seja no manejo da estomia como na educação em saúde para reabilitação e reintegração social(1). Consulta realizada pelo enfermeiro especialista é essencial na avaliação e compreensão das influências emocionais e sociais do estomizado como forma de elaborar suas intervenções individualizadas(2,3). Nesse contexto, as experiências advindas das práticas da estomaterapia possibilitam aplicação dos conhecimentos teóricos em contextos reais, desenvolvendo habilidades clínicas, raciocínio crítico e abordagem humanizada no cuidado ao paciente. OBJETIVO: Descrever a vivência de pós graduandos em estomaterapia na consulta de enfermagem em à pessoa ostomizada. MÉTODO: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado em junho de 2025, em Fortaleza – CE, no ambulatório do Programa de Atenção à Pessoa Ostomizada, da Secretaria da Saúde do Ceará. O programa possui uma equipe multidisciplinar, formada por estomaterapeutas, proctologista, psicólogo, nutricionista e secretários administrativos. O ambulatório funciona como campo de estágio para o Programa de Pós-Graduação Enfermagem em Estomaterapia com a inserção discentes nas consultas de enfermagem em preceptoria de um enfermeiro especialista da área. RESULTADO: O perfil de atendimento do programa, são pessoas com ostomia de eliminação, intestinal e/ou urinária, após a alta hospitalar. São atendidos pacientes de todas as faixas etárias, procedentes da capital e do interior do Ceará. O acesso ao serviço se dá por meio de cadastro na unidade com consulta programada ou por referenciamento da atenção primária e hospitais terciários. Ana Rosa Braga De Souza Flávia Baluz Bezerra De Farias Nunes Maria Luiza Pereira Costa João Thadeu Da Silva Raimundo Augusto Martins Torres Breno Da Silva Albano Vanessa Almeida Pinho Antonia Sabrina Alves De Sousa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A ATUAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NOS CUIDADOS PREVENTIVOS AO PACIENTE COM LESÃO NOS PÉS DECORRENTE DO DIABETES MELLITUS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2074 Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença crônica e multifatorial que acomete milhões de pessoas no Brasil. Uma de suas complicações mais recorrentes e debilitantes é a lesão nos pés, caracterizada pela presença de ulceração, infecção e/ou destruição de tecidos profundos, associadas a neuropatia e doença vascular periférica. Esta condição, reconhecida pela Sociedade Brasileira de Diabetes como "pé com lesão ativa" ou "pé em risco", é responsável por elevadas taxas de hospitalizações e amputações evitáveis. Objetivo: Analisar as estratégias e cuidados adotados pela equipe de enfermagem na prevenção de lesões nos pés em pessoas com Diabetes Mellitus, com foco na atuação na Atenção Primária à Saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo revisão integrativa da literatura, que reuniu estudos relevantes em bases de dados eletrônicas sobre a temática proposta, utilizando um processo de busca ampla para garantir a confiabilidade dos resultados. Foram empregados os Descritores em Saúde (DeCS): Diabetes Mellitus, Ferimentos e Lesões, Enfermagem e Atenção Primária à Saúde. Adotaram-se como critérios de inclusão artigos publicados nos últimos cinco anos (2019 a 2024), em idioma português, com acesso completo, realizados no contexto brasileiro e que abordassem a atuação da equipe de enfermagem na prevenção de complicações nos pés de pessoas com Diabetes Mellitus. Estudos duplicados, irrelevantes ao tema ou que não atendessem ao recorte temporal, geográfico ou metodológico foram excluídos. Resultados: A literatura evidencia que a atuação da enfermagem é decisiva na prevenção do agravamento de lesões, com destaque para ações como o exame clínico dos pés, aplicação da escala de Wagner para estratificação de risco, uso de monofilamento para avaliação da sensibilidade plantar, inspeção cutânea e vascular, e orientação sistemática sobre o autocuidado. Barreira recorrente identificada foi a baixa frequência de avaliação dos pés nos serviços de saúde: cerca de 65% das pessoas com DM relataram nunca terem tido seus pés examinados por um profissional. Conclusão: A prática sistematizada da equipe de enfermagem, pautada em protocolos clínicos e ações educativas, é fundamental para a detecção precoce de alterações nos pés e para a redução de amputações. A consulta de enfermagem, o autocuidado orientado e o acompanhamento regular constituem estratégias efetivas para melhorar os desfechos clínicos e a qualidade de vida das pessoas com DM. Anna Laura Alves Gomes Miranda Aline Almeida Barbaresco D'alessandro Victor Vinicius Pereira Carvalho Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A ATUAÇÃO DO ESTOMATERAPEUTA NA PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO: REVISÃO DE LITERATURA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2075 Introdução: O câncer de cabeça e pescoço, além de ser uma doença de progressão agressiva, causa impactos significativos na estética, comunicação, deglutição e respiração, comprometendo severamente a qualidade de vida do paciente. Nesse cenário, a atuação do enfermeiro estomaterapeuta é fundamental na assistência integral, especialmente no manejo de feridas oncológicas, traqueostomias, fístulas e cuidados com a pele. A abordagem especializada visa não apenas o controle clínico dos sintomas, mas também a promoção da dignidade, conforto e bem-estar físico e emocional. Objetivo: Analisar, por meio de revisão de literatura, a importância da atuação do estomaterapeuta na melhoria da qualidade de vida de pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Método: Trata-se de uma revisão de literatura narrativa, realizada em bases de dados eletrônicas como SciELO, LILACS, PubMed e Google Scholar, com seleção de artigos publicados entre 2020 e 2025. Utilizaram-se os descritores: "Estomaterapia", "Neoplasias de cabeça e pescoço", "Qualidade de vida", "Cuidados de enfermagem". Foram incluídos artigos em português e inglês que abordavam a atuação do estomaterapeuta em contextos oncológicos relacionados à cabeça e pescoço. Resultados: A literatura analisada evidenciou que a estomaterapia contribui de forma significativa para o cuidado humanizado e efetivo desses pacientes. Entre os principais benefícios observados estão: controle do odor das feridas neoplásicas, prevenção de infecções, diminuição do desconforto físico, suporte ao autocuidado e acolhimento emocional. Intervenções como a utilização de coberturas com carvão ativado, aplicação tópica de metronidazol, uso de barreiras protetoras e acompanhamento contínuo demonstraram impacto positivo na adesão ao tratamento e na autoestima dos pacientes. Além disso, a atuação do estomaterapeuta também se mostrou essencial no preparo do paciente e família para situações de cuidados paliativos, garantindo maior dignidade no processo de finitude. Conclusão: A presença do estomaterapeuta na equipe multiprofissional que assiste pacientes com câncer de cabeça e pescoço é indispensável. Sua prática qualificada contribui diretamente para o alívio do sofrimento, melhora da qualidade de vida e humanização do cuidado oncológico. Investir na formação e valorização desse profissional é essencial para ampliar o alcance e a efetividade da assistência especializada em oncologia Beatriz Caetano Da Silva Giovanna Barbosa Medeiros Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A COMISSÃO DE CURATIVOS DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO COMO PROTAGONISTA NA EDUCAÇÃO EM SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2076 Introdução: As lesões de pele representam um problema de saúde, acometendo a qualidade de vida dos pacientes. A efetiva avaliação e tratamento de lesões complexas demanda uma atuação eficiente pelas equipes de enfermagem e multiprofisional, representando um desafio. Diante disso, a atuação de Comissões de Cuidados com a pele, tem se mostrado relevantes no processo de cuidado ao paciente. Objetivo: Relatar a atuação da Comissão de Curativos do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, tipo relato de experiência da atuação da Comissão de Curativos do Hospital Universitário de Londrina – PR. A Comissão de Curativos é composta por três enfermeiros, dois técnicos de enfermagem e uma estagiária. Esta Comissão atua na prevenção de lesões, além do manejo de lesões complexas e estomias. A Comissão presta assistência ao paciente em todo o ciclo vital, sendo inclusas todas as faixas etárias de pacientes que passaram por internação no hospital citado. Há ainda, a atuação em um dos eixos do projeto nomeado "HU em casa", o qual realiza acompanhamento multiprofissional a casos complexos, com vulnerabilidade social, através de visitas domiciliares. Resultados: A solicitação de avaliação e acompanhamento dos pacientes internados pela Comissão de Curativos se dá por meio de pedidos de consulta via sistema utilizado no hospital em questão. A partir da solicitação é realizada visita beira leito para escolha de produto a ser utilizado de acordo com a característica da lesão, são considerados aspectos nutricionais, quadro infeccioso e comorbidades, com foco na efetividade do tratamento. Posteriormente à alta hospitalar, é dada continuidade no atendimento de casos complexos via ambulatorial. Além disso, a Comissão atua na realização de Educação em Saúde com os pacientes e familiares, ofertando suporte no manejo da lesão ou estoma durante o período de internação e posteriormente em domicílio, por meio de orientações e adoção do protocolo de alta hospitalar segura. Além da oferta de Educação Continuada com profissionais da instituição, através de capacitações relacionadas a temas originados das demandas assistenciais. Conclusão: A atuação de uma Comissão de Curativos, tecnicamente qualificada, no contexto hospitalar resulta em maiores índices de cicatrização de lesões complexas, com consequente redução do tempo de internação e custos médicos hospitalares e proporciona o protagonismo da enfermagem do processo do cuidar. Além de ofertar suporte a pacientes, familiares e equipe multiprofissional no processo de internação e cuidados domiciliares. Silvana Machado Do Nascimento Priscilla Patrícia Negrão Rafaela Vieira Jorge Hemilly Rebeca Diorio Correa Priscilla Ghiraldi Linares Ana Luiza Bueno Fernanda Superbi Tonini Magali Godoy Pereira Cardoso Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A ESTOMATERAPIA E SEU PAPEL NO PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR FRENTE A UMA FASCIÍTE NECROSANTE EM PEDIATRIA. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2077 Mara Milvia Pontes Melo Resende Madna Avelino Da Silva Dielson Alves De Sousa Maria Elisiane Esmeraldo Feitosa Caroline Pinto Camelo De Morais Ana Rosa Braga De Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A ESTOMATERAPIA NO MANEJO DE LESÃO POR QUEIMADURA ELÉTRICA: ESTUDO DE CASO BASEADO EM PRÁTICAS AVANÇADAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2078 INTRODUÇÃO: As lesões por queimaduras são um grande problema de saúde publica e acarretam muitas sequelas que comprometem a integridade e função da pele, capazes de atingir camadas profundas, e são causadas por diferentes agentes. OBJETIVO: Descrever o caso de um paciente com queimadura profunda por choque elétrico. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo de caso que foi realizado em abril e maio de 2025, no ambulatório do centro de queimados (CTQ) em um hospital terciário referência em urgência traumatológica em Fortaleza, Ceará, Brasil. O estudo descreve o caso de um paciente adulto, hígido, vítima de acidente de trabalho. A coleta de dados foi realizada por meio da avaliação da estomaterapeuta mediante a anamnese, consulta ao prontuário e ficha de acompanhamento da estomaterapia. Para realização desse estudo obteve-se aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição tendo um CAAE nº 611.459.22.3.0000.5047. O paciente foi informado dos direitos na participação do estudo e obtido o termo de consentimento livre e esclarecido antes da coleta. RESULTADOS/DISCUSSÃO: A.A.S, 46 anos, masculino, casado, trabalha como eletricista, deu entra no centro de queimados vítima de choque elétrico em 02/02/25, apresentando queimadura em segundo quirodáctilo direito e lesão em trocânter direito. Sendo está com exsudato seroso e tecidos desvitalizados. Realizou desbridamento cirúrgico dia 26/02/2025, ficando internado por oito dias com posterior amputação do segundo quirodáctilo direito. Mediante alta foi encaminhado ao ambulatório do CTQ, onde fez curativo com a equipe de enfermagem com uso de gaze impregnada com PHMB 0,2%, apresentando melhora da profundidade. Foi encaminhado dia 18/03/2025 para estomaterapia. Na admissão apresentava lesão profunda, medido 42 cm² de área, borda regular, leito com granulação com aspecto de pseudomembrana e pontos de esfacelos, com grande quantidade de exsudato esverdeado, odor 1 na Escala Teller. Procedido limpeza com SF 0,9% e aplicado gel de PHMB para favorecer a remoção da pseudomembrana com desbridamento instrumental conservador. Finalizado com hidrofibra com prata usada por 12 dias. Nesse contexto a lesão apresentou melhora da profundidade, com redução da área para 30 cm². Dia 07/04/2025 foi iniciado tela com tecnologia Lípido-Coloide com Prata onde foi usado por 22 dias com trocas com intervalo de 3 a 4 dias. Reduzindo para 6 cm². Em todos os retornos foram realizados biofotomodulação com terapia fotodinâmica, usando azul de metileno 2%, luz vermelha 9J por pontos no leito da lesão e varredura em bordas com luz vermelha 1J. Após redução da lesão paciente ficou fazendo curativo em domicilio e usado tecido não tecido impregnado com PHMB com retornos a cada 7 dias para avaliação da estomaterapia. Lesão cicatrizada totalmente em 67 dias. O tratamento das queimaduras envolve cuidados locais com ajuda de tecnologias, variando de acordo com a profundidade, localização corporal e extensão. CONCLUSÃO: O uso de curativos contendo substâncias cicatrizantes e antimicrobianas é a opção para a terapia local. A avaliação adequada do especialista que utiliza tecnologias e terapias adjuvante mostra que é possível cicatrizar lesões de difícil cicatrização sem tratamentos mais invasivos, promovendo a qualidade de vida dos pacientes. Ana Debora Alcântara Coelho Bomfim Debora Tayna Gomes Queiroz Silvania Mendonça Alencar Araripe Samira Rocha Magalhães De Alencar Julia Cristina Bruno Lins Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A ESTOMATERAPIA NO MANEJO DE LESÕES POR ARRAIA DE ÁGUA DOCE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2079 INTRODUÇÃO: As arraias são peixes cartilaginosos que habitam tanto em águas doces quanto em ambiente marinho, a presença dessa espécie é comum em todo o território brasileiro, possuindo grande predominância nas comunidades ribeirinhas da região Amazônica3. Acidentes envolvendo esses peixes são comuns e tornam-se problemas de saúde, não muito trabalhados por apresentar baixa mortalidade, mas com elevados números de casos que requerem capacitação de profissionais3,4. Diante dessa complexidade, a atuação do enfermeiro(a) estomaterapeuta é essencial desde o atendimento inicial até o cuidado prolongado com feridas complexas, com a ação na avaliação da lesão, controle da exsudação, escolha adequada de coberturas, prevenção de complicações e promoção da cicatrização.OBJETIVO: Discutir a atuação do enfermeiro estomaterapeuta, no manejo de lesões decorrentes de acidentes com arraias de água doce. MÉTODO: Trata-se de uma revisão bibliográfica qualitativa , na qual utilizou-se a coleta de dados provenientes de estudos encontrados nas bases de dados Scielo, Lilacs, BDENF e BVSMS. As buscas foram realizadas no mês de julho e os critérios de inclusão para a pesquisa foram: estudos publicados nos últimos 5 anos, em portugues, inglês ou espanhol e dentro da temática abordada, como lesão decorrente de acidentes com arraias e o manejo clínico das feridas. Excluíram-se estudos com textos incompletos, sem vínculo com o tema e fora do recorte temporal. RESULTADOS: Foram encontrados 20 estudos na BDENF, 4 na Scielo, 1 na Lilacs e 3 na BVSMS, quando usado estomaterapia nos descritores, os estudos achados foram escassos. Após aplicados os critérios de exclusão, foram selecionados 7 artigos e lidos na íntegra. Pode-se pontuar que as lesões acontecem após a pisada acidental em arraias que ficam camufladas nas areias dos rios, e quando se sentem ameaçadas movimentam-se com sua cauda e inserem o espigão caudal na vítima, gerando uma lesão perfuro cortante e irregular2. A dimensão da lesão está diretamente ligada à inserção do ferrão e a ação das toxinas do veneno, presentes e distribuídas pela epiderme de seu ferrão1. Tal toxina gera intensa reação inflamatória e o ferimento, inicialmente, apresenta-se edemaciado e eritematoso, podendo evoluir com necrose tecidual ou para uma lesão ulcerativa. Essas lesões podem levar meses para cicatrização, destacando-se o papel do estomaterapeuta com sua expertise na avaliação clínica detalhada da ferida, seleção de coberturas com base nas características do tecido e do exsudato, quando houver, prevenção e controle de infecções, além da educação do paciente para o autocuidado, com foco na prevenção de agravos. CONCLUSÃO: Conforme a literatura, afirma-se que é escasso os estudos acerca da atuação do estomaterapeuta no manejo clínico de lesões por acidentes com arraias e que, em alguns casos, o tratamento se dá por conhecimento popular. Faz-se imprescindível entender que a enfermagem em estomaterapia contribui para a redução de complicações, aceleração da cicatrização e melhora da qualidade de vida de pessoas acometidas por esse tipo de acidente. Sua inserção nos serviços de saúde, especialmente nos níveis primários, ambulatoriais e hospitalares, é estratégica para a oferta de um cuidado qualificado e centrado na recuperação tecidual segura e eficaz. Abel Duarte Da Mota Rafaela Reis De Oliveira Victor Daniel Da Silva Uchôa Odenilce Vieira Pereira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A IMPORTÂNCIA DO ESTOMATERAPEUTA NA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES DE LONGA INTERNAÇÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2080 Introdução: O estomaterapeuta é fundamental na prevenção de lesões por pressão em pacientes com longa permanência hospitalar. Com conhecimento especializado, avalia riscos como imobilidade, incontinência e nutrição deficiente, implementando cuidados personalizados e orientando a equipe multiprofissional. Além disso, atua na educação contínua, manejo de feridas e uso de dispositivos. O contexto envolve pacientes que enfrentam um maior risco de desenvolver úlceras de decúbito devido à imobilidade prolongada, incontinência, má nutrição e outras condições médicas subjacentes. Objetivo: Destacar o papel fundamental do estomaterapeuta nesse cenário, enfatizando suas habilidades especializadas na avaliação, planejamento e implementação de estratégias de prevenção. Metodologia: Trata-se de uma revisão da literatura através dos anais de congressos de estomaterapia realizados no Brasil no período de 2020 a 2023, incluindo trabalhos que demonstram a eficácia das intervenções realizadas por estomaterapeutas na prevenção de lesões por pressão. Resultados: Os trabalhos demonstram que a intervenção precoce e eficaz do estomaterapeuta pode reduzir significativamente o risco de desenvolvimento de lesões por pressão em pacientes de longa internação. Ao identificar e mitigar os fatores de risco, avaliar regularmente a integridade da pele e implementar medidas preventivas personalizadas, os estomaterapeutas desempenham um papel crucial na proteção da pele do paciente e na promoção de melhore resultados de saúde. O trabalho ressalta a importância do papel do estomaterapeuta na prevenção de lesões por pressão em pacientes de longa internação. Sua atuação especializada e sua capacidade de implementar intervenções preventivas são essenciais para garantir a integridade da pele e o bem-estar dos pacientes. Conclusão: O estomaterapeuta tem papel essencial na prevenção de lesões por pressão em pacientes com longa internação. Com habilidades especializadas, avalia riscos como imobilidade e incontinência, implementando estratégias personalizadas para proteger a integridade da pele. Sua atuação precoce reduz complicações, melhora a qualidade de vida dos pacientes e diminui os custos hospitalares relacionados ao tratamento dessas lesões. É fundamental reconhecer e valorizar o papel do estomaterapeuta como parte integrante da equipe de saúde, visando proporcionar um cuidado de qualidade e prevenir complicações associadas às úlceras de decúbito. Ana Flavia Silva Ferreira Nadyele Costa Martins Mariana Ayres Diniz Brandão Railson Seguins Maia Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A VIVÊNCIA ACADÊMICA NO CONTEXTO DO CUIDADO ESPECIALIZADO EM ÚLCERAS VENOSAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2081 Introdução: As úlceras venosas representam um desafio significativo no campo da enfermagem, por demandarem cuidados prolongados, sistematizados e baseados em conhecimentos técnicos e científicos1. O cuidado especializado nesse contexto envolve avaliação criteriosa, escolha adequada de coberturas, manejo da dor, prevenção de infecções e, sobretudo, uma abordagem humanizada2. A participação do acadêmico de enfermagem em programas institucionais como a iniciação científica, permite integrar teoria e prática, fortalecendo sua competência para uma prática clínica fundamentada em evidências. Objetivo: Relatar a experiência acadêmica do cuidado especializado em úlceras venosas. Método: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido durante a iniciação científica em um Ambulatório de Tratamento de Úlceras Venosas, entre março e junho de 2025. A experiência ocorreu no cuidado especializado em feridas, especificamente no acompanhamento do tratamento de um paciente com úlcera venosa. As ações foram supervisionadas por enfermeiros especialistas, respeitando os limites da atuação acadêmica. Durante o período, foram realizadas atividades como avaliação da ferida, limpeza, desbridamento, aplicação de coberturas, uso de terapia compressiva e orientação ao paciente. As vivências foram analisadas de forma reflexiva, considerando suas contribuições para a formação profissional. Resultados: A experiência envolveu o cuidado de um paciente com úlceras venosas ativas. Inicialmente, percebeu-se baixa adesão traduzido na falta às consultas agendadas, atrasos e resistências para realizar exames solicitados pelo profissional enfermeiro. Após um mês, estabeleceu-se vínculo com a equipe, resultando em mudanças significativas na cicatrização. Foi possível acompanhar todas as fases do processo cicatricial, o gerenciamento do exsudato e a importância da adesão às orientações para restabelecer a função de barreira da pele, promovendo saúde e qualidade de vida. A vivência imersiva na aceleração da cicatrização de lesões de difícil cicatrização, transcendeu a teoria e despertou no acadêmico de enfermagem uma compreensão prática e profunda das condutas clínicas, evidenciando o impacto transformador do cuidado especializado3. Conclusão: A experiência permitiu uma visão ampliada sobre a importância de abordagens especializadas no cuidado em lesões de difícil cicatrização. A baixa adesão inicial possibilitou compreender os múltiplos fatores que interferem na efetividade terapêutica. Observar a importância do vínculo enfermeiro-paciente é fundamental para estabelecer a confiança mútua com vista à cicatrização. A inserção do estudante em cenários reais contribui de forma significativa para a construção da identidade profissional, tornando o aprendizado mais crítico e comprometido com a integralidade da atenção, além de reforçar a importância do cuidado especializado pautado em evidências científicas para obtenção de desfechos positivos. Evelyn Caroline Ferreira Ramos Ricson Romario Nascimento Shirley Boller Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ABORDAGEM COM OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA EM FERIDA CRÔNICA PÓS- QUEIMADURA POR ABRASÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2082 Introdução: Feridas crônicas associadas a queimaduras graves continuam sendo um desafio clínico devido à complexidade do processo de cicatrização e à elevada possibilidade de falhas terapêuticas. A Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) tem sido aplicada como estratégia principal para otimizar a oxigenação tecidual, estimular a angiogênese e controlar infecções em tecidos isquêmicos. Na presença de microrganismos resistentes ou resposta limitada a terapias convencionais, o uso de curativos auxiliares como os antimicrobianos de ação física, que atua por ligação hidrofóbica sem agentes químicos, pode potencializar os efeitos da OHB. Objetivo: Descrever os efeitos da OHB associada ao curativo com Cloreto de Dialquil Carbamoil (DACC) em um paciente com ferida crônica pós-queimadura, após insucesso com abordagens terapêuticas prévias. Método: Relato de caso desenvolvido em hospital público de referência no atendimento a pacientes queimados. Paciente do sexo masculino, adulto, vítima de acidente de trânsito, apresentava lesão crônica extensa em quadril direito, com 10 meses de evolução. Ao longo desse período, foram aplicados diversos tratamentos, incluindo enxertos de pele, curativos impregnados com prata e terapia por pressão negativa, sem resposta satisfatória. Diante da suspeita de resistência microbiana, optou-se pela inclusão do paciente em protocolo terapêutico com OHB, com sessões realizadas regularmente. Adicionalmente, foi introduzido o uso do curativo antimicrobiano com DACC diretamente sobre o leito da ferida, com trocas a cada 5 dias, complementando o manejo clínico. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Londrina (CAAE: 60251922.1.0000.5231), conforme parecer consubstanciado n.º 6.014.237. Resultados: Após o início da terapia combinada, observou-se melhora progressiva da lesão: redução do exsudato, controle do odor e desenvolvimento de tecido de granulação em áreas previamente estagnadas. As trocas do curativo ocorreram sem dor, e o paciente manifestou maior conforto e adesão terapêutica. Em aproximadamente uma semana, já eram visíveis sinais evidentes de resposta cicatricial, e não houve indicação clínica de infecção ativa. A equipe de enfermagem destacou a facilidade de aplicação e o menor tempo de exposição do leito ferido. O uso de antibióticos específicos foi mantido conforme cultura e sensibilidade, sendo a OHB o fator terapêutico principal, com suporte efetivo da cobertura com DACC. Conclusão: O caso evidencia a efetividade da Oxigenoterapia Hiperbárica como intervenção central para reverter estagnação cicatricial em feridas complexas, destacando o valor da integração de tecnologias coadjuvantes como o DACC. A resposta observada reforça a importância da reavaliação terapêutica contínua em pacientes com feridas crônicas de difícil cicatrização, com enfoque multiprofissional e individualizado. Jessica Rodrigues Vitorino Dantas Alessandra Miranda Garcia Storti Flavia Gagliano Guergoleti Elisangela Flauzino Zampar Mayara Francis Bregion Mateus Machado Magalhães Emanuel Gois Junior Weruska Andresa Da Silveira Bazzo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ABORDAGEM TERAPÊUTICA PARA LESÕES DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO: DESAFIOS E PERSPECTIVAS DE UM ESTUDO DE CASO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2083 Introdução: A prática baseada em evidências é essencial para o planejamento de ações em saúde, no que tange a otimização da cicatrização em termos de curativos especiais de pacientes crônicos e agudos. A enfermagem é a profissão estratégica da Atenção Primária em Saúde - APS no contexto de ações sistematizadas, individualizadas e prescrição de coberturas especiais, tendo em vista, os desafios dos processos de cicatrização de feridas complexas1. Objetivo: Descrever os parâmetros clínicos para prescrição de curativos especiais em um estudo de caso acerca de paciente com doença crônica de cunho genético. Método: Trata-se de estudo descritivo de caso clínico de paciente portadora de feridas crônicas, cujo registros foram produzidos da atividade profissional cotidiana, por meio da ferramenta TIME. A ferramenta TIME consiste: T (Tissue): avaliar tecidos presentes na lesão - I (Infection/Inflammation) identificar sinais flogísticos e/ou de inflamação - M (Moisture): avaliar a questão da umidade da lesão e propor coberturas especiais para sua otimização. E (Edge): avaliar as bordas, perilesão e otimizar a cicatrização2 Resultados: paciente é portadora de acropatia ulcero – caracterizada por ausência ou distrofia de natureza congênita da medula espinhal, o que denota na redução ou abolição da sensibilidade em membros superiores ou inferiores. A enfermidade pode acarretar em necrose distal dos membros e consequentemente amputações frequentes3. Ao iniciar o tratamento na APS foram utilizadas diversas estratégias de cuidado, conforme avalição do aspecto de cicatrização e a frequência da troca de curativos conforme a saturação. No início do tratamento a usuária desejava amputar o pé da lesão, com histórico de amputações e cadeirante. Contatou-se dificuldades quanto ao uso de antibióticos e a dificuldade de absorção por via oral diante do histórico de cirurgia bariátrica. Gabriela Zenatti Ely Camila Da Rosa Janczura Raquel Azevedo De Castro Thaís Dalla Costa Sartori Janine Koepp Karine Zenatti Ely Mônica Baréa Geyllany Marques Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AÇÃO DA TERAPIA FOTODINÂMICA ANTIMICROBIANA NA QUALIDADE DA FERIDA E REPARO TECIDUAL EM ÚLCERAS NO PÉ DA PESSOA COM DIABETES: ESTUDO CLÍNICO CONTROLADO RANDOMIZADO DUPLO CEGO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2084 Introdução: As úlceras no pé de pessoas com diabetes ainda representam um desafio importante para a saúde pública, afetando diretamente a qualidade de vida desses indivíduos. A Terapia Fotodinâmica Antimicrobiana (aPDT) tem se mostrado uma alternativa promissora no cuidado dessas feridas, embora ainda existam lacunas científicas quanto à sua efetividade clínica. Objetivo: Analisar a ação da aPDT na qualidade da ferida e no processo de reparo tecidual, por meio da escala de Bates-Jensen (BJ), em pessoas com úlcera no pé da pessoa com diabetes. Método: Trata-se de um estudo clínico controlado randomizado duplo cego. Foram incluídos 94 pacientes, randomizados em dois grupos: grupo aPDT (n = 47), submetido ao cuidado padrão do setor de feridas associado à aPDT, e grupo controle (n = 47), que recebeu o mesmo cuidado padrão, associado à simulação da aPDT com o equipamento desligado, três vezes por semana, totalizando dez sessões consecutivas. O equipamento utilizado foi um cluster de laser vermelho (660 nm), com potência de 100 mW e energia de 6J por ponto, totalizando 24J por sessão. O fotossensibilizador utilizado foi o azul de metileno 1%. A escala BJ apresenta 13 características para serem avaliadas: tamanho, profundidade, bordas, tipo e quantidade de tecido necrótico, exsudato, epitelização e condições da pele perilesional. Como desfechos secundários, foram aplicadas: a Escala de Wagner, Fontaine, Rutherford, taxonomia Nursing Outcomes Classification (NOC) e o instrumento Diabetes-21. Critérios de inclusão: pacientes de ambos os sexos; acometidos por úlceras no pé da pessoa com diabetes, pacientes com escore na escala BJ entre 13 a 60. Critério de exclusão: menores de 18 anos; feridas de outras etiologias, pacientes com índice tornozelo-braquial (ITB) com valor menor que 0,7 ou maior que 1,3 e Pacientes com hemoglobina glicada maior que 8%. Os resultados demonstraram que o grupo tratado com aPDT apresentou redução significativa dos escores clínicos na BJ a partir da quinta sessão (p = 0,002), com manutenção da melhora até o follow-up de 30 dias após a última aplicação. As demais escalas clínicas também evidenciaram melhora significativa somente no grupo aPDT (p &lt; 0,001). Esses achados reforçam a presença de uma melhora progressiva no grupo aPDT, em contraste com a estabilidade observada no grupo Controle. Além da queda nas medianas, nota-se também uma redução na dispersão dos dados nas últimas avaliações, sugerindo que os participantes responderam de forma mais uniforme à intervenção. No follow-up de 30 dias, os escores permanecem baixos, indicando que o efeito terapêutico se mantém mesmo após o término das sessões. Conclusão: A aPDT demonstrou ser uma intervenção eficaz e segura para a melhoria da qualidade das feridas em pés de pessoas com diabetes, com efeitos positivos sustentados mesmo após o fim do protocolo. Esses achados reforçam o potencial da aPDT como tecnologia assistencial de apoio à cicatrização e apontam para a importância de serviços especializados com atuação de profissionais capacitados, como enfermeiros especialistas em feridas, para garantir intervenções eficazes e individualizadas. Priscilla Farias Chagas Thaís Barbosa Dos Santos Gesiane Dos Santos Trivino Raquel Agnelli Mesquita Ferrari Anna Carolina Ratto Tempestini Horliana Kristianne Porta Santos Fernandes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA ACERCA DA RETINOPATIA DIABÉTICA CORRELACIONADA AO PÉ DIABÉTICO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2085 Introdução: A retinopatia diabética (RD) e a doença do pé relacionada ao diabetes mellitus (DPDM), comumente conhecida como pé diabético (PD), são duas das complicações crônicas mais prevalentes e debilitantes do diabetes. A coexistência dessas condições representa desafios clínicos relevantes, reforçando a necessidade de integração dos cuidados especializados em oftalmologia, endocrinologia e estomaterapia. A partir do exposto, tem-se observado em diversos estudos, evidências de que pessoas com RD apresentam maior propensão em desenvolver a DPDM. Portanto, uma análise retrospectiva abrangente da associação entre essas complicações é essencial para compreender os pontos críticos de investigação e as tendências futuras de correlação da RD com a DPDM Objetivo: Realizar uma análise bibliométrica abrangente da produção científica que relaciona RD e DPDM, a fim de mapear o desenvolvimento do conhecimento, os principais autores, países, periódicos e os temas predominantes. Método: Trata-se de um estudo bibliométrico baseado na busca de publicações nas bases Scopus e Web of Science, utilizando os termos "diabetic foot" AND "diabetic retinopathy" nos campos de título, palavras- chave e resumo. Foram incluídas publicações até 25 de outubro de 2023. Os dados foram organizados e analisados quantitativa e qualitativamente, utilizando estatística descritiva para avaliação do volume, impacto e tendências das publicações. Resultados: Foram identificadas 1.287 publicações. Observou-se crescimento contínuo no número de artigos ao longo do tempo. Os Estados Unidos lideraram em volume e impacto científico (175 publicações e maior número de citações), seguidos pelo Reino Unido (4.233 citações) e China (3.210 citações). As revistas mais produtivas foram Diabetes Care, Diabetic Medicine, Diabetologia, Ophthalmology e PLoS One. Os temas predominantes foram humanos, retinopatia diabética, pé diabético, revisão, metformina, hiperglicemia, neuropatia diabética e insulina. A análise destaca o papel da estomaterapia no cuidado interdisciplinar dos pacientes com complicações crônicas do diabetes. Conclusão: Os resultados mostram a interconexão entre retinopatia diabética e pé diabético, reforçando a importância de abordagens interdisciplinares. Houve aumento significativo da produção científica, com destaque para autores e instituições influentes. O estudo evidencia colaborações internacionais e oferece base relevante para orientar pesquisas futuras e práticas clínicas no manejo dessas complicações do diabetes. Maria Gabriella Campos Nunes Thallita Cláudia Moraes Barbosa Laura Andrade Pinto Letícia Eugênio Mota Daniel Nogueira Cortez Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ANÁLISE COMPARATIVA DO PERFIL CLÍNICO E SOCIODEMOGRÁFICO DE USUÁRIOS COM ÚLCERA VENOSA EM UM AMBULATÓRIO DE ESTOMATERAPIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2086 Jefferson Nunes Dos Santos Valquiria Toté Borges Tatiane Mendes Araujo Ferreira Joel Azevedo De Menezes Neto Robervam De Moura Pedrosa Rhayssa De Oliveira E Araújo Isabelle Katherine Fernandes Costa Michelle Dos Santos Reis Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ANÁLISE DO PERFIL DE CAUSALIDADE DOS PACIENTES QUEIMADOS ATENDIDOS POR SERVIÇO ESPECIALIZADO DA ATENÇÃO TERCIÁRIA DE FORTALEZA- CE. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2087 INTRODUÇÃO: O avanço nas políticas públicas, segurança do trabalhador e tecnologias médicas melhorou o prognóstico e sobrevida dos pacientes com queimaduras; contudo, ainda vivencia-se altas taxas de morbimortalidade. Em 2016, as queimaduras ranquearam como a quinta maior causa de morte acidental mundial, configurando um grande problema de saúde pública [1]. Entre 2015 e 2020 ocorreram 19.772 óbitos no Brasil, a maioria por agentes térmicos (53,3%) e elétricos (46,1%) [2]. A falta de estrutura nos serviços de atendimento, profissionais mal treinados e dificuldade de acesso aos cuidados especializados agravam os desfechos dos pacientes queimados [3]. OBJETIVO: Tendo em vista a necessidade de prontidão nas diversas linhas de tratamento que o paciente possa necessitar durante sua jornada de recuperação, faz-se necessário compreender o agente causal e o perfil de queimadura de pacientes atendidos em serviço especializado. METODOLOGIA: Trata-se de estudo descritivo, documental e retrospectivo, com abordagem quantitativa, baseado na análise dos dados institucionais provenientes dos indicadores mensais de produção do serviço setorial, referentes ao período de 2022 a 2024. O local do estudo foi um Centro de Tratamento de Queimados, inserido num hospital de nível terciário de Fortaleza, que oferece serviços de emergência, internação e ambulatório especializado. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da instituição loco, parecer nº Gabrielle Fávaro Holanda Aires Carlos André Lucas Cavalcanti Vanessa Silveira Faria Fabiano Andrade Da Costa Michelli Fávaro Holanda Lima Kemyson Camurça Amarante Matheus Lucas De Sousa Kelcyane Eliotério Freire De Albuquerque Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 APLICAÇÃO ASSOCIADA DA FIBRINA RICA EM PLAQUETAS (PRF) E MEMBRANA REGENERADORA POROSA: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM TECNOLOGIAS INTEGRADAS NO CUIDADO DE LESÕES CUTÂNEAS. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2088 Introdução: O uso de tecnologias regenerativas no cuidado de feridas tem crescido substancialmente no contexto da estomaterapia, impulsionado pela busca por estratégias que associem baixo custo e alta efetividade clínica. A Membrana Porosa Regeneradora (Membracel?) é amplamente conhecida por seus benefícios na redução da dor, aceleração da cicatrização e promoção da migração celular. Já a Fibrina Rica em Plaquetas (PRF) representa um curativo autólogo com alta concentração de plaquetas, leucócitos e fibrina, formando uma matriz tridimensional rica em fatores de crescimento. Objetivo: relatar a experiência desenvolvida em ambiente domiciliar supervisionado, no qual profissionais de enfermagem aplicaram semanalmente a combinação das duas tecnologias em lesões crônicas de extremidades. Método: O protocolo envolveu a preparação do PRF, aplicação direta sobre o leito da lesão, seguida da sobreposição da membrana porosa regeneradora e cobertura secundária com gaze estéril. Resultados: Observou-se redução significativa na área das lesões em 15 dias de tratamento, associado à melhora na qualidade do tecido de granulação e controle do exsudato. O procedimento demonstrou boa tolerância por parte dos usuários e viabilidade de aplicação por equipes de enfermagem, mesmo em contextos de difícil acesso. Além disso, o custo operacional da associação foi considerado compatível com a realidade de serviços públicos e domiciliares, sugerindo potencial para ampliação de uso. Conclusão: A experiência destacou a importância do raciocínio clínico do enfermeiro na escolha da terapia tópica, reforçando que a integração de tecnologias inovadoras como PRF e Membracel? pode otimizar os desfechos terapêuticos. Conclui-se que a associação entre essas duas tecnologias é segura, efetiva e viável para ambientes extra-hospitalares., representando um avanço no cuidado especializado de enfermagem a pessoas com lesões cutâneas crônicas. Mayara Martina Abatti Cristiane Baretta Picolli Andrezza Baretto Alana Scapini Larissa De Oliveira Moog Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 APLICAÇÃO DA LASERTERAPIA DE BAIXA INTENSIDADE NO TRATAMENTO DE ÚLCERA VENOSA: PROTOCOLO DE ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2089 Introdução: Úlceras venosas são lesões de difícil cicatrização, com evolução lenta, recorrência frequente e impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos. A cicatrização de feridas é um processo complexo e multifatorial. Nesse contexto, a laserterapia tem se mostrado uma terapia adjuvante promissora quando associada aos cuidados tradicionais no tratamento dessas lesões. Objetivo: Apresentar o desenvolvimento de um protocolo de pesquisa com uso de laserterapia de baixa intensidade para o tratamento de pacientes com úlceras venosas. Método: Trata-se de um protocolo de pesquisa do tipo ensaio clínico randomizado (ECR), com indivíduos maiores de 18 anos, portadores de úlcera venosa, atendidos em serviços especializados em um município da Zona da Mata Mineira. Foram excluídos participantes com histórico prévio de uso laserterapia. Os voluntários foram alocados aleatoriamente em quatro grupos: controle (tratamento convencional) e três experimentais submetidos à laserterapia com potências de 0,5J, 1J e 2J, aplicadas semanalmente durante dez semanas. O protocolo foi desenvolvido com base na participação inicial de quatro indivíduos, com intuito de determinar as terapias a serem utilizadas. Foram coletados dados sociodemográficos, troca semanal de curativos, avaliação clínica da lesão, mensuração bidimensional, registro fotográfico, aplicação da laserterapia e uso da escala Bates- Jensen Wound Assessment Tool (BWAT). Resultados: Participaram da elaboração protocolo quatro participantes iniciais, dois eram do sexo masculino e dois do sexo feminino, com faixa etária entre 37 e 72 anos. Foram testadas duas coberturas primárias (espuma de poliuretano e placa de alginato, com e sem prata) e duas técnicas de aplicação do laser (pontual e varredura), visando identificar a melhor estratégia terapêutica. Três participantes foram excluídos: um por reação alérgica à cobertura primária na segunda semana; outro por agravamento da lesão durante o uso da placa de alginato, o que levou à definição da espuma de poliuretano como cobertura padrão do protocolo; e um terceiro, mesmo após completar as dez semanas, foi excluído por utilizar a técnica de varredura, considerada ineficaz por não garantir a entrega da potência programada. O único participante que seguiu o protocolo com espuma de poliuretano e laserterapia pontual apresentou cicatrização completa da lesão em cinco semanas. Conclusão: Os resultados preliminares deste protocolo mostram que a laserterapia de baixa intensidade pode ser uma ferramenta importante no tratamento de úlceras venosas. Considerando que é um protocolo, houve participação limitada de indivíduos. Esses pontos evidenciam o quanto é essencial a realização de pilotos para estabelecer parâmetros de tratamento. Cassia Evangelista Delgado Kelli Borges Dos Santos Thamiris Sant’ana Fernandes Fernanda Vieira Nicolato Isabela Xavier Damasceno Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ÀS PESSOAS COM FERIDAS ONCOLÓGICAS: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA NO BRASIL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2090 Introdução: O câncer é uma das patologias de maior crescimento mundial, sendo responsável por cerca de uma em cada seis mortes. Estimativas indicam que 5% a 10% das pessoas acometidas desenvolvem feridas, decorrentes de um tumor primário ou metástases, que impactam significativamente a qualidade de vida, causando dor, limitações funcionais e alterações na autoestima, autoimagem e interação social. Diante desse contexto, este estudo buscou responder: qual é a assistência do(a) enfermeiro(a) às pessoas com ferida oncológica no Brasil? Objetivo: Identificar a assistência do(a) enfermeiro(a) às pessoas com ferida oncológica no cenário nacional. Metodologia: Revisão integrativa da literatura incluindo publicações entre 2010 e 2022; nos idiomas português, inglês ou espanhol, de acesso gratuito e texto completo, realizadas no Brasil. Foram excluídas citações, resumos, revisões de literatura, monografia, teses e editoriais. A seleção seguiu as etapas do Fluxograma de Prisma: identificação, seleção, elegibilidade e inclusão. A amostra final compreendeu três artigos, majoritariamente publicados em 2014, no idioma português, realizados na região Sudeste e com abordagem quantitativa. Resultados: Os artigos evidenciaram a importância de o(a) enfermeiro(a) estar capacitado(a) para identificar, prevenir, tratar e educar pessoas com feridas e seus familiares ou cuidadores. O profissional deve atentar para a utilização de curativos ou terapias adjuvantes que não promovam a cicatrização, visto que irão repercutir no crescimento do tumor e piora do quadro. O cuidado deve priorizar o controle da sintomatologia (sangramento, excesso de exsudato e odor), limpeza adequada e escolha de coberturas apropriadas, reconhecendo que, em muitos casos, o objetivo não é a cicatrização, mas a estabilização do quadro e a melhoria da qualidade de vida. Conclusão: A assistência de enfermagem a pessoas com ferida oncológica deve ter enfoque paliativo e centrado no controle de sintomas, aliada à educação do paciente e da família. Esses cuidados subsidiam a elaboração de protocolos assistenciais e a disseminação do conhecimento, fortalecendo a prática baseada em evidências e a qualificação do cuidado de enfermagem. Emanuela Cardoso Da Silva Jedalva Elias Dos Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A PACIENTES COM FERIDAS EM SERVIÇO DE ESTOMATERAPIA AMBULATORIAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2091 Vanessa Silveira Faria Leilane Maracaja Duarte Maria Luiza Pereira Costa Aurilene Lima Da Silva Amaurilio Oliveira Nogueira Margarida Maria Da Silva Soares Antonia Ivoneide Freires Araujo Da Silva Arthur Monte Barreto Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CUIDADO DE FERIDAS EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2092 INTRODUÇÃO: Pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) são especialmente vulneráveis a Lesões por Pressão (LP), devido à exposição a diversos fatores de risco, como mobilidade reduzida, aporte nutricional inadequado, fricção e cisalhamento, tempo de internação prolongado, uso de drogas vasoativas, idade avançada e presença de comorbidades (WENZEL, WHITAKER, 2024). Há uma variedade de coberturas no mercado com diferentes ações no processo de cicatrização, o que reforça a necessidade de o enfermeiro conhecer essas opções para otimizar o manejo de feridas (MACÊDO et al., 2021). OBJETIVO: Relatar a experiência de residentes de enfermagem no tratamento de feridas em uma UTI. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, sobre a atuação de residentes de enfermagem no tratamento de feridas em pacientes internados em uma UTI localizada no estado PI, composta por 20 leitos, entre março e agosto de 2024. RESULTADOS: Durante seis meses, as residentes prestaram cuidados a pacientes críticos, incluindo aqueles em ventilação mecânica invasiva, uso de drogas vasoativas, monitorização invasiva e procedimentos cirúrgicos à beira-leito. As lesões mais prevalentes nesta unidade foram as Lesões por Pressão (LP), principalmente nas regiões sacral e coccígea, além de dermatites associadas à incontinência (DAI) e lesões causadas por dispositivos médicos(LPDM). Após a identificação de uma lesão, sua notificação era registrada no sistema de informação do hospital e comunicada à equipe multiprofissional, em foco a enfermagem, o que favorecia as medidas preventivas como as mudanças de decúbito, o uso de coberturas adequadas para o manejo das lesões identificadas, avaliação da equipe nutricional e, quando necessário, uso de medicamentos sistêmicos para controle da dor ou infecção de acordo com o quadro clínico do paciente. É essencial que o enfermeiro tenha conhecimento sobre as coberturas para promover uma cicatrização rápida e prevenir complicações. As principais coberturas utilizadas pelas residentes, conforme a etiologia e características das lesões, incluíam espumas com bordas de silicone para gerenciamento da pressão, fibras com e sem prata, hidrogel, alginato, ácidos graxos essenciais, papaína a 10% e 15 %, coberturas com PHMB e gazes com petrolato. Entre essas, devido às lesões mais comuns identificadas, como LP nos estágios 1, 2 e 3, destacaram-se o uso de AGE, fibras com ou sem prata, espumas, hidrogel ou papaína. O acompanhamento diário e as trocas de curativo conforme recomendado evidenciaram a melhora das lesões quando a cobertura adequada era aplicada. CONCLUSÃO: A experiência das residentes na UTI reforçou a importância do conhecimento técnico e da colaboração multiprofissional no tratamento de lesões complexas. O manejo de feridas em pacientes críticos exigiu mais do que a escolha de coberturas, demandando compreensão da etiologia das lesões e uma abordagem preventiva contínua. O envolvimento ativo na identificação, notificação e intervenção terapêutica permitiu que as residentes desenvolvessem habilidades práticas essenciais para o cuidado intensivo, aprimorando sua capacidade de resposta e sensibilidade no manejo de lesões. Alice Da Silva Katia Cilene Gonçalves Da Silva Elaine Ferreira Braz Lima Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ASSOCIAÇÃO DE TECNOLOGIAS AVANÇADAS NO CUIDADO DE ENFERMAGEM EM ESTOMATERAPIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2093 Introdução: O cuidado de enfermagem tem avançado com a incorporação de tecnologias que otimizam os resultados assistenciais, especialmente no contexto do tratamento de condições que exigem atenção especializada e recursos inovadores. O tratamento eficaz requer estratégias baseadas em evidências, que combinem controle microbiológico, estimulação tecidual e alívio da dor. Tecnologias como o curativo com tecnologia lípido coloide com prata (TLC-Ag), composto por matriz lipido-colóide com prata e fibras poliabsorventes que favorecem a cicatrização em ambiente úmido, além de exercerem ação antimicrobiana local. A laserterapia de baixa intensidade (LTBI) também tem se destacado por promover fotobiomodulação, estimulando angiogênese, proliferação de fibroblastos e controle da dor, com evidências crescentes na prática clínica. Objetivo:Relatar a experiência da aplicação integrada do curativo TLC-Ag associado à laserterapia, destacando os efeitos sobre a cicatrização, infecção e dor. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência profissional, desenvolvido por enfermeira estomaterapeuta, no período de junho a julho de 2025, no ambulatório de curativos de um hospital público de ensino do Norte do Paraná. Resultados:A associação das tecnologias possibilitou otimização dos recursos e favoreceu a condução do cuidado de forma sistematizada e eficaz. A prática demonstrou- se positiva quanto à condução do processo assistencial, permitindo melhor organização do tempo, espaçamento entre atendimentos, e engajamento da equipe multidisciplinar. Foi percebido também impacto positivo na padronização de condutas, ampliação da autonomia profissional e na tomada de decisão do enfermeiro quanto à seleção de recursos terapêuticos baseados em evidências. A experiência prática com a associação do curativo TLC-Ag e da laserterapia evidenciou a aplicabilidade e efetividade dessas tecnologias no contexto do cuidado especializado em enfermagem. A utilização conjunta promoveu benefícios no processo assistencial, reforçando a importância da incorporação de tecnologias avançadas à rotina clínica e da atuação crítica e qualificada do enfermeiro como protagonista no cuidado inovador. Conclusão: A associação entre o curativo com tecnologia TLC-Ag e a laserterapia demonstrou- se eficaz no manejo de feridas promovendo rápida granulação, alívio da dor e controle infeccioso. Tais resultados são consistentes com a literatura científica, que reconhece os efeitos terapêuticos da prata iônica e da fotobiomodulação sobre a cicatrização tecidual, reforçando a importância do uso de tecnologias combinadas no cuidado avançado de feridas. Natália Paladini De Oliveira Adriana Estela Pinesso Rafaele Christine Garcia Marconato Valeria Rodrigues Godoi Maria Julia De Lima Fabiane Urizzi Alessandra Ladeira Bocois Rita De Cassia Domansky Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO ESTOMATERAPEUTA EM UMA REDE DE FRANQUIAS DE ILPIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE QUALIFICAÇÃO DO CUIDADO EM IDOSOS COM FERIDAS. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2094 Introdução: O envelhecimento populacional no Brasil tem aumentado a demanda por cuidados especializados em ILPIs, onde o risco de Lesão por Pressão (LPP) é elevado devido à imobilidade, comorbidades e fragilidade funcional das pessoas idosas². As alterações fisiológicas do envelhecimento, como fragilidade tecidual e declínio sensorial, aumentam essa vulnerabilidade, sobretudo em acamados¹. A LPP é caracterizada por dano tecidual em proeminências ósseas, associado à pressão prolongada e redução da perfusão ³. Ferramentas como a Escala de Braden e a Mini Avaliação Nutricional (MAN®) são comumente utilizadas como estratégias para orientar práticas assistenciais²–?. Observa-se lacuna de conhecimento entre profissionais de enfermagem na utilização dessas ferramentas. A inserção do enfermeiro estomaterapeuta, profissional habilitado na área, pode representar avanço significativo na qualidade do cuidado oferecido. Objetivos: Relatar a experiência da atuação do enfermeiro estomaterapeuta em uma rede de franquias de ILPIs, com foco na prevenção de LPP e na qualificação da equipe de enfermagem, por meio de ações educativas voltadas para avaliação geriátrica, prevenção de feridas e conhecimento sobre coberturas. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência profissional, conduzido em uma rede privada de franquias de ILPIs, localizadas em diferentes regiões do Brasil, no período de junho de 2024 a junho de 2025. O foco esteve em ações educativas, com o objetivo de disseminar o conhecimento na prevenção de LPP e as ações implementadas incluíram: a) Treinamentos teóricos virtuais; b) Elaboração e distribuição de materiais educativos, como Escala de Risco Braden, Escala Push, Protocolos sobre Estágios da LPP, Relógio de Lothian, DAI (Dermatite Associada à Incontinência) e treinamentos sobre os tipos de coberturas para feridas existentes no mercado; c) Capacitação da equipe sobre o uso e importância do Relógio de Lothian para mudanças de decúbito. Todos os treinamentos foram realizados sob minha orientação, como enfermeira estomaterapeuta, com o intuito de promover a educação continuada da equipe. Resultados: A educação continuada da equipe de enfermagem trouxe benefícios significativos, como maior segurança no conhecimento sobre feridas, cuidados com a pele e conhecimento sobre as ferramentas para avaliação. Observou-se maior entendimento sobre coberturas de feridas, evidenciando a relevância da atuação do estomaterapeuta como facilitador na formação contínua da equipe. A educação continuada mostrou-se eficaz para a capacitação do conhecimento, tanto na qualidade do cuidado quanto na capacitação técnica dos profissionais. Conclusão: A atuação do enfermeiro estomaterapeuta em ILPIs mostrou-se uma estratégia eficaz para qualificação profissional, promovendo avanços no conhecimento da prevenção e atualização sobre feridas. O relato destaca a importância desse profissional nas instituições, ressaltando a necessidade de sua integração nas equipes multiprofissionais para garantir qualidade, segurança e dignidade no cuidado às pessoas idosas. As ações focaram exclusivamente na educação continuada, sem envolvimento de coleta de dados ou intervenções clínicas que demandassem aprovação ética. Manuela Perdigão Silva Da Costa Eduarda De Faria Ferreira Viviane Monaliza Gomes Joyce Duarte Caseiro Moraes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ATUAÇÃO DO ESTUDANTE DE ENFERMAGEM NO CUIDADO A PACIENTE COM LESÃO CRÔNICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2095 INTRODUÇÃO: A Clínica Universitária de Enfermagem e Multiprofissional da UENP - campus Luiz Meneghel implantada em março de 2019, realiza atendimento à população de Bandeirantes e da região do Norte Pioneiro do Paraná. O serviço oferece cuidados assistenciais de qualidade na área da saúde, por meio de consultas de enfermagem previamente agendadas, solicitação de exames laboratoriais e encaminhamentos para a rede de apoio especializada, conforme as necessidades identificadas em cada caso. OBJETIVO: Relatar a experiencia de um acadêmico durante um atendimento do projeto "Cuidados de Enfermagem a Pessoas com Feridas". MÉTODO: O projeto "Cuidados de Enfermagem a Pessoas com Feridas" tem como propósito oferecer um cuidado direcionado à prevenção e ao tratamento de feridas. O atendimento é voltado, principalmente, para pessoas com lesões agudas e crônicas e diagnóstico de Diabetes Mellitus (DM). O projeto apresenta aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer nº. 7.193.137). RESULTADOS: Paciente do sexo masculino, 63 anos, casado, hipertenso e diabético, compareceu á Clínica de Enfermagem no dia 27/02/2025, apresentando lesão localizada em membro inferior esquerdo, com extensão desde a região dorsal do pé até a porção distal da perna, alcançando a região infrapatelar, com exposição de tendões (Tendão Tibial Posterior, Tibial Anterior, Tendão Extensor Longo do Hálux e Tendões Extensores dos Dedos). Esta condição foi resultante de um quadro clínico de erisipela bolhosa que evoluiu para um procedimento cirúrgico (desbridamento) e resultou em amputação de Hálux esquerdo em 19/01/2025. No decorrer do atendimento avaliou-se a lesão, sendo observado tecido de granulação, esfacelo e tecido necrótico, com presença de secreção sanguinolenta em grande quantidade. Higienizado com soro fisiológico 0,9% e clorexidina 2%.Para o tratamento tópico utilizou-se hidrogel com alginato, coberto com gaze e atadura. Ao final, o paciente foi orientado quanto a troca de curativo e o retorno semanal. Após 30 dias de acompanhamento, o paciente segue aos cuidados do projeto, apresentando grandes avanços em seu processo de cicatrização, havendo redução do leito da ferida, aumento da quantidade de tecido de granulação e redução de esfacelo. No dia 01/04/2025, foi submetido a uma nova avaliação sendo adotado como conduta a cobertura primária de curativo Askina Transorbent com troca a cada 7 dias. Diante disso, observa-se uma evolução positiva no quadro clínico da paciente, resultado da atuação integrada e qualificada da equipe de enfermagem. Destaca-se, nesse contexto, a relevância da Clinica de Enfermagem como espaço formativo e assistencial, contribuindo significativamente tanto para a promoção da saúde da comunidade quanto para o desenvolvimento técnico-científico dos graduandos envolvidos em projetos de extensão. Além disso, o acolhimento humanizado, pautado na escuta ativa e na empatia, demonstra ser um elemento essencial na construção de vínculos terapêuticos e na efetividade do cuidado fortalecendo a confiança entre profissional e usuário e promovendo um ambiente mais seguro e resolutivo. Rian Batista Lima Izabela Maria Peresini De Godoi Isabelle Moraes Barbosa Fernanda Prado Marinho Ricardo Castanho Moreira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ATUAÇÃO SISTEMATIZADA DO ESTOMATERAPEUTA NO MANEJO COM LESÃO PÓS-TRAUMÁTICA E PÓS-OPERATÓRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2096 Introdução: O trauma é um considerado um problema de saúde pública, assim, consequentemente as cirurgias ortopédicas vem se tornando mais frequentes e mais complexas1. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é crucial para o contexto cirúrgico, pois sistematiza o cuidado fornecido ao paciente, possibilitando a identificação de diagnósticos e a execução de intervenções com base em evidências2. Objetivo: Descrever a Sistematização da Assistência de Enfermagem aplicada ao cuidado de um paciente com lesão pós-traumática e pós-operatória. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, referente à SAE, com aplicação das taxonomias NANDA-I3, NIC4 e NOC5, realizada em consultório de estomaterapia na cidade de Fortaleza no estado do Ceará. Os cuidados de enfermagem foram realizados com um paciente que sofreu um acidente motociclístico resultando em fratura exposta múltipla de metatarsos do pé direito, com lesão pós-operatória e uso de fios de Kirschner. Inicialmente, foi realizada a anamnese para coleta de dados, seguiu-se o exame físico com ênfase na avaliação da ferida, incluindo localização, dimensões , profundidade, características do leito, bordas, exsudato e presença de alterações de coloração. Resultados: Foram identificados os seguintes diagnósticos de enfermagem (NANDA-I): (1) Integridade da pele prejudicada relacionada às lesões e feridas, evidenciada por superfície cutânea rompida. (2) Risco de infecção relacionado à integridade da pele prejudicada. As intervenções de enfermagem (NIC) incluíram: desbridamento instrumental conservador, mecânico e autolítico para remoção de tecido necrótico e esfacelo, limpeza com solução de poli-hexametilenobiguanida, aplicação de curativos especializados (carvão ativado com prata, hidrofibra com prata, terapia de pressão negativa associada com espuma de prata, proteção da pele perilesional com barreira de silicone e de estruturas nobres com tela não aderente e o monitoramento contínuo de sinais de infecção local. Os resultados esperados (NOC) envolviam: cicatrização da ferida, redução da área e profundidade da lesão, diminuição do tecido necrótico e esfacelado, aumento do tecido de granulação, epitelização completa e ausência de sinais de infecção local e sistêmica. Conclusão: A SAE foi essencial para organizar o cuidado, focando sempre nas necessidades individuais do paciente com lesão pós-traumática e pós-operatória. Os diagnósticos de enfermagem e as intervenções baseadas em evidências direcionaram a prática clínica. Nesse contexto, a estomaterapia teve um papel crucial, com seu olhar clínico e conhecimento específico para o manejo adequado da ferida. Este relato destaca a SAE como uma ferramenta indispensável para garantir um cuidado seguro, eficaz e individualizado, mesmo em situações de alta complexidade. Camila Barroso Martins Thalia Alves Chagas Menezes Tifanny Horta Castro Beatriz Alves De Oliveira Francisca Alexandra Araújo Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AVALIAÇÃO DA FOTOBIOMODULAÇÃO COMO TERAPIA ADJUVANTE EM PACIENTES COM HIDRADENITE SUPURATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2097 INTRODUÇÃO A hidradenite supurativa (HS) é uma dermatose crônica, recorrente, derivada de uma processo inflamatório do folículo piloso, caracterizada pela manifestação dolorosa de nódulos inflamatórios, abscessos, fístulas drenantes e cicatrizes hipertróficas em regiões típicas como região axilar e inguinal. Essa condição apresenta um impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos afetados, ocasionando limitações físicas e comprometimento da autoimagem ¹ ² ³. OBJETIVO Avaliar o efeito da fotobiomodulação na manutenção da dor, dos sinais inflamatórios e qualidade de vida de pessoas com hidradenite supurativa. MÉTODO Trata-se de um estudo de Coorte Prospectivo, de natureza descritiva e quantitativa, aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade Estadual de Campinas pelo CAAE 65672322.4.0000.5404. Foram incluídos no estudo 15 pacientes, totalizando 63 lesões de hidradenite, de ambos os sexos portadores de hidradenite supurativa em acompanhamento ambulatorial. Os participantes foram submetidos a 4 sessões de fotobiomodulação, aplicadas conforme protocolo: 660 nm, 100 mW, 1 J/cm2, uma vez por semana. O tratamento convencional foi continuado em todos os participantes. Realizaram-se avaliações semanais acompanhadas de registro fotográfico e aplicação do instrumento Dermatology Life Quality Index (DLQI-BRA), que avalia o impacto da doença de pele na qualidade de vida, e a Escala Numérica de Dor, que avalia de forma subjetiva a dor do paciente. A resposta ao tratamento foi feita através da avaliação dos sinais inflamatórios (edema, drenagem de secreção/exsudato, hiperemia e dor), e foram classificadas em redução total dos sinais inflamatórios (pontuação de 3), redução parcial (pontuação de 1 ou 2) e nenhuma redução (pontuação de 0). RESULTADOS A composição da amostra foi majoritariamente masculina 53,33% (n=8), sendo que a maior parte das lesões ocorreram em regiões típicas (axila, virilha períneo e interglútea) 73% (n=29). Após o tratamento foi observado uma melhora da qualidade de vida em 80% (n=12) dos participantes, com redução da pontuação média geral de 16,2 (grave impacto na qualidade de vida) para 10,6 (moderado impacto na qualidade de vida). Também houve redução do grau de dor em 80% (n=12) dos pacientes estudados, com redução da pontuação média de 6,8 para 3,5. Houve redução parcial dos sinais inflamatórios em 50% (n=32) das lesões e uma remissão completa dos sinais inflamatórios em 14% (n=9) das lesões. As comparações entre os tempos com relação aos escores do DLQUI e de dor foram realizadas por meio do teste Wilcoxon pareado (Pagano et al., 2022). A distribuição dos dados foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para realização dessas análises foram utilizados os softwares estatísticos SAS versão 9.4 e SPSS versão 23 e considerado um nível de significância de 5%. CONCLUSÃO A fotobiomodulação é uma terapia adjuvante eficiente no tratamento da hidradenite supurativa, com efeitos positivos na melhora da qualidade de vida, redução da dor e sinais inflamatórios. Thays De Freitas Adami Eliana Pereira De Araujo Beatriz Barbieri Bortolozo Lício Augusto Velloso Renata Ferreira Magalhães Maria Helena Melo Lima Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AVALIAÇÃO DA FOTOBIOMODULAÇÃO COMO TERAPIA ADJUVANTE EM PACIENTES COM HIDRADENITE SUPURATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2098 INTRODUÇÃO A hidradenite supurativa (HS) é uma dermatose crônica, recorrente, derivada de uma processo inflamatório do folículo piloso, caracterizada pela manifestação dolorosa de nódulos inflamatórios, abscessos, fístulas drenantes e cicatrizes hipertróficas em regiões típicas como região axilar e inguinal. Essa condição apresenta um impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos afetados, ocasionando limitações físicas e comprometimento da autoimagem ¹ ² ³. OBJETIVO Avaliar o efeito da fotobiomodulação na manutenção da dor, dos sinais inflamatórios e qualidade de vida de pessoas com hidradenite supurativa. MÉTODO Trata-se de um estudo de Coorte Prospectivo, de natureza descritiva e quantitativa, aprovado pelo comitê de ética e pesquisa da Universidade Estadual de Campinas pelo CAAE 65672322.4.0000.5404. Foram incluídos no estudo 15 pacientes, totalizando 63 lesões de hidradenite, de ambos os sexos portadores de hidradenite supurativa em acompanhamento ambulatorial. Os participantes foram submetidos a 4 sessões de fotobiomodulação, aplicadas conforme protocolo: 660 nm, 100 mW, 1 J/cm2, uma vez por semana. O tratamento convencional foi continuado em todos os participantes. Realizaram-se avaliações semanais acompanhadas de registro fotográfico e aplicação do instrumento Dermatology Life Quality Index (DLQI-BRA), que avalia o impacto da doença de pele na qualidade de vida, e a Escala Numérica de Dor, que avalia de forma subjetiva a dor do paciente. A resposta ao tratamento foi feita através da avaliação dos sinais inflamatórios (edema, drenagem de secreção/exsudato, hiperemia e dor), e foram classificadas em redução total dos sinais inflamatórios (pontuação de 3), redução parcial (pontuação de 1 ou 2) e nenhuma redução (pontuação de 0). RESULTADOS A composição da amostra foi majoritariamente masculina 53,33% (n=8), sendo que a maior parte das lesões ocorreram em regiões típicas (axila, virilha períneo e interglútea) 73% (n=29). Após o tratamento foi observado uma melhora da qualidade de vida em 80% (n=12) dos participantes, com redução da pontuação média geral de 16,2 (grave impacto na qualidade de vida) para 10,6 (moderado impacto na qualidade de vida). Também houve redução do grau de dor em 80% (n=12) dos pacientes estudados, com redução da pontuação média de 6,8 para 3,5. Houve redução parcial dos sinais inflamatórios em 50% (n=32) das lesões e uma remissão completa dos sinais inflamatórios em 14% (n=9) das lesões. As comparações entre os tempos com relação aos escores do DLQUI e de dor foram realizadas por meio do teste Wilcoxon pareado (Pagano et al., 2022). A distribuição dos dados foi avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk. Para realização dessas análises foram utilizados os softwares estatísticos SAS versão 9.4 e SPSS versão 23 e considerado um nível de significância de 5%. CONCLUSÃO A fotobiomodulação é uma terapia adjuvante eficiente no tratamento da hidradenite supurativa, com efeitos positivos na melhora da qualidade de vida, redução da dor e sinais inflamatórios. Thays De Freitas Adami Beatriz Barbieri Bortolozo Lício Augusto Velloso Renata Ferreira Magalhães Maria Helena Melo Lima Eliana Pereira De Araujo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AVALIAÇÃO DAS NECESSIDADES DE AUTOCUIDADO DE PESSOAS COM FERIDAS COMPLEXAS À LUZ DA TEORIA DE OREM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2099 Introdução: Uma ferida complexa surge quando o corpo não consegue completar o processo de cicatrização dentro das condições esperadas, como período de cicatrização superior a três meses, vascularização comprometida, presença de necrose, de infecção e a associação de outras comorbidades que influenciam na cura Todavia, devido a complexidade da circunstância do paciente, pode-se associar a assistência a com a Teoria do Autocuidado de Orem, que tem como objetivo promover uma independência parcial ou total do paciente, na condução dos cuidados prescritos através de práticas de autocuidado. Objetivo: avaliar as necessidades de autocuidado dos pacientes com feridas complexas à luz da teoria de Orem. Metodologia: O estudo foi do tipo exploratório, descritivo com abordagem qualitativa somado a uma pesquisa documental, foi realizado na cidade de Icó, no Ceará, na Clínica Escola do Centro Universitário Vale do Salgado. A amostra foi composta por pacientes portadores de feridas complexas atendidos no Ambulatório de Prevenção e Tratamento de Lesões, que realizam o curativo duas vezes por semana no ambulatório. A coleta ocorreu de forma presencial, através da utilização de um formulário sociodemográfico e clínico, e um roteiro norteador de uma entrevista com questões voltadas para o autocuidado. Os dados coletados foram tratados pelo método Análise de Conteúdo, seguindo a modalidade da análise da temática, após isso, foi realizada uma correlação com a Teoria do Autocuidado de Orem. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa, sob o parecer nº 4.294.319. Resultados e Discussões: O estudo encontrou participantes de 28 a 77 anos, obteve um maior índice de participantes do sexo masculino, com ensino fundamental incompleto ou com ensino médio completo, aposentados, com renda de até 1 salário mínimo, e solteiros. A lesão com maior prevalência foi úlcera venosa, o tempo de tratamento variou entre 1 mês e 3 anos e apresentaram como principal complicação, a infecção. Quanto à avaliação das necessidades de autocuidado, foram estabelecidas duas categorias: Atividades diárias de Autocuidado de pacientes com FC apoiados no sistema parcialmente compensatório e os Aspectos psicológicos relacionados a existência de uma ferida complexa de acordo com o Sistema de apoio – educação, foi notório que as limitações ultrapassaram as barreiras físicas como higienização da lesão, automedicação, alimentação, mas que existem também fatores financeiros que são limitantes e principalmente psicossociais a exemplo de sentimentos como ansiedade e vergonha. Conclusão: Sendo assim, é de sua importância a associação da assistência de enfermagem ao paciente com ferida complexa a Teoria do Autocuidado de Orem, para que assim haja uma corresponsabilidade no tratamento, assegurando um cuidado holístico, para que assim o tratamento seja mais efetivo. Rita De Cássia Pinheiro Ricarte Clares João Paulo Xavier Silva Josué Barros Júnior Rayanne De Sousa Barbosa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS CLÍNICOS ESSENCIAIS PARA PRESCRIÇÃO DE CURATIVOS ESPECIAIS PELO ENFERMEIRO: ESTUDO DE CASO CLÍNICO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2100 Introdução: A prática baseada em evidências é essencial para o planejamento dos cuidados no processo de cicatrização de lesões de pele, afim de prescrever curativos especiais. A Atenção Primária em Saúde - APS é a principal forma de acesso a saúde brasileira. A enfermagem possui papel estratégico no acesso e intervenção terapêutica aos curativos. É fundamental o desenvolvimento de conhecimento técnico científicos, desenvolver habilidades para realizar o cuidado aos pacientes de feridas crônicas/agudas1. Objetivo geral: Apresentar os parâmetros clínicos por meio da ferramenta TIME de uma lesão por pressão por prescrição de coberturas especiais pelo enfermeiro. Metodologia: Trata-se de um relato de um caso clínico de pessoa portadora de feridas crônica, de caráter descritivo, por meio da atividade profissional do cotidiano do enfermeiro subsidiado pela ferramenta TIME. Os parâmetros de avaliação TIME remetem: "T" refere-se à identificação do tecido presente no leito da lesão, o "I" evidencia os sinais de inflamação ou infecção que podem existir, o "M" trata-se da gestão do exsudado e o "E" descreve as características das bordas da ferida2 Resultados: A atenção à saúde está sendo realizado no domicilio da paciente com dificuldade de mobilidade, sendo a prescrição das coberturas especiais realizadas pelo enfermeiro por meio da caracterização da lesão pela ferramenta TIME. É uma estratégia objetiva de avaliação de feridas e possibilita uma escolha terapêutica na perspectiva da preparação do leito da ferida, na avaliação de inflamações e infecções. A paciente apresentava lesão por pressão no calcâneo direito não classificada pela dificuldade de observar a profundida da lesão, sendo assim T: inicialmente pele integra escurecida com secreção líquida; I: sinais flogísticos como dor local, edema, com suspeita de biofilme. Ao realizar o desbridamento mecânico drenou secreção líquida com necrose de coagulação e esfacelo em tecido subcutâneo e excesso de exsudato fétido. Logo, era preciso investir no desbridamento mecânico, autolitíco; M: com controle do excesso de umidade E: pele macerada. Foi utilizado a laserterapia para redução da dor a manipulação e potencializar a cicatrização. Em termos de coberturas primária foi utilizado fibras de carboximetilcelulose sódica, cloreto de benzetônio com edta, associada ao PHMB em gel, com curativo superabsorvente como cobertura secundária com troca semanal. Após o primeiro curativo foi observado que apresentou saturação ocasionando a maceração da borda - E, modificado troca para duas vezes durante a semana. Durante o processo foi necessário associar antibiótico terapia oral. A lesão está em processo de cicatrização com melhora da borda e redução da hiperemia perilesão - E, apresentando tecido de granulação com necrose central - T - mantendo desbridamento autolitico e mecânico, quando necessário. Fatores que dificultam a cicatrização da paciente: idade, peso corporal, motilidade reduzida, ingesta inadequada de proteínas e vitaminas. Thais Dalla Costa Sartori Raquel Azevedo De Castro Camila Da Rosa Janczura Gabriela Zenatti Ely Janine Koepp Karine Zenatti Ely Mônica Baréa Geyllany Marques Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UMA COBERTURA DE ESPUMA COM HIDROFIBRA REVESTIDA POR SILICONE NO MANEJO DO MICROCLIMA SACRAL EM PACIENTES COM RISCO ELEVADO PARA LESÕES POR PRESSÃO: ESTUDO PRELIMINAR NO BRASIL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2101 Título: Avaliação do desempenho de uma cobertura de espuma com hidro?bra revestida por silicone no manejo do microclima sacral em pacientes com risco elevado para lesões por pressão: estudo preliminar no Brasil. Introdução: O microclima cutâneo, compreendido como a temperatura e a umidade na interface entre a pele e superfícies externas, exerce papel determinante na fisiopatologia das lesões por pressão (LP). O manejo adequado desse microclima é considerado uma estratégia essencial na prevenção de LP, especialmente em pacientes críticos. Objetivo: Avaliar a eficácia de um curativo de espuma multicamadas com hidro?bra e revestimento de silicone no controle do microclima sacral de pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI) e semi-intensiva (USI) com pele íntegra, mas com alto risco para desenvolvimento de LP, quando utilizado como adjuvante a um protocolo padrão de prevenção. Métodos: Trata-se de uma série de casos prospectiva conduzida com pacientes internados em UTI e USI. Foram incluídos indivíduos com risco elevado para LP, sem lesões instaladas na região sacral. O microclima foi monitorado diariamente por até sete dias consecutivos por meio de câmera termográfica (temperatura) e dispositivo de bioimpedância elétrica (umidade). Os dados coletados foram analisados quanto às variações ao longo do tempo e às possíveis correlações com fatores clínicos, como tabagismo, etilismo, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus. Resultados: Foram incluídos 25 pacientes. A umidade média da região sacral nos quatro primeiros dias de uso do curativo foi de 20,7%. Houve redução nos níveis de umidade nos dias 5 e 6, com retorno aos valores semelhantes aos do segundo dia no dia 7. A temperatura sacral permaneceu estável durante todo o período de uso. Não foram observados casos de LP nos participantes ao longo do acompanhamento. Nenhuma correlação significativa foi identificada entre os parâmetros do microclima e as comorbidades avaliadas. Conclusão: O curativo de espuma com hidro?bra e revestimento de silicone demonstrou eficácia no manejo do microclima sacral de pacientes críticos com alto risco para LP, sem ocorrência de lesões durante o acompanhamento. Os achados reforçam seu potencial como recurso complementar em protocolos padronizados de prevenção de LP em contextos envolvendo pacientes críticos. Carla Paladini Cavazana Juan Gonçalves Julia Teixeira Nicolosi Viviane Fernandes De Carvalho Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AVALIAÇÃO DO ESTRESSE PERCEBIDO EM PESSOAS COM FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO: SÉRIE DE CASOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2102 Introdução: O estresse psicológico tem sido descrito como um fator associado ao aumento na inflamação, infecção, nos níveis de cortisol e na lentificação do processo cicatricial em pacientes com feridas. Pessoas com feridas de difícil cicatrização passam por diversas dificuldades psicossociais, como depressão e isolamento social, que estão diretamente ligados a aderência ao tratamento e ao sucesso nos processos de regeneração tecidual. Apesar da evidência clínica, há poucos estudos sobre a aplicação de instrumentos para medir o estresse e avaliar o seu impacto na cicatrização de feridas durante o atendimento ambulatorial em clínica de Estomaterapia. Objetivo: Exemplificar a avaliação do estresse, distresse e coping percebidos por pacientes com feridas de difícil cicatrização, atendidos em ambulatório de Estomaterapia. Métodos: Trata-se de um estudo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, de análise secundária, observacional e prospectivo de 10 pacientes adultos com feridas de difícil cicatrização, acompanhados durante duas a seis consultas. Foi escolhido um caso representante de cada etiologia, sendo elas: úlceras de origem vascular (arterial; venosa e mista), úlcera por doença microvascular em paciente com diabetes, lesão por pressão, lesão traumática, ferida neoplásica maligna, ferida de amputação, ferida infecciosa e úlcera de membro inferior por doença reumatóide. Foram utilizados: Formulário de dados sociodemográficos e clínicos; Inventáro Breve de Dor (0-10), nas suas avaliações de sensibilidade - BPIS e interferência da dor na vida diária - BPII; Instrumento de Avaliação da Ferida de Bates Jensen - BWAT (13-65) e Escala de Estresse Percebido - PSS (0-56), incluindo coping e distresse, com dados expressos em médias. Os dados foram coletados por meio de entrevista, exame físico da ferida e prontuários dos pacientes atendidos em Ambulatório de Estomaterapia de um hospital público da cidade de São Paulo. Resultados: Os pacientes tinham ferida principalmente em membro inferior, com duração de 21,2 meses; BWAT 23,7; BPIS 4; BPII 3,2. O estresse foi caracterizado por PSS total de 28,5 pontos, distresse de 16,4 e coping 16. Na última consulta foi observada diminuição de 4,3 pontos na BWAT; 0,8 na BPIS; 7,6 pontos na PSS com 5,3 no distresse. A BPII aumentou 0,7 e o coping 2,2. Classificando o nível de estresse percebido por paciente, nas primeiras consultas, seis pacientes apresentavam estresse moderado, alto ou muito alto e quatro estresse baixo ou normal. Conclusão: Há uma tendência de relação entre estresse percebido e cicatrização, com o coping influenciando a percepção do estresse. Faz-se necessária uma abordagem multiprofissional, e evidencia- se o potencial da atuação do enfermeiro estomaterapeuta para a avaliação e manejo do distresse e coping percebidos. Beatriz Costa Ferreira Carol Viviana Serna González Beatriz Yamada Vera Lúcia Conceição Gouveia Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AVALIAÇÃO HISTOLÓGICA DOS EFEITOS REPARADORES DA FOTOBIOMODULAÇÃO ASSOCIADA AOS LASERS DE 660 NM E 808 NM EM QUEIMADURAS DE ESPESSURA TOTAL EM MODELO EXPERIMENTAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2103 Introdução: As queimaduras de espessura total representam um grave problema de saúde pública, com altos índices de morbidade, mortalidade e custos associados, especialmente no Brasil. O tratamento dessas queimaduras é complexo, envolvendo cicatrização inadequada e complicações como cicatrizes hipertróficas. A fotobiomodulação (FBM) surge como uma alternativa terapêutica promissora, acelerando a regeneração tecidual e modulando a resposta inflamatória. Objetivo: Avaliar os efeitos da fotobiomodulação com laser 660 nm e 808 nm, aplicados simultaneamente, no reparo de queimaduras de espessura total em modelo experimental. Métodos: Foram utilizados 12 ratos Wistar, divididos em dois grupos: Controle (GC) e Laser Combinado (GLIV), com 6 animais por grupo. O modelo experimental de queimadura de 3º grau foi induzido com uma placa de alumínio de formato circular com 3 cm de diâmetro aquecida a 150°C, causando lesões de aproximadamente 7% da superfície corporal. O grupo GLIV recebeu fotobiomodulação com lasers de 660 nm e 808 nm, aplicados simultaneamente, com 15J de energia total distribuídos em 5 pontos ao redor da lesão. O tratamento foi realizado em dias alternados durante 21 dias. Após o período experimental, amostras de tecido foram coletadas para análise histológica, incluindo avaliação da organização do colágeno, presença de infiltrado inflamatório e formação de novos vasos. As análises foram realizadas com o software ImageJ® e os dados estatísticos foram avaliados pelo Teste t, com significância de p &lt; 0,05. Resultados: No grupo GLIV, após 21 dias, observou-se uma derme com organização estrutural superior em comparação ao GC, evidenciada por disposição mais uniforme das fibras colágenas e arquitetura tecidual mais íntegra. Adicionalmente, identifica-se discreto infiltrado inflamatório e maior presença de neovasos quando comparado ao GC, indicando um processo de reparação tecidual mais avançado e melhor qualidade na remodelação dérmica. Conclusão: A fotobiomodulação com lasers de 660 nm e 808 nm mostrou efeitos positivos no reparo de queimaduras de espessura total, promovendo uma cicatrização mais eficiente. O grupo tratado com a associação dos lasers apresentou melhor organização tecidual, maior integridade da derme, redução do infiltrado inflamatório e aumento da formação de neovasos. Esses resultados indicam que a combinação dos dois comprimentos de onda pode ser uma abordagem terapêutica eficaz para melhorar a cicatrização de queimaduras graves. Andréia Mura Peres Vitória Gonzaga Acerbi Gabriela Saab Sampaio Camila Ribeiro Martins Schwantes Marília Peres Villar Mayra Giovana Da Silva Pereira Ana Laura Martins De Andrade Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 BLEND ALFA SKIN REPAIR A 10% ASSOCIADO AO CREME NÁO IÖNICO EM CALCÄNEOS DE PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2 https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2104 INTRODUÇÃO: O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença crônica com potencial incapacitante decorrente de suas complicações, ela pode ter consequências clínicas, econômicas e sociais para pessoas diabéticas, suas famílias e o sistema de saúde¹. A pele do diabético apresenta vulnerabilidade para ocorrência de lesões, mais comumente são observados xerose, descamação, prurido e pele com características de esclerosamento². Quanto às alterações nos pés dos diabéticos sabe-se que 10% têm ulceração durante a evolução da doença³ e que 20 a 25% das internações dos diabéticos estão relacionadas às complicações nos pés?. Essa complicação pode causar formigamento, dor, infecção, ulceração e a vulnerabilidade imposta por esse acometimento poderá culminar em uma amputação?. OBJETIVOS: Desenvolver produto tendo como princípio ativo os componentes de creme não iônico associado à mistura da manteiga de Sapucainha e ao alfa bisabolol 10% (Blend Alfa Skin Repair a 10%) aplicar e avaliar antes e após, o pH, umidade, oleosidade, equilibrio entre umidade / oleosidade e elasticidade da pele dos calcâneos de pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM). MÉTODO: Estudo clínico randomizado, controlado e triplo-cego. Local: Unidades Básicas de Saúde: Santa Rita do Sapucaí e Pouso Alegre. Critérios inclusão: Pacientes DM2, ambos os sexos, idade ? 40 anos com alterações nos calcâneos. Não inclusão: Pacientes DM1, diabetes gestacional e outros tipos de diabetes, sensibilidade aos compostos do Blend, creme de ureia ou creme não iônico, recusarem assinar o TCLE. Exclusão: reações adversas após a aplicação do produto. Instrumentos: Skin Analyser Digital, Medidor de pH: pele 6118, questionário sociodemográfico, clínico e alterações nos calcâneos. Avaliações: Dias (D)zero, D5 e D10. RESULTADOS: Trinta e oito participantes randomizados entre grupos: Prata: Creme não iônico associado ao Blend Alfa Skin Repair 10%- 13 participantes; Verde: Creme não iônico com 12 participantes e Laranja: Creme não iônico associado ao creme de ureia a 10% com 13 participantes. Dados clínicos: hipertensão; tempo de Diabetes: 0 a 10 anos; sintoma prevalente de dor e desgaste nos joelhos; não apresentavam alergia; prevalência de xerose, fissura e hiperqueratose. Regiões Avaliadas: calcâneos direito (CD) e esquerdo (CE): medial(M) e lateral(L). Grupo Laranja: pH D5: CDM p=0,02, CDL p=0,014, CEM p=0,005, e CEL p= 0,027. Umidade: Grupo Prata: CEM no D10 p=0,048. Oleosidade: Grupo Laranja D5 p=0,049. Equilíbrio: umidade/oleosidade: pré: Grupo Prata e Verde: desequilíbrio leve p=0,024 em CDL. Análise pareada: pH: Grupo Prata: pré/D0 p=0,029, pré/D5 CDM, p=0,001; pré/D0 no CDL, p=0,000, pré/D5 p=0,013; CEM pré/D0 p=0,000, pré e D5 p= 0,038, CEL pré e D0 p=0,016 e D10p=0,001. CONCLUSÃO: O creme não iônico associado à mistura da manteiga de Sapucainha e Alfa bisabolol a 10% - Blend Alfa Skin Repair - foi desenvolvido e avaliado nos calcâneos de participantes com DM2, com melhora da umidade, elasticidade e oleosidade e manutenção do pH equilibrado. Número do Pedido de Registro de Patente no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual: BR102024008687-2 Daniela Dos Santos Morais Sene Valter Henrique Marinho Dos Santos Adriana Rodrigues Dos Anjos Mendonça Diba Maria Sebba Tosta De Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 BOTA DE UNNA EM ÚLCERAS MISTAS COM BAIXOS NÍVEIS DE INDICE TORNOZELO BRAQUIAL (ITB) https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2105 Bota de Unna em úlceras mistas com baixos níveis de Indice Tornozelo Braquial (ITB) Introdução: Úlceras venosas representam 70% das úlceras de perna. Dessas, aproximadamente, 25% também têm um componente arteriosclerótico – são as chamadas Úlceras Mistas1. O uso de Bota de Unna e bandagem de curto estiramento, em úlceras mistas, com insuficiência arterial de leve a moderada (0,5 a 0,8) já são descritos em guidelines e consensos, porém ainda é pouco difundido2. Em relação ao uso da bota de Unna, é frequente sua contraindicação absoluta, seja nas recomendações dos fabricantes, quanto na literatura científica. Dessa forma, surge a indagação: O uso da bota de Unna é, também, indicado em úlcera mista, com insuficiência arterial grave e ITB entre 0,3 e 0,4?3 Objetivo: Analisar as evidências disponíveis na literatura acerca do uso de bota de Unna em úlceras mistas, com insuficiência arterial grave. Método: Trata-se de uma revisão integrativa. Foi conduzida a busca das produções científicas nas bases de dados LILACS, PUBMED/MEDELINE e SCIELO. Resultados: foram identificados10 artigos, publicados em periódicos nacionais e internacionais, no período de 2020 a 2024. Discussão: As úlceras mistas são uma condição complexa e desafiadora no tratamento de feridas, onde há uma combinação de doença venosa e arterial, sendo o grau de comprometimento arterial variável. Pacientes portadores dessas úlceras são mais velhos, têm menor IMC, histórico de tabagismo, e muitas comorbidades. A dor na úlcera é altamente prevalente, há menor qualidade de vida, dificuldade de mobilidade, déficits no autocuidado e isolamento social4. Os pilares do tratamento são terapia compressiva modificada, Bota de Unna, tratamento conservador, ablação venosa, revascularização arterial1. Atualmente, os consensos indicam a terapia compressiva modificada para úlceras mistas com ITB entre 0,5 a 0,8. Há evidências que seu uso aumenta o débito venoso e a perfusão arterial, melhora a dor e o edema, reduz a inflamação local e, frequentemente, resulta em cicatrização4. Por outro lado, os pacientes que apresentam ITB entre 0,3 e 0,5, as referências literárias, em relação ao tratamento tópico conservador são raríssimas e o consenso indica, como primeira conduta, a revascularização. Contudo, pacientes idosos e com muitas comorbidades podem não estar aptos ao procedimento1. Há menções na literatura indicando, nesses casos, o uso de bota de Unna, como bandagem de baixa compressão (18 a 21mmHg) a fim de reduzir o edema, melhorar a perfusão arterial periférica, a dor, a qualidade de vida e até mesmo, resultar em cicatrização3,5. Conclusão As evidências científicas para manejo de úlceras mistas mostram que a terapia compressiva modificada pode ser usada seguramente com insuficiência arterial leve a moderada, entretanto, alguns estudos avaliados sugerem o uso de bota de Unna (Terapia Inelástica) nos casos de insuficiência arterial grave, sob rigorosa vigilância de especialistas. Conclui-se que, diante das escassas evidências de manejo apropriado, mais pesquisas são necessárias. Janete Carvalho Freitas Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 BUSCA ATIVA E PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO E DERMATITE ASSOCIADA À INCONTINÊNCIA NA PEDIATRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2106 Ana Rosa Braga De Souza Madna Avelino Silva Joana Da Silva Assunção Mara Milvia Pontes Melo Resende Luana Ariely Braga Moreira Raimundo Augusto Martins Torres Vanessa Almeida Pinho Silvana Martins Parente Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CALCULADORA CLÍNICA PARA AVALIAR O CUSTO EFETIVIDADE NO TRATAMENTO DAS FERIDAS INFECTADAS, COM USO DA TECNOLOGIA BIOFISICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2107 Objetivo: Construir uma calculadora educativa do tipo simulação realística destinada à capacitação de profissionais da saúde, no melhor tratamento de feridas, com custo efetividade ideal no controle da infecção Método: Estudo metodológico realizado entre janeiro a abril de 2023, que caracteriza o uso de um Excel com inteligência comercial, contendo 4 etapas. Foi desenvolvida em quatro etapas: 1) esboço em Excel dos cálculos do tempo de trabalho dos profissionais da saúde ; 2) elaboração sobre as características das feridas de difícil cicatrização como exsudato, tipos de tecidos; 3) elaboração do designer ; 4) aplicação da calculadora em um hospital de rede privada em São Paulo. Resultado: foi obtida um excel com inteligência comercial, com parâmetros de avaliação sobre as características clínicas de uma ferida de difícil cicatrização, contendo fases do processo no gerenciamento de feridas de difícil cicatrização. A primeira etapa é avaliar e anotar na calculadora do lado esquerdo o curativo antimicrobiano anterior com o método químico, que não obteve sucesso na cicatrização e do lado direito o curativo antimicrobiano atual com o método biofísico, após este preenchimento é importante realizar a seleção na calculadora da etiologia da lesão, características clínicas da lesão, selecionando no excel. A Segunda etapa detalha na calculadora os itens utilizados para limpeza da ferida, medicações, curativos antimicrobianos utilizados no anterior e atual, detalhando os custos de cada item e tempo de troca, das tecnologias avaliadas. A terceira etapa tempo que o profissional utilizou para realizar o curativo com o método químico e o método biofísico atual. Após estas analises automaticamente a calculadora irá calcular o custos semanal de cada tecnologia utilizada, tendo a visão de economia. A quarta etapa ao avaliar as duas tecnologias por um tempo de 15 dias consecutivos a calculadora terá um parâmetro do custos, dos tratamentos anteriores versos o atual, comparando uma visão macro de economia para a instituição e controla do gerenciamento da infecção, auxiliando para uma cicatrização eficaz. Conclusão: A calculadora educacional é uma ferramenta de avaliação do custo benefício e efetividade que permite ao profissional levar parâmetros clínicos e comerciais para a administração da instituição. Auxiliando no controle de gastos desnecessários para o tratamento de feridas de difícil cicatrização. Bianca Faccioli Gomiero Natalia Aparecida De Barros Thiana Freitas Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E O AUTOCUIDADO COM OS PÉS DE PESSOAS COM DIABETES MELLITUS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2108 Introdução: O Brasil é o país com o maior número de pessoas com diabetes na América Latina, com 12,4 milhões de pessoas. Porém, um a cada três adultos desconhecem que têm a doença(1). Dentre suas complicações, a doença do pé é uma das mais debilitantes, levando ao aumento da morbidade geral nos pacientes. Portanto, as ações de autocuidado com os pés configuram-se como estratégia de prevenção de úlceras(2). Nesse sentido, a educação é um componente importante que contribui para o autocuidado e redução de agravos, pois esse engajamento tem demonstrado ser essencial para as mudanças comportamentais e a prevenção de complicações(3). Objetivo: Verificar a associação entre o autocuidado com os pés de pessoas com diabetes mellitus e as variáveis idade, sexo, estado civil e raça. Método: Estudo transversal realizado em Centros Especializados de Atenção ao Diabético e Hipertenso (CEADH), serviço de atenção secundária à saúde de Fortaleza, Ceará, de fevereiro de 2024 à fevereiro de 2025. Amelina De Brito Belchior Lourival Veras De Oliveira Samara Jesus Sena Marques Victória Maria Silva Leitão Luana Pinheiro Da Silva Barbara Sabrina Moreira Colares Pablo Casimiro Belchior Rodrigues Sherida Karanini Paz De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CARACTERIZAÇÃO DE PESSOAS COM FERIDAS COMPLEXAS NA REDE BÁSICA DE SAÚDE: ESTUDO EXPLORATÓRIO DESCRITIVO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2109 INTRODUÇÃO: Feridas complexas são aquelas de difícil cicatrização que comumente apresentam uma ou mais das seguintes características: extensa perda tegumentar, presença de infecção, comprometimento da viabilidade de tecidos superficiais e associação com doenças sistêmicas que prejudicam a cicatrização e requerem um cuidado diferenciado(1). Estudos mostram que a atuação de enfermeiros na Atenção Primária à Saúde (APS) resulta em melhores taxas de cicatrização, redução no tempo de tratamento e diminuição das readmissões hospitalares(2-3). Desta forma é indispensável o mapeamento da população com dados reais e atualizados dos principais problemas e condições de saúde dos pacientes que já utilizam o serviço. OBJETIVO: Realizar o diagnóstico situacional das pessoas que utilizam os serviços para tratamento de feridas complexas na APS em um município do sul do Brasil. MÉTODO: Trata-se de um estudo quantitativo, do tipo exploratório descritivo, realizado de janeiro a março de 2024, com enfermeiras da APS de um município de Santa Catarina. Como critérios de inclusão foram selecionados: profissionais que trabalham diretamente na assistência aos pacientes com feridas complexas na APS e com no mínimo seis meses de atuação no município. Para a coleta de dados foi utilizado um instrumento para caracterização dos pacientes com feridas complexas gerenciado através do Google Forms. No momento da análise dos dados, houve contagem dos elementos um a um para realizar o diagnóstico situacional revelando a realidade do atendimento das pessoas que utilizam os serviços para tratamento de feridas complexas na APS no município. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos sob parecer número 101977/2023, CAAE: 73880723.9.0000.0121. RESULTADOS: Participaram 16 enfermeiros. Em relação às características sócio-demográficas foram identificadas uma população feminina, causeana, com a faixa etária entre 31 a 59 anos. Das comorbidades, a hipertensão arterial sistêmica teve destaque, seguido da diabetes mellitus e das vasculopatias. Em relação às características da rede de apoio, 73,0% das pessoas reside com familiares e destes 39,1% possui cuidador. Quanto aos hábitos de vida, 42,0% das pessoas nunca fumaram e 40,4% não são etilistas. A respeito das características das lesões, a maioria dos pacientes possuía uma única lesão (77,5%), das quais 27,2% teve origem venosa, 23,3% traumática e 18,1% de úlcera de pé diabético. A maioria das feridas não apresentam exsudato (22,3%), e as que apresentavam possuíam exsudato serosanguinolento (16,2%) e seroso 13 (15,2%). Quanto à aparência do leito da lesão evidenciou-se 44,2% de tecido de granulação e 20,2% epitelização. O aspecto da pele perilesional mais evidente foi pele intacta (26,1%), seguido de ressecamento (18,7%) e eritema (11,2%). Dos produtos utilizados, destacam-se o Polihexametileno Biguanida solução (25,4%), ácido graxo essencial (20,5%) e carvão ativado (8%). Por fim, em relação a dor o que mais prevaleceu foi dor leve (33,7%). Milena Pereira Isabel Amante De Souza Juliana Balbinot Reis Girondi Kelli Borges Dos Santos Manoela Ferreira Ávila Cláudia Nathalie Ferreira De Souza Anna Júlia Trindade Bittencourt Ana Lúcia De Azevedo Neves Duarte Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CENÁRIO DE SIMULAÇÃO CLÍNICA SOBRE CONSULTA DE ENFERMAGEM PARA PESSOAS COM ÚLCERA RELACIONADO AO DIABETES MELLITUS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2110 INTRODUÇÃO A úlcera no pé associada ao diabetes mellitus constitui uma complicação frequente, com uma incidência anual estimada em 2%, impactando negativamente a qualidade de vida dos usuários1. A atuação do enfermeiro na prevenção e tratamento, especialmente na atenção primária, é crucial. O sistema SINBAD, que avalia localização, isquemia, neuropatia, infecção, área e profundidade, pode contribui na qualidade da consulta de enfermagem, aprimorando a comunicação multiprofissional e o monitoramento da cicatrização, visando a prevenção de novas úlceras e complicações mais graves2. Dada a importância do enfermeiro na gestão de complicações do diabetes, é essencial desenvolver competências específicas na formação acadêmica para garantir a qualidade dos cuidados de enfermagem. A simulação surge como uma estratégia eficaz nesse processo, promovendo o treinamento de habilidades em ambientes controlados e estimulando raciocínio crítico, autoconfiança e liderança dos profissionais3. OBJETIVO Construir cenário de simulação clínica sobre consulta de enfermagem para pessoas com úlcera no pé relacionada ao diabetes mellitus. MÉTODO Estudo metodológico, com tipologia educacional, desenvolvido entre junho de 2024 a junho de 2025 em uma universidade pública do Distrito Federal, O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília e aprovado sob o parecer nº 7.439.422. A construção do cenário foi fundamentada em referenciais teóricos que embasaram sua elaboração. O roteiro teórico-prático seguiu o modelo proposto por Fabri, alinhado às recomendações do Manual de Boas Práticas da International Nursing Association for Clinical Simulation and Learning. Quanto à elaboração do caso clínico, foram utilizadas as atualizações das Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes e as recomendações do International Working Group on the Diabetic Foot, garantindo conformidade com as evidências e normativas atuais(1-4). RESULTADOS O cenário "Consulta de enfermagem para pessoa com úlcera relacionada ao diabetes mellitus" foi organizado em oito seções: conhecimento prévio do aprendiz, sendo eles anatomia, semiologia e semiotécnica em enfermagem, condições crônicas não transmissíveis com foco no diabetes mellitus e atenção primária em saúde; público-alvo, estudantes de enfermagem; fundamentação teórica diretrizes nacionais e internacionais sobre úlceras relacionadas à pessoa com diabetes, processo de enfermagem e atenção primária em saúde; preparação do cenário em que foram descritos todos os recursos humanos e físicos necessários para execução e checklist para o acompanhamentos dos observadores; desenvolvimento contemplando caso clínico, ações esperadas dos participantes, atores e facilitadores; debriefing focado, somativo e formativo; e avaliação por meio da Escala de Satisfação de Estudantes e Autoconfiança na Aprendizagem5. CONCLUSÃO O cenário apresenta potencial para aplicação na graduação e contribuição tanto na formação de enfermeiros quanto na assistência a pacientes com úlceras por diabetes, por meio de uma metodologia ativa inovadora. Leticia De Souza Medeiros Paulo Henrique Fernandes Dos Santos Ana Lúcia Da Silva Priscila Brigolini Porfírio Ferreira Fernanda Leticia Frates Cauduro Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CENTRO DE TRATAMENTO E PESQUISA EM FERIDAS: INOVAÇÃO NO CUIDADO PELO SUS EM UM HOSPITAL FILANTRÓPICO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2111 Introdução: O cuidado de pessoas com feridas complexas representa um grande desafio para os serviços de saúde, especialmente no Sistema Único de Saúde (SUS). As feridas crônicas impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes e geram elevados custos assistenciais. O Centro de Tratamento e Pesquisa em Feridas de um hospital filantrópico no estado do Mato Grosso do Sul, surge como referência, integrando assistência qualificada, pesquisa e a utilização de tecnologias avançadas no manejo de feridas. Objetivo: Relatar as práticas clínicas aplicadas no cuidado de pessoas com feridas em um Centro de Tratamento e Pesquisa, evidenciando seus benefícios no contexto do SUS. Método: Relato de experiência, associado à revisão narrativa da literatura, realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Pubmed utilizando os descritores: feridas, ozonioterapia, laserterapia, matriz de fibrina e biofilme. Foram selecionados artigos publicados entre 2019 e 2024. Foi utilizado o instrumento de avaliação Bates- Jensen Wound Assessment Tool traduzido e adaptado para avaliação e tomada de decisão dos tratamentos propostos, bem como acompanhamento da evolução dos casos. Resultados: O centro utiliza tecnologias que promovem a aceleração do processo de cicatrização e controle de infecções. Dentre elas, destaca-se a ozonioterapia, com efeitos antimicrobianos, anti-inflamatórios e de estímulo à oxigenação tecidual. Trata-se de uma tecnologia acessível, de baixo custo e com elevada eficácia no tratamento de feridas. Sua aplicação pode ocorrer por diferentes formas, incluindo o uso de óleo e água ozonizada ou ainda através da administração do gás medicinal em sistema fechado em bags. A escolha da via de aplicação é individualizada, considerando o tipo e a gravidade da lesão, podendo ser realizada de maneira tópica, local ou por imersão. Favorecendo, assim, a aceleração do processo cicatricial e o controle de infecções¹. A laserterapia de baixa intensidade é aplicada como recurso bioestimulador, promovendo analgesia, redução do processo inflamatório e proliferação celular². A fibrina rica em plaquetas (PRF) favorece a formação de tecido de granulação e epitelização, devido à liberação gradual de fatores de crescimento³. O Jetox®, é um sistema pneumático utilizado para limpeza e desbridamento. Consiste na remoção de tecido desvitalizado, componentes microbianos e não microbianos e biofilme das feridas?. O Evince® é um equipamento que utiliza a fluorescência óptica de campo amplo para visualização imediata de biofilme?. A combinação dessas tecnologias associada à atuação da equipe de estomaterapia tem proporcionado melhores desfechos clínicos, redução do tempo de cicatrização e melhoria na qualidade de vida dos pacientes atendidos pelo SUS. Conclusão: A utilização de tecnologias avançadas no manejo de feridas demonstra ser uma estratégia eficaz, contribuindo para a aceleração da cicatrização, controle de infecções e redução de complicações. O modelo adotado pelo Centro de Tratamento e Pesquisa em Feridas de um hospital filantrópico se mostra eficiente, reforçando a importância da estomaterapia e da integração entre tecnologia, assistência e pesquisa no SUS. Camila Galvão Dos Santos Roberta Salles Orosco Nunes Edivania Anacleto Pinheiro Simões Flávia Cibele Romeiro Mozer Anni Jessieli Dias De Azevedo Ingrid Correa Proença Everton Ferreira Lemos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CERTIFICAÇÃO PADRÃO OURO EM BOAS PRÁTICAS PARA O CUIDADO DE PESSOAS COM DIABETES PARA PREVENÇÃO DE ÚLCERAS E AMPUTAÇÕES DO PROGRAMA DESPÉRTA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2112 Introdução: O Programa DesPérta é uma iniciativa global de conscientização sobre o pé diabético, apoiada pelo D-Foot International – uma associação internacional sem fins lucrativos voltada à prevenção e ao cuidado do pé diabético por meio de educação, pesquisa e desenvolvimento profissional, com base nas diretrizes do IWGDF. Objetivo: Ser o primeiro hospital privado do Brasil a obter a Certificação Padrão Ouro DesPérta. Método: Foi seguida a jornada proposta pelo Programa DesPérta, iniciando com a apresentação do programa à equipe hospitalar, firmando acordo e realizando treinamento. Na etapa seguinte, ocorreu a preparação prática com diagnóstico situacional feito por avaliadores e a construção de um plano de ação. A partir disso, foi elaborado um protocolo de atendimento ao paciente diabético, com fluxo fast track para casos de úlcera no pé diabético. Foram incluídos estudos de casos com uso de coberturas antimicrobianas à base de fibras poliabsorventes e matriz cicatrizante TLC-Ag (tecnologia lipídico-coloide com prata) e TLC-NOSF (com octossulfato de sacarose). Também foi definido o fluxo para utilização de offloading. Na fase de implementação prática, realizou-se o plano de engajamento com treinamentos institucionais e validação do protocolo. Em seguida, houve a visita de representante do D- Foot para avaliação da implementação. Por fim, foram avaliadas as métricas, divulgados os resultados e entregue o certificado Padrão Ouro do DesPérta. Resultados: Após cumprir todas as etapas do programa, o hospital foi reconhecido como altamente preparado e eficiente, com excelente organização, engajamento da equipe e foco nas necessidades dos pacientes, recebendo a Certificação Padrão Ouro em boas práticas para o cuidado de pessoas com diabetes para prevenção de úlceras e amputações do Programa DesPérta. Conclusão: Com a jornada DesPérta, o hospital estruturou um protocolo de cuidado ao paciente diabético, alinhado às diretrizes do IWGDF, assegurando boas práticas para prevenção de úlceras e amputações. Karina Leal Vargas Elisandra Leites Pinheiro Sidiclei Machado Carvalho Luisa Juliana Da Silva Pavinatto Isabella Dos Santos Coppola Lucas Henrique De Rosso Micaela Da Silva Constante Lucas Aguiar Da Rocha Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CICATRIZAÇÃO COMPLETA DE ÚLCERA VENOSA ATRAVÉS DE BANDAGEM COM INFRA VERMELHO DE CADEIA LONGA IMPREGNADA COM EXTRATO DE ARNICA, ALOE VERA E EXTRATO FERMENTADO DE CARICA PAPAYA: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2113 Introdução: As Úlceras Venosas oriundas de Insuficiência Venosa prejudicam o retorno sanguíneo, favorecem a fragilidade capilar, a ruptura da pele e o surgimento de lesões venosas crônicas nos membros inferiores, cuja cicatrização pode durar entre 2 a 4 semanas. Estas são um desafio para a Estomaterapia, cuja etiopatogenia é a hipertensão venosa crônica. O seu tratamento, por meio da compressão do membro, aumenta a taxa de cicatrização em comparação ao tratamento sem compressão. As bandagens são padrão ouro para a cicatrização desse tipo de ferida. A compressão realizada por bandagem com Infravermelho de cadeia longa, impregnada com Extrato de Arnica, Aloe Vera e Carica Papaya, favorece ação antimicrobiana, antibiofilme, remoção do esfacelo da ferida, redução do edema e controle álgico. Objetivo: Descrever a experiência do uso da terapia por bandagem com Infravermelho de cadeia longa, impregnada com Extrato de Arnica, Aloe Vera e Carica Papaya na cicatrização de três úlceras venosas estagnadas. Método: Relato de experiência ocorrida entre 20 de fevereiro e 28 de julho de 2025 (160 dias), em uma instituição pública no interior da Bahia-Brasil. Ocorreu com três úlceras venosas crônicas (dois anos de lesão), cuja cicatrização encontrava-se estagnada há 150 dias, embora em uso de laserterapia, ozonioterapia e terapia contensiva com Bota de Unna. Durante o acompanhamento foram realizados registros fotográficos e a experiência foi documentada por escrito. Resultados: No primeiro dia de abordagem em 02/09/24, encontrou-se lesões com esfacelo, necrose de liquefação, exsudato intenso, odor fétido, aspecto de biofilme e resultado positivo para Pseudomonas Aeruginosa em swab. Em 19/02/25 a lesões possuíam os diâmetros: 12x7 cm, 9x6 cm e 14x10 cm. Iniciou-se aplicação da bandagem em 20/02/25, inicialmente a cada cinco dias, por três semanas, posteriormente a cada sete dias, até a cicatrização total das lesões. A limpeza antes da aplicação da bandagem foi realizada com solução fisiológica a 0,9%. Observou-se contínua redução das áreas das lesões, até a total epitelização destas, em cerca de cinco meses. Conclusão: O uso da bandagem impregnada com Extrato de Arnica, Aloe Vera e Carica Papaya, otimizou o retorno venoso do membro acometido, auxiliando diretamente na cicatrização das feridas, juntamente com a tecnologia do Infravermelho de cadeia longa, sendo de fundamental importância para ação local nas lesões, levando a limpeza, controle de infecção, redução do edema e da dor, acelerando o processo de cicatrização. Fabiana Vanni De Brito Carvalho Fernanda Araujo Valle Matheus Larissa Chaves Pedreira Lélia Mendes Sobrinho De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CICATRIZAÇÃO DE FERIDA PÓS-AMPUTAÇÃO EM PACIENTE COM DIABETES MELLITUS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2114 Livia Tomaz Ulisses Gonçalves Maria Eduarda Silva Gomes Yuri De Oliveira Nascimento Sandra Marina Gonçalves Bezerra Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CLORETO DE DIALQUIL CARBAMOIL E LASERTERAPIA DE BAIXA INTENSIDADE NO HERPES ZOSTER: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2115 INTRODUÇÃO: O herpes zoster, decorrente da reativação do vírus varicela-zoster, pode evoluir com lesões ulceradas e dor intensa, principalmente em idosos e imunocomprometidos. Além do risco de infecção secundária e cicatrização lenta, a neuralgia pós-herpética pode comprometer a qualidade de vida. A utilização de curativos com Cloreto de Dialquil Carbamoil (DACC), que atua pela adesão física de microrganismos hidrofóbicos, associada à laserterapia de baixa intensidade (LBI), pode otimizar o controle da colonização bacteriana, modular o processo inflamatório e acelerar a cicatrização. A combinação do DACC, que reduz a carga bacteriana sem liberação de agentes químicos, com a fotobiomodulação, que estimula fibroblastos, angiogênese e modulação inflamatória, resultou em melhora acelerada do reparo tecidual e controle da dor. Estudos recentes sugerem que o uso de laser associado a curativos antimicrobianos pode ser sinérgico, principalmente em feridas com risco de colonização crítica, como as decorrentes de herpes zoster. OBJETIVOS: Relatar a experiência clínica com o uso combinado de curativo de DACC e LBI no tratamento de úlceras secundárias a herpes zoster, avaliando evolução cicatricial, dor e controle de colonização. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa do tipo relato de experiência, desenvolvida em um consultório de enfermagem, no município de João Pessoa - Paraíba, com uma paciente que apresentou múltiplas lesões ulceradas no braço esquerdo, após episódio agudo de herpes zoster. O registro fotográfico foi realizado mediante a autorização e assinatura do termo de consentimento pela paciente. CASO CLÍNICO: M.L.S., 86 anos, hipertensa, apresentando lesões ulceradas dolorosas no braço esquerdo decorrentes de herpes zoster, em fase de úlceras e com exsudato moderado. A paciente queixava-se de dor intensa (8/10 na EVA) e dificuldade para higienização devido à sensibilidade local. O protocolo adotado: curativo primário com DACC, trocado 2 vezes por semana, nas primeiras quatro semanas e 1 vez por semana nas próximas quatro semanas, totalizando 12 (doze) sessões de curativos. Foi associada a laserterapia de baixa intensidade (660 nm e 808 nm, 100 mW, dose de 2 J/cm2), pontual nas bordas e leito das úlceras, 2 vezes por semana. Higienização com PHMB a 0,1%, secundário com gaze estéril, campo operatório estéril e fixação com atadura. Acompanhamento por 60 dias. RESULTADOS: Na primeira troca, as lesões apresentaram diminuição do exsudato e da sensação dolorosa, bordas sem hiperemia e um tecido de granulação saudável. A partir do quinto curativo observou-se a retração das bordas e diminuição das lesões. Ao realizar o décimo curativo, observou-se a presença de tecido de epitelização e regeneração total da pele no décimo segundo curativo. CONCLUSÃO: A associação do curativo com o DACC à LBI demonstrou-se uma estratégia segura, eficaz e de fácil aplicação no manejo de úlceras decorrentes de herpes zoster, promovendo rápida resolução do processo inflamatório, redução significativa da dor e aceleração da cicatrização. O DACC contribuiu para a redução da colonização bacteriana e prevenção de infecção, sem uso de agentes químicos ou risco de resistência antimicrobiana, enquanto a LBI atuou de forma sinérgica, estimulando a angiogênese, a proliferação fibroblástica e a reepitelização, além de apresentar efeito analgésico comprovado. Erika Machtoub Enrique Gabrielly Liberato De Alencar Alana Tamar Oliveira De Sousa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CLORETO DIALQUIL CARBAMOIL (DACC) NO CONTROLE MICROBIANO EM XERODERMIA PIGMENTOSA INFANTIL: RELATO DE CASO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2116 Introdução: A xerodermia pigmentosa (XP) é uma doença genética rara, autossômica recessiva, caracterizada por uma hipersensibilidade à radiação ultravioleta (UV), resultando em um risco significativamente aumentado de câncer de pele e outras complicações cutâneas4. Este relato de caso descreve uma criança de 10 anos diagnosticada com XP, que apresentou os primeiros sinais da doença aos 2 anos de idade, com o surgimento de efélides (sardas) intensas e queimaduras solares severas após exposição mínima ao sol. Ao exame físico, foram observadas múltiplas lesões hiperpigmentadas e áreas de atrofia cutânea, especialmente nas regiões expostas ao sol, como face, pescoço e mãos. A biópsia de pele confirmou a presença de carcinoma basocelular em estágio inicial7. O manejo clínico incluiu a remoção cirúrgica das lesões malignas, uso rigoroso de protetores solares de amplo espectro, roupas de proteção UV e a implementação de medidas para minimizar a exposição solar6. O prognóstico para pacientes com xerodermia pigmentosa (XP) pode variar significativamente, dependendo da gravidade da doença e da eficácia das medidas preventivas adotadas. Em geral, o prognóstico é desafiador devido ao alto risco de desenvolvimento de câncer de pele e outras complicações associadas à exposição à radiação ultravioleta (UV). Principais pontos do prognóstico: câncer de pele, complicações neurológicas, expectativa de vida, qualidade de vida. Não há cura para XP, mas o manejo adequado, incluindo proteção rigorosa contra UV, monitoramento regular por dermatologistas e tratamento precoce de lesões cutâneas, pode melhorar significativamente o prognóstico e a qualidade de vida. Objetivo: Relatar a evolução da cicatrização de uma lesão através de um relato de caso clínico, demonstrando os benefícios na utilização do Cloreto de Dialquil Carbamoil (DACC). Métodos: Estudo descritivo, tipo relato de caso clínico realizado no Centro de Especialidades do Hospital Infantil Albert Sabin no período de maio a junho de 2025. Resultados: Paciente feminino, 10 anos, admitida em maio de 2025, com múltiplas lesões em face, pescoço, ombros, originada câncer de pele proveniente da Xerodermia pigmentosa, com exsudato pioserosanguinolento, tecido de esfacelo. Após abordagem cirúrgica, aplicado DACC, evoluindo com redução de medidas e epitelização com proteção do tecido de granulação. Conclusão: A associação da terapia adequada com limpeza eficaz permitiu uma evolução satisfatória da ferida, com crescimento de tecido de granulação e controle da infecção. Fabiana Gonçalves Vieira De Oliveira Jéssica Emanuela Mendes Morato Madna Avelino Silva Ana Rosa Braga De Souza Mara Milvia Pontes Melo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 COLCHÕES HOSPITALARES REGISTRADOS NA ANVISA PARA NEONATOS: ABORDAGEM DOCUMENTAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2117 INTRODUÇÃO: A pele do neonato apresenta características estruturais e funcionais imaturas, como epiderme fina e junção dermoepidérmica pouco desenvolvida1. Tais fatos deixam a pele vulnerável a agressões externas2. Sua baixa resistência às alterações no microclima, ao cisalhamento e ao atrito1, em conjunto com a imobilidade prolongada e ao uso de dispositivos médicos desencadeiam a lesão por pressão nessa população3,4. Apesar da relevância do colchão como superfície de suporte na prevenção dessas lesões, há escassez de evidências científicas que orientem a escolha adequada de produtos específicos para neonatos hospitalizados. Diante disso, torna-se essencial conhecer os colchões regulamentados no Brasil visando a prevenção da lesão por pressão. OBJETIVO: Identificar e descrever os colchões e suas características para uso em neonatologia, com registro ativo na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). MÉTODO: Estudo descritivo, de abordagem documental. Os dados foram coletados no site da Anvisa no período de 11 a 21 de junho de 2025. Utilizou-se o termo "berco hospitalar" na estratégia de busca e foram identificados 51 registros válidos. Destes, sete registros de empresas distintas foram selecionados, totalizando 17 modelos de colchões. Para a seleção dos colchões para o neonato adotaram-se como critérios de inclusão: a presença de registro válido publicado no portal da Anvisa, a disponibilidade de manual ou instrução de uso acessível por meio do mesmo site. Foram excluídos os registros que se referiam a produtos classificados como colchão para cama hospitalar adulto, colchão para maca, colchão para mesas de exames, travesseiro hospitalar e posicionadores de pacientes. Também foram excluídos os registros com documentos que apresentavam erro de abertura, manuais incompatíveis com o modelo cadastrado, e que não possibilitassem a identificação da superfície de suporte em questão. Os dados foram organizados no software de planilha eletrônica Microsoft Excel e analisados descritivamente. O estudo não conta com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa por não envolver a participação de pessoas, conforme Resolução n° 466/2012. RESULTADOS: Dos colchões identificados, 52,9% eram compostos por espuma de poliuretano, com densidade variando de 26 a 45 Kg/m3, largura de 32 a 50 cm, comprimento de 60 a 76 cm e altura entre 3 e 5 cm. A capa era composta por policloreto de vinila (29, 4%) ou courvin (29,4%), removível por meio do zíper (23,5%), impermeável (64,7%). A maioria sem informação quanto ao tempo de vida útil e muitos produtos não apresentavam informações sobre colchões e capa. Grande parte dos manuais analisados apresentavam informações genéricas ou insuficientes sobre os colchões para a população neonatal. CONCLUSÃO: Foi possível identificar e descrever as características de colchões hospitalares registrados na Anvisa para neonatos, evidenciando fragilidades importantes na documentação técnica disponível. Esses achados destacam a importância de maior rigor na padronização e transparência das informações fornecidas pelos fabricantes. Este estudo contribui significativamente para a prática clínica do enfermeiro, ao oferecer subsídios qualificados para a escolha segura e eficaz de superfícies de suporte com registro ativo na Anvisa, voltadas à prevenção de lesões por pressão em neonatos hospitalizados. Raissa Mourão Marques Da Silva Darlene Batista Lamin Dos Santos Perla Oliveira Soares De Souza Eline Lima Borges Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 COMPLICAÇÕES NOS PÉS DE PESSOAS COM DIABETES MELLITUS EM UM SERVIÇO DE ATENÇÃO SECUNDÁRIA À SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2118 Introdução: A prevalência de diabetes continua a crescer em todo o mundo, levando a uma incidência crescente de complicações nos pés. Essa é uma condição evitável complexa permeada de sofrimento e custos financeiros para a pessoa, família, profissionais, sistemas de saúde e sociedade em geral(1). As complicações relacionadas ao pé de pessoas com diabetes representam desafio importante na prática clínica e saúde pública. Essa condição multifatorial, frequentemente associada à neuropatia, isquemia e infecção pode levar a desfechos graves, como amputações, se não for tratada de maneira adequada(2,3). Objetivo: Identificar as complicações nos pés de pacientes com diabetes mellitus em um serviço de atenção secundária à saúde. Método: Estudo transversal realizado com 272 participantes em Centros Especializados de Atenção ao Diabético e Hipertenso (CEADH), serviço de atenção secundária à saúde de Fortaleza, Ceará, de fevereiro de 2024 à fevereiro de 2025. Os critérios de inclusão estabelecidos foram: ser maior de 18 anos, ter diagnóstico de DM de qualquer tipo, estar em acompanhamento regular na unidade especializada no período de coleta, e ter, pelo menos, o 6° ano do ensino fundamental. Aplicou-se um formulário com variáveis sociodemográficas e clínicas, como: idade, sexo, estado civil, religião, cor/raça, ocupação, tipo de DM, história familiar de DM, hipoglicemiantes, insulina, úlcera de nos pés recente e histórico de ulceração. Os dados foram organizados em planilha do Microsoft Excel® e importadas no software JAMOVI, versão 2.3.28, para análise estatística descritiva. Amelina De Brito Belchior Thiago Martins De Sousa Victória Maria Silva Leitão Barbara Sabrina Moreira Colares Luana Pinheiro Da Silva Lourival Veras De Oliveira Florência Gamileira Nascimento Sherida Karanini Paz De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONHECIMENTO DE ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE SOBRE O USO DE SULFADIAZINA DE PRATA EM FERIDAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2119 INTRODUÇÃO: O tratamento clínico de feridas envolve a avaliação, limpeza cuidadosa da lesão e aplicação de coberturas específicas conforme etiologia da ferida. Para tanto, a escolha adequada da cobertura implica conhecimento e habilidades específicas dos profissionais de saúde, especialmente dos enfermeiros, quanto aos cuidados pertinentes à pessoa com feridas. OBJETIVO: Identificar o conhecimento de enfermeiros da atenção primária à saúde acerca do uso de Sulfadiazina de Prata (SP) em feridas. MÉTODO: Estudo descritivo, exploratório e quantitativo, realizado com enfermeiros de dois municípios no interior de Mato Grosso. Os dados foram coletados por meio de um instrumento semiestruturado que continha afirmações sobre o Creme Sulfadiazina de Prata 1% (SP a 1%), aplicado presencialmente, entre os meses de outubro e dezembro de 2024. A análise foi feita por meio de estatística descritiva utilizando o Microsoft Excel, e a pesquisa teve aprovação do comitê de ética em pesquisa CAEE: 70604023.8.0000.5587. RESULTADOS: Participaram do estudo 25 enfermeiros, 88% (n=22) sexo feminino, com idade média de 39,5. Quando questionados a respeito da indicação da SP a 1% para queimaduras, infecções bacterianas não devendo ser utilizado em lesões fúngicas e úlceras de perna, 60%(n=15) dos participantes concordaram com a afirmação, 32%(n=8) disseram ser falsa e 8%(n=2) não souberam responder. Já quanto ao uso de SP a 1% para queimaduras, e também em feridas com infecções bacterianas ou fúngicas, e lesões dérmicas com potencial para sepse, 52%(n=13) dos enfermeiros disseram ser verdadeira a indicação, 36%(n=9) disseram ser falso e 12%(n=3) não souberam responder. Quanto a utilização da sulfadiazina de prata em crianças prematuras e recém- nascidos no primeiro mês de vida, quando a área a ser tratada for superior a 25 % da superfície corporal queimada, 60% (n=15) dos participantes disseram não haver indicação, 8%(n=2) disseram que pode ser utilizada e 32%(n=8) não souberam responder. Quanto à aplicação do produto na área afetada até a cobertura total da ferida e bordas, 52%(n=13) dos enfermeiros disseram ser verdadeira a afirmação, 36%(n=9) disseram ser falso e 12%(n=3) não souberam responder. Na afirmação após a limpeza da ferida deve-se aplicar cerca de 1,5 mm de creme sobre a área afetada, com troca em no máximo 12 horas, 48%(n=12) participantes concordaram, 20%(n=5) disseram ser falsa e 28%(n=7) não souberam responder. Referente ao tratamento, 36%(n=9) concordaram que não deve ultrapassar o tempo de 14 dias, 40%(n=10) não concordaram e 24%(n=6) não souberam responder. CONCLUSÃO: A pesquisa possibilitou vislumbrar o conhecimento dos enfermeiros sobre a utilização da sulfadiazina de prata no cuidado tópico de pessoas com feridas. Parte significativa dos participantes possuíam conhecimento sobre a indicação do tópico, entretanto, foram evidenciadas lacunas nesse conhecimento, o que demonstra a necessidade de implantar ações de educação permanente para aprimoramento e qualificação desses profissionais e por conseguinte possibilitar assistência de qualidade. Izabella Chrystina Rocha Maria Paula Felix Vilela Hiago Alves De Assunção Mariane Gonçalves Ayres Pinto Ana Lucia Rodrigues Vendramel Larissa Pereira Caetano Aline Aparecida Rodrigues Priscilla Nicácio Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONHECIMENTO DE GRADUANDOS DE ENFERMAGEM SOBRE PREVENCAO DE LESAO POR PRESSAO EM UMA UNIVERSIDADE PUBLICA DA BAHIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2120 Introdução: No século XXI, ampliaram-se as discussões sobre prevenção das lesões, especialmente a lesão por pressão. Acompanhando essas discussões, percebe-se o desenvolvimento de pesquisas as quais apontam que a prevenção da lesão tem custo menor quando comparado ao custo do tratamento1. O desenvolvimento das LPs durante a internação é um sinal importante da qualidade do cuidado oferecido. Assim espera-se que seja adotada uma estratégia de prevenção de forma sistemática para ajudar a reduzir a incidência destas2. A prevenção, avaliação e tratamento envolve um processo que requer uma assistência com prescrições pautadas em uma correta avaliação do paciente e tipo da lesão. Quando são implementadas estratégias para prevenção com eficiência na assistência, garantimos a qualidade desta, diminuindo os custos, período de internação, e recuperação adequada do paciente. Para tanto é necessário uma formação que favoreça o desenvolvimento de atitudes, habilidades que garantam ao profissional excelência no cuidado. As matrizes curriculares devem privilegiar o ensino da temática garantindo aos profissionais uma assistência segura e livre de danos aos pacientes3.É necessária a qualificação profissional, esta tem início durante a graduação, e alguns estudos sobre o conhecimento de acadêmicos sobre as LPs ainda são insuficientes4. Objetivo: Analisar o conhecimento de graduandos de enfermagem sobre prevenção da lesão por pressão em uma Universidade Pública da Bahia. Método: Estudo transversal descritivo. O lócus foi uma Universidade Pública. O projeto de pesquisa foi aprovado no comitê de ética CAE nº85666924.0.0000.0057. Os sujeitos foram graduandos de enfermagem entre o 5º e 10º semestres. Para coleta de dados realizada entre março e junho de 2025, utilizou-se o teste de conhecimento de Pieper. Os dados foram analisados por estatística descritiva pelo programa Statitical Package for the Social Science (SPSS) versão 21®. Resultados: participaram do estudo até o momento, 64 estudantes com idades entre 19 e 33 anos. 78,1% foram do sexo feminino, e 28,1% do 5º semestre. Da amostra estudada, 79,7% participaram de eventos científicos sobre o tema e utilizam a internet para atualização científica (95,3%). 43,8% dos estudantes assistiram palestras sobre a temática, e 71,9% leram artigos sobre LP. Dos 08 itens relacionados a avaliação e classificação das LPs 06 itens foram respondidos adequadamente pelos estudantes. Sobre a prevenção da LP, 96,9% reconhecem os fatores de risco e a necessidade de manutenção da pele livre de umidade (96,9%). No entanto, o item relacionado a frequência da inspeção sistemática da pele obteve apenas 25% de acertos, assim como a utilização incorreta de almofadas de água ou ar, frequentemente utilizada na prática clínica obteve também um menor número de acertos (7,8%). Conclusão: os dados coletados até o momento, demonstram que alguns itens relacionados a prevenção das LP precisam ser mais bem compreendidos pelos estudantes. Assim, é responsabilidade das instituições de ensino garantir que os estudantes obtenham os conhecimentos necessários para a prática ainda na graduação. Portanto, os programas educacionais de enfermagem precisam assegurar que os alunos recebam o conhecimento necessário para prevenção, estadiamento e classificação das lesões por pressão. Rosana Freitas Azevedo Lorena Fortuna Santos Rastely Carolaine De Almeida Machado Tassia Nery Faustino Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONHECIMENTO TÉCNICO-CIENTÍFICO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ACERCA DO CUIDADO AO PACIENTE COM LESÃO DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2121 Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS), considerada a porta de entrada do sistema de saúde, é o local de escolha para tratamento de feridas de difícil cicatrização, sendo o enfermeiro responsável pelo gerenciamento do cuidado1. O aumento no número de pessoas com lesões é considerado um problema de saúde pública, traz consequências para a qualidade de vida do indivíduo e impacta o sistema de saúde2. Por serem lesões com tempo de cicatrização prolongado, é necessário tratamento especializado e adequado3. Dessa forma, conhecimento técnico científico do enfermeiro no cuidado a pacientes com lesões é imprescindível e deve ser constantemente atualizado, aliado a uma abordagem holística e integral que considere as múltiplas dimensões do cuidado ao indivíduo1. Objetivo: Avaliar o nível de conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre o gerenciamento de lesões de difícil cicatrização na APS em um município do interior de Minas Gerais. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, do tipo antes e depois, realizado com 19 profissionais de enfermagem que atuam na APS do município. Foi aplicado um questionário antes e após a realização de uma capacitação. A intervenção abordou conteúdos teóricos e práticos relacionados à anatomia e às fases do processo de cicatrização, formação e controle do biofilme, à avaliação clínica e sistematizada de feridas, a escolha e utilização das coberturas terapêuticas adequadas com base em evidências científicas. Os dados obtidos foram tratados com o auxílio do software Microsoft Excel®, utilizando-se análises de frequência para descrever o conhecimento da equipe de enfermagem. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer nº 7.053.151. Resultados: O estudo envolveu 7 enfermeiros e 12 técnicos de enfermagem. Larissa Viana Almeida De Lieberenz Letícia Duffor Margarida Renata Alves Silvia Helena De A. Paiva Leádia Rodrigues Paixão Susiane Sucasas Frison Carlos Henrique Silva Tonázio Maria Clara Salomão E Silva Guimarães Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSTRUÇÃO DE UMA ESCALA DE AUTOEFICÁCIA PARA AVALIAR CONHECIMENTOS, HABILIDADES E ATITUDES DE ENFERMEIROS GENERALISTAS NO DESBRIDAMENTO INSTRUMENTAL DE FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2122 Arieli Rodrigues Nóbrega Videres Lucas Borges De Oliveira Vinicius Batista Santos Camila Takao Lopes Eduardo Alves César Luís Rafael Leite Sampaio Renan Alves Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DE LESÕES DE PELE PARA ENFERMEIRAS(OS) NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2123 Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel central no cuidado integral à pessoa, abrangendo promoção, prevenção, tratamento e reabilitação. Nesse contexto, a enfermeira possui autonomia e responsabilidade na avaliação e no acompanhamento de lesões, conforme legislação específica(1). A crescente demanda por atendimento a lesões crônicas nas unidades de saúde evidencia a necessidade de atendimento e de registro qualificados. Os registros de enfermagem são instrumentos importantes para a continuidade da assistência prestada, pois fornecem informações escritas sobre a condição clínica de cada indivíduo(2). O uso de instrumentos para avaliar uma lesão é fundamental para o planejamento do cuidado, além de organizar os processos e ações que servem como guia para orientar e uniformizar a conduta dos profissionais no cuidado de lesões e para garantir a continuidade do cuidado(3-4). Objetivo: Elaborar e validar o conteúdo de um instrumento de avaliação de lesões de pele, especificamente desenvolvido para enfermeiros que atuam na Atenção Primária à Saúde. Método: Trata- se de um estudo metodológico para a construção e validação de conteúdo. O delineamento compreendeu três etapas: a construção do instrumento (a partir de uma revisão de literatura); a validação de conteúdo (por um grupo de especialistas); e a adequação do instrumento (com base nas sugestões)(5). A coleta de dados para validação ocorreu por meio de formulário online, com adesão mediante o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). As respostas foram expressas em Escala tipo Linkert, adotando-se a classificação: 1 -Totalmente adequado; 2 – Adequado; 3 - Parcialmente Adequado; 4 - Inadequado. Houve um espaço para sugestões em cada item do instrumento. Catorze enfermeiras especialistas em estomaterapia participaram. A análise de dados utilizou estatística descritiva e o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), considerando aceitável um valor igual ou superior a 0,8(5). O projeto foi aprovado por um Comitê de Ética. Resultados: A pesquisa culminou na elaboração de uma ferramenta que visa qualificar os cuidados de enfermagem na avaliação de feridas, estruturada em conformidade com as cinco etapas do processo de enfermagem (avaliação, diagnóstico, planejamento, implementação e evolução). O Índice de Validade de Conteúdo (IVC) geral alcançou 0,94%, com 96,8% dos itens que obtiveram valores superiores a 0,85%. Apenas o item "Exames laboratoriais" (da etapa de entrevista) foi excluído devido ao seu IVC de 0,71%. As sugestões das especialistas foram incorporadas, resultando em alterações majoritariamente de nomenclatura, o que otimizou a clareza e a aplicabilidade da ferramenta. Conclusão: A construção e validação deste instrumento representam um avanço significativo para a qualificação do processo de enfermagem na avaliação de lesões de pele na Atenção Primária à Saúde. A alta concordância entre as enfermeiras especialistas em estomaterapia atesta a qualidade e a relevância do conteúdo. Ferramentas validadas por especialistas são essenciais para a excelência dos processos de enfermagem, por proporcionarem um guia sistemático. Contudo, é fundamental que o instrumento seja testado na prática assistencial por enfermeiros da linha de frente da APS para verificar sua funcionalidade e sua aplicabilidade. Scheila Mai Paula Ramos Da Silva Carolina Isabel Bergenthal Laura Ferraz Dos Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONTRIBUIÇÃO DA ESTOMATERAPIA NA ELABORAÇÃO DE UM CAPÍTULO SOBRE LASERTERAPIA NO TRATAMENTO DE FERIDAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2124 Introdução: O tratamento de feridas crônicas representa um desafio global de saúde pública, impactando milhões de indivíduos e gerando custos significativos para os sistemas de saúde1. O cuidado com feridas é uma das competências fundamentais da enfermagem em estomaterapia2. A busca por abordagens terapêuticas eficazes tem fomentado o uso de tecnologias como a laserterapia de baixa intensidade, que demonstra benefícios significativos na cicatrização tecidual. Diante da crescente demanda por capacitação dos profissionais da área, surgiu a proposta de contribuir, como enfermeiras estomaterapeutas, com um capítulo sobre laserterapia no tratamento de feridas no Guia Prático de Prevenção e Tratamento de Feridas, escrito em 2024 e lançado oficialmente em julho de 20253. O material visa ser referência prática para profissionais da enfermagem em contextos clínicos diversos, pois acelera o reparo tecidual, melhoria da qualidade da cicatrização, estímulo a microcirculação, efeitos anti- inflamatórios, antiedematosos, analgésicos e no controle de infecções4. Objetivo: Relatar a experiência da escrita técnica e científica de um capítulo sobre laserterapia para profissionais da enfermagem, destacando os desafios, as estratégias metodológicas utilizadas e os benefícios esperados para a formação e atuação clínica dos leitores. Método: Trata-se de um relato de experiência de cunho descritivo, fundamentado na prática profissional das autoras enquanto enfermeira estomaterapeuta e docente. A construção do capítulo baseou-se em revisão narrativa da literatura nacional e internacional, selecionando evidências atuais sobre os mecanismos de ação, indicações clínicas, protocolos assistenciais e precauções do uso da laserterapia. O conteúdo foi organizado de maneira didática, com foco na aplicabilidade por enfermeiros em diferentes níveis de atenção à saúde. Resultados: O capítulo elaborado apresentou estrutura acessível dividida em introdução, o uso da laserterapia, efeitos da aplicação do laser, processo de reparo tecidual, exemplos de protocolo, benefícios esperados da laserterapia, contraindicações gerais à laserterapia, considerações finais e referências, com linguagem técnica clara, ilustrações e fluxogramas e revisão por pares especialistas em estomaterapia e dermatologia. Sua inclusão na obra coletiva possibilitou a ampliação do conhecimento sobre a laserterapia na prática da enfermagem, promovendo fundamentação científica nas decisões terapêuticas e material de apoio em cursos, treinamentos e serviços de saúde. Devido à escassez de publicações na área de enfermagem acerca da atuação do enfermeiro na área de laserterapia, o que reflete uma limitação, o capítulo mostra-se relevante e contribuirá com a ampliação do conhecimento sobre essa temática. Conclusão: A participação na construção do capítulo consolidou a importância do protagonismo do enfermeiro estomaterapeuta na produção científica voltada à tecnologia em saúde. A experiência fortaleceu a relevância do compartilhamento de saberes e da produção de conteúdos atualizados que dialoguem com a realidade clínica. Acredita-se que o capítulo contribuirá significativamente para a difusão da laserterapia como recurso terapêutico seguro e eficaz no tratamento de feridas, valorizando o papel da enfermagem na inovação e qualidade do cuidado. Déborah Machado Dos Santos Carla Ferreira Rodrigues Dias Barros Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CORANTE NATURAL DE AÇAÍ COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL PARA IDENTIFICAÇÃO HISTOLÓGICA DE BIOFILMES EM FERIDAS CRÔNICAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2125 A presença de biofilmes em feridas crônicas, como as que ocorrem no pé diabético, representa um desafio significativo para a cicatrização, pois essas estruturas microbianas, protegidas por uma matriz extracelular, aumentam a resistência aos antimicrobianos e dificultam o diagnóstico. A detecção precisa de biofilmes em lâminas histológicas costuma depender de corantes sintéticos, como Hematoxilina- Eosina, Vermelho Congo e Grocott, que apresentam custo elevado e riscos ambientais devido ao uso de compostos tóxicos. Nesse cenário, a busca por alternativas mais seguras e sustentáveis é fundamental. Objetivo: Analisar a eficácia do corante natural de açaí (Euterpe Oleraea), rico em antocianinas, como alternativa sustentável aos corantes sintéticos na identificação histológica de biofilmes em feridas crônicas de pacientes com pé diabético. Trata-se de um estudo experimental, observacional e analítico in vitro, conduzido no Laboratório de patologia e histotecnologia da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVAS), aprovado pelo Comitê de Ética. Foram analisadas 40 biópsias provenientes de amputações parciais de dedos de pacientes diabéticos com úlceras crônicas infectadas. As amostras foram processadas por técnica histológica convencional, incluídas em parafina, cortadas em micrótomo (3–5?m) e submetidas a três métodos de coloração: Vermelho Congo com Carbol Fucsina, Grocott e corante natural de açaí (8% em solução aquosa), a biopsia corada com hematoxifilina eosina já existia. A avaliação foi realizada por um patologista independente e cego quanto ao corante, analisando a presença de biofilme, matriz extracelular, necrose tecidual, reepitelização e qualidade do contraste. Os dados foram tratados estatisticamente pelo teste qui-quadrado, considerando significância de p &lt; 0,05. Resultados: O corante natural de açaí apresentou sensibilidade de 92% e especificidade de 88% para a identificação de biofilmes em comparação ao padrão ouro (Vermelho Congo + Carbol Fucsina). Em 90% das lâminas coradas com açaí, o contraste foi classificado como "adequado" ou "excelente" para visualização da matriz extracelular, permitindo nitidez na observação das estruturas bacterianas e preservação da morfologia tecidual. Na avaliação de necrose e reepitelização, não houve diferença estatisticamente significativa entre o açaí e os corantes sintéticos (p &gt; 0,05). Além do desempenho técnico, o uso do corante de açaí proporcionou a eliminação da produção de resíduos químicos tóxicos, destacando seu menor impacto ambiental. Discussão: Os resultados indicam que o corante de açaí é eficaz na coloração de biofilmes, apresentando desempenho comparável aos corantes convencionais. Sua afinidade pelas estruturas polissacarídicas e proteicas, atribuída às antocianinas, justifica a eficiência observada. O uso desse corante natural reduz custos laboratoriais, riscos ocupacionais e poluição química. Apesar dos resultados promissores, o estudo apresenta limitações, como número restrito de amostras e necessidade de padronização de parâmetros físico-químicos do corante para garantir reprodutibilidade. Conclusão: O corante natural de açaí constitui uma alternativa viável e sustentável para a identificação histológica de biofilmes em feridas crônicas, com desempenho similar aos métodos sintéticos e benefícios econômicos e ambientais. Recomenda-se ampliar pesquisas para validar seu uso em protocolos laboratoriais e consolidar sua aplicação na rotina diagnóstica. Lívia Rocha Martins Mendes Fiorita Gonzales Lopes Mundim Rodrigo Machado Pereira Diba Maria Sebba Tosta De Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADO AO PÉ DIABÉTICO: INTEGRAÇÃO ENTRE NÍVEIS DE ATENÇÃO NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE FERIDAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2126 INTRODUÇÃO: O pé diabético é uma das principais complicações do diabetes mellitus, associado a altas taxas de morbidade, hospitalizações e amputações evitáveis¹. A literatura indica que a maioria das úlceras de pé diabético (UPDs) pode ser prevenida com rastreamento precoce, cuidado contínuo e estratégias educativas. Contudo, a fragmentação dos serviços compromete a assistência². Nesse cenário, o estomaterapeuta assume papel estratégico na coordenação do cuidado, integrando prevenção, tratamento e reabilitação da atenção primária ao ambiente hospitalar³. OBJETIVO: Revisar criticamente a produção científica sobre o cuidado ao pé diabético, com foco na integração entre os níveis de atenção à saúde e no papel do estomaterapeuta na prevenção e tratamento de feridas. MÉTODO: Trata-se de uma revisão integrativa, conduzida de forma sistematizada e guiada pela questão norteadora: “Em pessoas com pé diabético, a integração entre os níveis de atenção com atuação do estomaterapeuta, comparada à assistência fragmentada, melhora a prevenção e o tratamento de feridas?” A elaboração seguiu a estratégia PICO: P (Population) – pessoas com pé diabético; I (Intervention) – integração entre níveis de atenção e atuação do estomaterapeuta; C (Comparison) – ausência ou fragilidade da integração; O (Outcome) – prevenção/tratamento de feridas, redução de amputações e melhoria dos desfechos. A busca foi realizada nas bases PubMed, SciELO e LILACS, com descritores “pé diabético”, “ferimentos e lesões”, “estomaterapia” e “atenção primária à saúde”, combinados por operadores booleanos. Incluíram- se artigos de 2020-2025, em português ou inglês, com texto completo disponível. A seleção seguiu critérios de inclusão e exclusão definidos previamente, sendo os resultados organizados de forma descritiva e categorial. RESULTADOS: Dos 53 artigos encontrados, 12 atenderam aos critérios (5 em português e 7 em inglês). Os achados foram agrupados em três categorias: (1) Fragilidades na integração do cuidado – descontinuidade assistencial, ausência de fluxos e protocolos, e rastreamento insuficiente, com pacientes acessando o serviço tardiamente; (2) Atuação preventiva do estomaterapeuta – avaliação de risco, classificação do pé de risco, educação de pacientes e equipe, e prescrição de medidas preventivas; (3) Tratamento e coordenação da rede – liderança no plano terapêutico, seleção de coberturas, orientação sobre desbridamento e descompressão, e prevenção de reinternações. Tecnologias como teleconsultorias ampliaram o acesso especializado em regiões remotas, e modelos com referência/contrarreferência efetivos melhoraram desfechos clínicos. CONCLUSÃO: O cuidado ao pé diabético requer abordagem interdisciplinar, longitudinal e centrada no paciente. A atuação do estomaterapeuta fortalece a prevenção, qualifica o tratamento e integra os níveis de atenção, promovendo a integralidade do cuidado. Investir em sua formação e presença em toda a rede é essencial para reduzir amputações, melhorar a qualidade de vida e garantir a sustentabilidade do sistema de saúde a longo prazo. Camila Aparecida Costa Silva Helaine Cristina Cavalcante E Silva Elizabeth Feitosa Pereira Kátia Leite Rodrigues Januário Francisco Alain Peixoto De Sousa Laís Rodrigues De Oliveira Rocha Bastos Maria Gorete Rodrigues Da Silva Gabriele Vasconcelos Arcanjo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADO ESPECIALIZADO EM ESTOMATERAPIA AO RECÉM-NASCIDO: PRÁTICAS SEGURAS E GESTÃO DE INSUMOS EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2127 Camila De Oliveira Rocha Carolina Cabral Pereira Da Costa Gustavo Assis Afonso Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Patricia Alves Dos Santos Silva Isaque Souza Da Silveira Ellen Márcia Peres Caroline Rodrigues De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADO HUMANIZADO EM ESTOMATERAPIA PEDIÁTRICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM CRIANÇAS COM XERODERMA PIGMENTOSO À LUZ DAS TEORIAS DE ENFERMAGEM. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2128 INTRODUÇÃO: O Xeroderma Pigmentoso (XP) é uma doença genética rara, autossômica recessiva, caracterizada por hipersensibilidade à radiação ultravioleta, resultando em danos cutâneos severos e risco aumentado de câncer de pele desde a infância (1). Em crianças, o XP gera impactos físicos, estomaterapeuta tem papel essencial no cuidado de feridas, controle de infecções e orientação familiar, promovendo conforto e melhoria da qualidade de vida (3). OBJETIVO: Relatar a experiência no atendimento ambulatorial a crianças com XP, refletindo sobre os desafios clínicos e a aplicação das teorias de enfermagem como instrumento de humanização e suporte à prática profissional. MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência desenvolvido no ambulatório de estomaterapia pediátrica de um hospital de referência em Fortaleza-CE, em março de 2025. A experiência deu-se através de vivências em estágios obrigatórios com estudantes de pós-graduação, por meio de observações, reflexões práticas em campo. RESULTADOS: As crianças com XP apresentavam lesões cutâneas extensas, muitas das quais exigiam cuidados complexos, como curativos especializados voltados à redução das lesões e à melhora clínica, uso de barreiras protetoras e suporte emocional contínuo. A dor, o medo e o sofrimento emocional são perceptíveis, demandando uma escuta qualificada e uma abordagem empática no cuidado. A utilização de teorias de enfermagem, como a Teoria do Conforto de Kolcaba e a Teoria Humanística de Paterson e Zderad, possibilita a construção de um cuidado centrado na criança, ampliando a percepção crítica dos estudantes sobre a importância do cuidado humanizado e integrando aspectos técnicos, éticos e afetivos da prática de enfermagem. CONCLUSÃO: A vivência no ambulatório de estomaterapia com crianças com XP evidenciou a complexidade do cuidado pediátrico e reforçou o valor das teorias de enfermagem na formação do profissional estomaterapeuta. O cuidado humanizado exige, além de competência técnica, escuta ativa, empatia e reflexão crítica, contribuindo para minimizar os traumas e fortalecer o vínculo terapêutico com crianças e famílias em situações de alta vulnerabilidade. Fabiano Andrade Da Costa Francisca Elisangela Teixeira Sara Emilly Lima Sombra Glaubervania Alves Lima Maria Williany Silva Ventura Maryanne Cardoso Ponte Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADO HUMANIZADO NO CENTRO CIRÚRGICO PEDIÁTRICO NO MANEJO DA ICTIOSE EM CRIANÇA EM CUIDADOS PALIATIVOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2129 Introdução: A ictiose, também conhecida como xerodermia em crianças, especialmente aquelas em cuidados paliativos, é um desafio para a manutenção da integridade tegumentar devido ao ressecamento intenso e fragilidade da pele. Além dos aspectos técnicos, a humanização do cuidado torna-se essencial para proporcionar conforto, minimizar o sofrimento e respeitar a dignidade do paciente. Objetivo: Relatar o cuidado humanizado no centro cirúrgico pediátrico durante o manejo da ictiose em criança em cuidados paliativos. Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência de um grupo de estudantes do curso de pós-graduação em estomaterapia da Universidade Federal, realizado em hospital pediátrico de referência, no primeiro semestre de 2025, em Fortaleza/Ceará. Foram implementados intervenções e cuidados especializados pela equipe de estomaterapia do serviço no pré e pós operatório, conforme protocolos institucionais. Foram respeitados os aspectos éticos legais da resolução 466/12. Resultados: A avaliação pré-operatória evidenciou necessidades de intervenção e manejo do cuidado com a pele da criança. O estomaterapeuta aplicou emolientes adequados, uso de tecnologias para controle de infecção, reforçou a hidratação e orientou a equipe sobre manipulação cuidadosa e respeito às necessidades da criança. No intraoperatório, optou-se por materiais hipoalergênicos e técnicas para reduzir o desconforto diante das condições da lesão. A comunicação clara, o acolhimento e a atenção às reações da criança foram valorizados durante o processo. No pós-operatório, observou-se preservação da integridade cutânea e resposta positiva ao cuidado humanizado, principalmente no respeito aos desejos da paciente de manter o cabelo e ter um laço no curativo. Conclusão: A atuação humanizada do estomaterapeuta no centro cirúrgico pediátrico é essencial para a preservação da pele e o bem-estar da criança com xerodermia em cuidados paliativos, por meio de condutas individualizadas, atenção emocional e uso de materiais adequados. O relato reforça a importância da presença desse especialista na equipe multiprofissional. Kemyson Camurça Amarante Samila Gomes Ribeiro Adriana Aline Araújo Costa Elizângela Ferreira De Farias Franklin Gabrielle Fávaro Holanda Aires Adine De Andrade Fiúza Tifanny Horta Castro Nardelli Brenda Soares Barros Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADO QUE TRANSFORMA: IMPACTO DA ATUAÇÃO DOS GUARDIÕES DA PELE NA PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2130 Introdução As lesões por pressão (LP) são eventos adversos que impactam negativamente na recuperação do paciente e nos custos em saúde. Embora algumas LP possam ser inevitáveis, é possível reduzir o dano causado por tais lesões através da detecção e intervenção precoces. Estratégias como a atuação de um time especializado em prevenção de LP associadas a implementação sistemática de bundles de prevenção têm mostrado impacto significativo na redução deste evento em diversos contextos hospitalares.1,2,3 Objetivo Avaliar o impacto na redução da incidência de lesões por pressão adquirida em ambiente hospitalar com a atuação de um time especializado em prevenção de LP. Método Relato de experiência realizado em hospital privado de grande porte. A intervenção consistiu na implementação de um time especializado em prevenção de LP, formado por auxiliares e técnicos de enfermagem chamados de "guardiões da pele", que receberam capacitação específica teórico-prática. Esses profissionais monitoram a adesão à prevenção de LP executada pelos seus pares e se está alinhada ao padrão de prática de excelência preconizada por protocolos institucionais baseado nas melhores evidências. Os dados foram coletados nos 12 meses anteriores à implantação e nos 24 meses seguintes, por meio de auditorias sistemáticas baseadas no Guideline do National Database Nursing Quality Indicator (NDNQI) e reportadas na plataforma PressGaney. O desfecho analisado foi a densidade de incidência de LP por 1.000 pacientes-dia. Resultados Após a implementação, observou-se uma redução de 36,57% nas LP (de 3,09 para 1,96 por 1.000 pacientes-dia). A implementação dos guardiões da pele contribuiu para a identificação precoce de fatores de risco para desenvolvimento de LP, padronização de práticas preventivas e engajamento das equipes. Tais resultados são compatíveis com estudos que demonstraram reduções semelhantes com a implementação de skin champions1,3,4, equipes especializadas2 e iniciativas estruturadas baseadas em bundles5. Conclusão A atuação dos guardiões da pele contribuiu para a redução das lesões por pressão, reforçando a importância da formação especializada, padronização do cuidado e monitoramento contínuo. A replicação deste modelo em outras instituições é recomendada como estratégia de melhoria. O envolvimento da equipe e o apoio da liderança foram fatores importantes para o sucesso da iniciativa. Danivea Bongiovanni Poltronieri Munhoz Amanda Cristina Maria Aparecida Gonçalves Brandão Maria Emilia Gaspar Ferreira Del Cistia Simone Brandi Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADOS COM LESÕES DECORRENTE DE PICADAS DE ANIMAIS PEÇONHENTOS: UMA REVISÃO DE ESCOPO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2131 INTRODUÇÃO: No Brasil, acidentes com animais peçonhentos, causados por ofídios, aracnídeos e peixes marinhos e fluviais, apresentam riscos significativos. Essas lesões podem resultar em complicações sistêmicas, como hemorragias e insuficiências respiratória e renal, além de complicações locais, como edema, eritema, necrose e outras lesões na área de inoculação do veneno. A ausência de um tratamento adequado pode agravar o quadro clínico, aumentando o risco de desfechos adversos, como gangrena e infecções sistêmicas. Nesse contexto, o enfermeiro estomaterapeuta desempenha um papel essencial no manejo das feridas, sendo responsável pela avaliação, prevenção e tratamento das lesões. Para isso, é fundamental revisar a literatura científica para identificar os cuidados específicos que devem ser prestados a vítimas de acidentes com animais peçonhentos, sob a supervisão desses profissionais. OBJETIVOS: Identificar e analisar estudos científicos sobre os cuidados a serem adotados em lesões provocadas por picadas de animais peçonhentos. MÉTODO: Realizou-se uma revisão de escopo com busca nas bases de dados SciELO, LILACS, BVS e PubMed, sem limitação temporal, utilizando os descritores: estomaterapia, enfermagem, Bothrops, arraia, Loxosceles e feridas. A seleção dos artigos foi feita inicialmente pela leitura dos resumos e, posteriormente, pelos textos completos. RESULTADOS: A pesquisa revelou uma escassez de estudos sobre o manejo de lesões causadas por animais peçonhentos. Foram selecionados quatro estudos: três relatos de caso, sobre acidentes com Bothrops2, Loxosceles3 e arraia4 e um relato de experiência sobre atendimento a vítima de picada de Loxosceles gaucho5. Nos casos de Loxosceles e Bothrops, os tratamentos envolveram desbridamento da área afetada, curativos com substâncias específicas (como PHMB e hidrogel) e oxigenoterapia hiperbárica. O estudo sobre ictismo por arraia traz à reflexão que este tipo de incidente é comum no Norte e Nordeste do Brasil, especialmente entre ribeirinhos. As arraias da família Potamotrygonidae provocam lesões com dor intensa, edema, eritema, necrose, ulcerações e risco de infecção secundária por fragmentos do ferrão. O tratamento de acidentes com arraias envolveu o controle da dor, limpeza profunda das feridas e remoção dos fragmentos do ferrão, com destaque para o risco de infecções secundárias4. No relato sobre o Loxosceles gaucho, o tratamento incluiu desbridamento mecânico e químico com papaína a 10%5. CONCLUSÃO: O cuidado especializado das lesões por animais peçonhentos é fundamental, destacando-se a atuação da enfermagem na avaliação, limpeza, desbridamento e escolha de curativos eficazes, visando a cicatrização das lesões. Observa-se, contudo, a escassez de estudos nessa temática, evidenciando a necessidade de ampliar a produção científica que fundamente práticas qualificadas e baseadas em evidências. Priscila Brigolini Porfirio Ferreira Emanuella Barros Dos Santos Fernanda Leticia Frates Cauduro Amanda Mesquita Mendes Gonçalves Eduarda Neri Resende Isabela Souza Mendonça Elayne Dos Santos Leite Maria Isabel Heleno Dourado Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM PÉ DIABÉTICO NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA: RELATO DE ESPERIÊNCIA EM UNIDADE ESPECIALIZADA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2132 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM PÉ DIABÉTICO NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UNIDADE ESPECIALIZADA. Introdução: O pé diabético é uma das complicações mais sérias do diabetes mellitus, caracterizado por infecções, ulcerações e/ou destruição de tecidos profundos dos pés, associado à neuropatia e/ou doença vascular periférica (1). Essas lesões, quando não tratadas adequadamente, podem evoluir para amputações, impactando diretamente a qualidade de vida do paciente e os custos para o sistema de saúde (2). A enfermagem, no contexto da atenção secundária, tem papel fundamental na prevenção, no cuidado e na reabilitação desses pacientes (3). Objetivo: Relatar a experiência de cuidados de enfermagem prestados a pacientes com pé diabético em uma unidade de atenção secundária de uma unidade de referência na região interiorana do Ceará. Método: Trata-se de um relato de experiência vivenciado por profissionais de enfermagem em um ambulatório especializado no tratamento de feridas, localizado em uma região Itapipoca-Ceará, entre janeiro e maio de 2025. As atividades incluíram avaliação sistemática das lesões, realização de curativos, orientações de autocuidado e educação em saúde. Resultados: Durante o período da experiência, observou-se que a escuta qualificada, a avaliação criteriosa e a adoção de protocolos de cuidado favoreceram a cicatrização de úlceras, o controle da dor e a prevenção de infecções. A orientação quanto ao autocuidado com os pés, uso adequado de calçados, controle glicêmico e comparecimento regular às consultas foram aspectos enfatizados. O acompanhamento multiprofissional e o vínculo estabelecido entre equipes da atenção secundária, primária e paciente contribuíram significativamente para a adesão ao tratamento e melhora do prognóstico. Conclusão: A experiência demonstrou que o cuidado de enfermagem ao paciente com pé diabético na atenção secundária é essencial para prevenir complicações graves, como infecções e amputações. A atuação qualificada da enfermagem, aliada à educação em saúde, promove melhora clínica, adesão terapêutica e empoderamento do paciente. Estratégias como a sistematização da assistência e o trabalho em equipe multiprofissional são fundamentais nesse processo. Paula Eduarda Magalhaes Oliveira Vanessa Silveira Faria Fabiano Andrade Da Costa Francisca Virna Barbosa Albuquerque Camila Barroso Martins Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DE ALERTA À AÇÃO: UMA DÉCADA DE TRANSFORMAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO À PRÁTICA DE EXCELÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2133 Introdução A prevenção das lesões por pressão representa um desafio constante para os profissionais da saúde no ambiente hospitalar, especialmente diante da alta complexidade clínica dos pacientes em cuidados intensivos e cirúrgico. A prevenção tem ganhado destaque nos consensos internacionais, com foco nas avaliações de risco, uso de superfícies de redistribuição de pressão, manejo de microclima, mobilização precoce e suporte nutricional. Este relato de experiência apresenta o impacto da implementação estruturada de estratégias de prevenção de LP ao longo de uma década. Objetivo Apresentar a trajetória da implantação das ações de prevenção de lesões por pressão no ambiente hospitalar de um hospital privado de São Paulo. Método Trata-se de um relato de experiência retrospectivo pautado nos registros institucionais, indicadores de qualidade e estratégias preventivas implementadas no período de 2014 a 2024. As estratégias foram ancoradas em 5 pilares: 1. Avaliação de risco específico para o perfil do paciente; 2. Superfície de suporte adequada para os pacientes críticos; 3. Implantação do protocolo de mobilização do paciente instável; 4. Guardiões a pele – vigilância da prevenção; 5. Skin safety. Resultados A taxa de LP estágio 2 ou acima adquirida no hospital entre 2014 e 2024 revela importantes correlações com as ações institucionais adotadas ao longo do tempo. Observa- se uma redução progressiva da taxa a partir de 2016, com oscilações pontuais, principalmente no período da pandemia de COVID-19 (2020–2021), quando houve um aumento expressivo. Em 2016, destaca-se a implantação do protocolo de mobilização do paciente instável, marcando o início de mudança importante da prática assistencial ao paciente crítico. A partir de 2022, nota-se uma queda sustentada da taxa, aproximando-se e até se mantendo abaixo da média de benchmarking (NDNQI). Neste período, medidas como a implantação do Skin safety, avaliação de risco especifica para paciente crítico, aquisição de superfície de redistribuição de pressão, criação e atuação dos guardiões da pele. Este resultado coincide com a implementação do papel da especialista de práticas, evidenciando o impacto positivo da liderança clínica qualificada, da vigilância ativa e do fortalecimento das estratégias de prevenção na redução sustentada das lesões por pressão adquiridas no hospital. Conclusão A análise de uma década evidencia que a implementação sistematizada e contínua de estratégias baseadas em evidências é eficaz na redução das LP em ambiente hospitalar. O fortalecimento da cultura de prevenção entre os profissionais de enfermagem, aliados ao uso de tecnologias adequadas e à liderança exercida pela estomaterapia foi decisivo para os resultados alcançados. Este relato reforça a importância do investimento institucional na segurança do paciente e valida o papel estratégico do enfermeiro estomaterapeuta na condução de práticas assistenciais de excelência voltadas à prevenção de lesões por pressão. Amanda Cristina Maria Ap. Gonçalves Brandão Danivea Bongiovanni Poltronieri Munhoz Maria Emília Gaspar Ferreira Del Cistia Isabelle Maria Bortotti Simone Brandi Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DEISCÊNCIA OPERATÓRIA EM ABDOMINOPLASTIA: O USO DE CLORETO DE DIALQUIL CARBAMOIL NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2134 Introdução: A deiscência de ferida cirúrgica (DFC) é uma complicação de procedimentos cirúrgicos, que tem como definição o afastamento das bordas suturadas que pode ou não envolver infecção1. No que diz respeito à infecção, um importante desafio no manejo das DFCs é a presença de biofilme que dificulta o processo de cicatrização2. Dessa maneira, o tratamento envolve a aplicação do protocolo de limpeza da ferida, uso de antissépticos de maneira conjunta ao uso de curativos antimicrobianos3. Sob essa ótica, destaca-se a utilização do Cloreto de Dialquil Carbamoil, um curativo antimicrobiano, que, por ser um curativo não medicado, inviabiliza a resistência antimicrobiana2. Assim, promove o controle da carga bacteriana e o processo de cicatrização. Objetivo: Avaliar a evolução de uma deiscência de ferida cirúrgica com o uso de DACC. Método: Trata-se de um relato de caso sobre o uso de DACC para tratamento de DFC em uma paciente submetida a abdominoplastia em um município do Espírito Santo. O acompanhamento da paciente foi realizado por uma enfermeira especialista em enfermagem dermatológica de cirurgia estética no período de dezembro de 2023 a março de 2024. Foi aplicado o termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que também contemplava o consentimento do uso de imagem. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Espírito Santo sob parecer n° 7.729.844. Resultados: Paciente do sexo feminino, enfermeira, parda, 43 anos, sem comorbidades, histórico de cesariana anterior, não faz uso de medicamentos de forma contínua, reside com seus 2 filhos e seu marido em Santa Leopoldina. Possui IMC de 24,27 kg/m2. Realizou abdominoplastia total com lipoescultura, após 3 dias da cirurgia foi diagnosticada com epiteliose caracterizada pela hipóxia tecidual na região de ferida operatória. Devido a isso, o médico cirurgião prescreveu o uso de colagenase com cloranfenicol. Com isso, houve a abertura da deiscência, e o mesmo médico prescreveu antibiótico tópico. A respeito da utilização de antibiótico tópico para manejo de infecção em feridas, este está em desacordo com as práticas baseadas em evidência, visto que tal prática não combate o biofilme, elimina microrganismos que auxiliam no processo de cicatrização e causa resistência antimicrobiana2,4. Dessa maneira, somente 28 dias depois do aparecimento dos sinais de complicações e da deiscência, sem êxito da melhora do quadro, a paciente procurou o serviço de enfermagem especializado em dermatologia para acompanhamento e tratamento da ferida. Após incluir o DACC, a ferida evoluiu para fechamento total com tecido de epitelização em 67 dias. Por fim, a escolha do DACC como curativo primário a partir do terceiro atendimento está em concordância com as evidências científicas, visto que esse curativo possui uma tecnologia que propicia a adesão dos microrganismos em sua superfície, proporcionando a prevenção e combate à infecção e ao biofilme2,5. Conclusão: Foi observado que após a utilização da cobertura antimicrobiana, o DACC, juntamente com a aplicação do protocolo de limpeza da ferida houve melhoria no processo de cicatrização da ferida. Zulaina Zupeli Marianelli Luanna Dias De Assis Ana Paula Martins Casagrande Flávia Batista Portugal Heloísa Helena Camponez Barbara Rédua Lucas Dalvi Armond Rezende Paula De Souza Silva Freitas Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DERMATITE ASSOCIADA À INCONTINÊNCIA: ESTUDO OBSERVACIONAL EM DIFERENTES FAIXAS ETÁRIAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2135 Introdução: a Dermatite Associada à Incontinência (DAI) manifesta-se por inflamação e irritação da pele, sendo mais frequente nas regiões perianal, perigenital e perineal. Pode afetar pessoas com incontinência urinária e/ou fecal, independentemente da faixa etária e do contexto de cuidado. Objetivos: Analisar as características clínicas de pacientes com Dermatite Associada à Incontinência, de acordo com a Ferramenta de Categorização de DAI (GLOBIAD). Conhecer as intervenções terapêuticas para o cuidado de pacientes com Dermatite Associada à Incontinência. Método: Estudo observacional, transversal, retrospectivo e descritivo com abordagem quantitativa realizado em um hospital universitário da região Sul do Brasil. A coleta de dados foi realizada entre janeiro e março de 2025, com base nos registros de atendimentos extraídos dos prontuários eletrônicos e organizados em planilha Excel® no período de janeiro de 2023 a dezembro de 2024. A principal variável analisada foi a classificação da DAI, enquanto as variáveis secundárias incluíram informações sociodemográficas, características das lesões e tratamentos. A análise foi realizada por estatística descritiva. O estudo foi aprovado sob o parecer n°6.870.457. Resultados: foram incluídos 214 pacientes, sendo 55,6% (n=119) em 2023 e 44,4% (n=95) em 2024. A maioria 53,3% (n=114) das DAIs foram classificadas como 2A, sendo a região perianal a mais acometida 62,1% (n=133), especialmente em pacientes com apenas incontinência fecal 22% (n=47). Entre as coberturas utilizadas, destacaram-se o spray barreira ou película de acrilato, utilizado em 49,5% (n=106) dos casos, e o pó de hidrocolóide, em 40,1% (n=86). Observou-se associação estatística entre o uso das coberturas utilizadas e a categoria de DAI 2A, com 34,6% (n=74) dos casos com a utilização do spray/película e 37% (n=79) com o pó de hidrocolóide. As unidades de terapia intensiva adulto, pediátrica e neonatal concentraram 37,8% (n=81) dos atendimentos. Houve associação entre a idade dos pacientes e a classificação da DAI, sendo que aqueles com DAI 1B apresentaram uma mediana de idade (63 anos) superior em relação aos classificados com DAI 1A e 2A (35 e 32 anos, respectivamente). Conclusão: o estadiamento da DAI mediante uso da Ferramenta GLOBIAD constitui um importante recurso para apoiar a tomada de decisões clínicas de enfermeiros e o monitoramento de pacientes com alto risco. Ademais, a presença de uma equipe especializada nos serviços de saúde exerce papel fundamental na promoção da educação permanente e na implementação de cuidados baseados em evidências científicas. Lucas Borges De Oliveira Maria Eduarda Verbinen Cinthia Tiemy Cardoso Maier Juliana Balbinot Reis Girondi Daniela Soldera Francisca Elaine De Souza França Renan Alves Silva Shirley Boller Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESAFIOS DA TRANSIÇÃO DO CUIDADO EM PACIENTES RIBEIRINHOS COM FERIDAS POR ACIDENTE OFÍDICO RECORRENTE: CONTRIBUIÇÕES DA ESTOMATERAPIA PARA A CONTINUIDADE ASSISTENCIAL”. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2136 INTRODUÇÃO: No Brasil, os acidentes ofídicos representam um importante problema de saúde pública, em razão da elevada incidência e da gravidade dos envenenamentos provocados por serpentes peçonhentas, sobretudo em regiões com ampla diversidade dessas espécies. Na região da Amazônia, a população ribeirinha encontra-se especialmente vulnerável a esses acidentes, devido à sua dependência de atividades como pesca, caça e extrativismo. A situação se agrava pela dificuldade de acesso aos serviços de saúde, uma vez que as unidades de referência estão concentradas nas áreas urbanas. O transporte até esses locais é limitado, principalmente durante o período chuvoso, quando o tráfego fluvial se torna precário, dificultando ainda mais o atendimento a esses pacientes. A atuação da estomaterapia é fundamental, na oferta de um cuidado qualificado, proporcionando acompanhamento especializado, e também na prevenção e no manejo de complicações locais, como necrose e infecções decorrentes do envenenamento.Com isso, a estomaterapia contribui significativamente para a continuidade do cuidado no contexto da alta hospitalar, especialmente em áreas ribeirinhas onde o acesso a serviços especializados é limitado. OBJETIVO: Identificar os desafios da continuidade do cuidado em pacientes ribeirinhos com feridas por acidente ofídico MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido em ambiente hospitalar, a partir do acompanhamento de pacientes ribeirinhos internados com feridas decorrentes de acidentes ofídicos recorrentes. A experiência foi conduzida por profissionais de Enfermagem, com apoio da estomaterapia, durante a hospitalização e, principalmente, no planejamento da alta, com foco na continuidade do cuidado após o retorno do paciente à comunidade. RESULTADOS: A experiência hospitalar com pacientes ribeirinhos vítimas de acidentes ofídicos recorrentes evidenciou a vulnerabilidade dessa população quanto à continuidade do cuidado e à prevenção de novos episódios. A maioria dos pacientes atendidos relatava histórico de múltiplas picadas ao longo da vida, com agravamento progressivo das lesões devido à demora na busca por atendimento e à ausência de cuidados adequados no domicílio. As orientações de alta contemplaram cuidados com a ferida, estratégias de prevenção de novos acidentes e indicações sobre quando buscar atendimento, considerando as limitações geográficas e de acesso à saúde nas comunidades ribeirinhas. Conclusão: A estomaterapia mostrou-se essencial não só no tratamento das feridas, mas também na orientação para a prevenção de novos agravos em pacientes ribeirinhos vítimas de acidentes ofídicos. Ao combinar conhecimento com educação adaptada à realidade local, fortalece o autocuidado, promove a segurança na alta e contribui para a redução de reinternações, oferecendo um cuidado contínuo e contextualizado. Cristiane Costa Reis Da Silva Adria Eduarda Da Silva Guimarães Emanuelle De Azevedo Fatim Karoline De Almeida Felinto Manoela Alzira Da Silva Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESBRIDAMENTO AUTOLÍTICO NO TRATAMENTO DE FERIDAS: SCOPING REVIEW https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2137 Sarah Livramento Zampirolli Gabriela Andreati Pinto Jordânia Fassarella Bandeira Rayanne Kuster Heloísa Helena Camponez Barbara Rédua Lucas Dalvi Armond Rezende Maria Girlane Sousa Albuquerque Brandão Paula De Souza Silva Freitas Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESCOMPASSO ENTRE PRÁTICA CLÍNICA E CONHECIMENTO TÉCNICO SOBRE LESÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA EM TERAPIA INTENSIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2138 Introdução: A integridade da pele é frequentemente comprometida em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) devido à sua condição clínica crítica e à dependência de múltiplos dispositivos e intervenções. Lesões relacionadas à assistência, como úlceras por pressão, dermatites associadas à incontinência e lesões por adesivos médicos, estão entre os agravos mais prevalentes e evitáveis. O uso de escalas de avaliação de risco, como Braden, Norton, Waterlow e EVARUCI, visa subsidiar a prática clínica do enfermeiro na identificação precoce de fatores que contribuem para essas complicações. No entanto, o domínio efetivo dessas ferramentas ainda representa um desafio. Objetivo: Relatar a discrepância entre a prática e o conheicmento técnico dos enfermeiros sobre os fatores de risco para o desenvolvimento de lesões relacionadas à assistência em pacientes sob cuidados intensivos. Metodologia: Estudo transversal, descritivo e quantitativo, realizado na Unidade de Terapia Intensiva de um hospital público de referência em Recife, Pernambuco. A amostra foi composta por 21 enfermeiros atuantes na assistência direta. Foi aplicado um questionário estruturado após revisão da literatura, baseado nas escalas Braden, Norton, Gosnell, Waterlow, Sunderland, CALCULATE, Cubbin & Jackson e EVARUCI. Os dados foram tratados por estatística descritiva. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer nº 81574724.9.0000.5198. Resultados: Apesar de todos os participantes afirmarem conhecer a escala de Braden, apenas 33,3% identificaram corretamente todos os seus fatores de risco. Escalas como EVARUCI (19%) e CALCULATE (9,5%) apresentaram baixo reconhecimento, mesmo contendo critérios altamente relevantes para pacientes críticos, como instabilidade hemodinâmica, ventilação mecânica e nutrição deficiente. A maioria dos profissionais (95,2%) declarou sentir segurança para prescrever condutas de prevenção e tratamento de lesões, embora 61,9% tenham se autodeclarado com conhecimento apenas razoável. Itens como imobilidade, contenção, fricção e nutrição foram amplamente reconhecidos, enquanto fatores menos visíveis, como baixos níveis séricos de albumina e uso de drogas vasoativas, foram menos citados. Conclusão: O estudo revelou uma importante lacuna entre a segurança subjetiva dos profissionais e o domínio técnico necessário para aplicação sistemática das escalas de avaliação de risco. Ainda que haja reconhecimento empírico de fatores críticos, a ausência de familiaridade com instrumentos específicos compromete a padronização das condutas e a eficácia preventiva. Tais resultados ressaltam a urgência de investimentos em capacitações periódicas, com foco na articulação entre conhecimento teórico e aplicabilidade clínica. Qualificar a avaliação de risco contribui diretamente para a redução da incidência de lesões evitáveis, promovendo uma assistência segura, eficiente e centrada no paciente crítico. Maria Clara Cordeiro Andrade Marília Perrelli Valença Jabiael Carneiro Da Silva Filho Isabel Cristina Ramos Vieira Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESENVOLVIMENTO DE CARTILHA EDUCACIONAL SOBRE O USO DE PAPAÍNA EM DOMICÍLIO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2139 Introdução: Material educativo direcionado à educação em saúde de pessoas com Integridade tissular prejudicada (00044) em tratamento ambulatorial permite orientar o paciente/família no autocuidado, reduzir o custo de tratamentos prolongados por cuidados inadequados e contribui para recuperação da pessoa com ferida. Objetivo: Desenvolver material educativo com orientações ao paciente/família sobre o uso da papaína para realização de curativos de feridas em domicílio. Método: Estudo metodológico, de desenvolvimento de material educativo visual, realizado por graduandas de enfermagem de uma instituição de ensino superior localizada na cidade de São Paulo (EEUSP) durante o Estágio Curricular II no Ambulatório de um Hospital Universitário, de agosto a dezembro/2022. O material foi desenvolvido em três etapas: 1) Conceituação: busca nas bases de dados BVS e MEDLINE e consulta a especialistas: enfermeiras estomaterapeutas da instituição, referências na temática para definição do conteúdo; 2) Desenvolvimento: definição do tipo de linguagem utilizada de acordo com o público-alvo, cores, figuras, imagens, sequência do conteúdo, disposição das informações; 3) Implementação: disponibilização do manual durante as consultas de enfermagem no ambulatório para orientar pacientes/família que fazem uso contínuo de papaína no curativo de feridas em domicílio. Resultados: Foi desenvolvido uma cartilha, intitulada “Curativo com papaína: orientações para o autocuidado”, tendo como base a teoria do Autocuidado de Dorothea Orem, contendo 5 partes: 1- Definição de papaína, mecanismo de ação e como é obtida; 2- Indicações de diluição e uso da papaína de acordo com o tipo de tecido encontrado na ferida; 3- Passo-a-passo detalhado de como realizar o curativo com papaína em casa; 4- Orientações sobre hábitos de vida, alimentação, sono, lazer, atividade física e controle de doenças crônicas para ajudar no tratamento da ferida; 5- Espaço para o enfermeiro acrescentar orientações específicas que julgar necessário. A diagramação foi realizada por profissionais da área. A cartilha foi disponibilizada nas versões impressa e digital: https://drive.google.com/file/d/1BxkcpFNgZvNKQzuisOBIvNodBb5FDueB/view. Conclusão: A cartilha "Curativo com papaína: orientações para o autocuidado" está sendo utilizada no ambulatório e disponibilizada de forma impressa e digital. Na continuidade, após aprovação por Comitê de Ética em Pesquisa, a cartilha será avaliada por profissionais especialistas na área e por pacientes e familiares quanto ao conteúdo e usabilidade de modo a apoiar o autocuidado da ferida e a assistência de enfermagem no atendimento ambulatorial de feridas. Paula Cristina Nogueira Regina Célia Dos Santos Diogo Amanda Regina De Lima Roque. Amanda Cristine Moraes De Oliveira Márcia Campos De Souza Vilanice Alves De Araújo Püschel Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESENVOLVIMENTO DE ESCALA DE RISCO PARA DERMATITE ASSOCIADA A INCONTINÊNCIA EM UM CÂNCER CENTER https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2140 A dermatite associada à incontinência (DAI) é uma inflamação cutânea causada pelo contato prolongado com umidade, que altera o pH da pele, levando à maceração e vermelhidão. Sua prevenção exige a remoção de irritantes, uso de barreiras protetoras e cuidados consistentes. Para isso, é fundamental que enfermeiros possuam conhecimento e instrumentos adequados. As escalas atuais de avaliação de risco para DAI são gerais, mas pacientes oncológicos apresentam particularidades que exigem uma ferramenta específica para uma avaliação mais precisa. Objetivo: desenvolver uma escala para avaliar o risco de DAI em pacientes oncológicos. Os objetivos específicos incluíram a criação de uma base teórica para a escala, a identificação dos itens e dimensões relevantes, e a organização clara e objetiva da escala. Método: Uma revisão integrativa foi realizada em bases de dados para identificar os fatores de risco associados à DAI. resultou na recuperação de 159 artigos, os quais foram importados para o aplicativo web Rayyan para a remoção de duplicatas e realização da triagem inicial. Cada estudo foi avaliado em três níveis: título, resumo e texto completo, de acordo com os critérios de inclusão, exclusão e elegibilidade estabelecidos. Após a seleção dos artigos, foi criada uma lista de itens organizada em categorias de risco (baixo, médio, alto e altíssimo). Resultados: A revisão identificou 159 artigos, sendo 19 selecionados, revelando fatores de risco para DAI como o uso prolongado de fraldas, exposição a efluentes (urina e fezes), terapias medicamentosas, envelhecimento da pele, mobilidade reduzida e condições clínicas associadas ao câncer. Esses fatores são cruciais para o desenvolvimento da DAI, especialmente em pacientes com incontinência urinária e fecal ou em tratamento oncológico. ESCALA: Classificação do risco – Critérios de inclusão: Sem risco: Paciente sem nenhum dos critérios citados. Baixo risco: Idade maior ou igual a 60 anos, sem outros fatores associados. Médio risco: Incontinência urinária sem uso de fraldas; incontinência fecal sem uso de fraldas; uso de medicações como diuréticos, antibióticos ou antiepilépticos. Alto risco: Incontinência urinária com uso de fraldas; incontinência fecal com uso de fraldas; paciente em tratamento quimioterápico; pacientes com níveis de albumina reduzidos e/ou desnutridos; pacientes acamados. Altíssimo risco: Incontinência dupla (urinária e fecal), com ou sem uso de fraldas. Conclusão: A proposta de uma classificação de risco para DAI, apresentada neste estudo, tem como objetivo oferecer uma abordagem sistematizada e individualizada para a prevenção desta condição em pacientes oncológicos. A identificação precoce dos indivíduos em risco, aliada à adoção de medidas preventivas e terapêuticas adequadas, contribui para a redução significativa de incidência e da gravidade das lesões, favorecendo melhores desfechos clínicos e qualidade de vida para os pacientes. Sabrina De Lucas Ramos Necy Renata Otoni Neiva Patrícia Pereira Dos Anjos Bruno Almeida De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESFECHOS DA LESÃO POR PRESSÃO TISSULAR PROFUNDA EM PACIENTES CRÍTICOS: ANÁLISE EM UM HOSPITAL PRIVADO DE SÃO PAULO. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2141 Introdução: A Lesão por Pressão Tissular Profunda (LPTP) institui-se após um evento de imobilidade, em que a interface músculo-osso é exposta ao cisalhamento e pressão. (1,2,3) Caracterizada como área de pele íntegra ou rompida, usualmente um arroxeado não reativo, ou flictena. (1,2) Na progressão da LPTP ocorre sua resolução ou progressão para perda tecidual. (1,4) Estudos identificaram fatores de risco associados ao desenvolvimento da LPTP, como: Diabetes Mellitus, incontinência, choque e hemodiálise. (5) Pacientes críticos apresentam múltiplas variações de parâmetros clínicos, necessitando de tratamentos invasivos e medicações, que os sujeita aos fatores de risco supracitados. (1) Este estudo investiga o desfecho de LPTP visando melhorar a qualidade do cuidado de enfermagem intensiva. Objetivo: Identificar os desfechos de LPTP adquiridas em pacientes internados no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Método: Estudo transversal, retrospectivo, descritivo com abordagem quantitativa, realizado em uma instituição privada em São Paulo. A amostra é constituída por pacientes adultos internados no CTI, os quais desenvolveram LPTP de janeiro de 2022 a dezembro de 2023. Foram coletadas informações de prontuários associadas a evolução das lesões. Realizou-se análise descritiva, inferencial e testes de correlação, com nível de significância ?=0,05. Dispensou-se o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Aprovado CAAE nº 76396323.6.0000.0071. Resultados: Entre 2022 e 2023, foram notificadas 213 LP no CTI, sendo a LPTP a mais prevalente, correspondendo a 37,55% das lesões, com taxa de incidência de 0,27%. Dentre os 62 pacientes críticos com LPTP, 52 apresentaram uma única lesão e 8 desenvolveram duas. Identificou-se 80 LPTP, sendo 48,75% proveniente da semi- intensiva e 51,25% da UTI. As regiões mais acometidas foram: sacral (28,75%), calcâneo (23,75%) e glútea (20%). As principais condutas adotadas no tratamento incluíram: placa de hidrogel (90%), espuma com silicone (86,25%) e Laser de Baixa Intensidade (60%). A aplicação de coberturas profiláticas foi realizada em 79,03% dos casos, enquanto 24,19% recusaram. Manteve-se a rotina de mudança de decúbito em 32,26% dos indivíduos. Quanto ao desfecho dos pacientes com LPTP, 54,84% obtiveram alta hospitalar e 43,55% evoluíram a óbito. Relativamente à evolução das lesões, observou-se resolução completa em 43,5% dos casos, permanência da LPTP em 23,75% e progressão para LP estágio 2 em 20%. Ademais, 10% dos casos foram reclassificados como never events, sendo LP não classificável (LPNC) e LP estágio 4. Em pacientes cujas lesões foram consideradas resolvidas, 58,82% tiveram alta hospitalar. Todavia, evoluíram a óbito 33,33% dos pacientes em que as lesões permaneceram como LPTP e 11,11% daqueles com desfecho LPNC. A mediana do tempo de permanência no setor onde a LPTP desenvolveu-se foi 22 dias, e o tempo mediano de internação hospitalar após o aparecimento da lesão foi 26 dias. Conclusão: No CTI, a LPTP representa um importante desafio, impactando diretamente no tempo de internação hospitalar e desfechos clínicos adversos. A ocorrência de never events reforça a necessidade de intensificar as medidas terapêuticas e de prevenção empregadas, especialmente alívio de pressão na região sacro-glútea. Investimentos na educação multiprofissional e cultura de segurança são primordiais para mitigar a ocorrência e gravidade das LPTP em pacientes críticos. Kathleen Aparecida Paulino Flavia Sales Leite Marcele Liliane Pesavento Amanda Cristina Maria Aparecida Gonçalves Brandão Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DIRETRIZ PARA PREVENÇÃO DE LESÕES DE PELE RELACIONADAS A ADESIVOS MÉDICOS (MARSI) NA INSERÇÃO DE CATETERES VENOSOS CENTRAIS: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2142 Danielle Leonardi Barreto Aline Oliveira Ramalho Eliane Mazocoli Claudia Matias Rentes Barbosa Kelly Onaga Jahana Renata Desordi Lobo Renata Gonçalves De Oliveira Alessandra Marin Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DOR NO PACIENTE COM ÚLCERA VENOSA NA PERSPECTIVA DA TEORIA DO CONFORTO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2143 INTRODUÇÃO: A úlcera venosa é uma afecção cutânea desencadeada pela insuficiência venosa crônica em membros inferiores, atingindo o tecido em nível superficial, profundo ou misto1. Caracterizada pela difícil cicatrização e altas taxas de recidiva, a úlcera venosa frequentemente apresenta odor desagradável, alta exsudação e dor. A dor tem um impacto negativo significativo no bem-estar psicológico, físico e emocional do indivíduo, limitando atividades diárias, relações sociais, sono e mobilidade2,3. A dor pode se intensificar durante a troca de curativos, gerando ansiedade e desânimo, o que ressalta a importância de promover conforto e bem-estar4. A Teoria do Conforto de Kolcaba define o conforto como uma experiência de fortalecimento, onde as necessidades de alívio, tranquilidade ou transcendência são atendidas nos contextos físico, psicoespiritual, ambiental e sociocultural5. OBJETIVO(S): Conhecer as características físicas, emocionais e espirituais de pacientes internados com úlcera venosa que sentem dor, na perspectiva da Teoria do Conforto. MÉTODO: Estudo qualitativo exploratório, realizado nas unidades de clínica médica e cirúrgica em um hospital universitário no sul do Brasil. Foram incluídas pessoas maiores de 18 anos, com diagnóstico de insuficiência venosa crônica e/ou com Índice de Tornozelo Braquial entre 0,6 e 1,2. A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista semiestruturada abordando aspectos sociodemográficos, de saúde/doença, psicossociais e psicoespirituais. A análise de dados utilizou literatura científica e experiências dos pacientes, nos contextos físico, psicoespiritual, sociocultural e ambiental da Teoria do Conforto. O estudo foi aprovado sob parecer número 6.640.112 e CAAE 75923023.4.0000.0121. RESULTADOS: Participaram 13 pacientes, do sexo masculino, com idades entre 52 a 87 anos, 38,4% completaram o 2º grau e 23,1% eram analfabetos. As comorbidades foram hipertensão arterial sistêmica (n=12) e diabetes mellitus (n=8). O tabagismo e o etilismo foram evidenciados em 10 participantes. Referente aos pacientes com feridas, a dor foi citada em 100% dos casos, sendo 76,9% dor intensa. Para alívio e controle da dor, 92,3% relataram redução ao elevar os membros e 30,7% com analgésicos. Métodos como caminhada, repouso e massagem, foram citados por 30,7%. A principal queixa foi dificuldade de deambular (76,9%), seguida por fadiga e edema (38,4%). Quanto aos cuidados com as feridas, 30,7% não recebiam ajuda, entre os que recebiam, 38,4% eram de filhos, 15,3% de cônjuges, 23,1% de serviços de saúde e 7,7% de cuidadores. Dos fatores psicossociais e psicoespirituais, a dor crônica foi relatada por nove dos 13 participantes (69,2%). O desconforto foi citado por 53,8%, perda de autoestima e perda de produtividade por 38,4%. A depressão foi relatada em 23,1% dos casos, enquanto o isolamento social representou 30,7%. CONCLUSÃO: A dor em pacientes com úlcera venosa representa um fator significativo de comprometimento do conforto, afetando dimensões físicas, psicoespirituais, sociais e ambientais. Amanda Machado Juliana Balbinot Reis Girondi Lúcia Nazareth Amante Daniela Soldera Ana Flávia Dos Santos Almeida Manoela Ferreira Ávila Rafaella Hübler Da Silva Laura Wagner Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EFEITO ANTI-INFLAMATÓRIO DO ÁCIDO ALFA-LIPOICO TÓPICO EM LESÕES POR PRESSÃO: AVALIAÇÃO DE TNF-? COMO BIOMARCADOR https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2144 INTRODUÇÃO: O processo inflamatório desregulado está presente nas diversas formas e fisiopatologia de feridas, sejam elas agudas e ainda mais nas de difícil cicatrização, comprometendo a cicatrização e favorecendo complicações locais e sistêmicas1. O TNF-? (fator de necrose tumoral alfa) é uma citocina chave na mediação da inflamação e tem sido utilizado como marcador da resposta terapêutica2. Já o ácido alfa-lipóico (ALA), um antioxidante endógeno com propriedades anti-inflamatórias e regenerativas, vem sendo investigado como alternativa tópica promissora para modular esse processo3. Este estudo relata a aplicação tópica de ALA em uma lesão experimental em animais, com monitoramento da evolução clínica e dos níveis de TNF-?. OBJETIVO: Avaliar o efeito do uso tópico de ácido alfa-lipóico sobre os níveis de TNF-? em modelo animal de lesão por pressão. MÉTODO: Foram utilizados camundongos Swiss machos (25-30g), divididos nos seguintes grupos experimentais: controle, SHAM, creme base, creme ALA e Hidrogel com Alginato (fármaco referência), os quais, durante 4 dias foram submetidos ao ciclo de isquemia/reperfusão (I/R). Os animais tiveram suas LP tratadas durante 10 dias. A lesão/cicatriz foi utilizada para determinar a concentração de TNF-? nos dias 1, 5 e 10 de tratamento. Todos os dados foram analisados usando o software GraphPad Prism 10.2.3 e os resultados expressos como a média ± erro padrão da média (EPM) de três ou mais experimentos independentes. Valores de p &lt; 0,05 indicaram significância estatística. RESULTADOS: A quantificação de TNF-? nas áreas de feridas mostrou um efeito significante no “tratamento” [F (2, 99) = 117.2; P&lt;0.0001], sem efeito significativo no “tempo”, mas com uma interação entre os fatores "tratamento" e "tempo"[F (8, 99) = 6.344; P&lt;0.0001]. O post hoc evidenciou que os animais do grupo SHAM no dia 1 de tratamento tem um aumento significativo nas concentrações de TNF-? quando comparado ao controle (P&lt;0.0001) e somente o grupo tratado com Creme ALA (P=0.0098) mitigou esse efeito. Quanto aos animais do grupo SHAM no dia 5 de tratamento, foi visto novamente um aumento significativo nas concentrações dessa citocina quando comparado ao controle (P&lt;0.0001) e todos os tratamentos (P&lt;0.0001) foram capazes de reduzir esse efeito. Quanto ao dia 10 de tratamento, o SHAM demonstrou aumento da citocina quando comparado ao controle (P&lt;0.0001) e todos os tratamentos também foram capazes de mitigar esse efeito (P&lt;0.0001). Vale destacar que o grupo ALA demonstrou uma menor concentração de TNF-? quando comparado ao Creme base no dia 5 (P= 0.0169) e dia 10 (P&lt;0.0001) de tratamento. CONCLUSÃO: O uso tópico de ácido alfa- lipóico em lesão por pressão em modelo animal promoveu redução significativa dos níveis de TNF-? e melhora clínica dos sinais inflamatórios, sem efeitos adversos. A incorporação de ativos anti-inflamatórios como o ALA no arsenal terapêutico do estomaterapeuta pode representar uma estratégia promissora para qualificar o cuidado de feridas, especialmente em contextos onde a inflamação é fator limitante da cicatrização. Gabriel Angelo De Aquino Caren Nádia Soares De Sousa Kátia Leite Rodrigues Januário Silvânia Maria Mendes Vasconcelos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EFICÁCIA DA FOTOBIOMODULAÇÃO NO TRATAMENTO DE ÚLCERAS DECORRENTES DA DOENÇA DO PÉ RELACIONADA AO DIABETES MELLITUS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2145 Introdução A Doença do Pé Relacionada ao Diabetes Mellitus (DPRDM) constitui uma das complicações mais graves da diabetes, podendo evoluir para infecções graves e amputações. Nesse contexto, terapias complementares têm sido investigadas, com destaque para a fotobiomodulação (FBM), que utiliza luz de baixa intensidade para promover a regeneração celular1. Objetivo Avaliar as evidências disponíveis na literatura científica sobre a eficácia da fotobiomodulação no tratamento das lesões decorrentes da DPRDM. Método Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, fundamentada no modelo de Mendes, Silveira e Galvão2. A busca foi realizada nas bases BVS, Scopus e Web of Science, com uso da estratégia PICO. Foram incluídos estudos primários com seres humanos, sem delimitação de idioma ou período. Após triagem, 22 estudos integraram a amostra final. Resultados Estudo3 relatou redução estatisticamente significativa na área das úlceras já nos primeiros dias de tratamento com FBM, quando comparado ao grupo controle. Esse efeito terapêutico precoce é compatível com os mecanismos fisiológicos subjacentes à FBM, que envolvem a estimulação da atividade mitocondrial, o aumento da produção de ATP, a modulação da inflamação e a indução da angiogênese, todos fundamentais para a regeneração tecidual. A taxa de cicatrização completa variou de 40% a 62,2%, como relatado em estudo4, A segurança e a viabilidade clínica da FBM também foi confirmada. Todos os estudos incluídos que avaliaram eventos adversos relataram ausência de efeitos colaterais significativos. A técnica foi descrita como indolor, não invasiva, bem tolerada e de baixo custo, características especialmente relevantes para contextos de atenção básica e para pacientes em vulnerabilidade social1, 5 . Conclusão Os achados da presente revisão integrativa demonstram que a fotobiomodulação é uma estratégia terapêutica adjuvante eficaz e segura no tratamento das lesões decorrentes da Doença do Pé Relacionada ao Diabetes Mellitus. Seus efeitos positivos sobre a cicatrização tecidual, aliados à ausência de efeitos adversos e à simplicidade de aplicação, tornam a técnica especialmente promissora em cenários de atenção básica à saúde. A FBM mostra-se, portanto, uma alternativa viável e de baixo custo para complementar os cuidados convencionais, com potencial de ampliar o acesso terapêutico e melhorar os desfechos clínicos em populações vulneráveis. Lucimara Sonaglio Rocha Carla Cristina Santos Coutinho Margot Agathe Seiffert Bruna Noschang De Brum Silvana Mara Janning Prazeres Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE UMA CAPACITAÇÃO SOBRE RADIODERMITE: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2146 Introdução: A Radiodermite ou ferida radiógena é um dos efeitos secundários mais comuns do tratamento com radiação ionizante1. Estima-se que entre 80-90% dos pacientes submetidos a Radioterapia (RT) vão experienciar algum grau de radiodermite, e desse número, 10-15% desses pacientes apresentarão graus mais avançados (descamação úmida e ulceração)2. Nesse contexto, o enfermeiro é o profissional mais atuante nas ações de prevenção e tratamento, porém, exige-se um olhar clínico acurado3. Objetivo: Relatar a experiência sobre elaboração e aplicação sobre uma capacitação sobre radiodermite para profissionais de enfermagem residentes. Método: Trata-se de um relato de experiência realizado no período de Maio do ano de 2025, em uma Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON) do estado do Ceará. A capacitação foi direcionada à quatro enfermeiras residentes. No primeiro momento, foi realizada uma revisão bibliográfica sobre os principais manuais, consensos e artigos sobre radiodermite. Já no segundo momento, foi-se preparada a aula, sendo abordada: conceitos básicos sobre a radioterapia, anatomofisiologia da pele, conceito de radiodermite, classificação e fluxograma de prevenção e tratamento. Além disso, foi incluído na apresentação um teste (pré e pós), com perguntas sobre um caso clínico (radiodermite - grau 3), sem a coleta ou análise dos resultados individuais. Por fim, houve a aplicação da capacitação. Resultados: Durante a capacitação, foi observado um envolvimento ativo das participantes, que demonstraram interesse tanto nos conteúdos teóricos, quanto na discussão do caso clínico. A atividade promoveu debates ricos e troca de experiências, contribuindo para ampliar a compreensão sobre a gravidade dos quadros de radiodermite e sobre as condutas baseadas em evidências. Ao final da capacitação, foi possível perceber que as residentes se sentiram mais seguras para tomar decisões clínicas diante desse tipo de lesão, especialmente nos casos mais complexos. Tifanny Horta Castro Thalia Alves Chagas Menezes Beatriz Alves De Oliveira Camila Barroso Martins Kemyson Camurça Amarante Adine De Andrade Fiúza Manuela De Mendonça Figueirêdo Coelho Mariana Cavalcante Martins Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ESCALA ELPO NA PREDIÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO NO PERIOPERATÓRIO: ANÁLISE CRÍTICA PARA A PRÁTICA EM ESTOMATERAPIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2147 Introdução: A Escala de Risco de Lesão por Pressão Perioperatória (ELPO) foi desenvolvida para orientar a adoção de medidas preventivas de LP em pacientes cirúrgicos. No entanto, sua eficácia preditiva ainda é tema de debate na literatura, especialmente quando aplicada isoladamente. Na prática da estomaterapia, compreender os limites e as potencialidades desse instrumento é essencial para a tomada de decisão clínica e para a implementação de protocolos de cuidado individualizado. Objetivo: Avaliar a validade preditiva da escala ELPO em pacientes cirúrgicos e discutir sua aplicabilidade na prática clínica do enfermeiro estomaterapeuta. Método: Estudo transversal e retrospectivo, realizado em um hospital universitário do nordeste brasileiro, com análise de 3.000 prontuários de pacientes submetidos a cirurgias entre julho de 2020 e novembro de 2022. Coletaram-se os escores da escala ELPO e a ocorrência de LP, além de variáveis clínicas e preventivas. Aplicaram-se testes estatísticos bivariados e regressão logística. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (parecer nº 5.866.038). Resultados: A média do escore ELPO foi mais alta entre os pacientes que desenvolveram LP, mas a diferença não foi estatisticamente significativa (p=0,06). A escala apresentou associação fraca com a ocorrência de lesões (p=0,095), sugerindo limitação em sua sensibilidade preditiva quando utilizada isoladamente. Além disso, a ELPO não contempla variáveis relevantes como o uso de colchão térmico (associado ao aumento de risco – OR=2,56; p=0,000) e sexo masculino (OR=1,68; p=0,040), o que compromete sua capacidade de estratificação de risco em determinados contextos. Por outro lado, a escala se mostrou útil para orientar práticas preventivas, estruturando o raciocínio clínico das equipes. Conclusão: Embora útil como guia para condutas, a escala ELPO não deve ser utilizada como ferramenta única de predição de risco. Na estomaterapia, sua aplicação deve ser combinada com avaliação clínica abrangente e contínua. O enfermeiro estomaterapeuta, com seu olhar especializado sobre feridas, está apto a interpretar criticamente os escores da ELPO e propor ajustes nas condutas preventivas de forma personalizada, garantindo maior efetividade na prevenção de LP em pacientes cirúrgicos. Francisca Virna Barbosa Albuquerque Manuela De Mendonça Figueirêdo Coelho Viviane Mamede Vasconcelos Cavalcante Eliane Maria Da Silva De Paula Gérson Ábner Magalhães De Miranda Manuela Dos Santos Gomes Ivina Maria Angelo Araujo Ivana Maria Dos Santos Aguiar Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ESPIRITUALIDADE EM PESSOAS COM FERIDAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2148 A presença de feridas é responsável por modificações no cotidiano do indivíduo, interferindo no estilo de vida, no trabalho e na imagem corporal. Muitas vezes ocasiona sentimentos como frustração, decepção, ansiedade, depressão, medo e tristeza. A espiritualidade é um mecanismo individual para encontrar propósitos e sentido na vida, e está envolvida com a transcendência. Religião e espiritualidade têm sido associadas a melhores resultados de saúde em diversas áreas médicas, inclusive no tratamento de feridas de diferentes etiologias. Objetivo: Identificar publicações científicas que abordem a espiritualidade em pessoas que possuem feridas. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada nos bancos de dados LILACS, PubMed e no buscador Google Acadêmico, utilizando os descritores "espiritualidade" e "feridas", buscando estudos publicados entre 2021 e 2025. Foram incluídos estudos em português, inglês e espanhol que abordavam a temática. Foram excluídos trabalhos de conclusão de curso e estudos que não abordavam a espiritualidade em pessoas com feridas. Resultados e discussão: Foram encontradas 36 publicações; 28 foram excluídas por não atenderem aos critérios de inclusão. Restaram cinco estudos: um na base LILACS e quatro no PubMed. Os estudos abordam espiritualidade em pacientes com lesões como queimaduras, neoplasias malignas, ferimentos por arma de fogo e úlceras. Pacientes com maior espiritualidade tendem a lidar melhor com os desconfortos da lesão, apresentam menores níveis de depressão e ansiedade, e realizam o autocuidado de forma mais eficaz. Contudo, há limitações no cuidado espiritual, como crenças pessoais dos profissionais, falta de empatia, tempo restrito na prática clínica e uso de consultas on-line. Conclusão: A espiritualidade pode servir como fator de proteção às pessoas que convivem com feridas, contribuindo para a melhoria geral da saúde. No entanto, há lacunas na literatura, sendo necessários estudos com uso de escalas psicométricas para aprofundar o conhecimento sobre o tema. Daniela Tinti Moreira Borges Hélio Martins Do Nascimento Filho Fabíola Arantes Ferreira Aliane Aparecida Azevedo Chignolli Flavia Carla Takaki Cavichioli Alfredo Gragnani Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ESTOMATERAPIA EM CENÁRIOS DE FRAGILIDADE: DESAFIOS E ESTRATÉGIAS NO CUIDADO DE FERIDAS AO IDOSO RIBEIRINHO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2149 INTRODUÇÃO: A estomaterapia é uma área especializada que oferece assistência a indivíduos com estomias, incontinência urinária e/ou anal, além de tratar e manejar lesões de pele, sejam agudas ou crônicas, promovendo qualidade de vida e recuperação adequada. Nas comunidades ribeirinhas da Amazônia, essa especialização se torna ainda mais crucial diante da vulnerabilidade social. O isolamento, a escassez de serviços públicos, a precariedade do transporte fluvial e os efeitos das enchentes dificultam o acesso à saúde. A falta de saneamento e as dificuldades econômicas ressaltam a necessidade de políticas sociais e de saúde adequadas. Para os idosos, esses desafios se intensificam, com infraestrutura precária e mudanças nos arranjos familiares, o que aumenta a demanda por cuidados domiciliares. Nesse cenário, a estomaterapia, integrada a políticas intersetoriais, torna-se essencial para oferecer um cuidado especializado, eficaz e humanizado à população idosa ribeirinha. OBJETIVO: Identificar desafios e estratégias no cuidado de feridas em idosos ribeirinhos em situação de fragilidade. MÉTODO: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, que tem como base as vivências de docentes e discentes de Enfermagem durante a realização de visitas domiciliares na disciplina de Semiologia e Semiotécnica, voltadas para consultas de enfermagem a idosos ribeirinhos, com foco no cuidado de feridas em contextos de fragilidade e na atuação da estomaterapia. As atividades ocorreram em uma comunidade ribeirinha situada na região do Médio Solimões, no estado do Amazonas, marcada por vulnerabilidades sociais e dificuldades de acesso a serviços especializados de saúde. RESULTADOS: A realização das consultas de enfermagem possibilitou uma aproximação sensível e integral à realidade dos idosos ribeirinhos, revelando desafios significativos no cuidado de feridas. Foram atendidos idosos com diferentes tipos de lesões cutâneas dentre elas: UV (úlcera venosa), Lesão por pressão (LPP) e lesões crônicas causadas por Hanseníase, frequentemente agravadas por condições socioambientais diversas. Entre os principais desafios identificados, podemos citar: as barreiras geográficas e de transporte que dificultam o acesso a serviços especializados; limitações de infraestrutura domiciliar para o autocuidado e higiene; presença de comorbidades; baixa adesão a orientações de tratamento devido à falta de insumos ou suporte contínuo; entre outros. Conclusão: A experiência evidenciou estratégias eficazes para o cuidado em saúde e promoção da qualidade de vida, como: a escuta ativa e o vínculo estabelecido durante as visitas, que favoreceram a adesão ao cuidado. Além disso, observou-se que os estudantes ampliaram sua capacidade de avaliação clínica, tomada de decisão e atuação ética em contextos adversos. Cristiane Costa Reis Da Silva Adria Eduarda Da Silva Guimarães Emanuelle De Azevedo Fatim Karoline De Almeida Felinto Manoela Alzira Da Silva Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ESTRATÉGIAS NO CUIDADO DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM PÊNFIGO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2150 Maria Angela De Freitas Leilane Maracajá Duarte Andrezza Silvano Barreto Vanusa Bernardino Da Silva Vanja Melo Sousa Ricardo Ximenes De Oliveira Lima Andréa Claudia Campelo Maciel Justi Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ESTRESSE PERCEBIDO E CICATRIZAÇÃO EM PESSOAS QUE VIVEM COM FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO: ESTUDO DE COORTE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2151 Introdução: O estresse caracteriza-se por um estado de homeostase desafiada, sistêmica, física ou psicológica; a falha em restaurar esse equilíbrio resulta em efeitos negativos, chamados ‘distresse'. Para lidar com os estressores, os indivíduos apresentam mecanismos de enfrentamento ou coping. No caso de pessoas com feridas de difícil cicatrização, o estresse está associado com o atraso na cicatrização, piora de sintomas, como a dor, e piora da qualidade de vida. No entanto, atualmente, são escassos os estudos que tratam das associações entre o estresse e a cicatrização. Objetivo: Identificar e analisar a relação entre estresse percebido e cicatrização em pessoas com feridas de difícil cicatrização, atendidas em ambulatório de Estomaterapia. Métodos: Estudo observacional e prospectivo de coorte secundária, aprovado pelo comitê de ética. Os dados foram coletados ao longo de 2 a 6 atendimentos, por meio de entrevistas, exames das feridas e revisão de prontuários, utilizando instrumentos no aplicativo REDCap, como formulários sociodemográficos e clínicos, o Inventário Breve de Dor (escore de sensibilidade e interferência na vida), o Questionário Multidimensional de Dor de McGill, a Avaliação da Ferida de Bates- Jensen (escore de gravidade de 13 a 65) e a Escala de Estresse Percebido. As análises incluíram testes de hipótese, correlações de Pearson e modelos de regressão com efeitos mistos. Resultados: Entre os 32 pacientes, 75% apresentavam feridas em membros inferiores, com duração média de 4,5 anos e escore médio de gravidade da ferida de 20,9. A cicatrização atrasada foi identificada em 21,9% dos pacientes ao longo dos atendimentos. Houve uma correlação fraca indicando que níveis mais altos de estresse percebido se associaram a escores mais elevados de gravidade da ferida. No entanto, o estresse percebido isoladamente não previu a cicatrização da ferida ao longo do tempo. Verificou-se uma correlação moderada indicando que, quanto menor o tempo de duração da ferida, maior o estresse percebido e menor a percepção de coping. Por outro lado, pacientes com cicatrização atrasada e maior tempo de duração da ferida apresentaram escores mais elevados de coping percebido. Além disso, observou-se que, quanto maior a interferência da dor, maior o estresse percebido e menor o coping e, quanto maior a dor segundo o escore de McGill, maior o estresse e o distresse percebido. Conclusão: O estresse é um fenômeno biopsicossocial complexo que contribui para os desfechos clínicos de pessoas com feridas de difícil cicatrização, juntamente com outras variáveis, principalmente dor e tempo de duração da ferida. Maior coping percebido foi identificado em pacientes com feridas de longa duração. No entanto, a dor afetou essa percepção. Beatriz Costa Ferreira Carol Viviana Serna González Kevin Woo Tim Salomons Vera Lúcia Conceição Gouveia Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ESTUDO CLÍNICO DE ALMOFADAS PARA CADEIRA DE RODAS:COMPARAÇÃO DA PRESSÃO DE INTERFACE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2152 Introdução: Usuários de cadeira de rodas têm risco maior de desenvolver lesão por pressão porque sentados por um período prolongado. A prevenção demanda descarga com suspensão do próprio corpo ou interações com o cuidador. A falta da assistência ao indivíduo para se mover na cadeira, propiciará o corpo desenvolver a ferida devido à pressão e ao peso sobre os tecidos moles.1 A almofada para cadeira de rodas é usada para o gerenciamento da pressão criada quando os indivíduos com comprometimento da mobilidade ou sensibilidade permanecem sentados.2 Quando adequadamente indicadas são eficazes na redução da incidência e gravidade das lesões por pressão. As almofadas podem ser categorizadas como de espuma, de gel e de ar, de acordo com o material de enchimento.3 O desenvolvimento de novas almofadas para cadeira de rodas se tornou um desafio para os fabricantes nos últimos anos. As propriedades de redução da pressão de interface, o controle do microclima e os efeitos no conforto do usuário são fatores importantes na avaliação de um novo produto. Em 2022 passou a ser produzida no Brasil uma nova tecnologia, denominada C-CORE. É um produto aerado, composto de filamentos de polietileno de cadeia longa, o que proporciona flexibilidade e resistência ao material. As almofadas de cadeira de rodas desta tecnologia foram lançadas no Brasil em 2023 e 2024. A tecnologia C-CORE promete oferecer mais conforto e proteção contra lesões para usuários de cadeira de rodas. A hipótese foi que as almofadas de células de ar, de espuma e de polietileno C-CORE apresentariam pressões de interface similares. Objetivo: comparar a pressão da interface nos indivíduos sentados em diferentes almofadas para cadeira de rodas. Método: estudo clínico de fase I, com 37 participantes saudáveis, totalizando 222 avaliações, que ocorreram no Laboratório de Tecnologia e Inovação, Belo Horizonte-MG, em julho de 2024. As almofadas separadas em grupo controle (A – células de ar interconectadas) e cinco grupos intervenção (B e C – espuma de poliuretano / D, E e F - polietileno C-CORE). A variável independente foi tipo de almofada e a dependente, pressão de interface. As variáveis de controle foram idade, sexo, altura, peso, circunferência do quadril. Foi utilizada Análise de Covariância. O tamanho amostral teve base na detecção de diferenças entre pressões das almofadas. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa. Os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A pesquisa foi registrada na base de dados de Registro de Ensaios Clínicos Brasileiros (ReBEC), com número RBR-9vsvKn5. Resultados: a média de idade foi 27,38 anos (18 a 53 anos), 43,2% eram mulheres e 56,8% homens. Peso corporal variou de 43,3kg a 115,9kg (mediana de 74,2kg e média de 72,6kg). A média de pressão (mmHg) variou conforme o grupo: A (3.735,1), B (4.735,7), C (5.350,1), D (4.957,5), E (5.371,9), F (5.380,8), com diferença significativa entre as almofadas comparadas (valor- p&lt;0,001). Conclusão: A hipótese de semelhança entre os grupos não se confirmou integralmente. Houve diferença na pressão em relação almofada de espuma e entre três almofadas de polietileno C-CORE. Eline Lima Borges Isabelly Marques Lopes Josimare Aparecida Otoni Spira Mery Natali Silva Abreu Perla Oliveira Soares De Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FATORES ASSOCIADOS À AMPUTAÇÃO EM PESSOAS COM ÚLCERA DE PÉ EM DECORRÊNCIA DO DIABETES MELLITUS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2153 Álvaro Sepúlveda Carvalho Rocha Lídya Tolstenko Nogueira Jefferson Abraão Caetano Lira Sandra Marina Gonçalves Bezerra Ana Maria Ribeiro Dos Santos Claudia Daniella Avelino Vasconcelos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FATORES ASSOCIADOS AO DESENVOLVIMENTO DE LESÕES POR PRESSÃO EM CENTRO CIRÚRGICO: IMPLICAÇÕES PARA A SEGURANÇA DO PACIENTE E PRÁTICA CLÍNICA EM ESTOMATERAPIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2154 Introdução: Lesões por pressão (LP) no perioperatório representam eventos adversos preveníveis, com impacto direto na recuperação do paciente cirúrgico. A atuação do enfermeiro estomaterapeuta, especialista no cuidado de feridas, é essencial na prevenção e tratamento dessas lesões em ambientes hospitalares, especialmente no centro cirúrgico. Objetivo: Analisar os fatores associados à ocorrência de lesões por pressão em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos, com foco nas implicações para a prática clínica em estomaterapia. Método: Estudo transversal, retrospectivo, com análise de 3.000 prontuários de pacientes cirúrgicos entre julho de 2020 e novembro de 2022 em um hospital universitário do nordeste brasileiro. Foram avaliadas variáveis clínicas, sociodemográficas e intervenções preventivas, além do escore da escala ELPO. As análises estatísticas incluíram Teste Qui-quadrado, Teste T de Student e Regressão Logística Binária. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 5.866.038. Resultados: A prevalência de LP intraoperatória foi de 2,9%. O uso de coxins associou-se à redução do risco de LP (p=0,014). A posição cirúrgica lateral aumentou significativamente o risco (OR=4,84; p=0,000), assim como o uso de colchão térmico (OR=2,56; p=0,000) e o sexo masculino (OR=1,68; p=0,040). O tempo cirúrgico ?2h foi fator protetor (OR=0,37; p=0,024), sugerindo adoção mais sistemática de cuidados preventivos em cirurgias prolongadas. O uso de curativo hidrocolóide preventivo também apresentou associação com maior ocorrência de LP (OR=27,07; IC95% 1,38–529,46; p=0,030), embora com ampla margem de erro. A escala ELPO teve tendência de associação com lesões, sem significância estatística (p=0,095), indicando necessidade de revisão de sua aplicabilidade prática. Conclusão: Os achados evidenciam a importância da avaliação de risco e da adoção de medidas preventivas, como o uso adequado de dispositivos de posicionamento, especialmente em pacientes do sexo masculino e em posição lateral. Para a estomaterapia, este estudo reforça o papel estratégico do enfermeiro estomaterapeuta no monitoramento de fatores de risco, implementação de cuidados baseados em evidências e na educação permanente das equipes multiprofissionais. A prevenção de LP no centro cirúrgico é campo de atuação essencial para a estomaterapia, contribuindo para a segurança, qualidade e integralidade do cuidado ao paciente. Manuela De Mendonça Figueirêdo Coelho Tifanny Horta Castro Viviane Mamede Vasconcelos Cavalcante Pedro Miguel Alves Rocha Ivina Maria Angelo Araujo Victorya Leitão Lopes Teixeira Eliane Maria Da Silva De Paula Mariana Cavalcante Martins Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FATORES ASSOCIADOS AO RISCO DE DESENVOLVER NEUROPATIA E COMPLICAÇÕES NOS PÉS EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2155 INTRODUÇÃO: Estima-se que 20 milhões de pessoas no Brasil vivam com DM, cerca de 10% da população. O Brasil representa o 4º lugar no raking mundial de países com mais pessoas com DM (1). Cerca de 85% das úlceras nos pés de pessoas com diabetes, precedem amputações. A cada 60 segundos, três pessoas sofrem amputação em decorrência do DM (2,3). A doença nos pés é caracterizada: neuropatia periférica, doença arterial periférica, infecção, úlcera (s), neuro-osteoartropatia, gangrena ou amputação, sendo a ulceração uma das complicações mais graves (4). OBJETIVO: analisar os fatores associados ao grau de risco de desenvolver úlceras nos pés de pessoas com DM. METODO: Estudo transversal, exploratório. A pesquisa faz parte de um estudo maior aprovado pelo comitê de ética em pesquisa com Seres Humanos, sob parecer N. 5.779.758. A amostra foi por conveniência, correspondendo a 1542. Os critérios de inclusão: ter diagnóstico de DM; passar pelos exames de acordo com a indicação. As variáveis foram: sociodemograficas, clínicas; exames dos pés e retinopatia. A classificação de risco foi estabelecida conforme o IWGDF. Para análise descritiva, as frequências absolutas e relativas foram calculadas para cada variável, e as médias e desvios-padrão foram utilizados para descrever as variáveis contínuas. Os dados foram então analisados para verificar a distribuição de participantes em cada nível de risco e examinar associações entre o grau de risco e as variáveis. A análise estatística foi realizada pelo programa SPSS, versão 20.0. O nível de significância p&lt;0,05%. RESULTADOS: Em relação a classificação de risco 64,5% dos indivíduos estavam estratificados no risco 0; 21,8% no risco 1; 10,7% no risco 2 e 3,5% em risco 3. A idade média foi de 62 anos. Houve uma associação entre idade avançada e níveis de risco mais elevados, com destaque para os indivíduos com mais de 80 anos (p&lt;0,001). A ausência de atividade física correlacionou-se com uma maior prevalência (p=0,018). Doenças renais também foram um determinante importante, com uma associação significativa (p&lt;0,001). O tempo de diagnóstico e o uso prolongado de insulina foram relacionados ao aumento do risco, (p=0,003 para tempo de diagnóstico e p=0,023 para uso de insulina). A hipertensão arterial e doenças vasculares, apresentaram-se frequentemente associadas a riscos elevados (p&lt;0,001). Microalbuminúria e albumina, também indicaram correlações significativas. A análise demonstrou correlação entre o tempo de diagnóstico e o nível de risco. O tempo de uso de insulina também foi associado ao risco (p = 0,023). Indivíduos com feridas prévias apresentaram 11,7% de risco alto, enquanto aqueles sem feridas estavam em 1,9% (p &lt; 0,001). Amputações menores e maiores também elevaram o risco alto para 39,6% e 20%, respectivamente (p &lt; 0,001). Comprometimentos vasculares e sensitivomotores, como a ausência de pulsos tibiais e a perda de sensibilidade protetora plantar, foram fortemente associados ao risco elevado, com 10,40% de risco alto em casos de perda de sensibilidade (p&lt; 0,001). CONCLUSÃO: A estratificação de risco se mostrou eficaz para guiar intervenções preventivas, reforçando a necessidade de uma abordagem integrada para reduzir complicações nos pés. Marina Nascimento Brito Vanessa Azevedo Silva Emanuela Cardoso Da Silva Andrea Dos Santos Souza Ellen Fernanda Da Silva Vieira Emile Marinho Dos Anjos Roseanne Montargil Rocha Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FATORES DE RISCO PARA LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTES ADULTOS E IDOSOS ASSISTIDOS EM EMERGÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2156 Introdução: A Lesão por Pressão (LP) é definida como um dano localizado na pele e/ou no tecido mole subjacente, provocado por pressão intensa e/ou prolongada, combinada ao cisalhamento. A etiologia das LP é multifatorial e pode decorrer de fatores mecânicos, ambientais ou condições individuais do paciente. Salienta-se que o ambiente de emergência ou pronto atendimento é um cenário de particular vulnerabilidade para o desenvolvimento de LP, de modo que sua prevalência global em adultos se situa em torno de 12,8% e incidência, em torno de 5,4/10.000 pacientes-dia. A implementação de medidas preventivas demanda o conhecimento dos fatores de risco específicos do paciente assistido nesse contexto. Objetivo: Descrever os fatores de risco para a ocorrência de LP em pacientes adultos e idosos assistidos no setor de emergência. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, que teve como pergunta de pesquisa “Quais os fatores de risco para a ocorrência de LP em adultos e idosos nos serviços de emergência?”. A busca foi realizada em junho do corrente ano, nas bases MEDLINE/PubMed, LILACS e WEB OF SCIENCE. A estratégia de busca foi formulada usando descritores do vocabulário MeSH e adequada para cada base de dados. Os critérios de inclusão foram: estudos completos, que respondiam à pergunta de pesquisa, publicados nos idiomas português, inglês ou espanhol, observacionais ou experimentais, sem limite para o ano de publicação. Foram excluídos estudos duplicados e revisões de literatura sem metanálise. A triagem dos artigos foi realizada de forma pareada por dois pesquisadores, com o auxílio do software RAYYAN. Os dados foram extraídos, categorizados quanto aos fatores de risco, analisados e discutidos. Resultados: Dentre os 239 estudos sensibilizados, excluiu-se 54 duplicados. Ao todo, 185 estudos foram triados e 14 estudos foram incluídos para análise da revisão. Os principais fatores de risco citados foram: idade avançada (n=12; 85,7%); longa permanência no departamento de emergência e/ou demora do atendimento (n=7; 50%); problemas nutricionais (n=6; 42,85%); condição mental alterada/baixa percepção sensorial (n=6; 42,85%); doenças cardiovasculares (n=6; 42,85%); diabetes (n=5; 35,7%); mobilidade reduzida (n=5; 35,7%); aumento da umidade da pele (n=4; 28,57%); longo tempo de locomoção em ambulância (n=4; 28,5%); acomodação por muito tempo em cadeiras, poltronas ou macas (n=3; 21,42%); incontinência urinária (n=3; 21,42%); diminuição do nível de hemoglobina (n:3; 21,42%); desidratação (n:2; 14,28%); diminuição do nível sérico de albumina (n:2; 14,28%); Índice de massa corporal alto (n:2; 14,28%); uso de fraldas (n:1; 7,14%); aumento da temperatura (n:1; 7,14%); baixa saturação de oxigênio (n:1; 7,14) e aumento do nível de proteína C reativa (n:1; 7,14%). Conclusão: Evidenciou-se que os principais fatores de risco para LP na emergência foram a idade avançada e a longa permanência no setor, devido à carência de condições propícias para prevenção de LP atribuído à dinâmica do atendimento. Desse modo, é essencial que os profissionais aumentem a supervisão nesse contexto e promovam a implementação precoce de estratégias preventivas, principalmente nos indivíduos que apresentam fatores de risco simultâneos, a fim de minimizar a incidência desse dano e elevar a segurança dos pacientes. Laura Tabita De Queiroz Magalhães Marques Maria Selma Alves Bezerra Jocileudo Marcos Varela Ana Rafaele Lima Oliveira Rafael Cesar Barreto Ana Fátima Carvalho Fernandes Jayana Castelo Branco Cavalcante De Meneses Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FERIDA À DISTÂNCIA, CONEXÃO QUE CURA: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM TRATAMENTO REMOTO DE QUEIMADURA DE ESPESSURA PARCIAL DO PEQUENO QUEIMADO. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2157 Introdução: Queimaduras são lesões traumáticas que exigem avaliação especializada e condutas criteriosas para evitar infecções, cicatrização inadequada e impacto funcional e estético.1 Em contextos onde o acesso ao cuidado especializado é limitado, o uso da teleconsulta, aliado a recursos terapêuticos locais, pode promover desfechos favoráveis.2 Este relato descreve a condução remota do tratamento de uma queimadura de segundo grau3, com o uso de tecnologias acessíveis e abordagem integrativa. Objetivo: Relatar a experiência de tratamento remoto de uma queimadura de espessura parcial (segundo grau) profundo, classificado com o pequeno queimado segundo a regra dos nove, de acordo com a SBQ (Sociedade Brasileira de Queimados)1. Onde foi utilizado enzima proteolítica, óleo ozonizado e aplicação pontual de laser de baixa intensidade. Método:Trata-se de um relato de experiência realizado no primeiro semestre de 2025, com acompanhamento remoto de paciente adulto, residente em município diferente da estomaterapeuta responsável. O caso envolveu queimadura de espessura parcial (segundo grau) profunda, em dorso do pé, com necessidade de epitelização completa em até 40 dias, devido a uma viagem programada do paciente. Os atendimentos foram realizados por meio de videochamada. Inicialmente, foi indicada a utilização de enzima proteolítica, devido à presença de tecido desvitalizado (esfacelo) aderido em toda a extensão da lesão. Após desbridamento autolítico parcial, iniciou-se a aplicação de hidrogel com o objetivo de manter a hidratação do leito da ferida, favorecendo a continuidade do desbridamento e a manutenção de um ambiente úmido ideal para a cicatrização. Com a evolução do quadro e a remoção completa do esfacelo, foi prescrita a utilização de óleo ozonizado, manipulado na cidade de residência do paciente. Em uma etapa intermediária,o paciente realizou duas sessões de fotobiomodulação com laser de baixa intensidade,conduzidas por uma enfermeira local,com intervalo de uma semana entre as sessões. O restante do acompanhamento terapêutico foi realizado exclusivamente com o uso tópico do óleo ozonizado, até a completa epitelização da lesão. Resultados: Observou-se uma resposta clínica altamente positiva à terapêutica instituída, com rápida evolução da cicatrização. Inicialmente, diante de uma lesão estagnada há aproximadamente uma semana, de acordo com relato do paciente, e com presença de esfacelo aderido, foi indicada a aplicação de enzima proteolítica, seguida do uso de hidrogel para manutenção da hidratação e estímulo ao desbridamento autolítico. Com a limpeza gradual do leito da ferida, introduziu-se o óleo ozonizado, que promoveu redução progressiva da área lesional, melhora significativa do tecido de granulação e aceleração da epitelização. A associação pontual de LBI, realizada em duas sessões , potencializou os efeitos regenerativos e reparação tecidual. Em apenas 38 dias, a lesão encontrava-se totalmente epitelizada, sem sinais de infecção ou outras complicações. O desfecho positivo permitiu que o paciente realizasse sua viagem conforme o planejamento, segurança e integridade cutânea restabelecida. Mariana Generoso De Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FISIOPATOLOGIA E TRATAMENTO DO PIODERMA GANGRENOSO: UMA REVISÃO DE LITERATURA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2158 Introdução: O Pioderma Gangrenoso (PG) é uma condição dermatológica neutrofílica rara, caracterizada por ulcerações necróticas que são dolorosas e frequentemente está ligado a condições sistêmicas como: artropatias inflamatórias, doença inflamatória intestinal (DII) e neoplasias hematológicas. Objetivos: Apresentar o que a literatura traz a respeito da fisiopatologia e de tratamentos para os casos de Pioderma Gangrenoso; identificar as causas e fatores associados ao Pioderma Gangrenoso; descrever o processo de diagnóstico no Pioderma Gangrenoso; identificar nas publicações selecionadas as terapias farmacológicas e tópicas para o tratamento do Pioderma Gangrenoso. Metodologia: Este é um estudo de revisão bibliográfica, onde foram usadas as seguintes bases de dados: PUBMED SCIELO; CAPES, EMBASE,MEDLINE, através dos DeCs/MeSH: Pyoderma grangrenosum; Pioderma Gangrenoso; Piodermia Gangrenosa; therapy, terapia. Resultados/discussão: a partir das cinco categorias apresentadas, foi possível identificar a fisiopatologia e causas associadas ao pioderma gangrenoso, métodos diagnósticos, principais linhas de tratamento e estratégias para o manejo das lesões. Considerações finais: A revisão destaca a importância do diagnóstico precoce PG. O manejo da doença envolve o uso de imunossupressores, porém a ausência de diretrizes padronizadas representa um desafio. Ter conhecimento aprofundado das características clínicas e fisiopatologia da doença pode auxiliar na identificação precoce e na implementação de estratégias terapêuticas mais eficazes. Isabel Cristina Dos Santos Maria Heloisa M. Chaves Beatriz Dos Santos Rissato Gabriela Theinel Drielle Fernanda Arruda Isabelle Evangelista Rita Domaski Ana Rotilia Erzinger Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FOTOBIOMODULAÇÃO NO TRATAMENTO DE LESÕES DE PÉ DIABÉTICO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2159 RESUMO INTRODUÇÃO O pé diabético é uma das complicações mais comuns do diabetes mellitus e representa um desafio terapêutico significativo, principalmente devido à dificuldade de cicatrização e ao risco aumentado de infecções e amputações¹. Nesse contexto, a fotobiomodulação (FBM), também conhecida como terapia a laser de baixa intensidade, tem sido investigada como uma abordagem terapêutica complementar promissora. A FBM atua na bioestimulação celular, promovendo efeitos anti- inflamatórios, analgésicos e regenerativos, sendo especialmente útil na aceleração da cicatrização tecidual². OBJETIVO GERAL Analisar, por meio de uma revisão narrativa da literatura, os efeitos da fotobiomodulação como terapia complementar no tratamento de lesões em pacientes com pé diabético. MÉTODO Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, do tipo revisão narrativa, com busca realizada nas bases de dados SciELO, LILACS e PubMed, utilizando os descritores “fotobiomodulação”, “pé diabético” e “laserterapia”, “estomaterapia” combinados com os operadores booleanos AND e OR. Foram incluídos artigos publicados entre 2015 e 2024, disponíveis em português e inglês, que abordassem a aplicação clínica da FBM em feridas de origem diabética. RESULTADOS Os resultados indicaram que a fotobiomodulação promove melhora significativa no processo de cicatrização, redução da dor, menor incidência de infecções e melhora da qualidade de vida dos pacientes³. A maioria dos estudos revisados demonstrou que a aplicação do laser de baixa intensidade, especialmente nos comprimentos de onda entre 630 nm e 904 nm, estimula a atividade mitocondrial, a produção de ATP e a liberação de fatores de crescimento, essenciais para a regeneração tecidual???. CONCLUSÃO Conclui-se que a fotobiomodulação representa uma alternativa terapêutica segura, não invasiva e eficaz como complemento ao tratamento convencional do pé diabético. Embora os achados sejam promissores, ainda são necessários estudos clínicos mais robustos, com amostras maiores e padronização dos parâmetros de aplicação, para consolidar a eficácia e definir protocolos terapêuticos específicos para esta terapia. Joice Adriana Da Silva Garcia Heloisa Gabriela Trindade Patricia Yoshida Elisandra Alves Kuse Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 HIDRADENITE SUPURATIVA: EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SOBRE O CUIDADO COM LESÕES DE PELE – UMA REVISÃO INTEGRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2160 Introdução: A hidradenite supurativa é uma dermatose inflamatória crônica caracterizada por nódulos dolorosos e supurativos em áreas intertriginosas, com alto impacto na qualidade de vida. De origem multifatorial, envolve predisposição genética, obesidade, tabagismo e doenças inflamatórias. O tratamento é multifocal, podendo incluir antibióticos, imunossupressores, terapias biológicas, cirurgia e cuidados locais com feridas, exigindo alto envolvimento físico e emocional dos pacientes. Objetivo: Identificar e analisar as evidências científicas sobre os cuidados com as lesões de pele em pessoas com hidradenite supurativa. Método: Realizou-se uma revisão integrativa a partir da pergunta: “Quais são os cuidados com as lesões de pele em pessoas com hidradenite supurativa?”. A busca foi feita nas bases PubMed e Web of Science com os descritores “Hidradenitis Suppurativa” AND “therapy” AND “Wound Healing”. Foram incluídos artigos dos últimos cinco anos; excluíram-se revisões, cartas ao editor e estudos não pertinentes à questão. Utilizou-se o aplicativo Rayyan para triagem e organização dos resultados. Resultados: Foram identificados 78 artigos, com exclusão de 8 duplicatas. Após leitura de títulos e resumos, 66 foram excluídos por não atenderem ao objetivo da pesquisa, resultando em 4 artigos incluídos na análise. O primeiro estudo, um ensaio clínico prospectivo italiano, avaliou 25 pacientes divididos em três grupos submetidos a diferentes tratamentos: hidrofibra com prata, gel de azeite de oliva enriquecido com oxigênio e terapia por pressão negativa. Todos os grupos apresentaram melhora na cicatrização, sem diferença estatisticamente significativa, evidenciando que cada estratégia criou um microambiente favorável à reparação tecidual. O segundo artigo apresentou recomendações baseadas em experiências clínicas, com foco no controle de exsudato, disbiose, biofilme, dor, odor e promoção da cicatrização. As abordagens incluíram uso de gazes absorventes com ou sem antissépticos, malhas de silicone, hidrogéis, espumas, alginato de cálcio, hidrofibras, carvão ativado, além de antimicrobianos tópicos como surfactantes, poli-hexametileno biguanida, superóxido, violeta de genciana, azul de metileno e ácido dialquil-carbamoílico. Também foram mencionados curativos bioelétricos com prata e zinco, e a terapia por pressão negativa. Os dois últimos estudos destacaram a terapia por pressão negativa no manejo pós-cirúrgico, evidenciando a simplicidade, segurança e eficácia em acelerar a cicatrização, reduzir dor e melhorar a satisfação dos pacientes. No entanto, os autores ressaltam a necessidade de mais estudos que aprofundem seus efeitos. Conclusão: Apesar do número reduzido de estudos elegíveis, esta revisão demonstra crescente interesse na investigação de estratégias para o cuidado de lesões em pacientes com hidradenite supurativa. Os cuidados locais são fundamentais para o controle dos sintomas, contribuindo para a qualidade de vida. Estratégias como uso de curativos absorventes, antimicrobianos tópicos, bioelétricos e terapia por pressão negativa mostram-se promissoras, mas requerem evidências mais robustas. Rozemberg Falcão E Silva Alves Amanda Mesquita Mendes Gonçalves Ana Lúcia Da Silva Gustavo Fernandes Lima Thaísa Da Silva Tavares Amanda Alves Guerra Amanda Reinaldo Fernandes Andrea Mathes Faustino Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IDENTIFICAÇÃO DA DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2161 Letícia Eugênio Mota Thallita Cláudia Moraes Barbosa Maria Gabriella Campos Nunes Laura Andrade Pinto Daniel Nogueira Cortez Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPLANTAÇÃO DE UM AMBULATÓRIO DE ESTOMATERAPIA EM HOSPITAL PÚBLICO NO PARANÁ: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2162 Introdução: Feridas complexas representam um desafio crescente aos sistemas de saúde, impactando negativamente a qualidade de vida dos pacientes e acarretando elevados custos ao setor público. A estomaterapia, especialidade da enfermagem voltada ao cuidado de pessoas com estomias, feridas e incontinências, configura-se como estratégia essencial para a atenção especializada. A implantação de ambulatórios específicos é fundamental para garantir um atendimento contínuo, qualificado e alinhado aos princípios de integralidade e resolutividade preconizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Tatiana De Fátima Pinto Brendo Vitor Nogueira Sousa Thiago Aurélio De Oliveira Maristela Zanella Suzane Ketlyn Martello Tatiana Crovador Siefert Simone Rodrigues De Carvalho Marcos Paulo Colla Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPLANTAÇÃO DE UM SERVIÇO DE CUIDADOS COM A PELE EM UM CONVÊNIO DE ALTA GESTÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2163 Introdução: As doenças dermatológicas, como úlceras por pressão e feridas crônicas, representam um importante desafio para a saúde suplementar, pois impactam negativamente na qualidade de vida dos pacientes, gerando altos custos com internações prolongadas e tratamentos especializados¹,². A fragmentação do cuidado e a ausência de protocolos integrados dificultam a resolução desses casos. Um convênio de autogestão do Estado de Mato Grosso do Sul realizou, como uma estratégia inovadora, a implantação de uma rede própria e integrada de cuidados com a pele, visando a qualificar a assistência, ampliar o acesso e otimizar recursos. Objetivo: Relatar a experiência de implantação dessa rede de cuidados dermatológicos na rede assistencial de convênio de autogestão, descrevendo seus impactos na qualidade da assistência, eficiência operacional e satisfação dos usuários. Método: Trata-se de um relato de experiência com abordagem qualitativa, realizado entre 2022 e 2024, sobre a criação de uma rede piloto em unidades hospitalares e ambulatoriais de rede privada. As informações da experiência foram analisadas por meio de análise temática de conteúdo, o que permitiu identificar aspectos relacionados à estruturação, implementação e avaliação da estratégia³. Resultados e discussão: A estruturação da rede baseou-se em três pilares: infraestrutura própria (com unidades equipadas), equipe multiprofissional especializada (incluindo estomaterapeutas, dermatologistas e fisioterapeutas), e protocolos clínicos padronizados integrados ao prontuário eletrônico. Ferramentas como a escala de Braden e o PUSH Tool foram utilizadas para avaliação das lesões 4,5. A centralização do cuidado e a organização dos fluxos de atendimento permitiram redução no tempo de espera, menor tempo médio de internação e aumento da rotatividade de leitos, refletindo em maior eficiência do sistema. Houve redução da incidência de lesões graves e melhora nos índices de cicatrização, graças à padronização das condutas e capacitação contínua das equipes6. Os usuários relatam altos níveis de satisfação com o atendimento. Apesar dos resultados positivos, foram identificados desafios, como a necessidade de financiamento sustentável, resistência inicial de parte da equipe e limitações na integração dos sistemas de informação. A governança centralizada foi apontada como um fator importante para o monitoramento contínuo e melhoria dos processos 7. Considerações finais: A experiência mostra a viabilidade de se implantar uma rede própria e integrada de cuidados dermatológicos na saúde suplementar. A abordagem promove maior equidade, reduz a fragmentação do cuidado, qualifica a assistência e melhora a resolutividade clínica. A articulação entre equipes multiprofissionais, uso de protocolos baseados em evidências e tecnologias de apoio à decisão clínica se mostrou eficaz para fortalecer a atenção especializada. O relato fortalece a ideia de replicação do modelo em outras operadoras, com adaptações às realidades locais, e a realização de estudos de longo prazo para medir seu impacto contínuo. Juliana Corrente Da Silva Zara Gouveia Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPLANTAÇÃO DO AMBULATÓRIO DE TRATAMENTO DE FERIDAS NO MUNICÍPIO DE CONSELHEIRO LAFAIETE – MG https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2164 Hélio Martins Do Nascimento Filho Fabíola Arantes Ferreira Flavia Carla Takaki Cavichioli Daniela Tinti Moreira Borges Marília Baeninger Alfredo Gragnani Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPLANTAÇÃO DO SACHÊ DE METRONIDAZOL PARA CONTROLE DO ODOR EM FERIDAS NEOPLÁSICAS MALIGNAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2165 Feridas neoplásicas malignas estão associadas a câncer avançado. Uma pequena população de pacientes pode alcançar a cicatrização após com quimioterapia ou cirurgia, mas o tratamento geralmente é paliativo. As feridas tumorais em sua maioria, apresentam mau odor em razão da presença de microrganismos anaeróbicos, predispondo o paciente ao isolamento social. A terapia para essas feridas geralmente visa o bem-estar e melhora da qualidade de vida do paciente, proporcionando alivio de sintomas, por meio da seleção de curativos e agentes tópicos adequados, principalmente os que controlam o odor. Na literatura, o uso tópico de metronidazol está descrito nos consensos internacionais e apresenta resultado satisfatório no manejo do odor, independentemente da localização anatômica, com bom custo-efetividade. No Brasil, a formulação farmacêutica do metronidazol é encontrada em comprimidos, soluções e pomadas. No Instituto do câncer do estado de são Paulo, a apresentação utilizada para feridas tumorais é o comprimido, onde o mesmo necessita ser macerado conforme descrito em protocolo institucional. Para segurança e facilidade de manejo pela equipe de enfermagem e do paciente em domicílio, foi sugerido o sachê de metronidazol 250mg 3g para aplicação direta sobre a ferida, seguindo normas da farmácia técnica. Objetivo: Implantar o uso do metronidazol 250mg sachê 3g para controle do odor em feridas tumorais. Método: O setor de estomaterapia do Instituto do câncer do Estado de São Paulo – ICESP, se reuniu com a equipe da farmácia técnica e grupo de medicação segura onde juntos desenvolveram a estratégia do metronidazol 250mg em apresentação sachê 3g pó. A farmácia técnica realizou a viabilidade da produção do sachê quanto ao diluente (talco farmacêutico), embalagem de alumínio e rótulo contendo nome do princípio ativo, lote, tipo de armazenamento, via de aplicação, farmacêutico responsável e código de barra de rastreamento seguro. Ficou definido 1 sachê de 3g para ferida com 15cm2 . O setor de estomaterapia realizou o treinamento do uso do produto para a equipe de enfermagem com excelente aceitação. O grupo da medicação segura realizou a outorga de liberação para prescrição do metronidazol pela estomaterapia seguindo o protocolo institucional. Resultados: O metronidazol na apresentação sachê, demonstra fácil aplicabilidade e segurança farmacêutica, pois todos os sachês apresentam identificação como nome, dose, via, validade, lote e responsável técnico. Observado redução do odor após 24 horas da aplicação e controle total do odor após 72h nas feridas até 15cm2.Nas feridas maiores de 15cm2, observou-se controle total do odor em até 4 dias. Conclusão: O uso do metronidazol 250mg (sachê 3g) facilita o manejo para a equipe de enfermagem e pacientes ambulatoriais com continuidade do cuidado em domicílio. O controle do odor nas feridas é importante para restaurar a autoestima e prevenir o isolamento social. Rita De Cássia Freitas Bandeira Girler Pereira Dos Santos Karina Maria De Santana Gonçalves Andrea De Paula Rabelo Silvia De Lima Vieira Maria Rita Da Silva Alan Alves Dos Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPORTÂNCIA DO ESTOMATERAPEUTA NA GESTÃO DO CUIDADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM ÊNFASE EM OTIMIZAÇÃO DE RECURSOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2166 A gestão de materiais hospitalares constitui um desafio na administração pública, especialmente em instituições financiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), cujos reembolsos não cobrem os custos reais1. Hospitais universitários representam aproximadamente 70% dos gastos públicos devido ao elevado consumo de recursos na área1. Com o avanço tecnológico nas coberturas para feridas e a complexidade dos pacientes, torna-se essencial a adoção de estratégias para uso racional e controle dos materiais2. Nesse cenário, o enfermeiro estomaterapeuta exerce papel fundamental, pois sua formação possibilita avaliação clínica precisa da pessoa e da ferida, e uso adequado das coberturas, evitando desperdícios e melhorando os desfechos3. No hospital universitário de Santa Catarina, a Comissão Interdisciplinar de Cuidados com a Pele (CICPel), criada em 2002, reúne enfermeiros assistenciais, docentes e outros profissionais voltados a este cuidado. A partir de 2022, incluiu-se uma enfermeira estomaterapeuta exclusiva para atividades de apoio clínico assistencial e gerencial às equipes de saúde nas unidades de internação. Entre as demandas prioritárias, a dispensação de materiais, foi uma das ações iniciais, a partir de um fluxo inovador de solicitação e distribuição baseada em critérios clínicos e avaliação especializada. Sabe-se da importância da assistência clínica deste profissional, mas em relação ao gerenciamento de recursos materiais? Neste interim surgiu o seguinte questionamento: Qual a atuação do enfermeiro estomaterapeuta na gestão de custos de coberturas para lesões de pele em um ambiente hospitalar? Objetivo: Descrever o gerenciamento de custos com coberturas especiais para feridas realizado por enfermeiro estomaterapeuta em hospital universitário de Santa Catarina. Método: Estudo descritivo do tipo relato de experiência, realizado de janeiro a dezembro de 2023. A atuação da enfermeira estomaterapeuta incluiu reorganização do fluxo de dispensação de materiais, definindo cotas básicas para as unidades e distribuição individualizada de coberturas especiais, com avaliação técnica três vezes por semana em conjunto com os enfermeiros assistenciais das unidades como, clínicas médicas, cirúrgicas, unidade de terapia intensiva, ginecologia, emergência adulto e infantil, neonatologia, pediatria e alojamento conjunto, totalizando onze clínicas de internações. Todos os pedidos foram analisados quanto à pertinência clínica. Foram considerados dados sobre materiais utilizados, quantidades dispensadas e valores dos materiais solicitados. Como prática institucional sem intervenção direta em pacientes, o estudo foi dispensado de aprovação ética (Resolução CNS nº 510/2016). Daniela De Oliveira Cardozo Blanco Cilene Fernandes Soares Luiza Todeschini Vieira Aline Cristina Da Cunha Camila Vicente Apoana Camara Raposo Maria Elena Echevarria Guanilo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPORTÂNCIA DO PROCESSO DE HIGIENIZAÇÃO DAS FERIDAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2167 INTRODUÇÃO: Estima-se que de 2 a 6% da população mundial apresente lesões cutâneas relacionadas ao envelhecimento, sendo os indivíduos com 65 anos ou mais os mais propensos ao desenvolvimento de feridas de difícil cicatrização. A cicatrização prejudicada é multifatorial e apresenta características comuns. Entre os fatores que dificultam a cicatrização, destaca-se o biofilme, uma comunidade complexa de microrganismos, como bactérias e fungos, que se aderem à superfície da ferida. Esse biofilme pode se formar e maturar rapidamente (em 48 a 72 horas), dificultando a ação de agentes antimicrobianos e retardando a reparação tecidual. Diante desse cenário, a higienização eficaz de feridas crônicas e de difícil cicatrização é considerada uma intervenção precoce essencial no controle e prevenção do biofilme. No entanto, a prática clínica revela que muitos pacientes chegam ao serviço de saúde sem orientações adequadas sobre como realizar esse cuidado, o que compromete o resultado terapêutico. OBJETIVO: Relatar a experiência de atendimento ambulatorial com foco na higienização adequada do leito da ferida como preparo para o desbridamento instrumental conservador. MÉTODO: Estudo descritivo do tipo relato de experiência que visa descrever o processo de higienização das feridas em um ambulatório de estomaterapia de referência. RESULTADOS: Grande parte dos pacientes chega ao ambulatório sem conhecimento sobre os cuidados corretos com feridas, utilizando sabonetes comuns, antissépticos inadequados e realizando trocas de curativo sem critérios técnicos. Ademais referem que nos serviços de saúde anteriores não é realizado limpeza adequada da lesão quando equiparada a ambulatorial. É realizado apenas a irrigação com soro fisiológico, sem atenção à perilesão, o que contribui para a permanência de tecido desvitalizado e proliferação microbiana. As feridas observadas frequentemente apresentam leito com esfacelos, exsudato viscoso, odor fétido e bordas com hiperqueratose. Ao serem admitidos no ambulatório, os pacientes são encaminhados ao espaço destinado à limpeza com cuba para resíduos infectantes. A higiene inicia-se com limpeza da pele perilesional utilizando clorexidina degermante a 2%, seguida de irrigação vigorosa do leito com soro fisiológico 0,9% em jato pressurizado. Em seguida, aplica-se solução de polihexametilenobiguanida sobre o leito com tempo de contato de 10 minutos, visando a quebra do biofilme e redução da carga microbiana. Esse protocolo de higienização permite observar melhora significativa da lesão ainda antes do desbridamento, com redução do exsudato, aspecto mais limpo do leito e delimitação clara entre tecidos viáveis e desvitalizados. Após a limpeza, é realizado desbridamento instrumental conservador, potencializando a eficácia das coberturas aplicadas. Além da abordagem técnica, o atendimento inclui orientação ao paciente e/ou cuidador quanto à continuidade do cuidado no domicílio, enfatizando a limpeza, frequência de trocas secundárias e os sinais de alerta. O processo educativo tem sido essencial para adesão ao tratamento, melhora clínica e prevenção de recorrências e infecções. CONCLUSÃO: A correta higienização da ferida tem impacto direto na evolução clínica e na resposta ao tratamento. Ressalta-se a importância da educação do paciente quanto ao uso de produtos apropriados e técnicas corretas de limpeza, favorecendo a prevenção de biofilme e promovendo melhores resultados na cicatrização. Maria Eduarda Silva Gomes Lívia Tomaz Ulisses Gonçalves Manoel De Morais Tabosa Sandra Marina Gonçalves Bezerra Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 INCIDÊNCIA PRELIMINAR DE LESÕES POR PRESSÃO EM PACIENTES HOSPITALIZADOS: ESTUDO EM HOSPITAL REGIONAL DE PORTE IV NO NORDESTE BRASILEIRO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2168 Laura Tabita Queiroz Magalhães Marques Maria Selma Alves Bezerra Ana Rafaele Lima Oliveira Rafael Cesar Barreto Lucas Dias Soares Machado Glícia Uchôa Gomes Mendonça Ana Fátima Carvalho Fernandes Jayana Castelo Branco Cavalcante De Meneses Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 INFOGRÁFICOS ANIMADOS PARA PESSOAS COM ÚLCERAS VENOSAS E SEUS CUIDADORES https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2169 INTRODUÇÃO: A insuficiência venosa crônica ocorre através de anormalidades no funcionamento das veias que ocasionam em estagnação sanguínea e hipertensão intravascular1. Esta alteração pode provocar danos intravasculares, inflamações crônicas e ulcerações venosas. Devido ao envelhecimento populacional observa-se um aumento de acometimento na população maior de 65 anos, e consequentemente desse tipo de lesão, Além disso, as úlceras venosas estão relacionados a alto custo de curativos e cuidados, além da redução de produtividade e qualidade de vida 1,2. Os pacientes acometidos pela insuficiência e úlcera venosa apresentam diversas dúvidas e empecilhos sobre a fisiopatologia e o tratamento adequado. Nessa perspectiva, as evoluções tecnológicas estão cada vez mais presentes na área da educação em saúde. O método E-learning emerge como uma educação personalizada de acesso virtual, com um processo de ensino-aprendizagem interativo às necessidades do público3. OBJETIVO: Criar uma biblioteca de infográficos animados na modalidade e-learning para o ensino-aprendizagem de familiares, cuidadores e/ou pessoas com feridas sobre os cuidados relacionados. MÉTODO: Trata-se de uma produção tecnológica referente aos aspectos mais relevantes sobre a insuficiência e a úlcera venosa. Para construção do embasamento teórico utilizou-se o conteúdo de revisões bibliográficas, consensos e protocolos de referência na área. Na produção E-learning, utilizou- se o método Learn startup nas seguintes etapas: 1- Reunião de briefing: apresentação e aprovação dos roteiros; 2- Pré-produção: definição de modelos de padronização para criação dos vídeos; 3- Produção: utilizada uma plataforma de design gráfico para inclusão de imagens, figuras, vídeos e áudio; 4- Edição: realizados ajustes de sincronização de narração e imagens; 5- Finalização e aprovação final; 6- Publicação dos infográficos animados. RESULTADOS: Foi elaborada uma biblioteca com 10 infográficos animados em uma plataforma de vídeos, com cerca de 3 minutos de duração cada. Os infográficos apresentam tópicos como: fisiopatologia, nutrição e feridas, curativos, avaliação de feridas, terapias de compressão e controle da dor. A biblioteca de infográficos está disponível pelo link: https://tinyurl.com/infograficosIVCeUV. CONCLUSÃO: A insuficiência venosa e seus agravos, como a úlcera venosa, acomete uma parcela da população, resultando em dúvidas e desafios no cuidado dessas pessoas. O método E-learning surge como uma ferramenta para auxiliar na educação em saúde por meio da facilidade de acesso e linguagem acessível. Guilherme Mortari Belaver Juliana Balbinot Reis Girondi Manoela Ferreira Ávila Cilene Fernandes Soares Ana Lúcia De Azevedo Neves Duarte Letícia Elena Back De Freitas Leticia Boing Naiara Santana Dos Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO DE CRIANÇAS COM LESÕES CUTÂNEAS HOSPITALIZADAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2170 Introdução: A pele é o maior órgão do corpo humano e desempenha funções essenciais, como proteção e controle da temperatura. Em crianças, especialmente no período neonatal, ela é imatura e vulnerável, exigindo cuidados específicos para evitar o desenvolvimento de lesões. Durante a internação hospitalar, fatores como imunidade baixa, procedimentos invasivos e estresse aumentam o risco de danos cutâneos em pacientes pediátricos. Nesse contexto, o enfermeiro exerce papel central na prevenção, avaliação e tratamento de lesões de pele, utilizando conhecimentos técnicos, protocolos e tecnologias adequadas. A utilização de instrumentos para avaliação e monitoramento das lesões de pele nas instituições fortalece a assistência de enfermagem, promove a autonomia profissional e garante melhores resultados clínicos. Objetivo: Construir um instrumento para avaliação e monitoramento de crianças com lesões cutâneas internadas em um hospital pediátrico. Método: Revisão integrativa da literatura composta por seis etapas: elaboração da pergunta norteadora, busca nas bases de dados, coleta de dados, análise crítica dos estudos, discussão dos resultados e apresentação final da revisão. As buscas foram realizadas entre outubro e novembro de 2024 em oito bases de dados: BDENF, LILACS, SciELO, PubMed/MEDLINE, EMBASE, CINAHL, Scopus e Web of Science. Utilizaram-se descritores dos DECS e MeSH combinados com operadores booleanos para ampliar o alcance dos resultados. Os critérios de inclusão abrangeram artigos completos, disponíveis gratuitamente, nos idiomas português, inglês e espanhol, publicados entre 2018 e 2024. Foram excluídos estudos duplicados, cartas, editoriais, resumos e livros. A seleção inicial ocorreu pela leitura dos títulos e, posteriormente, dos resumos. Os principais dados foram extraídos e organizados em um quadro-síntese. A apresentação dos resultados seguiu as diretrizes do PRISMA 2020. Por não envolver seres humanos diretamente, não houve necessidade de aprovação ética, respeitando-se a legislação de direitos autorais vigente. Resultados: A revisão identificou 2.868 artigos. Bettina Heidenreich Silva Juliana Balbinot Reis Girondi Ana Lucia De Azevedo Neves Duarte Heloísa De Oliveira Cardoso Giulia Soares Oliveira Maria Aparecida Garcia Sara Monique Amorim Laura Wagner Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 INTEGRAÇÃO E TRANSIÇÃO DO CUIDADO EM ESTOMATERAPIA NO CENTRO MUNICIPAL DE ATENDIMENTO A DIABÉTICOS E HIPERTENSOS DE SÃO LUÍS – MA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2171 Introdução O cuidado de pacientes com doenças crônicas, como diabetes mellitus (DM) e hipertensão arterial sistêmica (HAS), exige integração entre a atenção básica e os serviços especializados. A estomaterapia tem papel fundamental na prevenção e manejo de lesões em pacientes crônicos, sendo essencial para reduzir complicações, otimizar recursos e promover atenção integral à saúde. Apesar disso, muitas unidades de saúde enfrentam desafios na comunicação e no encaminhamento de casos de maior complexidade, tornando necessária a implementação de protocolos de compartilhamento do cuidado. Objetivo Descrever o processo de integração e transição do cuidado em estomaterapia, incluindo triagem, encaminhamento e acompanhamento de pacientes com DM e HAS, utilizando protocolo estruturado entre as Unidades Básicas de Saúde (UBS) e o Centro Municipal de Atendimento a Diabéticos e Hipertensos de São Luís – MA. Metodologia Trata-se de um estudo descritivo, caracterizado como relato de experiência, com abordagem qualitativa. O fluxo de cuidado inicia-se na Atenção Básica, onde os pacientes com Diabetes Mellitus (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) são avaliados clinicamente pelos médicos das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Exames laboratoriais de rotina, como hemoglobina glicada, colesterol, triglicerídeos, hemograma e função renal, são solicitados conforme necessidade clínica. A estomaterapeuta realiza a triagem dos casos encaminhados para o Centro Municipal de Atendimento a Diabéticos e Hipertensos de São Luís – MA, com base na Ficha de Compartilhamento do Cuidado, que contém informações clínicas, critérios de hipertensão arterial mal controlada, histórico de descompensação, resultados de exames recentes e estratificação de risco cardiovascular segundo a SBC (2017). Pacientes de alto risco vascular ou com lesões cutâneas recebem acolhimento integral, avaliação de sensibilidade com monofilamento e encaminhamento para exames complementares ou especialistas conforme indicado (endocrinologista, cardiologista, nefrologista ou angiologista). O compartilhamento do cuidado ocorre via aplicativo de mensagens em grupo institucional formado pelos diretores das 58 UBS do município, garantindo comunicação ágil e centralizada. Em media por dia são enviadas 6 a 8 fichas . A estomaterapeuta organiza os atendimentos: em média, 20 pacientes/dia, distribuídos entre curativos (12–14 pela manhã) e consultas (4–6 à tarde). Casos espontâneos também são acolhidos seguindo o mesmo protocolo. Conclusão O uso de aplicativo de mensagens para integração da equipe multiprofissional, associado à condução da triagem clínica pela estomaterapeuta, demonstrou-se uma ferramenta eficaz para otimizar o cuidado e reduzir riscos de complicações em pessoas com DM, HAS e lesões cutâneas. Essa experiência reforça a relevância de estratégias de comunicação e protocolos compartilhados para ampliar a resolutividade na atenção à saúde. Cleidimar Souza Cutrim Fonseca Cydianny De Jesus Mendes Costa Julianna Carolina Ferreira Mendes Aline Matos De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 INTERAÇÃO ENTRE A UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA CORONARIANA E O SERVIÇO DE ESTOMATERAPIA NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO: VIVÊNCIA DE UMA GESTORA DE ENFERMAGEM. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2172 Vanessa Silveira Faria Aurilene Lima Da Silva Margarida Maria Da Silva Soares Arthur Monte Barreto Maria Luiza Pereira Costa Leilane Maracajá Duarte Amaurílio Oliveira Nogueira Karla Andréa De Almeida Abreu Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 LESÃO POR PRESSÃO E FATORES ASSOCIADOS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE PRESSÃO DE INTERFACE E MICROCLIMA EM DIFERENTES SUPERFÍCIES DE APOIO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2173 INTRODUÇÃO: A Lesão por Pressão (LP) é um agravo cutâneo prevenível, associado a fatores como cisalhamento, fricção, perfusão tecidual, estado nutricional e microclima. Esse comprometimento da integridade da pele contribui para o aumento do tempo de internação e elevação dos custos hospitalares. A LP apresenta prevalência significativa no cenário global, inclusive no Brasil, representando um importante indicador de qualidade da assistência e da segurança do paciente. Entre as estratégias preventivas, destacam-se as superfícies de apoio (SA), como colchões e almofadas, cuja função é redistribuir a pressão e regular o microclima. No entanto, a eficácia dessas tecnologias ainda é discutida. OBJETIVO: Identificar e analisar as evidências disponíveis na literatura sobre a eficácia de diferentes superfícies de apoio na prevenção de Lesões por Pressão, com foco na redistribuição da pressão de interface e no controle do microclima. METODOLOGIA: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), que permitiu reunir achados de estudos com diferentes delineamentos sobre o tema. A pergunta de pesquisa foi elaborada com base no mnemônico PICO. Não houve delimitação temporal, e foram definidos como critérios de inclusão estudos que investiguem eficácia de superfícies de apoio (SA) em qualquer ambiente avaliando ao menos um dos desfechos: pressão de interface, microclima ou incidência de LP e exclusão aqueles estudos focados apenas em tratamento de LP já instalada; estudos realizados exclusivamente em modelos anatômicos. As bases de dados consultadas foram: BVS, PubMed/MEDLINE, Cochrane Library e CINAHL, utilizando descritores controlados e termos livres combinados por operadores booleanos. A seleção dos estudos ocorreu em três etapas, por dois revisores independentes, com registro em diagrama PRISMA 2020. A extração dos dados foi realizada com instrumento padronizado, e os resultados foram organizados de forma narrativa. Quando aplicável, foram realizadas análises quantitativas; caso contrário, optou-se por síntese qualitativa. RESULTADOS: Foram incluídos nove artigos, com maior concentração de publicações no ano de 2018 (dois estudos). A maioria foi publicada em inglês, com três oriundos dos Estados Unidos e três do Reino Unido. Predominou o delineamento experimental ou comparativo, e 66,7% dos estudos utilizaram voluntários saudáveis. Os estudos demonstraram que SAs com tecnologias como colchões de baixa perda de ar, híbridos motorizados, viscoelásticos e sobreposições de fluido apresentaram melhor desempenho na prevenção de LPs, especialmente por promoverem redistribuição da pressão de interface e controle do microclima. Alternativa regional, como a rede de dormir, também mostrou efeito positivo no controle térmico, mas com limitações metodológicas. Superfícies convencionais e cirúrgicas, por sua vez, concentraram maior pressão em áreas críticas. CONCLUSÃO: Conclui-se portanto, que a utilização de superfícies de apoio selecionadas com base nos parâmetros biomecânicos do leito, configura-se como uma estratégia essencial na prevenção de lesões por pressão. Devendo considerar as condições clínicas do paciente e a capacidade do material em redistribuir pressão e controlar o microclima. Tais achados reforçam a importância de decisões individualizadas e baseadas em evidências. Recomenda-se a realização de novos estudos clínicos com maior rigor metodológico e aplicabilidade prática. Kelli Borges Dos Santos Thamiris Sant’ana Fernandes Valesca Nunes Dos Reis Cassia Evangelista Delgado Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 LESÃO POR PRESSÃO: RESULTADOS DA ANÁLISE DOS PROCESSOS JURÍDICOS DISPONÍVEIS NA JUSBRASIL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2174 Delair Junio Negreiros Rodrigues Raissa Mourão Marques Da Silva Perla Oliveira Soares De Souza Josimare Aparecida Otoni Spira Eline Lima Borges Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 LESÕES DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO: DIAGNÓSTICO SITUACIONAL DAS UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE DE SANTO ANTÔNIO DO AMPARO (MG) https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2175 Introdução: A atenção primária à saúde (APS) desempenha papel central na prevenção, identificação precoce e gerenciamento de feridas de difícil cicatrização1, caracterizadas por lesões que não seguem o padrão fisiológico de recuperação tecidual2. Essas lesões constituem uma condição clínica desafiadora, que demanda acompanhamento especializado para evitar complicações. Além disso, são frequentemente associadas a doenças crônicas (ex. diabetes mellitus - DM), a condições relacionadas ao envelhecimento e à imobilidade. A fim de planejar ações de saúde se faz necessário a elaboração de um diagnóstico situacional que permite compreender o contexto em que essas lesões ocorrem, possibilitando a tomada de decisões estratégicas e a implementação de ações eficazes para resolver ou mitigar as questões identificadas3. Objetivo: Realizar o diagnóstico situacional das lesões de difícil cicatrização nas Unidades Básicas de Saúde de um município do interior de Minas Gerais. Método: Trata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa. A coleta de dados se deu por meio de aplicação de questionário estruturado elaborado pelos autores, e por consulta ao prontuário eletrônico do cidadão. Foram incluídos os prontuários dos pacientes adscritos à unidade básica de saúde (UBS) que possuíam lesão de difícil cicatrização em tratamento, de qualquer etiologia. Os dados coletados foram tratados com o auxílio do software Microsoft Excel® para realização das análises de frequência. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer: 7.053.151. Resultados: A lesão de difícil cicatrização mais prevalente no município foi a úlcera venosa (53%), seguida de lesão por pressão (24%) e úlcera arterial (7,9%). Destes pacientes, a maioria tinha a lesão de 3 a 9 anos (29%), sendo que 69% tinham lesões há mais de um ano, demonstrando que é um problema crônico, que cursa com longos períodos de tratamento. Quanto ao sexo, o feminino apresentou predominância (71%). E quanto às comorbidades, destacaram-se hipertensão arterial sistêmica (HAS) (89%), DM (55%), e cardiopatias (24%). Conclusão: Os resultados evidenciam que as úlceras venosas representam a principal forma de lesão complexa atendida nas UBS do município, com predominância entre pacientes do sexo feminino e com longa duração de ferida. A alta prevalência de comorbidades crônicas nessa população, como a HAS e DM, reforça a importância e a necessidade de prevenção de doenças e promoção à saúde. Destacando assim, o papel essencial da enfermagem, no manejo adequado das lesões e na educação em saúde, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida da população e para efetividade das ações na atenção primária. Renata Alves Sílvia Helena De A. Paiva Kênia Maria Pereira Chaves Susiane Sucasas Frison Carlos Henrique Silva Tonázio Larissa Viana Almeida De Lieberenz Luciana Brasil Moreira De Oliveira Maria Clara Salomão E Silva Guimarães Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 LESÕES POR PRESSÃO DE MEMBRANA MUCOSA RELACIONADAS TUBO OROTRAQUEAL: ESTRATÉGIAS PARA SEGURANÇA DO PACIENTE. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2176 Introdução As Lesões por pressão (LP) são foco de atenção no que diz respeito a prevenção¹. O uso do tubo orotraqueal (TOT) é necessário para assegurar uma via aérea artificial, refletindo a importância de abordagens preventivas². A lesão por pressão de membrana mucosa (LPMM) se torna uma preocupação significativa nas UTIs. A ocorrência dessas lesões compromete a segurança do paciente e ressalta a urgência de incorporar medidas preventivas e educativas, fundamentais para melhorar os resultados clínicos e a experiência do paciente. A incidência de LPMM encontrada na literatura independe da região e dispositivo causador da foi de 0,8% e 30,4% e prevalência de 1,7% e 3,7% e paciente em uso de dispositivos invasivos têm maior risco de desenvolvimento destas lesões sendo necessário protocolos de cuidados específicos de cuidados com estes³,4. Objetivo Comparar as taxas de incidência de LPMM labial relacionada ao TOT antes e após implantação e treinamento de um protocolo multidisciplinar com estratégias de prevenção. Método Trata-se de estudo transversal, com aprovação pelo CPE parecer Nº: 6.961.508, realizado em UTI de hospital privado com 20 leitos, localizado em São Paulo. Os dados analisados foram obtidos por meio de notificações internas. As atividades foram divididas em duas etapas. 1ª etapa: Durante o período de 3 meses, foi desenvolvido e publicado protocolo com os cuidados baseados em evidências cientificas que assegurassem o paciente quanto à prevenção de LPMM relacionada TOT que consistiu: na inspeção do dispositivo e lábio, rodízio a cada 6 horas do TOT, utilização de circuito descartável com posicionamento em suporte adequado e troca de fixação do dispositivo por dois profissionais capacitados diariamente. 2ª etapa: Treinamento aos colaboradores assistenciais sobre estratégias de prevenção em sala de aula com duração de 20 minutos. As notificações realizadas no período foram acompanhadas, sendo realizado também busca ativa diariamente. Resultados No ano de 2022 houve participação de 128 de 200 colaboradores assistências quanto as estratégias de prevenção. No mesmo ano, 10 pacientes desenvolveram LPMM relacionada ao TOT, sendo 70% do sexo masculino. Desses pacientes que desenvolveram a LPMM, 70% evoluíram à óbito com a lesão, sendo o desfecho não relacionado à LPMM, e os demais casos tiveram cicatrização da lesão. Após implantação das medidas de prevenção foi possível observar que em 2023, 3 pacientes desenvolveram LPMM. Desses, 2 eram do sexo feminino, 2 pacientes tiveram desfecho de óbito não relacionado à lesão e demais apresentaram cicatrização sem danos. Em 2024 observa-se a incidência de 4 LPMM em lábio relacionado a TOT sendo 3 paciente do sexo feminino e 100% da amostra teve como desfecho óbito não relacionado a lesão. Após implantação das medidas de prevenção, observou-se diminuição da taxa de incidência do evento em 60%. Conclusão A implantação de protocolo com estratégias de prevenção para LPMM foi efetiva ao uniformizar o cuidado prestado em pacientes com dispositivo de via aérea artificial, além de garantir a segurança do paciente, principalmente no que diz respeito a eventos adversos evitáveis. Geysiane Ferreira Da Rocha Elisabeli Cipriano Silva Graciana Santos Martinhão Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MANEJO DE FERIDA COMPLEXA PÓS TRAUMA EM PACIENTE IMUNOSSUPRIMIDO COM LIPOENXERTIA E TERAPIA REGENERATIVA: RELATO DE CASO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2177 Geysiane Ferreira Da Rocha Rodrigo De Faria Valle Dornelles Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MANEJO DE LESÕES NEOPLÁSICAS EM PACIENTES COM NECESSIDADE DE CUIDADOS PALIATIVOS: SCOPING REVIEW https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2178 Andre Luiz Campos Pacheco Matheus Rodrigues Martins Amanda Morais Campos Caroline Ambires Madureira Talles Fernandes De Souza Wagner Cândido De Carvalho Junior Larissa Carvalho De Castro Juliano Teixeira Moraes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MANEJO DE QUEIMADURA TÉRMICA EM MEMBRO SUPERIOR COM USO DE TERAPIAS CONVENCIONAIS E COMPLEMENTARES: RELATO DE CASO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2179 WANA CAMPOS DE CARVALHO (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE), ANA PAULA PEDRO CHYSOSTOMO (SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE), DACIEL PEREIRA DA SILVA (CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO), MARIA DA CONCEIÇÃO MORAES VALENTIM (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER), PRISCILA DE CASTRO HANDEM (UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) Introdução: As queimaduras são uma das principais causas de trauma em trabalhadores manuais, com impacto funcional e estético significativos. Estima-se que até 20% das lesões ocupacionais graves estejam relacionadas a queimaduras. Essa condição frequentemente leva à incapacidade temporária ou permanente, absenteísmo laboral e custos elevados para o sistema de saúde, reforçando a necessidade de intervenções eficazes e acessíveis. O manejo adequado busca reduzir dor, prevenir infecções, estimular regeneração tecidual e minimizar sequelas. O uso de terapias complementares associadas ao tratamento convencional tem se mostrado promissor para potencializar a cicatrização e melhorar a experiência do paciente. Objetivo: Relatar uma experiência assistencial no manejo de um paciente com queimadura térmica extensa em membro superior, utilizando terapias convencionais e complementares. Método: Relato técnico-profissional de um paciente masculino, adulto, trabalhador da soldagem, vítima de queimadura térmica por explosão de equipamento. A lesão atingiu membro superior direito, com espessura parcial profunda, dor intensa, bolhas rotas e exsudato. O atendimento foi domiciliar, iniciado no dia do acidente e mantido por cinco semanas, com consultas semanais. O protocolo terapêutico foi definido conforme a gravidade da lesão e as condições gerais do paciente. Na fase inicial (dez dias), utilizou-se sulfadiazina de prata 1% em camada fina, com trocas diárias, para controle bacteriano. Concomitantemente, já na primeira semana, realizaram-se cinco sessões de ozonioterapia tópica com gás a aproximadamente 40?mcg/mL, em dias alternados, utilizando bolsa plástica com gaze e soro fisiológico para proteger a pele durante a insuflação, visando efeito antimicrobiano e bioestimulador. Camila Diniz Dos Santos Da Silva Maria Alice Dos Santos Tavares Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MANEJO MULTIPROFISSIONAL E USO DE TECNOLOGIAS DE CUIDADO NO PIODERMA GANGRENOSO PÓS-CIRÚRGICO: RELATO DE DOIS CASOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2180 Introdução: O pioderma gangrenoso (PG) é uma dermatose inflamatória neutrofílica rara, frequentemente desencadeada por traumas, incluindo procedimentos cirúrgicos, devido ao fenômeno de patergia. Caracteriza-se por úlceras dolorosas, de difícil cicatrização e grande impacto físico e emocional. O diagnóstico é essencialmente clínico e o tratamento exige abordagem multidisciplinar, com controle da inflamação, alívio da dor e promoção da cicatrização sem agravamento das lesões. A atuação do enfermeiro estomaterapeuta é fundamental, integrando terapias avançadas e cuidados centrados na pessoa. Objetivo: relatar dois casos de PG pós-cirúrgico em mamas, destacando a evolução favorável obtida por meio de tratamento ambulatorial multiprofissional aliado ao uso de tecnologias como a laserterapia de baixa potência. Método: Trata-se de uma série de casos conduzida em ambulatório especializado. As pacientes, ambas submetidas a cirurgias mamárias eletivas (mastopexia com implante e mamoplastia redutora), apresentavam deiscência bilateral, dor intensa e lesões ulceradas com sinais inflamatórios. Após confirmação clínica do diagnóstico, foram submetidas a avaliação integral pelo estomaterapeuta, incluindo anamnese, inspeção detalhada, mensuração por planimetria e registro fotográfico. As condutas terapêuticas envolveram: higiene suave com solução fisiológica e sabonete neutro; aplicação tópica de polihexametileno biguanida (PHMB); laserterapia de baixa potência (660 nm, técnica pontual, energia de 3 J/ponto nas bordas e 2 J/ponto no leito, spot 1 cm2, potência 100 mW); coberturas primárias conforme evolução (espuma com prata na fase inicial, seguida por membrana regenerativa ou rayon com petrolatum); e cobertura secundária com gaze e filme transparente. Os atendimentos ocorreram semanalmente, com reavaliação clínica, adequação das condutas e suporte emocional, contando com apoio médico e familiar. Resultados: No caso 1, a área lesional inicial de 2,5 cm2 apresentou epitelização completa em oito semanas, com alívio expressivo da dor já na primeira semana. No caso 2, as áreas iniciais (722 cm2 à direita e 500 cm2 à esquerda) evoluíram para fechamento total em doze semanas, sem necessidade de desbridamento agressivo, antibioticoterapia sistêmica ou internação hospitalar. Em ambos os casos, a associação de laserterapia e curativos avançados possibilitou cicatrização rápida, preservação estética e melhora significativa do bem- estar psicológico. Conclusão: Conclui-se que a abordagem ambulatorial, centrada na pessoa e coordenada pelo estomaterapeuta, promoveu desfechos positivos em PG pós- cirúrgico. A integração entre equipe multiprofissional e o uso criterioso de tecnologias em feridas complexas foram determinantes para o controle da inflamação, redução da dor e restauração tecidual. Maria Fernanda Lehmkuhl Loccioni Juliana Balbinot Reis Girondi Cilene Fernandes Soares Manoela Ferreira Avila Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MANUAL DE ORIENTAÇÃO PARA OS CUIDADOS COM FERIDA OPERATÓRIA DE PACIENTE CARDÍACO PEDIÁTRICO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2181 Introdução: O paciente pediátrico submetido a cirurgia cardíaca possui uma intensa jornada de recuperação em unidade de terapia intensiva até o momento de alta. É um período de instabilidade e insegurança para os pais, mas ao mesmo tempo regado de esperança. Após a ida para casa, serão eles os responsáveis pelos cuidados do seu filho, e o enfermeiro age como intermediador nessa transição. A utilização de ferramentas orientativas baseadas em evidências científicas é uma alternativa de capacitação e educação para a garantia de um cuidado seguro. Objetivo: o manual foi construído com o objetivo de orientar os pais e responsáveis de crianças internadas em UTI pediátrica a realizar os cuidados com a ferida operatória de cirurgia cardíaca em domicílio após alta. Método: ferramenta construída e desenvolvida entre os anos de 2023 e 2024 pela comissão multidisciplinar de pele de um hospital infantil no sul do Brasil por meio de revisão na bibliografia. A percepção da necessidade do material se deu a partir do alto índice de regressão de cicatrização das feridas operatórias dos pacientes após alta hospitalar que retornavam às consultas ambulatoriais. O manual contém 23 páginas ilustradas com orientações sobre o contexto da cirurgia cardíaca e suas particularidades, realização da limpeza e curativo, cuidados com os pontos, cicatrização, sinais de infecção, manejo da criança, cuidados com o banho, alimentação e realização de exercícios. Resultados: utilizado desde 2025 na unidade de terapia intensiva de cardiologia, o manual tornou a linguagem técnica acessível e contribuiu com a capacitação da equipe de enfermagem para realizar as orientações de alta para as famílias de forma clara, objetiva e baseada em evidências. Foi possível perceber efeito positivo na autoestima dos responsáveis, que retornam para a casa com mais segurança de realizar os cuidados e um olhar crítico para o pós-cirúrgico de seus filhos, tendo consciência das etapas de evolução da ferida e sentindo-se capacitados a identificar fatores de risco e retornar ao serviço de saúde se houver necessidade. Conclusão: a utilização da ferramenta padroniza a orientação de alta hospitalar, enriquece a sistematização da assistência e capacita os profissionais para realizar uma ação de cuidado segura e de qualidade. A disponibilização de manual orientativo de cuidado para os responsáveis contribui para a educação e capacitação dos mesmos, que irão realizar os cuidados da criança em domicílio, além de garantir uma boa evolução no pós cirúrgico e prevenir complicações na ferida operatória. Vera Lucia Dos Anjos Teresinha Alessandra Peruci Tereza Cristina Lima Allysson Klosowski Calixto Ketlyn Caroline Machado Duarte Leticia Poliane Ferreira De Souza Zihuribeth Wenelys Coronel De Oliveira Bettina Heidenreich Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MINICURSO SOBRE PROCESSO CICATRICIAL, FERIDAS E COBERTURAS: UMA ESTRATÉGIA DE PREPARAÇÃO PARA O ESTÁGIO OBRIGATÓRIO EM ENFERMAGEM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2182 Aryane Stephannie De Luna Lins Samira Bulhões Gomes Da Costa Deuzany Bezerra De Melo Leão Ester Gabrielle Cavalcanti De Macêdo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MODELOS DE ASSISTÊNCIA E SUA ASSOCIAÇÃO COM A CRONICIDADE DE FERIDAS EM USUÁRIOS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2183 Introdução: As feridas crônicas representam um importante desafio para o sistema de saúde brasileiro, acometendo cerca de cinco milhões de pessoas e exigindo cuidados prolongados, recursos terapêuticos diversificados e múltiplas intervenções. Esses agravos comprometem significativamente a qualidade de vida dos indivíduos, gerando impactos físicos, emocionais, sociais e econômicos. A Atenção Primária à Saúde, por ser a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde, desempenha papel estratégico no enfrentamento dessas condições, sendo responsável pelo acolhimento, diagnóstico, tratamento e acompanhamento longitudinal dos usuários acometidos por feridas. Nesse contexto, compreender os fatores que influenciam o cuidado prestado na Atenção Primária à Saúde torna-se fundamental para o aprimoramento das práticas assistenciais. Objetivo: Analisar as associações entre o profissional responsável pela realização do curativo e variáveis como o tempo de tratamento da lesão, o tempo de existência da ferida e a condição de moradia dos usuários acompanhados pela Atenção Primária à Saúde em um município mineiro. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, observacional e descritivo, desenvolvido com base em dados secundários provenientes do acompanhamento de usuários com feridas crônicas em unidades de saúde de um município de grande porte do estado de Minas Gerais. Foram consideradas variáveis dependente o tipo de profissional que realizava os curativos e independentes o tempo de tratamento, tempo de existência da ferida e condição de moradia. A análise estatística incluiu testes de associação, adotando-se nível de significância de p&lt;0,05. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa, conforme parecer consubstanciado no número: 7.347.27. Resultados: A análise revelou associações estatisticamente significativas entre o profissional responsável pelo curativo e todas as variáveis de desfecho. Observou-se que o tempo de tratamento da lesão estava diretamente associado a quem realizava o cuidado (p&lt;0,001). Tratamentos mais longos, superiores a três meses, eram predominantemente realizados por técnicos de enfermagem (81,0%), ou em arranjos compartilhados entre técnico e cuidador (90,9%) e entre cuidador e outras instituições (93,8%), sugerindo que a ausência de liderança do enfermeiro está ligada a uma maior duração do tratamento. De forma similar, o tempo de existência da ferida também se associou ao profissional (p=0,015). Sendo que as lesões mais antigas, superiores a um ano, foram frequentemente cuidadas por técnicos e cuidadores. A condição de moradia (p=0,006) também influenciou o modelo de cuidado, com pacientes em instituições de longa permanência recebendo mais cuidados de instituições externas. Conclusão: Este estudo fornece evidências quantitativas robustas de que os modelos de assistência na Atenção Primária estão diretamente associados à cronicidade das feridas. A fragmentação do cuidado e a delegação de procedimentos complexos a profissionais técnicos ou a leigos sem a avaliação, o planejamento e a supervisão contínua do enfermeiro, estão ligados a piores desfechos clínicos. Os achados reforçam a centralidade do enfermeiro, e em especial do estomaterapeuta, como figura essencial para garantir uma assistência qualificada, baseada em evidências e com maior resolutividade, sendo, portanto, um componente essencial nas redes de atenção à saúde, inclusive na Atenção Primária. Denise Alves Moreira Assis Do Carmo Pereira Junior Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 MODELOS DE MACHINE LEARNING PARA PREDIÇÃO DE TOXICIDADE CUTÂNEA NO CÂNCER DE MAMA: REVISÃO DE ESCOPO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2184 Jayana Castelo Branco Cavalcante De Meneses Abilio Torres Dos Santos Neto Maria Aparecida Ferreira Domingos Esther Eloi Pinheiro Régia Christina Moura Barbosa Castro Gilmara Holanda Da Cunha José Wicto Pereira Borges Ana Fátima Carvalho Fernandes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O CONHECIMENTO DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ACERCA DAS DIFERENÇAS ENTRE LESÃO POR PRESSÃO E DERMATITE ASSOCIADA À INCONTINÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2185 Introdução: A correta distinção entre lesão por pressão (LPP) e dermatite associada à incontinência (DAI) nas regiões sacra e interglútea, áreas frequentemente acometidas em pacientes acamados ou com mobilidade reduzida, é fundamental para garantir um tratamento eficaz e prevenir complicações graves. Objetivo: Avaliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre as distinções clínicas, estratégias de prevenção e condutas terapêuticas entre DAI e LPP, com ênfase nas regiões sacra e interglútea. Métodos: A pesquisa, de caráter quantitativo, foi realizada com profissionais atuantes em instituições de saúde da cidade de Sorocaba e região, por meio de um questionário estruturado enviado aos participantes por redes sociais e respondido online. Os participantes responderam questões relacionadas à identificação das lesões, fatores de risco para seu desenvolvimento e tratamento adequado. Resultados: Os dados evidenciaram falhas significativas no conhecimento dos profissionais de enfermagem quanto à identificação, prevenção e tratamento de LPP e DAI. Em relação à prevenção, os fatores mais clássicos e visíveis, como mobilidade reduzida e atrito mecânico para LPP, e umidade e uso de fraldas para DAI, foram amplamente reconhecidos. No entanto, fatores menos evidentes, como percepção sensorial, nível de atividade e alimentação por via alternativa, foram pouco identificados. Henrico Olyssandro Bressanin Adriana Cecel Guedes Ellen De Oliveira Franciso Giovana Serra Ferraresi Lara Lima Da Silva Luana Gabriela Dos Santos Marcela Moss Liberal Ribaldo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O EXAME DO PÉ É ASSOCIADO A MENORES TAXAS DE INTERNAÇÃO POR DIABETES EM SERGIPE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2186 Introdução: os países em desenvolvimento têm experimentado uma transição epidemiológica e demográfica de forma acelerada, refletindo no crescimento de doenças crônicas, especialmente a diabetes mellitus (DM). Apesar dos avanços e tratamentos eficazes para mitigar as complicações, a DM ainda é responsável por um aumento das hospitalizações e custos para o sistema de saúde, além de compor a lista brasileira de internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAPs). Objetivo: analisar os padrões espaciais e temporais das ICSAPs associadas à DM em Sergipe no período de 2008 a 2022. Método: estudo ecológico, de série temporal, com técnicas de análise espacial, que incluiu todos os registros relacionados às ICSAPs-DM provenientes do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), cujas unidades de análise são os 75 municípios de Sergipe. O percentual de internações hospitalares relacionadas à DM foi utilizado como variável dependente. A análise de tendência temporal foi executada por meio da regressão linear segmentada (joinpoint). Para análise espacial, foram utilizados os índices de Moran global (I) e local (LISA) univariados. O teste de correlação de Spearman e as análises bivariadas I e LISA foram executados para examinar a associação entre ICSAPs-DM, determinantes sociais da saúde e indicadores de assistência. Resultados: Das 198.781 ICSAPs registradas entre 2008 e 2022, 14.390 decorreram da DM (7,24%), sendo o ano de 2017 o de maior número de internações por DM (n=2.430; 16,89%). Dentre as regiões de saúde de Sergipe, a região de Aracaju, que possui a maior população residente (n=749.740), apresentou a maior frequência de ICSAPs-DM (n=4.333; 30,11%). As ICSAPs-DM foram predominantemente de pessoas do sexo feminino (n=7.734; 53,75%), cor parda (n=3.690; 87,30%) e com a faixa etária de 60 anos ou mais (n=8.289; 57,60%). A tendência da taxa de ICSAPs-DM apresentou um aumento significativo (p &lt; 0,05) e uma variação percentual anual média crescente de 2,39% (IC95%: 0,44% a 4,35%). As taxas de ICSAPs-DM foram crescentes nas faixas etárias de 0 a 19 anos (AAPC=6,13%; p=0,002; IC95%=2,66-9,60), de 20 a 39 anos (AAPC=4,50%; p=0,009; IC95%= 1,69-7,31) e de 40 a 59 anos (AAPC=2,56%; p=0,013; IC95%= 0,72-4,40). Na faixa etária de 0 a 19 anos, as variações percentuais foram mais baixas (&lt; 5%) e na faixa etária acima de 60 anos foram consideradas estáveis. A tendência de ICSAPs-DM foi crescente entre os homens (AAPC=3,15%; p=0,008; IC95%=1,08-5,22). Quanto às tendências temporais por Região de Saúde, apresentaram-se crescentes em Aracaju, Estância e Propriá, enquanto nas demais regiões apresentaram-se estáveis. A distribuição das ICSAPs-DM revelou dependência espacial (I=0,32; p=0,001). Houve associação espacial entre a renda per capita (I=-0,23; p=0,004) e o exame do pé diabético realizado por enfermeiro na APS (I=-0,18; p=0,019). Conclusão: a DM é um problema de saúde pública persistente no Estado de Sergipe. A aglomeração espaço-temporal heterogênea das ICSAP-DM possui associação com a renda per capita e com o exame do pé diabético realizado por enfermeiros, o que aponta a necessidade de intervenções urgentes e efetivas para os municípios prioritários. Caique Jordan Nunes Ribeiro Afonso Abreu Mendes Júnior Guilherme Reis De Santana Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O PAPEL DO ESTOMATERAPEUTA EM ÂMBITO HOSPITALAR: UM RELATO SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DE TECNOLOGIAS PARA A PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO EM UM HOSPITAL NO NORTE DO BRASIL. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2187 Introdução: As lesões por pressão representam um importante desafio enfrentado pelo sistema de saúde. Considerado um evento adverso, estima-se que em países desenvolvidos 1 (um) em cada 10 (dez) pacientes sejam afetados durante o período de internação hospitalar. Diante desse fato, faz se necessário a implementação de protocolos assistenciais e capacitação dos profissionais com o intuito de prevenir, mitigar os danos e garantir a segurança do paciente. A atuação do estomaterapeuta é imprescindível para o desenvolvimento de ações preventivas, capacitação das equipes assistenciais e estabelecer uma comunicação baseadas em estratégias e diretrizes científicas. O estudo trata-se de um relato de experiência de uma estomaterapeuta após verificar a ocorrência de lesões por pressão nas UTI´s Clínica e cardíaca de adulto de um hospital no norte do Brasil. Objetivos: Reformular o protocolo institucional, sugerir aos gestores a adesão de recursos tecnológicos para prevenção de lesão por pressão, bem como estabelecer estratégias de treinamento institucional, capacitando as equipes para o desenvolvimento de ações preventivas. Método: Foi realizado uma revisão do protocolo de lesão por pressão pelo NSP em conjunto com a estomaterapeuta, evidenciaram a necessidade de implementar novas estratégias e determinar ações atualmente recomendadas, visto que práticas já estavam em desacordo com as mais atuais sobre o tema. Diante disso, o protocolo de prevenção de LP foi reformulado, realizado reuniões estratégicas com os gestores, farmácia clínica e o NSP. Sugerimos materiais como: Espumas multicamadas com borda de silicone, soluções hidratantes para pele, superfícies de suporte para o reposicionamento, dispositivos para fixar e estabilizar sondas e cateteres. Além disso, foram realizados diversos treinamentos com a equipe de enfermagem, oferecendo conteúdo teórico e prático. Um dos desafios foi a insegurança da equipe em realizar o reposicionamento do paciente crítico e a mudança cultural de paradigmas em relação ao recursos tecnológicos. O processo valorizou o protagonismo da equipe e favoreceu a adesão de boas práticas, levando ao sucesso da iniciativa proposta. Resultados: Com base na análise, entendeu-se a necessidade de implementar um protocolo atualizado para prevenção de LP. A instituição adquiriu diversos materiais, a saber: coxins de reposicionamento, espumas multicamadas, fixadores de dispositivos, hidratantes. O sucesso do trabalho se deu pela boa adesão de toda equipe de enfermagem à proposta estabelecida pela estomaterapeuta, bem como o apoio imprescindível dos gestores na aquisição dos recursos facilitadores desse processo. Conclusão: Diante do exposto é possível concluir que a partir da iniciativa da estomaterapeuta a gestão percebeu a necessidade de investir em prevenção. Diante do exposto, foi possível concluir que essas ações contribuíram efetivamente para a sensibilização e engajamento das equipes. Essa experiência reafirma o importante papel do estomaterapeuta nos serviços de saúde, aliados ao raciocínio clínico e a tecnologia em prol de uma assistência livre de danos, garantindo a segurança do paciente. Lais Carvalho Mendanha Pinheiro Ane Milena Macêdo De Castro Schroeder Edli De Araújo Pinheiro Leite Maria Angélica Chimendes Priscilla Medeiros Arcanjo Paula Betânia Batista Da Costa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O USO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE LESÕES POR PRESSÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2188 Introdução: a lesão por pressão (LP) é um desafio para a saúde pública, impactando e sobrecarregando os serviços de saúde mundiais(1). Enquanto isso, o uso de Inteligência Artificial (IA) na saúde tem demonstrado avanços e promete facilitar o trabalho da enfermagem na prevenção e tratamento de LPs(2). Objetivo: identificar na literatura como a IA pode ser utilizada para prevenção e tratamento de lesões por pressão. Método: trata-se de uma revisão integrativa, com problemática definida por meio de pergunta norteadora a partir do acrônimo PICO, sendo: de que forma a IA pode ser utilizada na prevenção e tratamento de pacientes com risco de desenvolver lesões por pressão? As buscas foram realizadas em fevereiro de 2025, utilizando as bases de dados PubMed, CINAHL e Scielo, com os termos de busca advindos do Medical Subject Headings (MeSH), dos quais foram aplicados: (artificial intelligence) AND (nursing) AND (pressure ulcer). Foi aplicado o recorte temporal no período de 2015 e 2025. As buscas seguiram os seguintes critérios de inclusão: artigos primários, disponíveis e gratuitos na íntegra, publicados no período estipulado e que contemplassem a temática. Foram utilizados como critérios de exclusão: duplicidade nas bases de dados, teses, dissertações, revisões, artigos sem aderência ao tema ou que estivessem fora do recorte temporal estipulado. A seleção ocorreu nas seguintes etapas: recorte temporal, disponibilidade gratuita na íntegra, leitura do título e resumo e leitura completa do texto. Resultados: 13 estudos compuseram a amostra do presente artigo. Todos foram publicados no idioma inglês. O país que mais desenvolveu as pesquisas foram os Estados Unidos. Quanto ao delineamento de pesquisa, predominaram os relatos de experiência. Os anos de publicação encontrados variaram de 2018 a 2024. As abordagens metodológicas apresentadas pelos artigos dividem- se em tecnologias preventivas e terapêuticas. Observou-se que as tecnologias preventivas predominaram entre os estudos analisados, sendo que o meio tecnológico mais utilizado foi de um modelo de predição de desenvolvimento de LPs a partir da análise de riscos realizada por meio de IA com base em dados retirados de prontuários eletrônicos de pacientes(3). Os benefícios traduziram-se tanto na esfera econômica, quanto na esfera do cuidado e saúde. Nas terapêuticas, predominou a análise de imagens de lesões pela IA para estadiamento e identificação de microprogressões, auxiliando no tratamento. Conclusões: demonstrou-se que há necessidade de mais investimento em recursos para desenvolver e expandir a temática. Ainda assim, nota-se que a IA pode ser utilizada como ferramenta auxiliar na prevenção e tratamento de lesões por pressão, influenciando positivamente os indicadores dos serviços de saúde. Tess De Oliveira Szapszay Luísa Veber Reis Franciele Moreira Barbosa Lucas Henrique De Rosso Elisandra Leites Pinheiro Sidiclei Machado Carvalho Micaela Da Silva Constante Vania Rohsig Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA NO CUIDADO DE LESÕES RELACIONADAS A PROCEDIMENTOS ESTÉTICOS: UM RELATO NA PERSPECTIVA DA ESTOMATERAPIA. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2189 INTRODUÇÃO: A Oxigenoterapia Hiperbárica – OHB é um tratamento realizado pela inalação de oxigênio puro através de uma câmara em que o paciente é submetido a uma pressão maior que a atmosfera no interior da câmara. A OHB é um tratamento adjuvante indicado para pós desbridamento cirúrgico, isquemia aguda, lesões refratárias, osteomielite, necrose tecidual e potencialização dos antibióticos. Nesse sentido, a OHB contribui melhorando a dor, diminuindo o edema, redistribuição volêmica, estímulo a formação de novos vasos e capilares sanguíneos. O aumento da realização de procedimentos estéticos implica nas complicações decorrentes à técnica incorreta e deficiência de conhecimento técnico. Nesse sentido, a estomaterapia é protagonista no tratamento de lesões de difícil cicatrização associadas à hiperbárica com a prescrição e realização de curativos e acompanhamento do paciente. RELATO DE EXPERIÊNCIA: A atuação da estomaterapia é de crucial importância no contexto da OHB, desde o preparo do paciente ao encerramento da sessão e na conduta do tratamento de lesões. No âmbito da OHB o estomaterapeuta tem total autonomia na prescrição e realização do tratamento de todos os tipos de lesão. Uma das indicações e exemplo da atuação desse profissional é nos casos de necrose decorrente à aplicação de Ácido Hialurônico, que ao ser aplicado nos microvasos causa necrose tecidual proporcional a área de aplicação. O tratamento desse tipo de lesão se dá pela associação entre a antibioticoterapia, curativo especializado e sessões de OHB. Ao trocar o curativo diariamente pós- sessão o estomaterapeuta acompanha a evolução da lesão e determina a permanência ou troca da conduta. CONCLUSÃO: A Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB) se mostra uma estratégia terapêutica eficaz no tratamento de lesões de difícil cicatrização, especialmente quando associada à atuação especializada da equipe de enfermagem. A experiência relatada evidencia o papel central do enfermeiro não apenas na execução técnica dos cuidados, mas também na tomada de decisões clínicas, como a prescrição de curativos e a avaliação contínua da evolução das lesões. Com conhecimento e autonomia, o estomaterapeuta contribui significativamente para a efetividade do tratamento, promovendo a recuperação tecidual e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Assim, reforça-se a importância da capacitação e valorização desse profissional dentro das práticas avançadas de cuidado em saúde. Railson Seguins Maia Ana Flavia Silva Ferreira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 OZONIOTERAPIA NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERA VENOSA CRÔNICA: REVISÃO DE LITERATURA COMPARATIVA COM OXIGENOTERAPIA HIPERBÁRICA (HBOT) https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2190 LIVIA ROCHA MARTINS MENDES (UNIVAS UNIVERSIDADE DO VALE SAPUCAÍ) As úlceras venosas crônicas representam um desafio relevante na saúde pública mundial, caracterizando- se por elevada prevalência, curso prolongado, alta taxa de recorrência e impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. Estima-se que mais de um milhão de brasileiros sejam afetados por feridas crônicas, com a insuficiência venosa como uma das principais causas. O tratamento convencional baseia-se na terapia compressiva, curativos, controle de comorbidades e, em casos selecionados, intervenções cirúrgicas. Entretanto, parte dos pacientes não apresenta resposta satisfatória, demandando a incorporação de terapias adjuvantes capazes de acelerar a cicatrização, reduzir sintomas e melhorar a funcionalidade. A ozonioterapia, inserida na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (Portaria GM/MS nº 702/2018) e regulamentada pela Lei nº 14.645/2023, surge como alternativa terapêutica complementar. Seu mecanismo de ação envolve propriedades antimicrobianas, modulação da resposta inflamatória e estímulo à angiogênese, favorecendo a oxigenação tecidual. É aplicada de forma tópica (óleo e água ozonizados, bolsa de gás) ou sistêmica, apresentando baixo custo e viabilidade para uso em atenção primária. No contexto internacional, a prática é regulamentada em países como Alemanha, Cuba e Rússia, enquanto nos Estados Unidos permanece não reconhecida pela FDA. A Declaração de Madrid (ISCO3) estabelece diretrizes técnicas para sua aplicação segura. Objetivo analisar criticamente evidências científicas sobre a eficácia da ozonioterapia no tratamento de úlceras venosas crônicas, comparando-a à oxigenoterapia hiperbárica (HBOT) nos desfechos de cicatrização, controle da dor e qualidade de vida. A metodologia consistiu em revisão narrativa com busca em bases indexadas (PubMed, SciELO, Web of Science, DOAJ), incluindo estudos clínicos controlados e meta- análises publicadas entre 2015 e 2024. Foram selecionados quatro estudos clínicos e uma meta-análise. Resultados indicaram que a ozonioterapia promoveu redução significativa da área da ferida (SMD = 66,54%), menor taxa de amputação (RR = 0,36; p &lt; 0,00001) e ausência de eventos adversos relevantes. No estudo comparativo, a HBOT apresentou maior eficácia cicatricial (69,67% vs. 41,33%), mas a ozonioterapia demonstrou melhor desempenho no controle da dor (VAS: 2,33 vs. 0,55; p &lt; 0,000001) e na qualidade de vida, com escores superiores após seis meses (p &lt; 0,015). Esses achados reforçam seu potencial para manejo sintomático e melhoria funcional, mesmo quando a taxa de cicatrização é inferior à da HBOT. A discussão ressalta que, embora não seja considerada tratamento de primeira linha segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular a ozonioterapia pode ser recomendada como adjuvante em casos refratários. Seu perfil de segurança, facilidade de aplicação e benefícios em dor e bem-estar tornam-na opção atraente, principalmente para pacientes com limitações de acesso a terapias mais complexas. Conclui-se que a ozonioterapia é um recurso promissor no tratamento de úlceras venosas crônicas, com evidências que sustentam seu uso complementar, especialmente no alívio da dor e na qualidade de vida. Entretanto, há necessidade de estudos multicêntricos, randomizados e com seguimento prolongado para consolidar protocolos clínicos padronizados e ampliar a robustez das recomendações. A aplicação deve seguir rigor ético, regulamentação vigente e capacitação profissional específica. Janaina Rocha Machado De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PATENTES SOBRE ÚLCERA NO PÉ RELACIONADA AO DIABETES: UMA PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2191 Introdução: as úlceras no pé relacionadas ao diabetes representam relevante problema de saúde pública, com impactos significativos na qualidade de vida e nos custos do sistema de saúde. Além disso, a alta prevalência e as complicações associadas a essas lesões reforçam a necessidade de estratégias eficazes para sua prevenção e manejo. Nesse cenário, o estudo de patentes desponta como ferramenta importante para identificar avanços tecnológicos aplicáveis ao cuidado de pessoas com diabetes. Desse modo, a prospecção tecnológica pode contribuir para o aprimoramento das práticas em estomaterapia, ampliando o repertório de soluções inovadoras. Assim, justifica-se a realização de estudos sistemáticos sobre patentes voltadas ao cuidado de úlceras em pés diabéticos. Objetivo: analisar os registros internacionais de patentes voltadas à úlcera no pé relacionada ao diabetes. Método: trata-se de uma prospecção tecnológica, caracterizada como uma ferramenta de mapeamento de tecnologias científicas para gerar previsões futuras usadas em amplas perspectivas, como industriais, econômicas, sociais e na saúde, por meio de ferramentas de planejamento e gestão. As orientações de Joanna Briggs Institute (JBI) e o checklist Preferred Reporting Items for Systematic reviews and Meta-Analyses extension for Scoping Reviews (PRISMA-ScR) foram utilizados para condução da pesquisa. A busca foi realizada entre 1º de maio de 2024 e 15 de novembro de 2024 na base de dados da World Intellectual Property Organization (WIPO), utilizando o descritor "diabetic foot". Resultados: foram incluídos registros com a documentação completa e excluídos as tecnologias voltadas à complicações do diabetes não relacionadas aos pés, equipamentos de transporte de insumos médicos e dispositivos de acondicionamento de materiais. Assim, a pesquisa identificou 1.372 registros, com predominância de depósitos oriundos da China. Observou-se que 72,81% referem-se a dispositivos médicos e 27,19% a compostos farmacêuticos. A maioria das patentes apresenta foco no tratamento das úlceras, sendo menos frequentes inovações em avaliação e prevenção. Entre os dispositivos, destacam-se tecnologias para higienização de feridas, redistribuição de pressão e monitoramento, além de soluções voltadas à reperfusão tecidual, intervenção cirúrgica e reabilitação. No campo farmacêutico, prevalecem formulações antimicrobianas e terapias alternativas, evidenciando interesse tecnológico na ampliação de estratégias de cuidado às úlceras em pés diabéticos. Conclusão: as inovações direcionadas à avaliação, prevenção e tratamento da úlcera do pé relacionada ao diabetes exigem, portanto, um esforço coordenado, que contemple investimento em pesquisa aplicada, cooperação internacional e compromisso político. Somente por meio dessa articulação integrada será possível enfrentar, de forma equânime, os impactos causados pelas úlceras relacionadas ao diabetes e avançar em direção a um cuidado centrado na pessoa, promovendo, assim, a melhoria da qualidade de vida. Sob essa perspectiva, espera-se que o presente estudo estimule a pesquisa por inovações científicas a fim de proporcionar maior qualidade e segurança na assistência prestada. Vanessa Faria De Freitas Marcos Vinicius Silva Mendes Sarah Ferreira Neves Paulo Augusto Silva Borges Juliano Teixeira Moraes Helen Cristiny Teodoro Couto Ribeiro Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PEDIABETICO.NET: TECNOLOGIA EDUCATIVA PARA EDUCAÇÃO PERMANENTE DE ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA SOBRE PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA ÚLCERA DIABÉTICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2192 Jefferson Abraão Caetano Lira Sandra Marina Gonçalves Bezerra Rosângela Aparecida Oliveira Álvaro Sepúlveda Carvalho Rocha Fabrícia Araújo Prudêncio Lídya Tolstenko Nogueira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PERFIL CLÍNICO DE PACIENTES COM ÚLCERA VENOSA ATENDIDOS NO SETOR DE ESTOMATERAPIA DE UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2193 Introdução: As úlceras venosas (UV) são o tipo mais comum de úlcera de difícil cicatrização, representando até 70% dos casos. Constituem um problema de saúde pública relevante, exigindo atenção contínua e estratégias eficazes de tratamento e prevenção1. Seu manejo representa um desafio substancial para os sistemas de saúde, tanto pelos impactos na qualidade de vida, quanto pela complexidade clínica e altos custos envolvidos. O cuidado deve focar na identificação precoce dos fatores que afetam a cicatrização, visando otimizar o tratamento e o uso de recursos2. Como destaca Oliveira3, diversos fatores influenciam diretamente os resultados do cuidado com feridas. Portanto, o conhecimento detalhado do perfil clínico dos pacientes com úlceras venosas é fundamental para a elaboração de condutas terapêuticas eficazes, antecipar complicações e melhorar os desfechos clínicos. Objetivo: Traçar o perfil clínico dos indivíduos com lesões de etiologia venosa atendidos em um Ambulatório de Estomaterapia de um Hospital Universitário. Método Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa, realizado no Ambulatório de Enfermagem em Estomaterapia do Hospital Universitário de Brasília. A coleta de dados foi feita no período de setembro/2024 a maio/2025 por meio de formulário estruturado, com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 15460119.6.0000.5558). Foram analisados prontuários eletrônicos para levantamento das seguintes variáveis clínicas: tamanho, localização, classificação, estadiamento e tempo de acometimento das lesões; sintomas; tempo de tratamento; e materiais e coberturas utilizados. O estudo integra um projeto de iniciação científica financiado pela FAP-DF. Resultados Foram identificados 51 pacientes atendidos entre 2013 e 2025, com 21 etiologias distintas de lesões cutâneas. A úlcera venosa foi a mais prevalente, representando 53% dos casos (n=11). Oito pacientes atenderam aos critérios e foram incluídos no estudo. A admissão ocorreu entre 2013 e 2024, com uma alta registrada em 21/01/2025, após um ano de tratamento. O número de lesões por paciente variou de uma a quatro, sendo duas lesões o mais comum (4 pacientes). As lesões acometeram principalmente membros inferiores, especialmente o maléolo medial (6 pacientes). O tamanho variou de 1,0 a 8,4 cm de altura e de 0,8 a 6,0 cm de largura. O sintoma mais frequente foi dor, avaliada entre 4 e 9 na escala de 0 a 10. Em 34 atendimentos, foram usados seis tipos de coberturas primárias, com destaque para curativos antimicrobianos: malha de poliéster com matriz cicatrizante TLC- Ag (n=16) e curativo à base de cloreto de dialquil carbamoil (DACC) (n=8). A terapia compressiva foi associada em 20 atendimentos (4 pacientes). A atadura foi a cobertura secundária mais utilizada (n=29). Conclusão: Os dados reforçam a predominância das úlceras venosas e sua importância clínica e epidemiológica nas lesões de difícil cicatrização. A análise das lesões evidencia a complexidade do cuidado e a necessidade de abordagens individualizadas. Esses achados destacam a importância de conhecer o perfil clínico dos pacientes para garantir a efetividade do tratamento, otimizar recursos e qualificar a assistência de enfermagem em estomaterapia por meio de um cuidado mais planejado e direcionado. Amanda Reinaldo Fernandes Priscila Brigolini Porfirio Ferreira Yves Felipe Paulino Amanda Mesquita Mendes Gonçalves Selma Aparecida Souza Kuckelhau Fernanda Leticia Cauduro Andrea Mathes Faustino Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES COM LESÃO POR PRESSÃO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA DO SUL DO BRASIL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2194 Introdução: As lesões por pressão (LP) são eventos adversos dolorosos, frequentes e muitas vezes evitáveis, que aumentam o tempo de internação e geram grande impacto físico, emocional e financeiro para pacientes e cuidadores. Também representam um ônus significativo para os sistemas de saúde em todo o mundo.(1) A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é o setor predisponente e de maior incidência para o surgimento desse tipo de lesão, que representa um importante agravo à saúde e causa grande impacto aos pacientes, familiares e ao sistema de saúde.(2) As LP são de causalidade multifatorial, mas sua ocorrência está relacionada à presença de alguns fatores de risco que, quando combinados, aumentam sua incidência.(3) Entender quais os pacientes que possuem maior risco no desenvolvimento de tais lesões é fundamental para preveni-las. Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico e clínico dos pacientes com lesão por pressão em uma Unidade de Terapia Intensiva. Método: Estudo quantitativo e descritivo, desenvolvido em uma UTI de um hospital público de grande porte do Sul do Brasil. Foram incluídos adultos, que internaram entre 01 de julho a 31 de dezembro/2021, com o desfecho clínico de LP. Os dados foram coletados por meio de revisão de prontuários, prescrições e fichas referentes ao acompanhamento das LP e, após, analisados de forma descritiva. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Resultados: Compuseram a amostra 264 pacientes. Destes, 118 apresentavam lesão prévia à internação (prevalência de 13,7%) e 181 desenvolveram LP ao longo da internação na UTI (incidência de 20,9%). A densidade de incidência para tal desfecho foi de 34,7 casos por 1.000 pacientes-dia. A mediana de tempo para o desenvolvimento de LP foi de sete dias. Predominaram idosos (62 ± 15,2 anos), sexo masculino (58%) e raça branca (84,5%). Desnutrição (64,8%) e hipertensão arterial (61,7%) foram as comorbidades prevalentes. Mais de 75% dos pacientes apresentavam risco muito alto (20,5%) e alto (55,2%) de desenvolver LP, conforme a pontuação da Escala de Braden na admissão. Em relação às lesões desenvolvidas após a internação na UTI, predominaram os estágios 1 (14,9%) e 2 (61,8%); e os locais glúteo (30,3%) e sacro (16,6%). Grande parte dos pacientes – 203 (76,9%) – desenvolveram sepse durante a internação na UTI e 173 (65,5%) evoluíram com choque (de qualquer etiologia), denotando a gravidade dos pacientes incluídos na amostra. Conclusão: A identificação da incidência e do perfil clínico dos pacientes com LP possibilita um melhor planejamento da assistência. Reforça-se a importância da atuação proativa do enfermeiro na avaliação de risco e da equipe de enfermagem na implementação de medidas preventivas e no monitoramento contínuo, especialmente em pacientes com quadros clínicos mais graves, a fim de reduzir tais eventos e seus impactos. Bruna Karine Nagel Dos Santos Maria Cristina Dos Santos Antunes Andréia Martins Specht Adriana Alves Dos Santos Fabiana Henriques Maciel Cátia Frigi Delevati Sofia Louise Santin Barilli Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS PELA LIGA ACADÊMICA DE ENFERMAGEM EM CUIDADOS COM LESÕES (LAENCL) NO AMBULATÓRIO DE JOAÇABA – SC https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2195 Introdução: Com o aumento da longevidade, o número de indivíduos com doenças crônico-degenerativas obteve um crescimento significativo, em especial com a ocorrência de feridas crônicas. Neste contexto, o enfermeiro presta grande papel na assistência com o cuidado. A Liga Acadêmica de Enfermagem em Cuidados com Lesões (LAENCL), tem como intuito inserir acadêmicos de enfermagem em aulas teórico/práticas no cuidado de feridas. Fundada através da parceria do curso de enfermagem da Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC) com a Secretária Municipal de Saúde do município de Joaçaba. Neste contexto, faz-se necessário conhecer o perfil predominante dos pacientes atendidos pela LAENCL durante o primeiro semestre de 2025, a fim de identificar se a atenção prestada aos mesmos está sendo realizada de maneira adequada, de forma que os mesmos possam ser protagonistas em seu autocuidado e avaliar sua literacia em saúde. Objetivo: Identificar o perfil dos pacientes atendidos pela LAENCL no Ambulatório de Feridas da UNOESC. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo descritivo, de caráter de campo e documental. Sua população amostra é os pacientes em atendimento no primeiro semestre de 2025 no ambulatório, um total de 09 pacientes representando 100% da amostra. Discussão: A predominância desta pesquisa é pacientes do sexo masculino (88,9%), com mais de 60 anos (88,9%) e aposentados (100%), possuindo como grau de escolaridade ensino fundamental ou ensino médio, um total de 44,4% da amostra, fator que pode influenciar no seu entendimento sobre a saúde, ressalta-se que pessoas do sexo masculino tendem a procurar menos os serviços de saúde para a promoção e prevenção, somente procurando o mesmo mediante os sinais evidentes de agravo. O ambulatório tem seu atendimento exclusivamente direcionado a pacientes com feridas crônicas, que demandam cuidados de longa duração, evidenciado por 55,6% da amostra apresentarem recorrência no surgimento de novas feridas. A grande maioria dos pacientes atendidos são portadores de diabetes mellitus com um total de 66,7%, sendo assim a atenção com estes pacientes deve ir além do cuidado com a lesão. Quanto ao conhecimento sobre as feridas, 33,3% afirma saber exatamente sua patologia e 44,4% tem uma ideia sobre, mas não de forma clara, em relação aos cuidados 77,8% afirma saber realizá-los, entretanto 22,2% sentem dificuldades para fazê-los de forma autônoma em casa, quando questionados qual sua principal fonte de informação sobre os cuidados 100% afirmaram que os profissionais de saúde são sua principal referência. Conclusão: O perfil predominante do ambulatório de feridas é pacientes acima de 60 anos, aposentados, com diagnóstico de diabetes mellitus. Em relação ao conhecimento com a lesão os mesmos não sabem de forma clara sua patologia, porém reconhecem os cuidados básicos que devem ser tomados para sua melhora, sua principal fonte de informação para obtenção de conhecimento é profissionais de saúde. Assim devem-se elaborar estratégias para aprimorar o atendimento, garantindo uma assistência personalizada conforme sua compreensão da patologia, visto que a educação em saúde é um fator de grande importância quando se trata do cuidado. Naiuri Dalla Santa Chiste Patricia Zilio Tomasi Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DE PACIENTES ATENDIDOS EM UM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO NO TRATAMENTO DE FERIDAS DE DIFÍCIL CICATRIZAÇÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2196 Introdução: Ferida é definida como perda da continuidade das estruturas da pele, levando a uma alteração anatômica e funcional. Elas podem ser classificadas como agudas, quando a cicatrização ocorre em até quatro semanas, ou crônicas, quando ultrapassa esse período ¹. No Consenso Internacional de Tratamento de Feridas de 2020, o termo "ferida crônica" foi alterado para "ferida de difícil cicatrização", entre as quais se destacam as úlceras vasculogênicas, as úlceras relacionadas ao diabetes mellitus e as lesões por pressão. Estas feridas se configuram como um problema de saúde pública, pois, além da dor e do sofrimento que causam, oneram os sistemas de saúde no cenário mundial ², ³. Essas lesões podem ser tratadas em regime hospitalar ou ambulatorial, desde que haja profissionais qualificados para conduzir o tratamento ?. Este estudo teve por objetivo caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico de pessoas adultas com feridas de difícil cicatrização atendidas no ambulatório de um serviço público situado na região metropolitana de Curitiba. Trata-se de um hospital fundado em 1926, que funcionou como leprosário até 1983, após este período tornou-se referência em Dermatologia Sanitária. Atualmente é referência estadual para o tratamento de Hanseníase, dermatologia e mantém um ambulatório especializado no tratamento de feridas, o qual atende 44 municípios do estado do Paraná. Método: Trata-se de um estudo epidemiológico, transversal, exploratório, descritivo, de abordagem quantitativa. O projeto foi aprovado pelo CEP da instituição de ensino e CEPSH-SESA/HT, Parecer nº?7.501.254. Os dados foram coletados em maio de 2025 por meio de formulário sociodemográfico e clínico. Após a coleta, os dados foram inseridos em planilha eletrônica e analisados com o software IBM SPSS Statistics (v.?21.0). Resultados: Obteve-se a participação de 201 pessoas, sendo 52,2% eram homens. A média de idade foi de 64,1 anos. A maioria era casada, branca, sedentária, com ensino fundamental incompleto, renda de até um salário-mínimo e 60,2% eram aposentados. Entre as comorbidades, verificou-se que 56,7?% apresentavam hipertensão arterial sistêmica, 40,8% diabetes mellitus, e 22,4?% cardiopatias e IMC médio de 24,1. Entre os tipos de ferida, a úlcera vasculogênica foi a mais prevalente (56,2?%), seguida de úlcera do pé diabético (12,4?%), lesão por pressão (10,0?%) e sequela de hanseníase (8,5?%). A maioria (54,2%) dos sujeitos tinha apenas uma lesão e 48,2?% referiram recidiva. Ao todo foram avaliadas 372 lesões, predominantemente na perna, com tempo médio de duração de 7,8 anos, com grande desvio padrão, mostrando grande variabilidade, de 1 mês até 54 anos. Conclusão: Estes dados revelam similaridade com publicações nacionais e internacionais. Entretanto, um diferencial foi a expressiva ocorrência de lesões por sequela de hanseníase, o que pode ser explicado pelo fato de a instituição ser referência estadual para essa condição. A complexidade dessas feridas aponta para a importância do enfermeiro estomaterapeuta e a necessidade de atenção contínua e especializada para essa população. O conhecimento do perfil das pessoas e da prevalência das feridas pode auxiliar no planejamento, na melhoria do fluxo de atendimento e no uso eficiente de recursos. Gabriela Theinel Beatriz Santos Rissato Isabel Cristina Dos Santos Isabelle Evangelista Marcia Kelle Moura De Souza Thiago Aurelio De Oliveira Ana Rotilia Erzinger Thomaz Jeferson Massaneiro Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DOS PACIENTES QUEIMADOS EM CENTRO TERCIÁRIO DE FORTALEZA: TENDÊNCIAS E DESAFIOS PARA O SISTEMA DE SAÚDE (2022-2024). https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2197 INTRODUÇÃO: As queimaduras representam um dos mais antigos e complexos desafios para a saúde humana, com registros de tratamento já descritos no Papiro de Edwin Smith, datado de aproximadamente 1600 a.C. Com o avanço da tecnologia e o processo de urbanização, surgiram novos perfis de lesões, como as decorrentes de acidentes industriais e choques elétricos. Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou as queimaduras como a quinta principal causa de morte acidental no mundo, caracterizando-as como um grave problema de saúde pública [1]. No Brasil, entre os anos de 2015 e 2020, foram registrados 19.772 óbitos por queimaduras, obtendo como maior percentual (53,3%) ocasionada por agentes térmicos, seguidos por causas elétricas (46,1%) [2]. Segundo Potokat et al., a insuficiência de estrutura nos serviços de saúde, aliada à escassez de profissionais capacitados e à dificuldade de acesso a cuidados especializados, contribui para o agravamento dos desfechos clínicos desses pacientes [3]. OBJETIVO: Analisar o perfil epidemiológico, sociodemográfico e clínico dos pacientes atendidos no Centro de Tratamento de Queimados de um hospital terciário em Fortaleza. Gabrielle Fávaro Holanda Aires Kelcyane Eliotério Freire De Albuquerque Michelli Fávaro Holanda Lima Carlos André Lucas Cavalcanti Ana Lydiane Saldanha De Oliveira Samira Rocha Magalhães De Alencar Fabiano Andrade Da Costa Vanessa Silveira Faria Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CLÍNICO DAS PESSOAS IDOSAS INTERNADAS POR LESÃO POR PRESSÃO NUM HOSPITAL DE REFERÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2198 Introdução: A lesão por pressão é definida como uma lesão localizada na pele e/ou tecido subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea ou relacionada ao uso de dispositivos médicos, resultante da pressão isolada ou combinada com cisalhamento. As LPs podem variar em gravidade, desde eritema não branqueável até perda total de tecido, sendo classificadas em estágios (1 a 4), além das categorias de lesão tecidual profunda, lesão em membrana mucosa e lesão não classificável. Este estudo tem como objetivo definir o perfil sociodemográfico e clínico de idosos hospitalizados com lesões de pele, além de identificar aspectos relevantes para o cuidado desses pacientes no ambiente hospitalar. Métodos: Estudo observacional, retrospectivo e transversal, realizado com dados de pacientes idosos (acima de 60 anos) internados em um hospital de referência entre janeiro e dezembro de 2023 por complicações relacionadas a essas lesões. Foram coletados dados demográficos, procedência, estágio das lesões, uso de ciclos de antibióticos, tipo de curativo e desfecho (alta ou óbito). Os testes estatísticos utilizados incluíram o qui-quadrado e a regressão logística binária. A maioria dos participantes era do sexo feminino, casada, e proveniente de domicílio, sem acompanhamento de Serviço de Atenção Domiciliar. Metade dos participantes (50,5%) possuía até 2 comorbidades, enquanto a outra metade (49,5%) tinha 3 ou mais, sendo a hipertensão arterial e síndromes demenciais as mais prevalentes. Trinta e oito pacientes (44,7%) necessitaram de um segundo ciclo de antibióticos, sendo que 43,2% das lesões eram estágio 3 ou não classificáveis. Aproximadamente 32,9% dos pacientes foram classificados como de risco leve para LP, enquanto outro terço estava em alto risco, segundo a escala Braden. A maioria (36,5%) recebeu curativos de malha não-aderente com hidrogel. Resultados: A análise de independência de Pearson não mostrou associação significativa entre a variável dependente e as variáveis independentes. A regressão logística binária, que foi precedida pela verificação de pressupostos, revelou que a cada ano adicional de idade, as chances de óbito aumentaram em 1,24 vezes em comparação com as chances de alta (OR 1,24; IC 95% 1,08 - 1,43; p&lt;0,01). Além disso, os pacientes provenientes de Instituições de Longa Permanência (ILP) apresentaram 12,49 vezes mais chances de óbito em comparação com aqueles provenientes de domicílio ou Unidade de Pronto Atendimento (UPA) (OR 12,49; IC 95% 1,07 - 145,24; p=0,04). Não houve efeito significativo para as demais variáveis. Conclusão: Este estudo, que analisou o perfil sociodemográfico de pacientes idosos hospitalizados por complicações relacionadas a lesões de pele, revelou que idosos apresentam maior risco de óbito quando internados devido a essas complicações. Observou-se também que pacientes provenientes de Instituições de Longa Permanência têm desfechos mais desfavoráveis. Esses resultados precisam ser confirmados por estudos com maior tamanho amostral e grupo controle. Adrieli Aparecida Simoes De Oliveira Mariana Sanchez Malagutti Márcia Helena De Souza Freire Paula De Souza Silva Freitas Letícia Cristine Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 POTENCIAL TERAPÊUTICO DAS MEMBRANAS DE CELULOSE NO MANEJO DE QUEIMADURAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM FOCO NA TECNOLOGIA DE CUIDADO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2199 Introdução: As queimaduras de segundo grau são lesões complexas que comprometem a integridade da barreira cutânea, expondo o paciente a risco de infecções e retardando o processo de cicatrização. O manejo adequado requer tecnologias que promovam ambiente úmido, controle de exsudatos e analgesia eficaz. Nesse contexto, as membranas de celulose surgem como recurso inovador no cuidado de queimaduras, favorecendo a regeneração tecidual, proteção mecânica da ferida e alívio da dor. Objetivo: Relatar a aplicabilidade e os resultados do uso da membrana de celulose como tecnologia adjuvante no tratamento de queimadura térmica de segundo grau, destacando suas propriedades no controle de infecção, dor e cicatrização. Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado no acompanhamento domiciliar de uma queimadura térmica de segundo grau previamente tratada com sulfadiazina de prata e óleo de girassol (Dersani) sem evolução satisfatória. A troca para membrana de celulose ocorreu em 22/01/2025, sob orientação de enfermeiro estomaterapeuta, seguindo protocolo institucional de troca de coberturas e monitoramento de sinais de infecção. Resultados: Após aplicação única da membrana de celulose, observou-se rápida formação de tecido de granulação, redução significativa da dor e ausência de sinais infecciosos, com epitelização completa em 72 horas. A tecnologia proporcionou ambiente úmido ideal para regeneração tecidual, barreira física protetora contra microorganismos e maior conforto para o paciente. O controle de exsudato foi eficaz, evitando trocas frequentes de curativo e otimizando o manejo domiciliar. Conclusão: O uso da membrana de celulose demonstrou potencial terapêutico promissor no tratamento de queimaduras de segundo grau, destacando- se como tecnologia de cuidado capaz de acelerar a cicatrização, reduzir risco de infecção e aliviar sintomas dolorosos. A experiência reforça a importância da avaliação individualizada e da tomada de decisão do enfermeiro estomaterapeuta na escolha de coberturas tecnológicas, contribuindo para melhores desfechos clínicos e otimização de recursos no cuidado de feridas. Leticia Giaconia Gonçalves Margrit Gabriela Wilke Janaina Cristina Santos Lima Larissa De Oliveira Moog Andrezza Silvano Barreto Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PREVALÊNCIA DE BIOFILME EM FERIDAS CRÔNICAS: REVISÃO SISTEMÁTICA COM META-ANÁLISE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2200 Introdução: Feridas crônicas como úlceras venosas, lesões por pressão e úlceras em pés diabéticos, evoluem fora do curso normal de cicatrização, prolongam o tratamento, elevam custos e comprometem a qualidade de vida dos pacientes. Entre os fatores que perpetuam a cronicidade destaca-se o biofilme, comunidade microbiana protegida por matriz polimérica que dificulta a ação de antimicrobianos e do sistema imune, prolongando a inflamação e favorecendo infecções recorrentes. Objetivo: Quantificar sua ocorrência mundial é essencial para orientar políticas de prevenção e auxiliar ao estomaterapeuta à terapias direcionadas. Método: Realizou-se revisão sistemática de prevalência com meta-análise, registrada no PROSPERO (CRD420244526479) e conduzida segundo PRISMA e diretrizes JBI. Quatro bases (Scopus, Web of Science, MEDLINE/PubMed e Embase) foram pesquisadas em 11/04/2024, sem restrições de idioma ou período. Critérios de inclusão - estudos primários em humanos que relatassem prevalência de biofilme em feridas crônicas; excluíram-se revisões, relatos de caso, teses e resumos. Duplicatas foram removidas e dois revisores independentes fizeram seleção, extração de dados e avaliação metodológica pela escala Newcastle–Ottawa adaptada. A meta-análise usou modelo de efeitos aleatórios (RDWLS), heterogeneidade por I² e Q de Cochran, metarregressão exploratória e avaliação de viés de publicação (funil de Egger/Trim-and-fill). Resultados: Foram identificados 281 artigos; após triagem, 24 estudos de 12 países preencheram os critérios, totalizando 2666 lesões avaliadas. A prevalência global combinada de biofilme foi 68% (IC?95?%?=?58-79?%; I²?=?92?%). Estudos asiáticos apresentaram prevalência significativamente maior (73?%; IC?95?%?=?62-84?%). Entre os microrganismos mais reportados, Staphylococcus aureus esteve presente em 71?% das amostras e Pseudomonas aeruginosa em 65?%. Análises por nível apontaram maior chance de biofilme classificado como “alto” (OR?=?0,70; IC?95?%?=?0,34-1,43) em 11 estudos . O funil de Egger demonstrou viés de publicação; ajuste Trim-and-fill sugeriu que a prevalência real pode atingir 98?%. A maioria dos estudos foi classificada como metodologicamente “satisfatória”, com apenas dois de “boa” qualidade. Conclusão: A meta-análise confirma alta prevalência de biofilme em feridas crônicas, indicando necessidade de estratégias de manejo mais agressivas, como o desbridamento regular, agentes tópicos com ação antibiofilme e tecnologias disruptivas, para acelerar a cicatrização, reduzir custos e melhorar resultados clínicos. A heterogeneidade e o viés de publicação ressaltam a importância de pesquisas multicêntricas, padronização de métodos de detecção e relatórios transparentes. Estomaterapeutas devem permanecer vigilantes quanto a sinais clínicos de biofilme e adotar protocolos baseados em evidências para seu controle. Thalia Alves Chagas Menezes Mariana Cavalcante Martins Beatriz Alves De Oliveira Manuela De Mendonça Figueirêdo Coelho Viviane Mamede Vasconcelos Cavalcante Beatriz Moreira Alves Avelino Paula Sacha Frota Nogueira Rachel Gabriel Bastos Barbosa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO E O SABER DOS DISCENTES DE ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2201 Introdução: No âmbito da assistência à saúde, é indubitável que lesões por pressão prolongam o período de internamento de pacientes e aumentam os custos associados ao tratamento, além de impactarem negativamente a qualidade de vida dos pacientes.1,2 No âmbito do exercício profissional, é evidente que a enfermeira é protagonista quando se trata da prevenção, classificação e tratamento das lesões por pressão. Nesse contexto, o graduando de enfermagem necessita ter conhecimento sobre as lesões para que possa desenvolver uma assistência qualificada no futuro da sua prática profissional. Essa realidade pode ser modificada através de estratégias de ensino mais eficazes com o objetivo de alcançar as competências necessárias do futuro profissional para prevenção e tratamento da LP.3 Objetivo: Identificar o que as publicações científicas descrevem sobre o conhecimento dos graduandos acerca das medidas de prevenção de lesão por pressão. Métodos: Revisão integrativa com artigos publicados entre os anos de 2019 a junho de 2024 nas bases de dados SciELO, MEDLINE, SCOPUS, EMBASE, Web of Science e LILACS, por meio da BVS. Os descritores utilizados foram: lesão por pressão, estudantes de enfermagem, conhecimentos, prevenção de doenças. Os dados dos estudos selecionados foram reunidos utilizando um instrumento de coleta de dados. Após essa etapa, os estudos foram sintetizados de forma descritiva para discussão. Resultados: Foram encontrados 17 artigos que se adequaram ao objetivo do estudo, sendo 13 estudos publicados em nível internacional e 04 em nível nacional. A análise revelou que 76,5% identificaram níveis insuficientes de conhecimento sobre a prevenção de lesões por pressão na formação acadêmica em enfermagem. Os acadêmicos apresentaram dificuldades em aspectos como conceito de cisalhamento, ângulo de elevação da cabeceira, inspeção diária da pele e tempo adequado de reposicionamento de pacientes. Apenas 23,5% dos estudos apontaram níveis adequados de conhecimento sobre o tema. Conclusão: Os artigos analisados refletem a que o nível de conhecimento sobre a prevenção de LP por graduandos de enfermagem é inadequado. Constatou-se taxas insuficientes de acertos em relação às medidas preventivas de LP, evidenciando lacunas na formação acadêmica e a necessidade de reformulação das abordagens educacionais na formação acadêmica dos graduandos. Lorena Fortuna Santos Rastely Rosana Freitas Azevedo Maria De Lourdes De Freitas Gomes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PREVENÇÃO DE RADIODERMATITES EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA: REVISÃO DE ESCOPO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2202 Thayná Milena Dos Santos Esther Eloi Pinheiro Glícia Uchôa Gomes Mendonça Lucas Dias Soares Machado Maria Aparecida Ferreira Domingos José Wicto Pereira Borges Ana Fátima Carvalho Fernandes Jayana Castelo Branco Cavalcante De Meneses Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO: PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2203 Introdução: considerada um evento adverso evitável, a lesão por pressão (LP) é um importante indicador da qualidade da assistência, norteando políticas públicas, decisões estratégicas, estabelecimento de metas e comparações entre instituições. Destaca-se que diversas tecnologias para manejo e tratamento patenteadas impulsionam a disseminação do conhecimento tecnológico em saúde, indicando o nível de avanço científico e a capacidade de transformar inovações em produtos economicamente viáveis. Dessa forma, justifica-se a análise dos registros de patentes, dado o potencial impacto dessas tecnologias na prevenção e na melhoria da qualidade dos cuidados de saúde. Este estudo busca expor formas de aprimorar as práticas assistenciais com o uso de soluções inovadoras e promover políticas de segurança do paciente. Objetivo: mapear a produção tecnológica direcionada à prevenção e ao tratamento da LP. Método: trata-se de uma prospecção tecnológica, método sistemático para mapear desenvolvimentos científicos e tecnológicos. O mapeamento foi realizado nas bases de dados do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) a partir dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) relacionados a lesões cutâneas, sendo "Escara de Decúbito"; "Escara de Pressão"; "Escaras de Pressão"; "Lesão por Pressão"; "Úlcera de Decúbito"; "Úlcera de Pressão"; "Úlceras de Decúbito" e "Úlceras por Pressão". Vanessa Faria De Freitas Larissa Carvalho De Castro Paulo Augusto Silva Borges Juliano Teixeira Moraes Helen Cristiny Teodoro Couto Ribeiro Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROCESSO DE ENFERMAGEM: TRATAMENTO DA ÚLCERA VENOSA SOB A ÓTICA DA ABSORÇÃO VERTICAL DE COBERTURAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2204 Objetivo: descrever o processo de enfermagem no cuidado à pessoa com úlcera venosa de difícil cicatrização e o uso de coberturas de absorção vertical na atenção primária. Método: estudo qualitativo do tipo relato de caso realizado em uma unidade da atenção primária, no primeiro semestre de 2024, com encontros semanais com a paciente para a realização do curativo e implementação do processo de enfermagem. Resultados: o processo de enfermagem determinou os seguintes cuidados: tratamento das lesões com destaque para escolha adequada da cobertura, controle de infecção, cuidados com a circulação venosa e educação em saúde. Conclusões: a execução das etapas do processo de enfermagem permitiu uma investigação, cuidado e tratamento do caso com qualidade e otimização do tempo de cura. A escolha adequada de coberturas com absorção vertical adequada, foram determinantes na evolução e cicatrização da úlcera venosa, além de promover conforto e alívio à pessoa Lívia De Lima Camilotti Lívia Sofia Faria Aleixo Leonardo Valeriano Nunes Luciana Justino Dos Santos Carolina Fernandes Santos Daniel Nogueira Cortez Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROGRAMA SC CUIDANDO DAS BORBOLETAS: AVANÇOS NA ATENÇÃO À SAÚDE COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2205 Introdução: A Epidermólise Bolhosa (EB) é uma doença genética, rara e não contagiosa, caracterizada pela formação de bolhas e lesões na pele e mucosas, geralmente desencadeadas por traumas mínimos. Afeta indivíduos de ambos os sexos e pode ter origem hereditária (Epidermólise Bolhosa Hereditária – EBH) ou autoimune (Epidermólise Bolhosa Adquirida – EBA) (1). De acordo com a Associação DEBRA Brasil, uma em cada 227 pessoas é portadora de um gene relacionado à EB, um em cada 17.000 recém- nascidos apresenta alguma forma da doença, e cerca de 500.000 pessoas vivem com EB em todo o mundo (2). Objetivos: Estabelecer a política de atenção à saúde da pessoa com Epidermólise Bolhosa no âmbito da Rede de Cuidados à Pessoa com Doenças Raras em Santa Catarina; contribuir para a melhoria das condições de vida, promover a inclusão social, ampliar a autonomia e as capacidades laborais dos pacientes; definir critérios para a autorização do fornecimento de insumos específicos; orientar e capacitar os profissionais de saúde, conforme as demandas e especificidades de cada nível de atenção, para o atendimento adequado e encaminhamento ao serviço de referência. Método: A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, centrada na análise documental e histórica do Serviço Estadual de Atenção à Saúde da Pessoa com Doença Rara em Santa Catarina. Foram revisados relatórios e portarias, além da realização de busca ativa de pacientes com EB. Também foi analisado o impacto de políticas públicas relevantes, como a Deliberação 721/CIB/2023, a Portaria MS nº 199/2014 e a Portaria Conjunta nº 24/2021, com o intuito de compreender os marcos históricos e os desafios enfrentados na assistência a pessoas com Doenças Raras, em especial com Epidermólise Bolhosa (1,3,4). Resultados: O programa SC Cuidando das Borboletas, inserido na política estadual de atenção às Doenças Raras em Santa Catarina, é pioneiro no Brasil e se destaca por ir além das diretrizes nacionais, oferecendo um cuidado humanizado e centrado nas necessidades dos usuários do SUS. Em 2025, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) contabilizou 9.753 pacientes com Doenças Raras, sendo 93 com EB (3). O programa disponibiliza 38 itens padronizados, como curativos e adjuvantes essenciais, assegurando tratamento contínuo sem necessidade de judicialização para o acesso aos insumos. Essa abordagem representa um avanço significativo, promovendo um atendimento qualificado, eficaz e alinhado às melhores práticas de cuidado e acompanhamento. Conclusão: A padronização dos curativos e insumos adjuvantes para pessoas com Epidermólise Bolhosa é essencial para garantir um atendimento homogêneo e de alta qualidade, contribuindo diretamente para a melhoria da qualidade de vida e a atenção integral dos pacientes com Epidermólise Bolhosa. Geyza Regina Domingos Mello Taisa Pereira Cruz Costa Silva Tatiani Delfis Da Cruz Jaqueline Reginatto Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO A PESSOA DIABÉTICA NA PREVENÇÃO DO PÉ DIABÉTICO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2206 INTRODUÇÃO: O pé diabético (PD) é uma das complicações em pacientes com diabetes mellitus (DM), e configura-se como a principal sequela da doença, ocorrendo através da neuropatia periférica (NP), trauma com infecção secundária e doença arterial oclusiva. Em apresentação da NP, ocorre uma atrofia muscular e promove a modificação da anatomia funcional dos dedos. Dessa forma, o autocuidado do PD é fundamental para prevenir úlceras e amputações, o enfermeiro deve orientar o paciente como é feito a prevenção dessas complicações. Desse modo, a partir da problemática citada surgiu a seguinte pergunta de pesquisa: Quais as medidas preventivas para o autocuidado da pessoa diabética na prevenção do PD? OBJETIVO: Identificar na literatura científica as medidas de autocuidado da pessoa diabética na prevenção do pé diabético. MÉTODO: O estudo caracteriza-se como uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL) com abordagem qualitativa, baseada na produção científica realizada nas bases de dados: SCIELO, BVS e LILACS. Cruzando-se as palavras chaves “enfermagem” AND “pé diabético” AND “enfermagem” AND “neuropatia”. Utilizou-se os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados na íntegra, gratuitos, português, pesquisas realizadas entre 2020 a 2025 e foram excluídos os artigos duplicados. A pesquisa foi realizada entre fevereiro e maio de 2025 que após a utilização dos filtros restaram um total de 19 artigos utilizados na pesquisa. RESULTADOS: Foram encontrados 19 artigos todos na língua portuguesa, publicados entre os anos 2020 a 2025, onde o nível de evidência na maioria foi 4. Os principais objetivos foram: identificar o conhecimento de pessoas com diabetes mellitus e enfermeiros em relação ao autocuidado dos pés. Os principais achados foram: educação em saúde na prevenção do PD, utilização de sapatos adequados que promovam uma descarga plantar, corte correto das unhas, higiene e hidratação dos pés, informações sobre as complicações do DM, realização do auto exame dos pés diariamente, monitorar doenças bases em especialmente as taxas glicêmicas e práticas de atividades físicas e adesão à dieta. DISCUSSÕES: Foi dividida em duas categorias, podendo observar na categoria 1: O autocuidado com os pés da pessoa diabética, já na categoria 2: Medidas de prevenção ao PD. Onde os artigos incluídos na presente revisão evidenciam que o autocuidado com os pés da pessoa diabética, é uma estratégia essencial para a prevenção do PD à pessoa portadora de DM. Entretanto, as complicações do pé diabético podem ser prevenidas com a adoção de medidas simples de autocuidado e identificação precoce dos pés em risco. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A enfermagem tem o papel fundamental no autocuidado da úlcera do pé da pessoa diabética, através da atuação nos cuidados técnicos, perpassando, aspectos físicos, emocionais, sociais e educacionais para melhorar a qualidade de vida do paciente. Janaieme Estevão Da Silva Fredielma Alexsandra Santos De Souza Prof.ª Esp. Fredielma Alexsandra Santos De Souza Prof.ª Me. Layane Ribeiro Lima Prof.ª Me. Cleciana Alves Cruz Prof.ª Me. Rayanne De Sousa Barbosa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA FORMAÇÃO DE BIOFILMES BACTERIANOS EM MODELO ANIMAL DE LESÃO POR PRESSÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2207 Introdução: A presença de biofilmes em feridas representa não apenas uma das complicações mais frequentes, mas também um desafio significativo no tratamento dessas lesões. Muito do conhecimento acerca dos biofilmes em feridas são provenientes de dados obtidos por ensaios in vitro e ex vivo. Porém, os modelos in vivo são clinicamente mais significativos por apresentarem a vantagem de demonstrar a interação entre a comunidade microbiana e o hospedeiro. Objetivo: Dessa forma, este estudo tem como objetivo propor uma metodologia para a formação de biofilmes em modelo animal de lesão por pressão. Métodos: Para isso, foram utilizados seis camundongos Swiss machos (25-30g), provenientes do Biotério Central da Universidade Federal do Ceará (UFC). Inicialmente, foi realizado a indução de lesões por pressão com ímãs no dorso dos animais durante 4 dias consecutivos por meio de ciclo de isquemia/reperfusão. Para formação de biofilme nas lesões, foram utilizadas cepas clínicas de Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa, em três metodologias diferentes, sendo: aplicação sobre a lesão de tela de silicone com biofilme pré-formado, transferência de biofilmes formados em placa de 24 poços e inóculo na escala 6 de McFarland. Por fim, os animais foram eutanasiados e a formação de biofilme foi avaliada por meio da contagem de unidades formadoras de colônias (ufc) e análise da arquitetura dos biofilmes por microscopia confocal. O projeto foi aprovado pela Comissão de Ética em Uso de Animais (Ceua), sob nº 9977161123. Resultados: Os biofilmes formados em tela de silicone e em placa de 24 poços apresentaram maiores contagens de ufc (8,1 e 7,9 log, respectivamente) comparado ao inóculo bacteriano (7,7 log). Além disso, as análises das imagens por microscopia confocal evidenciaram uma maior biomassa, espessura média da área total e espessura média da biomassa nos biofilmes da tela de silicone e da placa de 24 poços. Conclusão: Os resultados permitiram evidenciar o estabelecimento dos biofilmes nas lesões, indicando que as metodologias que utilizaram biofilmes pré- formados são promissoras para realização de estudos com biofilmes em modelo animal de feridas. Alyne Soares Freitas Vinicius Carvalho Pereira Gabriel Angelo De Aquino Raphaella Cristino De Paula Vanessa Almeida Pinho Tamires De Alcantara Medeiros Debora Castelo Branco De Souza Collares Maia Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROPRIEDADES PSICOMÉTRICAS DA VERSÃO BRASILEIRA DO BATES-JENSEN WOUND ASSESSMENT TOOL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2208 Introdução: Os instrumentos de avaliação de feridas disponíveis internacionalmente são métodos confiáveis de análise das suas características clínicas e direcionam o processo de tomada de decisão do enfermeiro para a implementação do tratamento mais adequado(1). O Bates-Jensen Wound Assessment Tool (BWAT) avalia 13 itens e mostrou ser válido para a avaliação e monitorização de feridas de difícil cicatrização (2). Foi traduzido e adaptado para a cultura brasileira por Alves(3), que observou boa praticabilidade para sua utilização na prática clínica e na pesquisa. No entanto, estudos de validação e confiabilidade são necessários para maior precisão em suas medidas. Objetivo: Avaliar as propriedades de medida do BWAT versão brasileira em pacientes com feridas de difícil cicatrização. Métodos: Trata-se de estudo metodológico que foram testadas a confiabilidade interavaliadores e a validade de construto convergente no período de março a junho de 2024. Os participantes com lesão por pressão (LP) e internados nas enfermarias e unidades de terapia intensiva adultos de um hospital universitário foram convidados para participar. Após o aceite, foi aplicado uma ficha de caracterização sociodemográfica e clínica, o BWAT versão brasileira e o Pressure Ulcer Scale por dois estomaterapeutas de forma isolada. Por fim, foram tiradas fotos da ferida para registro da análise de dados. Para avaliar a concordância entre os dois avaliadores com relação ao escore do instrumento BWAT foi aplicado o coeficiente de correlação intraclasse que considera valores maiores ou iguais a 0,70 indicativos de boa confiabilidade. A correlação entre os escores dos instrumentos BWAT e PUSH foi avaliada por meio da aplicação do coeficiente de correlação de Spearman. O coeficiente de correlação pode variar de -1 a 1, onde valores mais próximos de -1 indicam uma relação negativa ou inversa entre as variáveis, próximos a 1 uma relação positiva e próximos a 0 indicam ausência de correlação. Resultados: A amostra foi constituída por 56 pacientes e 93 feridas. Os participantes apresentaram média de idade de 59,47 anos (DP=18,89), tempo médio de internação de 33,13 dias (DP=29,20) e 57,14% foram do sexo masculino. Na análise da equivalência interavaliadores, obteve-se o coeficiente de correlação de 0,89. A validade de construto convergente apresentou coeficiente de correlação de Spearman de 0,75 entre os escores totais do BWAT e do PUSH, com p-valor estatisticamente significante (p&lt;0,0001). Observou-se a obtenção de correlação forte entre os escores do BWAT e do PUSH. Sabe-se que o PUSH é considerado referência no monitoramento da cicatrização dessas lesões(4). Com isso, evidencia-se a qualidade do BWAT na avaliação de LP. Conclusão: Os resultados mostram que o instrumento BWAT versão brasileira é uma ferramenta válida e confiável para avaliação e monitoramento de pacientes acometidos com feridas de difícil cicatrização como as LPs. Júlia Oliveira Monteiro De Barros Angélica Olivetto De Almeida Carolina Akmiy Schiezaro Falcioni Mariana De Jesus Meszaros Daniela Fernanda Dos Santos Alves Juliany Lino Gomes Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROTAGONISMO DA ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO AMBULATORIAL ESPECIALIZADO EM FERIDAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO MUNICIPAL DE SAÚDE EM PALHOÇA/SC https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2209 Introdução Feridas representam um desafio constante aos serviços de saúde, exigindo abordagem especializada, recursos específicos e acompanhamento sistemático. Essas lesões comprometem significativamente a qualidade de vida dos pacientes e requerem intervenções interdisciplinares. Nesse contexto, destaca-se o protagonismo da Enfermagem, especialmente dos enfermeiros com formação em estomaterapia, cuja atuação é central na avaliação, planejamento e execução dos cuidados. Estudos apontam que ambulatórios conduzidos por enfermeiros estomaterapeutas melhoram a organização do cuidado e o perfil clínico dos pacientes atendidos¹. O atendimento ambulatorial especializado proporciona intervenções individualizadas, acompanhamento longitudinal e orientação contínua, com impacto positivo nos desfechos clínicos e prevenção de hospitalizações². Este relato descreve a experiência de um atendimento ambulatorial em Palhoça/SC, enfatizando a liderança da Enfermagem na organização e execução do cuidado especializado em feridas. Objetivo Relatar a experiência do atendimento ambulatorial de feridas no município de Palhoça/SC, com foco na atuação da Enfermagem na estruturação do serviço, condução clínica e obtenção de resultados. Método Trata-se de um relato de experiência baseado na prática clínica da equipe entre janeiro e julho de 2025, por meio de observação direta e análise documental. As informações foram organizadas conforme o perfil dos usuários, o fluxo assistencial e a evolução clínica. Os dados utilizados não continham identificação dos pacientes, preservando a confidencialidade e o sigilo das informações. O serviço é coordenado por uma enfermeira especialista em estomaterapia, responsável pela triagem inicial, classificação de risco, prescrição de cuidados e monitoramento da cicatrização. Os insumos utilizados (PHMB, hidrogel, alginato com cálcio, hidrofibra com prata, terapias compressivas etc.) seguiam protocolos atualizados². Técnicos de enfermagem, sob supervisão direta, executavam curativos padronizados e registros clínicos sistemáticos, conforme boas práticas demonstradas em estudos de ambulatórios de Estomaterapia³. Resultados No período analisado, foram atendidos 96 pacientes (média de 54 atendimentos/mês). Entre feridas crônicas, predominaram idosos com comorbidades como diabetes, hipertensão e insuficiência venosa - fatores frequentemente associados à dificuldade de cicatrização. Já nas feridas agudas prevaleceram os pacientes jovens sem comorbidades, apresentando melhor resposta clínica. Cerca de 25% dos pacientes receberam alta por cicatrização completa (60% feridas agudas; 40% crônicas). A Enfermagem atuou como peça central na elaboração do plano terapêutico e no acompanhamento da resposta clínica, articulando-se com médico, fisioterapeuta e nutricionista. Essa liderança técnica reforça evidências de que ambulatórios geridos por estomaterapeutas promovem cuidado integral, sistemático e resolutivo?,?. Conclusão O serviço ambulatorial especializado em feridas de Palhoça/SC evidencia a Enfermagem como protagonista no cuidado a pacientes com lesões complexas. A atuação de enfermeiros especialistas em estomaterapia, aliada ao trabalho multiprofissional, resultou em desfechos clínicos satisfatórios, fortalecimento da rede pública e humanização do cuidado. Essa experiência é replicável, sustentável e essencial para o avanço das políticas de atenção especializada em saúde. Leticia Siqueira Adriana Zelir Cesário Alexandro Feijó Júnior Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROTOCOLO PARA MONITORAMENTO E REDUÇAO DE CUSTOS DE PESSOAS DIABETICAS COM COMPLICAÇÕES NOS PÉS NO ESTADO DA BAHIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2210 PROTOCOLO PARA MONITORAMENTO E REDUÇAO DE CUSTOS COM ATENDIMENTO DE PESSOAS DIABÉTICAS COM COMPLICAÇÕES NOS PÉS NO ESTADO DA BAHIA Introdução: Um dos principais problemas acarretados pela falta de controle do diabetes é a ulceração nos pés, considerada uma complicação grave pelo alto risco de amputações de extremidades, causando elevadas taxas de morbimortalidade e altos custo globais (SBD, 2020; IWGDF, 2023). O emprego de protocolos de organização dos serviços representa importante contribuição para nortear as ações de saúde, requerendo esforço conjunto de gestores e profissionais para que reflita a melhor adequação às necessidades dos serviços, assim como permite estabelecer objetivos e metas planejadas, a implementação de ações e sua constante avaliação, no sentido de transformar o processo de trabalho e contribuir para melhoria da qualidade do cuidado prestado à população (WERNECK; FARIA; CAMPOS, 2009). Objetivo: Instituir um protocolo organizacional para definição dos fluxos regulatórios, mapeamento dos pontos de atenção e proposição do monitoramento do atendimento de pessoas diabéticas com complicações nos pés na rede pública de saúde do Estado da Bahia. Método: Trata-se de uma intervenção da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia -FAPESB, em parceria com pesquisadores da Universidade Federal da Bahia. Etapa 1: levantamento de indicadores e custos com atendimento de pessoas diabéticas com complicações nos pés através de dados públicos extraídos do Sistema de Informação Hospitalar (SIH) e do custo real pela técnica de micro custeio e dados do ApuraSUS. Etapa 2: mapeamento dos pontos de atenção no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES); definição de fluxos regulatórios e das responsabilidades gestoras; e elaboração de um protocolo gerencial. Etapa 3: proposição de monitoramento dos indicadores e custos, além do controle dos dados clínicos e de gerenciais dos pacientes pelo prontuário eletrônico AGHUse. Resultados No ano de 2023 foram registradas no Sistema de Informação Hospitalar 1500 amputações no estado da Bahia, com um maior número na região de saúde de Salvador (433) casos. O custo real, considerando média de 9 diárias, foi R$ 18.203,75 e total R$ 27.305.265,00. O protocolo de gestão é constituído de mapeamento dos pontos de atenção das 28 regiões de saúde, descrição dos fluxos regulatórios na Rede de Atenção à Saúde e da proposição de monitoramento dos indicadores e custos, além do acompanhamento dos pacientes na rede através prontuário eletrônico. Conclusão A instituição de um protocolo de gestão no estado da Bahia contribui como instrumento gerencial relevante, servindo como referência para medidas/políticas públicas voltadas para a prevenção da ulceração nos pés das pessoas com diabetes, sobretudo na diminuição do número de atendimentos, internamentos e reinternamentos dessa população; redução do número de amputações e agravos relacionados as complicações nos pés das pessoas diabéticas e consequente diminuição de custos. Ana Paula Fernandes De Carvalho Jean Carla De Lima Rose Ana Rios David Ana Luiza Queiroz Vilasbôas Cicero Fidelis Lopes Danielle De Andrade Canavarro Maria Alcina Romero Boullosa Mariana Amorin Figureiredo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RADUÇÃO E VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DO INSTRUMENTO SKIN TEAR KNOWLEDGE ASSESSMENT INSTRUMENT (OASES) PARA O CHILE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2211 Introdução: As lesões por fricção (LF) são feridas dolorosas, evitáveis e com impacto clínico relevante, especialmente em idosos. Embora os enfermeiros tenham um papel central na sua prevenção e manejo, ainda há lacunas de conhecimento. O instrumento Skin Tear Knowledge Assessment Instrument (OASES), validado internacionalmente, avalia o conhecimento dos profissionais sobre LF, mas ainda não está disponível em espanhol para uso no Chile. Objetivo: Traduzir o instrumento OASES para o espanhol chileno e avaliar a validade de conteúdo da versão traduzida. Métodos: estudo metodológico que seguiu algumas das etapas propostas por Beaton et al. (2007)¹ para tradução técnica e validação de conteúdo do OASES. As 20 questões originais foram ampliadas para 113 itens em planilha Excel. A tradução foi realizada por dois tradutores bilíngues independentes e a avaliação de conteúdo por um painel de 10 juízes especialistas, utilizando escala Likert de 4 pontos, gerando a Razão de Validade de Conteúdo (Content Validity Ratio – CVR). A retrotradução foi feita por um tradutor nativo e revisada por um dos autores originais para confirmar a validade de conteúdo. Tendo em vista que este estudo constituiu parte da tese de doutorado da autora principal, o protocolo de pesquisa foi aprovado pelos Comités de Ética en Investigación do Serviço de Saúde regional, Deliberação Ordinária nº 001001. Já a autorização para tradução técnica e validação de conteúdo do OASES foi concedida por um de seus autores originais. Resultados: Quanto à tradução, os juízes não referiram dificuldades na tradução. As revisões centraram- se na terminologia clínica, nas alterações na formulação das questões e na utilização de termos técnicos apropriados, que foram harmonizados pela autora principal e pela sua orientadora. Na avaliação de conteúdo, 7 dos 113 itens apresentaram baixos níveis de concordância, com CVR variando entre 0 e 0,4: os itens 13 e 56 obtiveram CVR 0; os itens 73, 74 e 84, CVR 0,2; e os itens 53 e 59, CVR 0,4, na primeira rodada. Esses 7 itens (CVR &lt; 0,5) foram reavaliados por todos os juízes em uma segunda rodada, obtendo CVR 1, exceto o item 84, que obteve CVR 0,8. Discussão/conclusão: Estudos de adaptação cultural e validação do OASES já foram realizados na China²?³, Turquia? e Brazil? , todos demonstrando alta validade de conteúdo (0,86 a 1,0). Embora o presente estudo tenha utilizado o índice CVR, apresenta resultados comparáveis, confirmando alto nível de concordância por item. Esses achados reforçam a relevância da validação cultural de instrumentos para assegurar dados precisos na prevenção de lesões cutâneas. A versão chilena em espanhol do OASES atende às necessidades culturais locais, constituindo- se como uma ferramenta útil para a capacitação e conscientização sobre prevenção e manejo de lesões por fricção (LF) em diversos contextos clínicos no país. Futuramente, o instrumento poderá ser adaptado para outros países hispanofalantes, promovendo uma abordagem culturalmente coerente à prevenção dessas lesões na América Latina. Heidi Marie Hevia Campos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RECUPERAÇÃO DOMICILIAR SEGURA: ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM NO PÓS- OPERATÓRIO DE FISTULECTOMIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2212 INTRODUÇÃO: As orientações de enfermagem no período pós-operatório de fistulectomia desempenham um papel essencial na prevenção de complicações, na promoção da cicatrização da ferida e na garantia da segurança do paciente em domicílio1. Dentre as complicações mais comuns no pós-alta hospitalar estão o sangramento, a retenção urinária, infecções, distúrbios de continência e recidivas2. A implementação de intervenções de enfermagem, aliada ao acompanhamento contínuo, contribui significativamente para a redução desses eventos adversos, diminuição do tempo de internação e elevação dos níveis de satisfação do paciente 1,3. Nesse cenário, as tecnologias educacionais têm se destacado como ferramentas eficazes para orientar os cuidados pós-operatórios, ao incentivar o autocuidado com maior autonomia e segurança. Além disso, essas tecnologias facilitam a comunicação entre profissionais e pacientes, o que impacta positivamente na qualidade de vida durante o processo de recuperação3,4. OBJETIVO: Descrever a construção de uma cartilha contendo orientações de enfermagem para os cuidados pós-operatório de fistulectomia para pacientes em domicílio. MÉTODO: Estudo metodológico, composto por quatro etapas, destinado para elaboração de cartilha educativa. As etapas ocorreram durante março de 2024 e janeiro de 2025 e compreenderam: revisão narrativa; confecção preliminar da cartilha; avaliação do produto preliminar por 15 profissionais especialistas, envolvendo professores de enfermagem; enfermeiros e médicos do serviço; ajuste das sugestões dos especialistas e confecção da versão revisada da cartilha. RESULTADO: A cartilha foi elaborada em papel couché, com a gramatura de 90g, contendo 13 páginas, com sumário e os seguintes temas: o que é fístula anal ou perianal; quais as causas; quais são os sintomas; como é feito o diagnóstico; como tratar; cuidados em casa; sinais de alerta e incentivo ao seguimento regular e comunicação de sintomas. No aspecto visual, houve distinção de tamanho da fonte entre títulos e texto do corpo; uso de negrito, quanto adequado; título em todas as páginas e ilustrações relacionadas ao texto em, pelo menos, 30% de cada página. Ao final, foi destinado um espaço para registro de dúvidas e intercorrência para serem apresentadas pelo paciente nas consultas, além das referências utilizadas pelos pesquisadores para construção da cartilha. CONCLUSÃO: A cartilha de orientações para pós-operatório de fistulectomia para os cuidados domiciliares foi elaborada conforme demanda da gestão da alta hospitalar e equipe ambulatorial de um Hospital Universitário e poderá contribuir para a continuidade do cuidado prestado em domicílio, conferindo maior segurança ao paciente. Planeja-se realizar a validação pelo IVC para conteúdo, concordância e aparência visual com profissionais da equipe multiprofissional e usuários do serviço. Zulaina Zupeli Marianelli Catrine Storch Moitinho Lucas Queiroz Subrinho Leidiane Faria Ramos Endlich Paula De Souza Silva Freitas Walckiria Garcia Romero Sipolatti Eliane De Fátima Almeida Lima Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELAÇÃO DA ÚLCERA TERMINAL DE KENNEDY COM A TERMINALIDADE EM PESSOA VIVENDO COM HIV/AIDS: RELATO DECASO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2213 Introdução: A Úlcera Terminal de Kennedy (UTK) é uma lesão de rápida evolução e íntima relação com a terminalidade da vida. A UTK tende a se desenvolver em paciente com redução da perfusão tissular, bem como falência de órgãos vitais.(1) Diante disso, entre os pacientes de risco para desenvolvê-la estão aqueles que estão em cuidados paliativos e apresentem quadros de insuficiência respiratória, diabetes mellitus,hipoalbuminemia,hipoxemia, doença renal ou insuficiência de dois ou mais sistemas de órgãos além da pele.(2) A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o consequente desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) são condições que, se não tratadas adequadamente, evoluem para graves complicações e até óbito, favorecendo o surgimento de UTKs no paciente.(3)Objetivo:Analiar a relação entre a UTK e a terminalidade em pessoa vivendo com HIV/Aids (PVHA). Metodologia: Trata-se de um estudo de relato de caso desenvolvido entre janeiro e março de 2025 a partir de dados provenientes de prontuário hospitalar. O mesmo foi realizado emum Hospital Universitário Público da cidade do Recife, Pernambuco, sendo integrante de um projeto de maior amplitude que obteve autorização do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição. Relato de caso:O prontuário estudado correspondia a um indivíduo do sexo masculino com 48 anos, etilista, tabagista e usuário drogas ilícitas, vivendo com HIV/Aids desde 2022. Em 2023 foi diagnosticado com tuberculose disseminada e seguiu em tratamento regular. Em janeiro de 2025 foi admitido na referida instituição com quadro de Aids, TB MR e múltiplas lesões sugestivas UTK em região sacral, trocantérica e calcâneos. O quadro do paciente evoluiu de forma negativa com sepse de foco respiratório, dispneia intensa e redução da perfusão tissular. Foi diagnosticado com UTK em 05/01 e iniciou-se protocolo paliativista devido ao processo ativo de morte.Em 27/01 o paciente evoluiu para óbito.Conclusão:Torna-se perceptível a intrínseca relação entre a UTK e a terminalidade. A gravidade e lelatidade do caso do paciente indicam a necessidade iminente da adequação do plano de cuidados para os cuidados paliativos, tendo em vista que o curativismo não demostra resultados positivos nesses quadros. Frente a isso, a UTK pode ser vista como um anúncio de morte e indicação para implementação do paliativismo. Gerluce Araújo Silva De Souza Monteiro Brunna Francisca De Farias Aragão Alice Fonseca Pontes Ysabella Luana Dos Santos Flávia Alves Delgado Gleicy Karine Nascimento De Araújo Monteiro Fábia Maria De Lima Jael Maria De Aquino Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELAÇÃO ENTRE A CARGA MICROBIANA E SINAIS DE INFECÇÃO EM FERIDAS DE PACIENTES DE UM HOSPITAL PRIVADO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2214 Introdução: O avanço das tecnologias diagnósticas tem desempenhado um papel fundamental na avaliação precoce de infecções em feridas, especialmente no ambiente hospitalar. Entre essas inovações, destaca-se o uso da câmera de fluorescência, uma tecnologia baseada em imagem de fluorescência que permite a visualização da presença da carga microbiana na ferida1,2. Objetivo: analisar a relação entre as características clínicas de infecção em feridas e a carga microbiana identificada com o uso de tecnologia. Método: Estudo observacional, transversal realizado com pacientes adultos e idosos internados ou em tratamento ambulatorial de um hospital privado na cidade de São Paulo. Dados sociodemográficos e clínicos foram coletados do prontuário do paciente e as características clínicas das feridas foram coletadas por meio de inspeção visual com o uso do instrumento Bates-Jensen Wound Asssessment Tool (BWAT) que contempla os itens: forma, tamanho, profundidade, descolamento, tipo e quantidade de tecido necrótico, tipo e quantidade de exsudato, cor da pele ao redor da ferida, edema e endurecimento do tecido periférico, tecido de granulação e epitelização. Cada item possui cinco níveis de pontuação, variando de 1 a 5, com escore total entre 9 (ferida cicatrizada ou resolvida) e 65 (características clínicas mais graves). Quanto maior a pontuação, pior é a condição clínica da ferida3. Para avaliação da carga microbiana foi utilizada a câmera com fluorescência, que emite luz violeta em comprimento clinicamente seguro de 405nm que, ao entrar em contato com a superfície da ferida, gera a fluorescência das bactérias quando sua concentração é &gt;104 CFU/g. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial. O projeto foi aprovado pelo Comitê? de Ética em Pesquisa da instituição proponente, parecer no5.833.943. Resultados: Foram avaliados 87 pacientes com um total de 101 feridas de diferentes etiologias, sendo as mais prevalentes a ferida operatória 29,7%, seguida pela lesão por pressão (28,7%). A idade média dos pacientes foi 69,37 anos (DP=17,71), o tempo médio de internação foi 22 dias (DP=53,22) e a média de IMC 22,15 kg/m2 (DP=5,88). Do total de pacientes, 55% eram do sexo feminino e 80% foram avaliados no regime de internação. Os parâmetros clínicos avaliados nos itens "tipo de tecido necrótico" e "quantidade de tecido necrótico" na escala BWAT apresentaram maior média e associação estatisticamente significativa com a o resultado de "alta carga microbiana", conforme análise por câmera de fluorescência (p = 0,035 e p = 0,036, respectivamente). Apesar disso, quando analisados separadamente, não apresentaram associação estatisticamente significativa entre os escores dos subitens individuais do BWAT e os resultados da carga microbiana avaliada pela fluorescência. Conclusão: Os resultados deste estudo indicaram que o tipo e a quantidade de tecido necrótico estão associados à presença de alta carga microbiana identificada por meio de fluorescência. Estudos futuros devem incluir populações com feridas mais diversas e explorar desfechos longitudinais para validar o valor positivo da câmera com fluorescência e a relação com os sinais clínicos da ferida como preditivo para risco de infecção e seu impacto nas estratégias terapêuticas em feridas de difícil cicatrização. Saskia Iasana Pontes Fleury Adriana Almeida De Sousa Paula Cristina Nogueira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA COM TERAPIA COMPRESSIVA MULTICOMPONENTES https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2215 Introdução A úlcera venosa (UV) é a forma mais grave da insuficiência venosa crônica, caracterizada por lesões abertas na pele, geralmente na região maleolar, de evolução lenta, causadas pela deficiência do retorno venoso. Afeta cerca de 1% da população, gerando dor, infecções, impacto psicossocial, baixa qualidade de vida e altos custos aos serviços de saúde1-2. A literatura aponta que a terapia compressiva com 40 mmHg é o tratamento padrão ouro da UV, sendo a terapia multicomponente mais eficaz do que a de componente único, pois favorece o retorno venoso tanto em repouso quanto em atividade, resultando na redução do edema, exsudato, dor, otimizando significativamente o processo de cicatrização, devolvendo a qualidade de vida ao paciente3. Em 2021, a Prefeitura de São Paulo criou os Polos de Tratamento de Feridas com o objetivo de oferecer cuidado humanizado aos pacientes com feridas complexas, com suporte especializado, tecnologias avançadas e integração com as UBS e o programa Melhor em Casa. Objetivo Relatar a experiência vivenciada em um Polo de Curativo na cidade de São Paulo, após a introdução da terapia compressiva multicomponente no manejo das úlceras venosas. Metodologia Trata-se de um relato de experiência em um polo de curativo na cidade de SP, após a introdução da terapia compressiva multicomponente (UrgoK2R) para o manejo das UVs, iniciada em agosto de 2024 até junho de 2025 A terapia multicomponente (UrgoK2R), é composta por uma bandagem de curto e longo estiramento, que juntas proporcionam uma pressão de 40 mmHg, valor recomendado para o tratamento da UV3-4. As trocas de curativo ocorreram de uma a duas vezes por semana e para garantir a continuidade e a segurança do cuidado, profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) foram capacitados para aplicar corretamente o sistema. Resultados As úlceras venosas foram a principal etiologia de feridas atendidas no Polo durante o período analisado. A implementação da terapia compressiva multicomponente mostrou-se eficaz no processo de cicatrização. Pacientes anteriormente em tratamento com terapia inelásticas, e que apresentavam estagnação clínica, evoluíram significativamente após o uso do UrgoK2®, com melhora expressiva nos sinais clínicos, redução de edema, exsudato e dor e retração progressiva da área da ferida. Além disso, observou-se redução no número de curativos por semana e no tempo total de acompanhamento, o que permitiu alta de diversos pacientes e a ampliação da capacidade de atendimento do serviço. Esses achados estão em consonância com a literatura científica, que aponta a compressão como padrão ouro para o tratamento da UVs, e destaca os sistemas multicomponentes como mais eficazes 3. Conclusão A experiência descrita reforça a eficácia da terapia compressiva multicomponente no tratamento das UV em ambiente ambulatorial especializado, pois além de otimizar a cicatrização, a abordagem contribuiu para a racionalização dos recursos, a redução do tempo de acompanhamento e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Ressalta-se a importância de investimentos contínuos em tecnologias de cuidado, capacitação profissional e integração dos níveis de atenção à saúde, garantindo um modelo assistencial mais resolutivo e humanizado. Expedita Maria Gervázio De Azevedo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA: ATUAÇÃO DA COMISSÃO DE PELE NO MANEJO DE FERIDA INFECTADA EM PÉ DIABÉTICO COM TECNOLOGIA DE LIMPEZA ATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2216 Introdução: O pé diabético é uma complicação grave do diabetes mellitus, caracterizada por infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos, frequentemente associadas à neuropatia e à doença vascular periférica. Trata-se de uma condição que acarreta alto risco de internação, amputações e elevação das taxas de morbimortalidade, impactando diretamente a qualidade de vida dos pacientes e os custos do sistema de saúde. Diante da complexidade dessas feridas, torna-se essencial o uso de estratégias eficazes para o preparo do leito, controle da infecção e estímulo à cicatrização. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada como enfermeira atuante na Comissão de Pele, durante o acompanhamento do tratamento de uma ferida infectada em pé diabético, com o uso de cobertura com tecnologia de limpeza ativa. Descrição da Experiência: Durante as visitas clínicas realizadas pela Comissão de Pele em uma instituição hospitalar, foi acompanhada uma lesão complexa em membro inferior, associada a complicações do pé diabético. A conduta envolveu a utilização de curativo com ação de limpeza ativa, visando à remoção de exsudato, biofilme e tecido desvitalizado. O acompanhamento foi realizado por meio de trocas programadas da cobertura, avaliação sistemática do leito da ferida e registro clínico padronizado. Observou-se, ao longo do processo, redução significativa do exsudato, eliminação progressiva do tecido necrótico e aparecimento de tecido de granulação. Ao término do plano terapêutico, a ferida apresentava-se com leito limpo, sem sinais de infecção ativa, favorecendo o avanço do processo cicatricial. Resultados: A utilização da cobertura com tecnologia de limpeza ativa mostrou-se uma ferramenta eficaz no manejo de feridas infectadas associadas ao pé diabético, contribuindo para a estabilização clínica da lesão e melhor evolução local. A atuação da Comissão de Pele foi fundamental para a definição da conduta, suporte técnico à equipe de enfermagem assistencial e padronização do cuidado. A experiência reforçou a importância da avaliação criteriosa, da escolha adequada de produtos e da integração entre conhecimento técnico e prática baseada em evidências na assistência de enfermagem. Conclusão: O relato reforça o papel estratégico da enfermagem na gestão de feridas complexas e destaca como a atuação da Comissão de Pele pode impactar positivamente os desfechos clínicos. O uso de tecnologias avançadas, alinhadas à prática baseada em evidências, contribui para um cuidado mais seguro, eficaz e humanizado, especialmente em casos com múltiplas comorbidades, como o pé diabético. Elizandre De Paula Silva Giovanna Barbosa Medeiros Gabriela Maria Da Silva Rocha Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA: ATUAÇÃO DA COMISSÃO DE PELE NO MANEJO DE LESÃO CUTÂNEA INFECTADA COM TECNOLOGIA DE LIMPEZA ATIVA E AÇÃO ANTIBIOFILME https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2217 Introdução: As infecções cutâneas extensas em pediatria representam um desafio assistencial relevante, sobretudo quando associadas a rápida progressão clínica e necessidade de intervenções cirúrgicas. Durante minha vivência como residente na unidade hospitalar, acompanhei, junto à Comissão de Pele, a condução do cuidado em um caso complexo de lesão infectada. Situações como essa reforçam a importância da atuação da enfermagem especializada e do uso de tecnologias que favoreçam a limpeza do leito e o controle da infecção, elementos essenciais para a cicatrização eficaz. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada no contexto da residência em enfermagem, durante o acompanhamento da Comissão de Pele, com foco na utilização de cobertura com ação antibiofilme e tecnologia de limpeza ativa no manejo de uma lesão cutânea complexa em ambiente hospitalar pediátrico. Descrição da Experiência: Durante a rotina de visitas da Comissão de Pele, pude acompanhar um caso de lesão infectada de grandes proporções em região cervical, com presença de exsudato purulento e tecido desvitalizado. Foi adotada uma cobertura com ação combinada – antimicrobiana, antibiofilme e promotora de limpeza – como estratégia terapêutica para o preparo do leito. Ao longo de aproximadamente 35 dias, observou-se redução progressiva do exsudato, desprendimento de tecido necrótico das bordas e aparecimento de tecido de granulação. O acompanhamento sistematizado permitiu avaliar, troca a troca, a eficácia da cobertura no controle da infecção local e na evolução clínica da ferida. Ao final do período, a ferida apresentava-se limpa, com 100% de tecido de granulação, o que possibilitou a programação da enxertia. Resultados: A participação ativa neste processo proporcionou aprendizado prático sobre avaliação de feridas complexas, escolha racional de coberturas e importância da documentação sistematizada. A atuação da enfermagem na condução do cuidado foi fundamental para o desfecho positivo. A experiência também evidenciou o impacto das tecnologias baseadas em evidências na prática clínica e o valor da integração entre equipe multiprofissional, residente e Comissão de Pele. Conclusão: O acompanhamento da Comissão de Pele contribuiu significativamente para o meu desenvolvimento profissional como residente, reforçando a importância da abordagem planejada, humanizada e baseada em evidências no manejo de lesões complexas. A experiência demonstrou a eficácia das tecnologias avançadas na prática assistencial e o papel estratégico da enfermagem na promoção de desfechos clínicos favoráveis. Giovanna Barbosa Medeiros Elizandre De Paula Silva Gabriela Maria Da Silva Rocha Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA: CAMPANHA DE SAÚDE VASCULAR NORMA GILL DAY – PREVENÇÃO DE FERIDAS NAS PERNAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2218 Introdução A insuficiência venosa crônica é uma condição comum e frequentemente negligenciada, podendo evoluir para complicações graves, como úlceras venosas. Estima-se que até 30% da população seja afetada ao longo da vida, sendo agravada por fatores como longos períodos em pé ou sentado, hereditariedade e acesso limitado ao cuidado especializado. A campanha Norma Gill Day destaca-se como uma ação pioneira e única em seu formato, voltada exclusivamente à prevenção de feridas por insuficiência venosa, uma abordagem ainda pouco explorada até mesmo em contextos internacionais. Diante da ausência de iniciativas educativas consistentes, surgiu na Zona Leste de São Paulo a campanha, idealizada por uma estomaterapeuta, com o objetivo de promover a saúde vascular por meio de orientações clínicas, serviços gratuitos e acolhimento. De 2022 a 2025, foram mais de 1.000 atendimentos realizados por 130 profissionais voluntários. Objetivos Relatar a experiência da campanha Norma Gill Day como estratégia de prevenção em saúde vascular voltada à população. Destacar sua relevância como ação pioneira na redução de feridas nas pernas. Propor sua inclusão no calendário oficial como data anual de mobilização em saúde vascular em níveis municipal, nacional e internacional. Método Este é um relato de experiência baseado nas três edições da campanha realizadas entre 2022 e 2025. A ação foi promovida por uma equipe multidisciplinar de profissionais voluntários, incluindo estomaterapeutas, fisioterapeutas, massoterapeutas, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros especialistas. As atividades ocorreram em espaços públicos da Zona Leste de São Paulo, com estrutura organizada para acolhimento e prestação de serviços gratuitos à comunidade. Resultados A campanha destacou-se ao atender pessoas com dor, inchaço e feridas nas pernas, muitas sem diagnóstico ou tratamento adequado. Ofereceu orientações sobre cuidados com a pele, prevenção de varizes, uso de meias compressivas, atividade física e sinais de alerta. Profissionais capacitados realizaram triagens clínicas e esclareceram dúvidas, promovendo acesso e informação à população. Foram oferecidos diversos serviços: avaliação clínica das pernas, Índice Tornozelo-Braquial (ITB), massoterapia, laserterapia, drenagem linfática, prescrição de meias compressivas, exercícios fisioterapêuticos, baropodometria, hidratação da pele e atendimentos de quiropraxia. Profissionais capacitados orientaram os participantes sobre sinais de alerta, cuidados com a pele e a importância da atividade física. A campanha promoveu saúde, acolhendo a população, oferecendo cidadania e prevenção por meio da informação. Conclusão A campanha, focada em prevenção, educação e triagem, demonstrou ser possível oferecer orientação e cuidado à população. Trata-se de uma estratégia econômica diante dos elevados custos do tratamento de feridas crônicas, que podem durar até 10 anos e sobrecarregar o sistema de saúde. Com ações regulares, especialmente nas Unidades Básicas de Saúde, é possível reduzir essa carga, evitar complicações e otimizar recursos públicos. Além disso, a campanha facilitou o diagnóstico precoce e o acesso ao cuidado especializado. Diante dos resultados e da ausência de iniciativas similares em larga escala no país, propõe-se a inclusão do Norma Gill Day no calendário oficial de saúde pública municipal, nacional e internacional, como um marco anual de prevenção em saúde vascular. Viviane Helena Dias De Melo Larissa Cavalcante Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA: COMPARAÇÃO DA PRÁTICA DE FERIDAS DA ESPECIALIZAÇÃO DE ENFERMAGEM EM ESTOMATERAPIA EM SERVIÇO HOSPITALAR PÚBLICO E PRIVADO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2219 Luciana Brasil Moreira De Oliveira Larissa Viana Almeida De Lieberenz Alessandra De Freitas Camila Alzira Pereira Da Silva Maria Clara Salomão E Silva Guimarães Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA: IMPLEMENTAÇÃO DO PROTOCOLO DE HIGIENE DA FERIDA EM ÚLCERAS DE PÉ DIABÉTICO EM UMA CLÍNICA ESPECIALIZADA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2220 Introdução: As úlceras nos pés de pessoas com diabetes representam um dos maiores desafios clínicos na prática da enfermagem em cuidados com feridas. São lesões frequentemente de difícil cicatrização, com alto risco de infecção, amputação e recidiva¹. Nesse contexto, a higiene adequada da ferida, quando realizada de forma estruturada e sistemática, tem sido reconhecida como um componente essencial na preparação do leito da ferida² e no enfrentamento da presença de biofilme — um fator muitas vezes invisível, mas crítico, que retarda a cicatrização. O biofilme é definido como uma rede de microrganismos presente no leito da ferida, podendo levar à infecção e sendo identificado em cerca de 80% das feridas crônicas³. Este relato de experiência baseia-se no Documento de Consenso Internacional sobre Higiene da Ferida?, que propõe um algoritmo clínico composto por quatro etapas padronizadas e cíclicas: limpeza, desbridamento, avanço da borda e aplicação da cobertura. Essas etapas são precedidas por uma avaliação abrangente e holística do paciente e acompanhadas por recomendações de monitoramento contínuo². O relato descreve os desafios enfrentados e as estratégias implementadas para qualificar a prática clínica e promover o aprimoramento da equipe. Objetivo: Relatar a experiência de uma clínica especializada em cuidados com feridas, estomias e incontinências, composta exclusivamente por enfermeiras estomaterapeutas, na implementação do protocolo de higiene da ferida. Metodologia: Trata-se de um relato de experiência realizado em uma rede de clínicas especializadas no cuidado de feridas, entre janeiro de 2024 e janeiro de 2025. O protocolo foi aplicado conforme descrito no documento de consenso¹, por meio da execução das quatro etapas: limpeza, desbridamento, avanço da borda e aplicação da cobertura. Também foi realizado monitoramento sistemático dos resultados. Todos os processos foram documentados para embasar planos de ação e apoiar a melhoria contínua da prática clínica. Resultados: Durante a implementação, identificou-se a suspeita de biofilme como fator potencial de atraso na cicatrização. Esse achado motivou a adoção de técnicas avançadas de manejo, com base nas diretrizes do protocolo. Para melhorar os desfechos clínicos, foi estabelecido um processo estruturado de avaliação e orientação da equipe. Uma enfermeira navegadora foi designada para acompanhar a evolução das feridas, registrando dados clínicos e fotográficos sobre área, profundidade, exsudato, dor, odor e condição das bordas. Todas as informações foram inseridas no prontuário eletrônico. A partir desses dados, foram emitidos feedbacks individualizados em tempo real, orientando a equipe sobre as melhores práticas. Essa abordagem permitiu intervenções mais precisas, como a escolha adequada de soluções de limpeza, o método de desbridamento mais indicado, o manejo correto das bordas e a seleção apropriada das coberturas. Conclusão: A sistematização da higiene da ferida em úlceras de pé diabético mostrou-se eficaz sob as perspectivas clínica e educacional. Esta experiência reforça a importância da adoção de protocolos baseados em evidências e da capacitação contínua da equipe assistencial. Além disso, destaca a relevância da incorporação formal dessa prática nos serviços especializados como estratégia fundamental no manejo do biofilme e na promoção da cicatrização. Michele Neves Brajão Rocha Magali Thum Saskia Pontes Fleury Alziane Ribeiro Barbosa Sany Tauany Gallo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA: PREVENÇÃO DE LESÕES RELACIONADAS AO USO DE ADESIVOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2221 Aurilene Lima Da Silva Emanuel De Araújo Pinheiro Maria Luiza Pereira Costa Arthur Monte Barreto Amaurílio Oliveira Nogueira Rocilda Custódio Moura Priscila Sampaio Silva Priscila De Sousa Leitão Lopes Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA: TRANSIÇÃO DO CUIDADO DE PACIENTES COM LESÕES DE UM HOSPITAL DE CUIDADOS PROLONGADOS PARA A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE (RAS) https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2222 Introdução: A transição de pacientes com lesões complexas de hospitais de cuidados prolongados para a Rede de Atenção à Saúde (RAS) é um desafio que exige coordenação e comunicação eficazes¹. A falta de integração entre os níveis de atenção pode levar a reinternações e à piora da qualidade de vida². Conforme estudo de Gheno e Weis, a visita domiciliar pré-alta é uma estratégia válida para que a transição de cuidados ocorra de forma segura³. Outra ferramenta utilizada para que o processo de transição dos cuidados seja eficaz é a educação em saúde de pacientes e familiares, além do empoderamento da família, sendo fundamental para a adesão ao tratamento?. Objetivo: Este relato de experiência detalha as estratégias e os resultados de um processo de alta bem-sucedido. Pacientes com lesões, como úlceras por pressão ou feridas crônicas, precisam de acompanhamento especializado contínuo. Para resolver essa demanda, nosso projeto-piloto buscou otimizar a transição do cuidado, integrando o hospital à RAS, incluindo a Atenção Primária à Saúde (APS), a atenção domiciliar e os serviços especializados. Método: Este é um estudo de relato de experiência de uma enfermeira estomaterapeuta que participou do projeto piloto de implantação da transição de cuidados de pacientes com lesões de um hospital de cuidados prolongados para a RAS. Resultado: O processo começou com a identificação precoce de pacientes elegíveis para alta, considerando sua estabilidade clínica e a necessidade de cuidados contínuos com a lesão. Uma equipe multidisciplinar — incluindo enfermeiros estomaterapeutas, médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e assistentes sociais — acompanhou esses pacientes durante o período de hospitalização. O grupo desenvolveu um plano de cuidados pós-alta personalizado, com orientações detalhadas sobre o tratamento da lesão (limpeza, curativos), manejo da dor, nutrição e prevenção de novas lesões. Também foram fornecidas informações sobre sinais de alerta. Um pilar crucial foi a comunicação ativa e bidirecional com a equipe da RAS. Enfermeiras do hospital contataram diretamente as Unidades Básicas de Saúde (UBS), equipes de atenção domiciliar ou equipes de atenção especializada do município. Essa comunicação pré-alta permitiu o compartilhamento de dados clínicos, histórico da lesão e tipos de coberturas utilizadas. Todos os pacientes e familiares receberam as orientações de alta impressas, considerando a grande quantidade de informações a serem assimiladas nesse momento. A educação do paciente e de seus cuidadores foi igualmente vital. Foram oferecidos workshops e sessões individuais de treinamento prático sobre os cuidados com as lesões, incluindo demonstrações de curativos e manejo de equipamentos. Materiais educativos impressos reforçaram as orientações. Conclusão: Preliminarmente, este modelo de transição de cuidados, desde a primeira avaliação até o pós-alta, mostrou-se promissor, apresentando redução nas taxas de reinternação por complicações da lesão e melhora na adesão ao tratamento domiciliar. Este relato reforça a importância de modelos de cuidado integrados e centrados no paciente para uma transição segura e eficaz. A continuidade da pesquisa e a realização de avaliações de longo prazo são essenciais para consolidar e adaptar essas práticas a diferentes contextos de saúde. Mariana Martins Dos Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 REVISÃO INTEGRATIVA: COBERTURA NÃO MEDICAMENTOSA COM DACC NO MANEJO DE FERIDAS TRAUMÁTICAS INFECTADAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2223 Introdução As lesões traumáticas representam um importante causa de morbidade em diversas faixas etárias, com etiologias variadas como quedas, acidentes automobilísticos, práticas esportivas e agressões. Essas lesões podem evoluir de contusões leves a feridas abertas complexas, exigindo intervenções rápidas e eficazes para prevenir complicações infecciosas e promover a cicatrização adequada. Nesse contexto, tecnologias em curativos têm avançado significativamente, destacando-se as coberturas não medicamentosas com Cloreto de Dialquil Carbamoil (DACC), que atuam por mecanismo físico antimicrobiano, adsorvendo microrganismos sem o uso de agentes químicos. Essa abordagem reduz o risco de resistência bacteriana e reações adversas, promovendo conforto ao paciente e favorecendo a recuperação tecidual. Objetivo Analisar, por meio de revisão integrativa, a eficácia da cobertura com DACC no tratamento de feridas traumáticas infectadas, com base em evidências clínicas e relato de experiência hospitalar. Método Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, complementada por relato de experiência clínica. A busca foi realizada em bases como PubMed, Scielo e LILACS, utilizando os descritores: "feridas traumáticas", "infecção de feridas", "cobertura não medicamentosa", "DACC" e "cicatrização". Foram incluídos artigos publicados entre 2015 e 2024, em português, inglês e espanhol, que abordassem o uso de DACC em feridas infectadas. A análise dos dados seguiu critérios de relevância, qualidade metodológica e aplicabilidade clínica. Resultados Os estudos selecionados evidenciam que o DACC apresenta ação antimicrobiana eficaz por adsorção física, sem promover resistência bacteriana. A atuação integrada da equipe multidisciplinar e a escolha da tecnologia foram determinantes para o sucesso terapêutico. Discussão A literatura evidencia que o uso de coberturas com DACC representa uma alternativa promissora no manejo de feridas infectadas, especialmente em contextos de trauma. Sua ação física antimicrobiana evita os efeitos colaterais comuns aos agentes químicos, como citotoxicidade e resistência bacteriana. O papel do enfermeiro é fundamental na avaliação da lesão, escolha da cobertura adequada e monitoramento da resposta ao tratamento, reforçando a importância da capacitação profissional e da tomada de decisão baseada em evidências. Considerações Finais A revisão integrativa reforça o potencial das coberturas com DACC no cuidado de feridas traumáticas infectadas, contribuindo para melhores desfechos clínicos e qualidade de vida dos pacientes. A adoção de tecnologias inovadoras, aliada à atuação qualificada da equipe de saúde, é essencial para o avanço da prática clínica em feridas complexas. Fabiana Gonçalves Vieira De Oliveira Jéssica Emanuela Mendes Morato Mônica Rabelo Santos Priscilla Alcantara Dos Santos Charla Carmo Da Palma Bianca Faccioli Gomiero Natalia Aparecida De Barros Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SIMULAÇÃO REALÍSTICA COM MATERIAIS ALTERNATIVOS NO ENSINO DE DESBRIDAMENTO INSTRUMENTAL: DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES E AVALIAÇÃO DA AUTOEFICÁCIA EM ESTUDANTES DE ENFERMAGEM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2224 Introdução: O desbridamento instrumental é uma técnica essencial no tratamento de feridas complexas e de difícil cicatrização. Trata-se de um procedimento que exige não apenas conhecimento teórico, mas também habilidades motoras refinadas, controle emocional e raciocínio clínico bem desenvolvido. No entanto, a formação do enfermeiro generalista ainda apresenta lacunas importantes no ensino sistematizado e prático dessa técnica, o que pode comprometer a segurança e a eficácia na assistência prestada. Objetivo: O objetivo foi desenvolver e avaliar uma estratégia de ensino prático para o desbridamento instrumental, utilizando simulação realística de baixo custo, aliada à aplicação de uma escala de autoeficácia. Métodos: Este relato de experiência pedagógica, com abordagem quase- experimental, foi desenvolvido em uma universidade federal no estado da Paraíba, durante os meses de junho e julho de 2025. A proposta foi dividida em três etapas principais. 1. Construção dos cenários simulados: Para representar diferentes contextos teciduais, foram utilizados materiais acessíveis: laranja cortada para a técnica Cover; berinjela para a técnica Square; pata de vaca para a prática avançada das técnicas Square e Slice; e vela para simular o desbaste de hiperqueratose, especialmente relevante no cuidado de pés de pacientes com diabetes mellitus. 2. Desenvolvimento da aula prática sistematizada: A prática incluiu: técnica estéril de enluvamento e preparo do campo estéril; higiene e preparo do leito da ferida; seleção e encaixe da lâmina no cabo de bisturi; manuseio correto do porta-agulha; uso apropriado da pinça anatômica com e sem dente, de acordo com o tecido; além da prática supervisionada das técnicas Square, Slice, Cover e do desbaste de hiperqueratose. 3. Avaliação da autoeficácia: Aplicou-se a Escala de Autoeficácia para o Desbridamento Instrumental, construída com base na teoria de Bandura. A escala foi aplicada antes e após a prática simulada, avaliando seis domínios: conhecimento sobre materiais e instrumentos; indicações e contraindicações; técnicas específicas; controle emocional; diagnóstico e conduta terapêutica; e barreiras formativas e organizacionais. Resultados: A primeira aplicação da escala indicou baixos níveis de autoeficácia entre os estudantes, com maior dificuldade nos domínios técnico-práticos e emocionais, como o medo de causar dor ou sangramento e a insegurança no uso dos instrumentos. Após a prática simulada, houve melhora significativa em todos os domínios avaliados. Destacaram-se: aumento da confiança no uso dos instrumentos; domínio das técnicas ensinadas; maior segurança emocional e capacidade de tomar decisões clínicas apropriadas. Conclusão: A utilização da simulação realística como estratégia pedagógica, aliada à avaliação da autoeficácia, mostrou-se eficaz no desenvolvimento das competências necessárias para a realização segura e confiante do desbridamento instrumental. A experiência reforça a importância de inserir práticas simuladas no currículo da enfermagem, contribuindo para a formação de profissionais mais preparados técnica e emocionalmente para o cuidado de feridas complexas. Renan Alves Silva Eduardo Alves César Arieli Rodrigues Nóbrega Videres Vinicius Batista Santos Camila Takao Lopes Lucas Borges De Oliveira Luís Rafael Leite Sampaio Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM CELULITE INFECCIOSA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2225 Introdução: A celulite é uma infecção da derme reticular e do tecido subcutâneo, manifestando-se principalmente nos membros inferiores, mas podendo ocorrer em membros superiores (1). O enfermeiro estomaterapeuta, com o uso do conhecimento técnico-científico, promove ações baseadas nas necessidades do paciente e da lesão, proporcionando um tratamento eficaz e assim acelerando o processo de cura (2). Nesse contexto, faz-se necessário o uso da sistematização da assistência de enfermagem (SAE) para fundamentar as intervenções. Objetivo: Descrever a sistematização da assistência de enfermagem ao paciente acometido por celulite infecciosa. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido por um discente de estomaterapia, em um hospital secundário na cidade de Fortaleza, Ceará, em julho de 2025. A SAE foi desenvolvida com um paciente acometido por celulite infecciosa. Os dados foram coletados através da anamnese e na avaliação do local da infecção. Com base nos dados adquiridos, foi construída a SAE, utilizaram-se as taxonomias NANDA-I para os diagnósticos de enfermagem (3), NOC para os resultados esperados (4) e NIC para as intervenções (5). Resultados: Com as informações adquiridas, foi possível traçar os seguintes diagnósticos conforme a NANDA-I (3): Integridade da pele prejudicada relacionado à infecção caracterizado por ulceração e dor aguda; Dor aguda relacionado à agente biológico lesivo caracterizado por comportamento expressivo; Ingestão nutricional inadequada caracterizado por baixo peso. Os resultados esperados segundo a NOC (4) foram: cicatrização da ferida, controle de infecção, peso adequado, controle da dor, estado de conforto, sono eficaz, ganho de peso, dieta saudável, ingestão de alimentos e hidratação adequada. As intervenções proposta para alcançar os resultados esperados, segundo a NIC (5), foram: avaliação da área acometida, realização correta do curativo, aplicação de curativos especializadas, administração correta dos antibióticos e analgésicos conforme prescrição, posições de alívio da dor, controle do peso diariamente, monitorização nutricional e controle intestinal. Conclusão: A SAE foi fundamental para organizar o cuidado, focado nas necessidades do paciente. Os diagnósticos de enfermagem, os resultados esperados e as intervenções foram baseadas em evidências, guiando a prática, tornando a experiência enriquecedora de forma pessoal e profissional, através da constatação da autonomia do enfermeiro e da saúde individualizada do paciente. Matheus Lucas De Sousa Lilian Ravena Ferreira Evaristo Vanessa Silveira Faria Luana Ariely Braga Moreira Rodrigo Ermeson Marques Costa Gabrielle Fávaro Holanda Aires Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DEISCÊNCIA DE LAPAROTOMIA EXPLORATÓRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2226 Kelcyane Elioterio Freire De Albuquerque Gabrielle Fávaro Holanda Aires Ulisses Guedes Leonardo Vanessa Silveira Faria Silveria Lopes Ponte Prado – - Kemyson Camurça Amarante Andressa Kecia Menezes Saraiva Paula Eduarda Magalhães Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM DIABETES QUE APRESENTA ÚLCERA NOS PÉS: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2227 Kelcyane Elioterio Freire De Albuquerque Vanessa Silveira Faria Gabrielle Fávaro Holanda Aires Luana Ariely Braga Moreira Jenniffer De Souza Serafim Silveria Lopes Ponte Prado Juliana Melo Barreto Andressa Kecia Menezes Saraiva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM PÓS OPERATÓRIO DE ARTRODESE DA COLUNA E FÍSTULA LIQUÓRICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2228 Introdução: A artrodese é um cirurgia que tem como um dos principais objetivos realizar a descompressão do canal vertebral e de suas raízes nervosas, reconstituindo o espaço intervertebral através da fixação e estabilização de um ou mais segmentos vertebrais. Diante disso, os cuidados de enfermagem tornam-se fundamentais para promoção do conforto, manutenção da integridade da pele e prevenção de complicações ao paciente no pós operatório de artrosese de coluna vertebral1. Em pesquisa de seguimento de pacientes pós-artrodese de escoliose, a fístula liquórica foi presente em 7,14% da população2. Nesse contexto, a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é essencial para a implementação de um cuidado efetivo, por se tratar da organização do trabalho profissional quanto ao método, pessoal e instrumentos, possibilitando a operacionalização do processo de enfermagem1. Objetivo: Descrever a Sistematização da Assistência de Enfermagem ao paciente no pós operatório de artrodese da coluna e fístula liquórica. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido a partir da aplicação da SAE a um paciente em pós operatório de artrodese da coluna e fístula liquórica. O estudo foi realizado em um hospital de atenção secundária, localizado na cidade de Fortaleza no estado Ceará, no mês de abril de 2023. A coleta de dados ocorreu por meio da anamnese e do acompanhamento direto da assistência prestada, permitindo a construção da SAE, individualizada para o paciente. Com base nas informações obtidas, foram identificados os diagnósticos de enfermagem segundo a Taxonomia II da NANDA-I3 e, a partir deles, elaboradas as intervenções com base na Classificação das Intervenções de Enfermagem4 (NIC) e os resultados esperados conforme a Classificação dos Resultados de Enfermagem5 (NOC). Resultados: A implementação da assistência de Enfermagem possibilitou identificar os seguintes diagnósticos: Ansiedade relacionada a estressores evidenciada por agonia, medo, nervosismo e sofrimento; Integridade da pele prejudicada relacionada a secreções evidenciada por alteração na integridade da pele, dor aguda e sangramento; Mobilidade física prejudicada relacionada a dor evidenciada por redução na amplitude de movimentos. Desse modo, foi possível pautar as seguintes intervenções: Orientar o paciente quanto aos métodos para reduzir a ansiedade; Identificar pessoas significativas cuja presença pode ajudar o paciente; Proporcionar controle adequado da dor; Limpar a lesão; Utilizar curativos altamente absorventes sempre que houver secreção abundante; Proteger com grades para cama; Providenciar acessórios adaptativos, conforme apropriado. Por último, os resultados esperados foram: Contatos sociais de apoio; Assistência oferecida pelos outros; Melhora da lesão; Tamanho reduzido das feridas; Bem estar. Conclusão: Diante do exposto, a SAE torna-se um instrumento indispensável na prática da assistência de Enfermagem, principalmente quanto ao cuidar individualizado do paciente. Além disso, esse processo permite a autonomia do enfermeiro pautada no saber científico. Paula Eduarda Magalhaes Oliveira Fabiano Andrade Da Costa Francisca Virna Barbosa Albuquerque Camila Barroso Martins Gabrielle Fávaro Holanda Aires Vanessa Silveira Faria Kelcyane Eliotério Freire De Albuquerque Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO CUIDADO À PESSOA COM AMPUTAÇÃO POR COMPLICAÇÕES DO DIABETES MELLITUS: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2229 Introdução: O diabetes mellitus é uma condição crônica de alta prevalência que, quando descompensada, pode levar a complicações graves, como infecções, úlceras de difícil cicatrização e amputações. A amputação de membros inferiores representa uma das consequências mais graves do pé diabético. Diante disso, a atuação do enfermeiro estomaterapeuta, com base na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), é essencial para a prevenção de novas lesões e reabilitação da pessoa com amputação. Objetivo: Relatar a experiência da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) no cuidado a uma pessoa com diabetes mellitus tipo 2, submetida à amputação parcial de membro inferior, em atendimento ambulatorial de estomaterapia. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado a partir da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a uma pessoa com diagnóstico de diabetes mellitus submetida a amputação de hálux. A realização do estudo se deu por meio de coleta em prontuário e acompanhamento assistencial, além do histórico de enfermagem do paciente acompanhado em um serviço de estomaterapia de atenção terciária na cidade de Maracanaú-Ceará em março de 2025. A partir da análise dos dados coletados, procedeu-se à identificação dos diagnósticos de Enfermagem conforme preconizado pela Taxonomia II da NANDA-I. Com base nesses diagnósticos, foram sistematizadas as intervenções terapêuticas e estabelecidos os resultados esperados, segundo os referenciais teóricos da Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC) e da Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC), assegurando a coerência e a integralidade do processo de cuidado. Resultados: O plano de cuidados de enfermagem incluiu diagnósticos como: "Integridade da pele prejudicada", "Risco de infecção", "Risco de disfunção neurovascular periférica" e "Mobilidade física prejudicada". As intervenções foram direcionadas à prevenção de novas lesões e à promoção da cicatrização, com uso de coberturas como hidrogel, papaína 10% e 20% e hidrofibra. O paciente apresentou múltiplas lesões nos pés, exigindo desbridamento conservador e antibioticoterapia. Após internação por celulite e controle da infecção, foi possível observar regressão das lesões e cicatrização total do membro amputado. O uso de órteses e calçados adaptados foram essenciais na prevenção de recidivas. A SAE permitiu uma abordagem sistemática e contínua, promovendo a autonomia e melhora da qualidade de vida. Conclusão: A amputação por complicações do diabetes mellitus impõe grandes desafios ao cuidado de enfermagem, exigindo estratégias específicas que envolvam prevenção, tratamento e reabilitação. A utilização da SAE no contexto da estomaterapia viabiliza um cuidado seguro, baseado em evidências e voltado para as necessidades individuais, favorecendo a recuperação clínica e a reinserção social da pessoa com amputação. Kemyson Camurça Amarante Tifanny Horta Castro Beatriz Alves De Oliveira Adine De Andrade Fiúza Francisco Raimundo Silva Júnior Elizângela Ferreira De Farias Franklin Thalia Alves Chagas Menezes Gabrielle Fávaro Holanda Aires Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA AO PACIENTE COM ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2230 Matheus Lucas De Sousa Vanessa Silveira Faria Dayanny Fideles Passos Madna Avelino Silva Luana Ariely Braga Moreira Gabrielle Fávaro Holanda Aires Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SOFRIMENTO VIVENCIADO POR PESSOAS QUE CONVIVEM COM ÚLCERA VASCULOGÊNICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2231 INTRODUÇÃO: as úlceras vasculogênicas representam um sério problema de saúde pública de abrangência mundial. Apresenta altos índices de recorrência, infecções e amputações, sendo responsável por elevadas taxas de morbimortalidade e por um impacto social e econômico significativo. Acometem ambos os sexos e diversas faixas etárias, sendo mais prevalentes entre as pessoas idosas. Podem causar exsudato, mau cheiro, dor, depressão, isolamento social, dificuldade de higiene pessoal e limitação na mobilidade física. Além disso, repercutem comprometendo o sono, gasto financeiro e a qualidade de vida. Todos esses aspectos citados, somados ao processo lento de cicatrização das feridas, que pode durar semanas ou até anos, tornam o cuidado dessas pessoas uma prática extremamente complexa, exigindo acompanhamento prolongado e multidisciplinar. OBJETIVO: descrever sentimentos de pessoas que convivem com úlcera vasculogênica. MÉTODO: estudo descritivo exploratório de delineamento qualitativo norteado pela ferramenta COREQ realizado no ambulatório de estomaterapia do Centro Médico da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, em Salvador-Ba. Foram incluídos 11 usuários com diagnóstico de úlcera vasculogênica, idade superior a 18 anos e que estavam em acompanhamento no serviço há mais de 06 meses. Foram excluídos os que apresentaram dificuldades cognitivas ou psiquiátricas para responder a entrevista e/ou tiveram úlcera de outra etiologia. Os dados foram coletados em 2024, utilizando roteiro de entrevista semiestruturada e foram interpretados por meio da análise de conteúdo temática de Bardin. Os princípios éticos foram atendidos segundo a resolução 466/12 do CNS, sendo aprovado com número do CAAE nº 79318224.6.0000.5544. RESULTADOS: os dados apontam que o sofrimento vivenciado pelas pessoas com úlcera vasculogênica incide negativamente sobre as dimensões físicas, psicossociais e econômicas. Nos aspectos físicos é apontada a dor, a presença de exsudato e dificuldade de mobilidade. Quanto à vida social os participantes enfatizam a dificuldade de realização de atividade física, lazer, atividade cotidiana e de encontrar roupa adequada que esconda a ferida, levando-os à dependência e ao isolamento social. Sentimento de vergonha, de rejeição, não aceitação da própria imagem corporal, além da percepção do preconceito da sociedade também se fazem presentes nos depoimentos como experiências desfavoráveis na sua vida. São também apontados os gastos financeiros com tratamento e dificuldade em obter emprego, prejudicando sua vida econômica. CONCLUSÕES: é perceptível que as úlceras vasculogênicas são capazes de causar vários tipos de sentimentos negativos em diversas dimensões da vida das pessoas e que os mesmos precisam ser identificados de forma que a assistência seja baseada em práticas efetivas, individualizadas e humanizadas. Emanuele Ribeiro Dos Santos Cerqueira Brenda Priscila Oliveira Silva Cátia Suely Palmeira Roberta Mendonça Viana Maria De Lourdes De Freitas Gomes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SUBCONJUNTO TERMINOLÓGICO DA CIPE® PARA LESÕES DE PELE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2232 Introdução: A consulta de enfermagem, na Atenção Primária à Saúde (APS), é uma atividade privativa da enfermeira, sendo essencial para identificar problemas e desenvolver estratégias de cuidado. O Processo de Enfermagem (PE) é uma ferramenta que organiza essa assistência e deve ser fundamentada em uma linguagem padronizada. A Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®) permite construir subconjuntos terminológicos voltados a contextos específicos, como o cuidado com lesões de pele, que representam uma demanda frequente e complexa na APS. Objetivo: Desenvolver um subconjunto terminológico utilizando a CIPE® para qualificar a assistência de enfermagem às pessoas com lesões de pele na Atenção Primária à Saúde. Método: Estudo metodológico dividido em quatro etapas: 1) Identificação dos termos relevantes sobre lesões de pele na APS por meio de revisão integrativa da literatura; 2) Mapeamento cruzado dos termos com os Diagnósticos de Enfermagem (DE) e Resultados Esperados (RE) da CIPE® 2019; 3) Construção de enunciados de DE, RE e Intervenções de Enfermagem (IE), com definição dos conceitos; 4) Organização final do subconjunto terminológico. A seleção dos termos foi embasada em bases como Medline, SciELO e BVS. O projeto foi aprovado pela Comissão de Consultoria Científica do GHC. Resultados: Foram selecionados 8 artigos após análise crítica da literatura. A partir dos termos extraídos, foram desenvolvidos 60 Diagnósticos de Enfermagem, 84 Resultados de Enfermagem e 115 Intervenções de Enfermagem, estruturados em uma matriz digital. O subconjunto foi organizado em quatro categorias: Etiologia; Adesão/Autocuidado; Sinais e Sintomas; e Diagnóstico de Risco. As intervenções foram voltadas para aspectos como prevenção de infecções, controle da dor, promoção do autocuidado, orientação sobre higiene, monitoramento da cicatrização, entre outros. A ferramenta permite que a enfermeira relacione DE, RE e IE de forma sistematizada e fundamentada. Conclusão: O subconjunto terminológico desenvolvido é uma ferramenta que contribui para a qualificação do Processo de Enfermagem na APS, especialmente no cuidado de pessoas com lesões de pele. Sua aplicação pode melhorar a tomada de decisões, otimizar o tempo de atendimento, facilitar registros padronizados e promover maior segurança ao paciente. Recomenda-se, como próximo passo, a validação prática do subconjunto junto às profissionais da APS para confirmar sua aplicabilidade e efetividade assistencial. Scheila Mai Carolina Feijó Bitencourt Voigt Andressa Marques Cornelli Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TÉCNICAS ADEQUADAS PARA REMOÇÃO DE ADESIVOS QUE EVITEM LESÕES DE PELE: UMA REVISÃO DE ESCOPO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2233 Introdução As lesões cutâneas relacionadas ao uso de adesivos médicos, conhecidas como Medical Adhesive-Related Skin Injury (MARSI), são eventos adversos comuns, mas evitáveis, que ainda são subnotificados nos serviços de saúde. Podem causar dor, risco de infecção, atraso na cicatrização, aumento do tempo de internação e dos custos hospitalares, prejudicando a segurança do paciente e a qualidade assistencial (1). MARSI abrange diversas manifestações clínicas, como dermatite de contato, denudação, lesão por fricção, maceração e bolhas, geralmente associadas ao uso inadequado de produtos adesivos, sobretudo em peles frágeis (2). No Brasil, a Resolução da Diretoria Colegiada nº 36/2013, da ANVISA, determina que eventos adversos como MARSI sejam notificados e monitorados como parte das metas de segurança do paciente (3) Objetivo Identificar, na literatura científica, as técnicas adequadas para remoção de adesivos que evitem lesões de pele em pacientes adultos hospitalizados. Metodologia Trata-se de uma revisão de escopo baseada nas diretrizes metodológicas do Joanna Briggs Institute (JBI) e no checklist PRISMA-ScR. As buscas foram realizadas nas bases BVS, PubMed, Embase, CINAHL e SciELO, utilizando descritores controlados (DeCS/MeSH) combinados com operadores booleanos. Foram incluídos artigos publicados entre 2012 e 2025, com texto completo disponível, com foco em adultos hospitalizados. A seleção foi realizada por dois revisores de forma independente, com auxílio do software Rayyan®. Resultados e Discussão Foram selecionados 16 estudos que abordaram estratégias eficazes para a prevenção de MARSI, agrupadas em três categorias principais: cuidados prévios com a pele, técnicas de remoção e uso de removedores. Quanto ao preparo da pele, recomenda-se evitar substâncias agressivas como álcool ou sabão perfumado, utilizando limpadores suaves e películas barreira (4). A técnica de remoção mais descrita foi a "baixo e lento", que consiste em puxar o adesivo paralelamente à pele, em um ângulo raso e na direção do crescimento dos pelos, com apoio da mão oposta. Essa técnica demonstrou ser eficaz na redução da tração e na prevenção de danos epidérmicos (1,2). O uso de removedores foi recomendado em 94% dos estudos analisados. Os produtos à base de silicone foram os mais indicados, pois não deixam resíduos, evaporam rapidamente e proporcionam remoção indolor, mesmo em aplicações repetidas (5). Em contextos de recursos limitados, substâncias oleosas como vaselina ou óleo mineral podem ser utilizadas com cautela, desde que não haja reaplicação imediata de novos adesivos (2,4). Apesar do conhecimento técnico disponível, muitos profissionais ainda não utilizam práticas baseadas em evidência, destacando a importância da educação permanente e da institucionalização de protocolos clínicos (3). Conclusão A prevenção de MARSI depende de estratégias integradas, incluindo a avaliação da integridade cutânea, o preparo adequado da pele, a técnica correta de remoção e o uso apropriado de removedores. A técnica “baixo e lento” e os removedores à base de silicone se mostraram eficazes e seguros. É fundamental que as instituições promovam treinamentos contínuos e desenvolvam diretrizes baseadas em evidências para minimizar a ocorrência dessas lesões e garantir a segurança do paciente. Cintia Aparecida Ribas Schuersovski Eduarda Lyandra De Macedo Isabella Cristina Melani Baggio Josiane Estefanovski Rozivanha Sousa Mendes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TECNOLOGIA DACC (CLORETO DE DIALQUIL CARBAMOIL): SEGURANÇA E EFETIVIDADE COMO COBERTURA ANTIMICROBIANA EM FERIDAS DE PACIENTES PEDIÁTRICOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2234 Introdução: Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, é considerada criança o indivíduo de até 12 anos de idade e adolescente, o entre 12 e 18 anos, sendo a população pediátrica todos aqueles com idade inferior a 18 anos. Em neonatos e crianças, uma ferida aberta pode ser motivada por injúrias traumáticas, como pressão, remoção incorreta de adesivos e fixações, além de acidentes da infância e automobilísticos, extravasamento de soluções hipertônicas ou vesicantes, infecções entre outras. A presença de uma ferida aberta em criança é causa de dor, privação de atividade e, quando não tratada adequadamente, pode prolongar a hospitalização, propiciando a exposição à infecções1. A utilização de coberturas antimicrobianas de ação ativa (biocidas) são as mais comumente utilizadas no tratamento dessas lesões infectadas porém, muitos agentes presentes nesses produtos podem afetar o tecido humano de forma adversa, sendo impreterível uma avaliação criteriosa quanto ao uso (contra-indicações, tempo de uso entre outros) e toxicidade, especialmente em populações específicas, como na pediatria. A utilização de uma cobertura de ação totalmente passiva (biostáticos) como o DACC (Cloreto de Dialquil Carbamoil) se faz segura, sendo a atração de bactérias e fungos ocorrida por interação hidrofóbica, onde esses se tornam inertes na camada de contato com a ferida, ou seja, não liberam as endotoxinas, de forma que não conseguem se multiplicar (mecanismo irreversível) e são removidos do ambiente da ferida, a cada troca de curativo2. Objetivo: Demonstrar a segurança e a efetividade de coberturas com a tecnologia DACC (Cloreto de Dialquil Carbamoil) em feridas de pacientes pediátricos. Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa da literatura, com publicações no período 2004 a 2024 sobre a tecnologia DACC, demonstrando suas segurança e efetividade em pacientes com feridas infectadas, especialmente em populações específicas, como na pediatria. Foram selecionados os artigos de acordo com os seguintes critérios de inclusão: publicações nos idiomas espanhol, inglês e português; estudos de intervenção, experimentais, coorte, caso controle e revisão sistemática, nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual de Saúde; Medical Literature and Retrivial System OnLine; Web of Science. Resultados: De acordo com a literatura, verificou-se que o uso de uma cobertura altamente hidrofóbica, como a da tecnologia DACC, reduz a carga microbiana e oferece uma alternativa atraente, segura e eficaz em todo e qualquer paciente, sem restrição de grupo etário ou de qualquer outra especificação, podendo ser utilizado como medida adicional, ao eliminar o uso de agentes bactericidas e atuar de maneira completamente bacteriostática. Conclusão: Conclui-se, portanto, que coberturas com a tecnologia DACC são seguras, efetivas e sem contra-indicações para pacientes pediátricos, uma vez que não possuem restrições e tampouco risco de citotoxidade devido à sua ação totalmente passiva de atração de bactérias e fungos. Bianca Faccioli Gomiero Natalia Aparecida De Barros Thiana Freitas Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TECNOLOGIA QUE PREVENI: EXPERIÊNCIA COM SENSOR VESTÍVEL NA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2235 INTRODUÇÃO: A prevenção da lesão por pressão (LP) é uma das metas prioritárias de segurança do paciente, sendo a equipe de enfermagem a principal responsável por sua execução. Em 2023, a LP ocupou o terceiro lugar entre os incidentes mais notificados no Brasil, com mais de 60 mil registros. As diretrizes da National Pressure Injury Advisory Panel (NPIAP) enfatizam a importância de medidas fundamentais, como reposicionamento frequente, avaliação diária da pele e hidratação. Com os avanços tecnológicos, novas abordagens vêm sendo integradas às práticas tradicionais, favorecendo a detecção precoce de riscos e contribuindo para a redução da incidência de LP. A diretriz mais recente, de 2025, já menciona o uso de sensores de monitoramento, ainda com evidência limitada de efetividade. Contudo, realizamos um estudo com essa tecnologia e apresentamos nossa experiência prática e seus resultados preliminares. OBJETIVO: Relatar a experiência da utilização de sensores de reposicionamento em pacientes internados na Unidade de Internação Adulto de um hospital da região metropolitana de Porto Alegre/RS. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência. A aplicação dos sensores iniciou-se em novembro de 2024, em uma unidade de internação com 24 leitos, cujo perfil de pacientes incluía indivíduos pós-CTI, acamados e com restrição de mobilidade. O critério para uso do sensor foi a Escala de Braden igual ou inferior a 12, indicando alto risco para o desenvolvimento de LP. Os pacientes também utilizaram curativos multicamadas AQUACEL® Foam Pro como medida complementar. As demais ações preventivas estabelecidas na instituição foram mantidas. O teste foi encerrado em fevereiro de 2025. RESULTADOS: Foram monitorados 48 pacientes com o uso do sensor de reposicionamento. A taxa média de aderência ao protocolo foi de 92,25%. Durante o período, três pacientes desenvolveram LP em estágio 1 após serem transferidos da Unidade C2, e um paciente apresentou LPP estágio 1 após recusar o uso do sensor. Seis pacientes que já apresentavam LP no momento da internação não desenvolveram novas lesões. Os demais pacientes receberam alta com a pele íntegra, evidenciando o potencial da tecnologia como ferramenta auxiliar na prevenção. CONCLUSÃO: A aplicação dos sensores de reposicionamento, integrada às medidas preventivas tradicionais, demonstrou-se uma estratégia eficaz no cuidado de pacientes com risco elevado para LP. Os dados obtidos revelam elevada adesão ao protocolo e preservação da integridade cutânea, inclusive entre pacientes com histórico prévio de lesões. Embora ainda não haja evidência robusta da efetividade dessa tecnologia no Brasil, a experiência vivida aponta para sua relevância na detecção precoce de riscos e no fortalecimento da cultura de segurança. Conclui-se que a incorporação de tecnologias inovadoras, associada a protocolos estruturados e à atuação da equipe de enfermagem, representa um avanço significativo na qualidade da assistência e na segurança do paciente hospitalizado. Elisandra Leites Pinheiro Isabella Dos Santos Coppola Sidiclei Carvalho Machado Gabriela Cardoso De Souza Augusto Baisch Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TECNOLOGIAS AVANÇADAS NO TRATAMENTO DE DERMATITE ASSOCIADA A INCONTINÊNCIA FECAL EM UTI: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2236 INTRODUÇÃO: A dermatite associada à incontinência (DAI) é uma inflamação cutânea provocada pelo contato prolongado da pele com fezes e urina, especialmente em regiões perineais e glúteas. Sua incidência é elevada em pacientes críticos, devido à imobilidade, incontinência e maior tempo de internação. Essa condição aumenta o risco de infecções secundárias, desconforto, dor e tempo de hospitalização. O manejo clínico da DAI envolve desde cuidados básicos de higiene até o uso de terapias avançadas. Entre estas, destaca-se o uso do laser terapêutico de baixa intensidade (LTBI), que atua na bioestimulação celular e com a emulsão com óleo de andiroba que é biocompatível com a pele, promovendo a regeneração cutânea e proteção da pele de novos insultos. OBJETIVO: Relatar a experiência profissional de uma enfermeira estomaterapeuta na utilização de tecnologias avançadas, como LTBI e emulsão com óleo de andiroba, no cuidado de enfermagem em ambiente de terapia intensiva.METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência profissional realizado entre maio e junho de 2025, no contexto do cuidado prestado por enfermeira estomaterapeuta em uma unidade de terapia intensiva adulto de um hospital público de ensino do Norte do Paraná. A atuação foi direcionada à prevenção e ao manejo de alterações cutâneas associadas à exposição prolongada da pele a agentes irritantes, utilizando recursos tecnológicos associados à capacitação da equipe de enfermagem. Resultados: A condução do cuidado envolveu a aplicação de protocolo que integrava a limpeza adequada da pele, aplicação programada de LTBI em sessões espaçadas e uso tópico de emulsão com óleo de andiroba, após higienização. As práticas foram associadas à orientação da equipe quanto à restrição de barreiras oclusivas prolongadas, à correta técnica de limpeza e à importância da sistematização das intervenções. A experiência revelou melhora progressiva dos sinais observáveis na pele, com redução de indicadores de comprometimento e melhora do aspecto clínico local. A adoção das tecnologias associadas à educação permanente da equipe favoreceu a padronização da assistência, promovendo um cuidado mais eficaz e seguro.CONCLUSÃO: A experiência evidenciou que a utilização de tecnologias como o LTBI e a emulsão com óleo de andiroba, quando aplicadas de forma sistematizada e integrada ao cuidado de enfermagem, contribuem significativamente para a manutenção da integridade cutânea no ambiente de terapia intensiva. Tais práticas reforçam a importância da atuação especializada do enfermeiro estomaterapeuta e da adoção de protocolos baseados em evidências, aliados à capacitação da equipe multiprofissional. Natália Paladini De Oliveira Valeria Rodrigues Godoi Maria Julia De Lima Alessandra Ladeira Boçois Thais Safranov Giuliangelis Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TECNOLOGIAS AVANÇADAS NO TRATAMENTO DE ÚLCERAS NEUROISQUÊMICAS EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2: UMA REVISÃO INTEGRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2237 Introdução As úlceras nos pés de pessoas com Diabetes Mellitus (DM) representam uma das complicações mais debilitantes da doença, afetando cerca de 18,6 milhões de pessoas anualmente em todo o mundo. Essas lesões estão associadas a altos índices de morbidade, hospitalizações prolongadas e amputações. O manejo clínico eficaz envolve estratégias como redução da pressão sobre a área afetada (offloading), controle de infecções e suporte a regiões isquêmicas. No entanto, o diagnóstico oportuno e o tratamento adequado de lesões infectadas continuam sendo desafios significativos na prática assistencial. Nesse contexto, tecnologias como curativos com ação antimicrobiana física (como o DACC) e dispositivos de offloading têm se mostrado promissoras na promoção da cicatrização e prevenção de complicações. Objetivo Analisar, por meio de revisão integrativa da literatura, a eficácia da associação entre curativos com DACC (dialquilcarbamoyl chloride) e terapia de offloading no tratamento de úlceras neuroisquêmicas em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2. Metodologia Foi realizada uma revisão integrativa nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS, utilizando os descritores: "úlcera diabética", "curativo com DACC", "offloading", "tecnologias em cicatrização" e "enfermagem especializada". Foram incluídos artigos publicados entre 2018 e 2024, nos idiomas português, inglês e espanhol, que abordassem intervenções terapêuticas em úlceras neuroisquêmicas com foco em tecnologias avançadas e práticas baseadas em evidências. Resultados Os estudos analisados demonstram que o uso de curativos com DACC promove ação antimicrobiana eficaz sem o uso de agentes químicos, reduzindo a carga bacteriana e favorecendo o ambiente ideal para cicatrização. A terapia de offloading, por meio de calçados e palmilhas terapêuticas, mostrou-se essencial na redistribuição da pressão plantar, prevenindo a recorrência de lesões e acelerando o processo de cicatrização. A literatura também destaca a importância da avaliação especializada precoce e da atuação multiprofissional no manejo de lesões complexas, especialmente em pacientes com comprometimento vascular e neuropático. Discussão A associação entre tecnologias avançadas e práticas clínicas baseadas em evidências tem se mostrado eficaz na condução de casos complexos de úlceras diabéticas. O uso de curativos com DACC e estratégias de offloading contribui significativamente para a redução de infecções, melhora da cicatrização e prevenção de amputações. Além disso, o papel do enfermeiro especializado é destacado como fundamental na avaliação clínica, elaboração de planos de cuidado individualizados e educação do paciente para o autocuidado. Conclusão A revisão integrativa evidencia que a combinação de curativos com DACC e terapia de offloading representa uma abordagem segura e eficaz no tratamento de úlceras neuroisquêmicas em pacientes com DM tipo 2. A adoção dessas tecnologias, aliada à atuação especializada e multiprofissional, fortalece a prática assistencial e contribui para melhores desfechos clínicos e qualidade de vida dos pacientes. Jéssica Emanuela Mendes Morato Fabiana Gonçalves Vieira De Oliveira Michelle Nabuco Dos Reis Joel Azevedo De Menezes Neto Natalia Aparecida Barros Bianca Faccioli Gomiero Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TERAPIA A LASER DE BAIXA POTÊNCIA NA CICATRIZAÇÃO DE LESÕES CUTÂNEAS EM LACTENTE COM EPIDERMÓLISE BOLHOSA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2238 INTRODUÇÃO: A Epidermólise Bolhosa (EB) compreende um grupo de doenças genéticas que comprometem a resistência da pele para estresse mecânico e levam à formação de bolhas após mínimos traumas³. De acordo com parecer técnico nº 003/2022 para uso e manuseio do laser, o Enfermeiro deve estar devidamente capacitado para atuar nas diversas aplicações referente ao laser de baixa intensidade como tratamento coadjuvante¹². OBJETIVO: Relatar a experiência na aplicação da terapia a laser de baixa potência na cicatrização de lesões cutâneas em lactente com EB. MÉTODOS: Estudo qualitativo, descritivo, tipo relato de experiência sobre a vivência da enfermagem na aplicação de fotobiomodulação, conhecida como laserterapia de baixa intensidade em lesões agudas na EB a nível ambulatorial em hospital pediátrico da atenção terciária da rede pública de saúde em Fortaleza-Ceará, realizado de janeiro a abril 2024; o critério exclusão foram lesões com infecção local; A aplicação ocorreu em um lactente de 2 meses de vida que apresentava lesões superficiais inflamatórias e dolorosas ao manuseio, localizadas em nádegas. O aparelho utilizado para aplicação do laser foi o Therapy EC. O apoio emocional aos pais foi trabalhado através de conversa explicativa sobre o tratamento e a importância da terapia adjuvante associada para melhora da doença e a dor. Os dados foram analisados considerando as lesões em suas maiores dimensões em relação à altura e comprimento e de aspecto inflamatório. RESULTADOS: As lesões tiveram grande melhora, visualizadas por fotografias; O laser aplicado foi da faixa R vermelha que age na biorregulação das organelas e o da faixa IR infravermelha, na membrana celular alterando sua permeabilidade e a da membrana mitocondrial, resultando na elevação do nível celular do ATP com uma ação analgésica, anti-inflamatórias e de restauração tecidual², com aplicação de cobertura composta de malha com Matriz Cicatrizante TLC no primeiro momento. Na reavaliação a lesão apresentou uma redução de 25% da área mensurada e melhora do aspecto da pele em 48 horas. As lesões apresentaram inibição de processos inflamatórios de forma gradual, estimulação da angiogênese e proliferação de fibroblastos que demonstrou eficácia da cicatrização das lesões, rápido controle da dor relatada pelos pais, mantendo epitelização por 6 meses. A experiência adquirida durante a assistência individualizada reafirmou a importância do conhecimento e acompanhamento de todo o processo de ensino-aprendizagem de forma individualizado, do planejamento da assistência e do estímulo ao autocuidado do portador de EB. Destacamos a necessidade da implementação direta desse tipo de terapia através de protocolos para cada subtipos EB, bem como a realização de planejamentos do cuidado, visando melhoria na qualidade de vida dos pacientes. CONCLUSÃO: Recomendamos mais estudos sistêmicos sobre assistência ao paciente com EB em conjunto com a terapia adjuvante (fotobiomodulação), assim como o desenvolvimento de capacitação dos profissionais. Madna Avelino Silva Dielson Alves De Sousa Carolina Pinto Camelo De Morais Mara Milvia Pontes Melo Resende Erlane Marques Ribeiro Amanda Da Silva Miranda Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TERAPIA A LASER PARA LEISHMANIOSE CUTÂNEA PEDIÁTRICA: RELATO DE CASO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2239 Introdução: A leishmaniose cutânea (LC) é uma doença tropical negligenciada com diversas manifestações clínicas, que vão desde a LC localizada até formas graves e difusas.1 Combinada com a terapia sistêmica, a intervenção local, como a terapia a laser (TL), é altamente recomendada para as lesões únicas e pequenas.3 Objetivo: Relatar o avanço do processo cicatricial da lesão de uma criança portadora de LC após início da terapia a laser (TL) e emulsão a base de hidratantes e óleos essenciais (TEGUM®). Método: Caso de sucesso conduzido em um hospital público pediátrico, sob o parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos de número 6.159.293. Resultados: Criança de dois anos admitida em 06/05/25 apresentando lesão ulcerada e exsudativa em panturrilha direita, início há 30 dias após picada de inseto. No domicílio, mãe relatou o uso de água oxigenada para limpeza, pedra hume, babosa e antibiótico tópico, sem melhora. Apresentava 3,5 cm de largura x 1,5 cm de comprimento x 0,5 cm de profundidade, pele ao redor ressecada e com descamação, bordas irregulares, maceradas e hipergranuladas, pústulas peri lesão, 20% de tecido de granulação e 80% com necrose de liquefação. Além disso, o tecido estava friável e com sangramento fácil ao toque. Clinicamente, a hipótese diagnóstica era LC, mas a conduta inicial foi realizar o primeiro curativo, visto que o tratamento sistêmico com Anfotericina só poderia ser estabelecido após a coleta do anatomopatológico: limpeza vigorosa com soro fisiológico 0,9% e polihexametileno biguanida, cobertura primária com prata e secundária com gaze e atadura. Reavaliado no dia seguinte, sendo adicionado ao tratamento tópico solução de ácido hipocoroso para limpeza, cobertura antimicrobiana (DACC Sorbact®) e alginato de cálcio para facilitar a hemostasia. Em 13/05, o paciente foi submetido à biópsia da lesão e iniciou tratamento sistêmico com o antifúngico. Porém, até que o resultado não estivesse disponível, a Comissão de Cuidados com a Pele manteve o tratamento tópico conservador nos curativos subseqüentes, considerando algumas contraindicações do laser. A cada troca, era observado que a lesão evoluía com tecido de granulação, mas não em seu tamanho. Em 06/06, após confirmação laboratorial de LC, iniciado laser de baixa potência associado ao azul de metileno. A segunda aplicação da TL ocorreu em 11/06: lesão involuiu para 1 cm x 1,5 cm e sem profundidade e foi agregado o TEGUM® nas bordas e leito da ferida. Após mais duas sessões de laser (16 e 18/06), a lesão apresentou-se epitelizada na avaliação do dia 25/06. A partir dessa data, a Comissão orientou manter sem cobertura, realizar a cada 12 horas limpeza com solução fisiológica 0,9 % e hidratação em toda a área da lesão com TEGUM®. Conclusão: O laser de baixa potência, em sinergia com a emulsão hidratante a base de óleos essenciais, potencializou a cicatrização da úlcera cutânea em 19 dias. Juliane Fonseca Martins Juliana Szreider De Azevedo Melissa Favile Erdmann Izabela Linha Secco Letícia Pontes Liliane Machado Do Amaral Talita Roberta Cruz Jocemari De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TERAPIA COMPRESSIVA MULTICAMADAS ASSOCIADA AO CURATIVO COM DACC NO TRATAMENTO DE ÚLCERAS VENOSAS INFECTADAS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2240 Introdução As úlceras venosas são a forma mais comum de úlcera crônica nos membros inferiores, geralmente decorrentes de insuficiência venosa crônica e hipertensão venosa sustentada. Essas lesões comprometem significativamente a qualidade de vida dos pacientes, devido à dor, edema, exsudato excessivo e risco elevado de infecção. O controle da carga microbiana e o manejo adequado da condição de base são fundamentais para uma evolução clínica satisfatória. A terapia compressiva multicamadas é considerada padrão ouro no tratamento, por melhorar o retorno venoso, reduzir o edema e acelerar a cicatrização. A associação com tecnologias antimicrobianas físicas, como o Cloreto de Dialquil Carbamoil (DACC), tem sido estudada como estratégia eficaz para potencializar os resultados terapêuticos sem induzir resistência bacteriana. Objetivo Analisar, por meio de revisão integrativa da literatura, a eficácia da combinação entre terapia compressiva multicamadas e curativos com DACC no tratamento de úlceras venosas infectadas. Metodologia Foi realizada uma revisão integrativa nas bases de dados PubMed, SciELO e LILACS, utilizando os descritores: "úlcera venosa", "terapia compressiva multicamadas", "curativo com DACC", "infecção em feridas" e "tecnologias em cicatrização". Foram incluídos artigos publicados entre 2018 e 2024, nos idiomas português, inglês e espanhol, que abordassem intervenções terapêuticas em úlceras venosas infectadas com foco em tecnologias avançadas e práticas baseadas em evidências. Resultados A literatura científica aponta que a terapia compressiva multicamadas é eficaz na redução do edema, melhora do retorno venoso e aceleração da cicatrização. Estudos também demonstram que o uso de curativos com DACC, que atuam por ligação física com microrganismos, contribui para o controle da carga bacteriana local sem o uso de agentes químicos, reduzindo o risco de resistência antimicrobiana. A associação dessas duas abordagens tem mostrado resultados positivos na eliminação de sinais de infecção, estímulo ao crescimento de tecido de granulação e melhora dos sintomas locais, como dor e desconforto. Discussão A combinação entre compressão terapêutica e curativos com ação antimicrobiana física representa uma estratégia eficaz e segura no manejo de úlceras venosas infectadas. A literatura reforça a importância da avaliação especializada, da adesão ao tratamento compressivo e da educação em saúde como elementos essenciais para o sucesso terapêutico. O papel do enfermeiro especializado é destacado na condução de protocolos individualizados, na escolha adequada das tecnologias e no acompanhamento sistemático dos pacientes. Considerações Finais A revisão integrativa evidencia que a associação entre terapia compressiva multicamadas e curativos com DACC é eficaz no tratamento de úlceras venosas infectadas, promovendo controle da infecção, redução do edema e estímulo à cicatrização. A atuação especializada e o uso de tecnologias baseadas em evidências fortalecem o cuidado em saúde e contribuem para melhores desfechos clínicos em pacientes com lesões crônicas. Jéssica Emanuela Mendes Morato Fabiana Gonçalves Vieira De Oliveira Adriana Leite Silva Yasmin Freire Natalia Aparecida Barros Bianca Faccioli Gomiero Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TERAPIA FOTODINÂMICA NO TRATAMENTO DE ÚLCERAS DECORRENTES DA DOENÇA DO PÉ RELACIONADA AO DIABETES MELLITUS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2241 Introdução A Doença do Pé Relacionada ao Diabetes Mellitus (DPRDM) é uma complicação frequente e debilitante, associada a elevado risco de infecção, amputações e comprometimento da qualidade de vida. Entre os desafios terapêuticos, destaca-se a dificuldade na cicatrização das úlceras crônicas, agravada por fatores como neuropatia, isquemia e controle glicêmico inadequado. Nesse contexto, a terapia fotodinâmica (TFD) tem emergido como alternativa adjuvante promissora. A TFD combina o uso de um agente fotossensibilizador e luz com comprimento de onda específico para ativar espécies reativas de oxigênio, promovendo ação antimicrobiana, redução da carga bacteriana e estímulo à cicatrização tecidual1. Objetivo Identificar as evidências científicas disponíveis sobre a eficácia, segurança e aplicabilidade clínica da terapia fotodinâmica no tratamento das lesões associadas à DPRDM. Método Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, conforme o modelo metodológico de Mendes, Silveira e Galvão2, estruturada em seis etapas, incluindo formulação da questão de pesquisa, definição de critérios de amostragem, extração e análise dos dados, e síntese dos achados. A estratégia PICO foi utilizada para nortear a busca sistemática nas bases Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scopus e Web of Science, sem restrição de idioma ou recorte temporal. Foram incluídos apenas estudos primários com aplicação de TFD em seres humanos. Dos 333 artigos inicialmente identificados, 22 atenderam aos critérios de inclusão, dos quais três utilizaram especificamente a TFD no manejo do pé diabético. Resultados Os estudos analisados demonstraram que a TFD apresenta resultados clínicos positivos como coadjuvante no tratamento das úlceras decorrentes da DPRDM. Observou-se epitelização completa da lesão em até 30 dias após tratamento combinado de TFD, laserterapia e membrana de celulose3. A ação antimicrobiana promovida pelas espécies reativas de oxigênio foi associada à redução de infecções locais e à melhora do ambiente tecidual, favorecendo a cicatrização mesmo em pacientes com comorbidades ou diabetes descompensado4. Em combinação com outras tecnologias a TFD demonstrou potencial sinérgico, otimizando os resultados terapêuticos5. Contudo, os protocolos terapêuticos variaram quanto ao tipo de fotossensibilizador, tempo de exposição, intensidade e frequência de aplicação, o que dificulta a padronização clínica. Conclusão A terapia fotodinâmica mostra-se uma estratégia segura e eficaz como adjuvante no tratamento de úlceras decorrentes da DPRDM. Seus benefícios incluem ação antimicrobiana, estimulação da cicatrização e potencial aplicação em pacientes com controle glicêmico inadequado. Embora os achados sejam promissores, a escassez de estudos com alto rigor metodológico e a heterogeneidade dos protocolos indicam a necessidade de mais pesquisas que estabeleçam parâmetros técnicos padronizados e validem sua eficácia em diferentes contextos clínicos. Lucimara Sonaglio Rocha Carla Cristina Santos Coutinho Margot Agathe Seiffert Bruna Noschang De Brum Silvana Mara Janning Prazeres Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA COMO ADJUVANTE NO MANEJO DE LESÃO COMPLEXA CAUSADA PELA SÍNDROME DO CHOQUE TÓXICO POR STREPTOCOCCUS PYOGENES: RELATO DE CASO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2242 Carolina Akmiy Schiezaro Falcioni Alessandra Ribeiro De Godoi Álida Maria De Oliveira Andreato Daniela Fernanda Dos Santos Alves Elisa De Toledo Baldi Keila Mára Ribeiro De Faria Marcelle Castro Dos Santos Gonçalves Mariana Caselato Guimarães De Barros Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA NO TRATAMENTO DE LESÃO: UMA REVISÃO DA LITERATURA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2243 Introdução: A pele é o maior órgão do corpo humano e tem como principal função a proteção contra agentes externos ao organismo e que podem comprometer à saúde. Quando há fatores que desencadeiam alterações na integridade da pele como traumas, processos degenerativos, inflamatórios, circulatórios, defeitos congênitos ou distúrbios no organismo, resultam em um dano na pele (feridas). Diante das diversas tecnologias oferecidas para o tratamento de feridas, otimizando a recuperação rápida e efetiva destaca-se a Terapia por Pressão Negativa (TPN), onde, demonstra-se grande relevância no tratamento de feridas complexas. Objetivo: Conhecer sobre o uso da terapia por pressão negativa (TPN) para o tratamento de feridas. Metodologia: Trata-se de um estudo que consiste em uma pesquisa bibliográfica por meio de uma revisão exploratória da literatura. Para o levantamento dos dados, foram selecionados artigos científicos, no idioma português, nas bases de dados da LILACS e BDENF, indexadas a BIREME e utilizado a combinação entre os Descritores em Saúde e os Operadores Booleanos. De acordo com os critérios de inclusão e exclusão, foram analisados 7 artigos. Resultados: Ao analisar os artigos, identificou-se que a terapia funciona através de um material de interface (espuma ou gaze), que é colocado diretamente em contato com o leito da ferida, cobrindo toda sua extensão. Esse material é coberto por uma película transparente que oclui completamente o local, isolando-a do meio externo. Um tubo de sucção é conectado a um reservatório e acoplado ao sistema que é ligado à bomba de vácuo. A pressão aplicada varia entre 50 e 125 mmHg, podendo ser contínua ou intermitente. Essa pressão drena o excesso de fluidos, reduz a carga microbiana e o edema, melhora a circulação sanguínea local e, como resultado, promove a formação de tecido de granulação, acelerando o processo de cicatrização. A TPN realiza o tratamento ativo da ferida em meio úmido, sendo possível monitorar e localizar a pressão subatmosférica. Outra vantagem é pelo fato de necessitar de troca apenas a cada 48 a 72 horas, reduzindo o número de trocas de curativos, além de proporcionar uma melhor qualidade de vida aos pacientes e reduzir a taxa de hospitalização. Como desvantagem, a espuma pode aderir na lesão e o procedimento da troca de curativo ser doloroso e ocasionar sangramento. Além disso, o alto custo financeiro, especialmente devido à necessidade de trocar o refil e o curativo em ambiente asséptico pelo menos uma vez por semana torna-se um fator limitante em muitas ocasiões. Considerações finais: Os métodos terapêuticos para o processo de cicatrização de lesões são diversos, porém a escolha da técnica utilizada deve sempre facilitar a cicatrização e não prejudicar, se escolhido de forma inadequada, pode não apenas retardar a cicatrização como também piorar sua condição clínica. No entanto, é o profissional enfermeiro o responsável por avaliar a ferida, determinar o tipo de tratamento adequado e orientar e supervisionar a equipe de enfermagem. Cabe a esse profissional, prescrever coberturas adequadas e monitorar continuamente a evolução da ferida e o estado geral do paciente. Adriane Fernanda Bender Schell Larissa Feliciano Soares Graciela De Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TRATAMENTO DE FERIDAS TUMORAIS POR ENFERMEIROS: ESTRATÉGIAS DE CUIDADO E ALÍVIO DE SINTOMAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2244 Introdução: O câncer é um dos principais agravos crônicos no mundo, com estimativa de 704 mil novos casos anuais no Brasil entre 2023 e 2025. A doença se caracteriza pelo crescimento desordenado de células malignas, que podem invadir tecidos e órgãos, como o epitélio, levando à quebra da integridade da pele e formação de feridas tumorais. Essas lesões estimulam a formação de vasos sanguíneos que nutrem o tumor, mas seu crescimento leva à isquemia e necrose tecidual. Isso resulta em lesões ulceradas ou fúngicas, suscetíveis à infecção por microrganismos, cuja metabolização provoca odor fétido, exsudato abundante, sangramentos e dor pela invasão de terminações nervosas. Nesse sentido, entende-se que o enfermeiro é o profissional capacitado para o gerenciamento dessas feridas, seja na avaliação contínua ou na seleção do tratamento, sendo fundamental seu julgamento na escolha de curativos e coberturas adequadas. Objetivo: Analisar, por meio da literatura científica, as principais estratégias utilizadas pela enfermagem no manejo de sinais e sintomas associados às feridas tumorais. Metodologia: Este estudo é uma revisão narrativa da literatura sobre sinais e sintomas de feridas malignas. Realizada entre maio e julho de 2025, usou bases SciELO, PubMed, Lilacs e BVS, com descritores do DeCS. Incluiu artigos de 2014 a 2025, em português, com texto completo. Excluíram-se resumos, editoriais, teses, duplicatas e estudos irrelevantes. A seleção teve duas etapas: triagem e leitura completa. Dezoito artigos foram analisados qualitativamente e agrupados por temas recorrentes. Ester Gabrielle Cavalcanti De Macêdo Marcella Brianni De Araújo Gomes Breno Leandro Melo Chaves Ivany Karla Alves Da Silva Luiz Henrique Bonifacio De Farias Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TRATAMENTO DE ÚLCERAS VENOSAS EM AMBULATÓRIO DE ESTOMATERAPIA DE REFERÊNCIA NO PIAUÍ EM 2024 https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2245 INTRODUÇÃO: A úlcera venosa é uma lesão crônica resultante da hipertensão venosa, causada, em grande parte, pela insuficiência crônica do sistema venoso. Essa condição é caracterizada por um funcionamento anormal dos vasos, geralmente decorrente de incompetência valvular, associada ou não à obstrução do fluxo venoso. As alterações provocadas pela doença afetam significativamente o cotidiano dos pacientes acometidos, especialmente aqueles com lesões ativas, impactando a mobilidade, a qualidade de vida e a imagem corporal. Além disso, a Úlcera Venosa representa um relevante problema de saúde pública, com prevalência crescente à medida que a população envelhece. A prevalência da úlcera venosa ultrapassa 4% em pessoas com mais de 65 anos e maior incidência da úlcera venosa no sexo feminino. É válido ressaltar que a elevada taxa de recidiva dessas lesões, que contribui para a dependência prolongada dos serviços de saúde e para o aumento dos custos com tratamento, insumos e acompanhamento ambulatorial contínuo. OBJETIVO: Analisar o tratamento de úlceras venosas em um ambulatório de estomaterapia de referência no Estado do Piauí. MÉTODO: Trata-se de um estudo retrospectivo documental, realizado por meio da análise de planilhas de atendimento dos pacientes que realizaram procedimentos no ambulatório de estomaterapia de referência do estado do Piauí no ano de 2024. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética sob CAAE 87724025.7.0000.5613. A coleta de dados foi realizada em junho de 2025 e a análise conduzida pelo Microsoft Excel 2019. RESULTADOS: No período analisado, foram atendidos 66 pacientes com diagnóstico de úlcera venosa, sendo 56% (n=37) do sexo feminino e 44% (n=29) do sexo masculino. Esses pacientes demandaram um total de 533 curativos, representando 22,7% de todos os procedimentos classificados como curativo grau II com ou sem desbridamento (n=2.343), realizados no ambulatório. A média foi de aproximadamente 8 curativos por paciente, evidenciando a cronicidade e necessidade de acompanhamento e orientações frequentes. O tratamento envolveu terapia compressivas inelásticas como bota de Unna e terapia elástica multicamadas, associada a outras coberturas específicas sobre o leito da lesão além de orientações sobre o autocuidado, exercícios de fortalecimento muscular da panturrilha, elevação dos membros inferiores e uso regular de meias compressivas. CONCLUSÃO: O tratamento de úlceras venosas no ambulatório de estomaterapia de referência do Estado do Piauí demonstrou um perfil de cuidado intensivo e contínuo, evidenciado pelo número expressivo de curativos realizados e pela média de procedimentos por paciente. A predominância de mulheres entre os atendidos, a utilização de terapias compressivas e de coberturas específicas, além das orientações sobre autocuidado, refletem uma abordagem integral e sistematizada voltada à cronicidade da condição. Esses dados reforçam a importância do serviço especializado e do acompanhamento regular, com foco não apenas na cicatrização da lesão, mas também na promoção da autonomia do paciente e na prevenção de recidivas. Maria Eduarda Silva Gomes Sandra Marina Gonçalves Bezerra Lívia Tomaz Ulisses Gonçalves Jéssica Do Nascimento Silva Araújo Walkyria Pereira Ferreira Moura Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ÚLCERA DE MARJOLIN https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2246 Introdução: O conceito da Úlcera de Marjolin compreende as neoplasias cutâneas desenvolvidas em tecidos previamente lesados ou cronicamente inflamados. É um processo de degeneração maligna, que geralmente se manifesta como carcinoma de células escamosas, que ocorrem em local de feridas crônicas que não cicatrizam completamente ou que cicatrizam por segunda intenção (1). Objetivo: Analisar as evidências disponíveis na literatura sobre diagnóstico, tratamento e cuidados de enfermagem na úlcera de Marjolin, com ênfase na atuação do estomaterapeuta. Método:Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, conduzida segundo as diretrizes do método PRISMA (2), utilizando descritores combinados entre si com o operador booleano and nas bases de dados SciELO e Pubmed. A presente revisão foi conduzida pela pergunta norteadora: Quais são as evidências disponíveis na literatura sobre o diagnóstico, tratamento e cuidados de enfermagem realizados por estomaterapeutas em pacientes com úlcera de Marjolin? Foram incluídos artigos na íntegra, livres publicados entre 2020 e 2025, no idioma português, inglês ou espanhol e excluídos editoriais, cartas e resumos de anais de eventos. Resultados: Foram selecionados nove artigos, sendo a maioria dos estudos conduzidos nos Estados Unidos. Maria Luiza De Medeiros Amaro Manon Gomes Lombardossi Mestre Ana Claudia De Lima Litenski Andreia Carla Badalotti Andrei Figueredo Rodrigues Sheila Xavier Rodrigues Rita Domansky Ana Rotilia Erzinger Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DA PELÍCULA EPIDÉRMICA EM POLIURETANO ENXERTADA COM ACRILAMIDA EM DEISCÊNCIA CIRÚRGICA PÓS MAMOPLASTIA ONCOLÓGICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2247 INTRODUÇÃO: A deiscência mamária é uma complicação cirúrgica caracterizada pela abertura parcial ou total da ferida operatória podendo ocorrer na mamoplastia oncológica com técnicas reconstrutivas e interferir na cicatrização. A tensão excessiva nos retalhos, comprometimento vascular dos tecidos, infecção local, diabetes mellitus, tabagismo, obesidade, uso de corticosteróides ou imunossupressores e radioterapia prévia podem favorecer essa situação. A película epidérmica em poliuretano enxertada com acrilamida é uma membrana transparente, semipermeável e estéril, o seu uso na deiscência cirúrgica mamária foi eficaz na promoção da cicatrização por segunda intenção, controle do exsudato e redução de infecções, protegendo a ferida contra contaminação externa sem impedir a troca gasosa, reduzindo a manipulação e permitindo a inspeção visual da lesão sem necessidade de remoção. Além de favorecer a regeneração tecidual e acelerar o fechamento da ferida com redução da dor. OBJETIVOS: Relatar um caso de deiscência de ferida operatória após mamoplastia oncológica e a eficácia da película epidérmica em poliuretano enxertada com acrilamida na reparação tecidual. MÉTODO: Trata-se de uma pesquisa do tipo relato de caso, desenvolvido em um consultório de enfermagem, no município de João Pessoa - Paraíba, com uma paciente que foi submetida a uma quadrantectomia com ressecção de linfonodo e mamoplastia oncológica à direita e mamoplastia à esquerda e apresentou deiscência da incisão cirúrgica da mama direita. O registro fotográfico foi realizado mediante a autorização e assinatura do termo de consentimento pela paciente. CASO CLÍNICO: M.I.M.R., 62 anos, sexo feminino, obesidade grau 1, hipertensa, apresentando deiscência grau 1 (leve) de ferida operatória em mama direita após quinze dias da mamoplastia oncológica. As lesões apresentavam um tecido de granulação friável, com esfacelos e bordas hiperemiadas. Realizada limpeza com polihexametileno biguanida (PHMB) a 0,1%, em todas as lesões, em seguida aplicada a película epidérmica com curativo secundário de gaze estéril e fixação com o filme antialérgico. RESULTADOS: Na primeira troca, as lesões apresentaram diminuição do esfacelo, bordas sem hiperemia e um tecido de granulação saudável. A partir do quarto curativo observou-se a retração das bordas e diminuição considerável do exsudato. Ao realizar o sexto curativo, observou-se a presença de tecido de epitelização com regeneração total da pele. Foram realizados um total de 7 curativos com troca 2x na semana, sendo o último para fortalecer a pele epitelizada e evitar o surgimento de novas lesões. CONCLUSÃO: O uso da película epidérmica em poliuretano enxertada com acrilamida. foi eficaz no tratamento conservador da deiscência mamária pósmamoplastia oncológica, promovendo cicatrização por segunda intenção com boa evolução clínica, menor dor, proteção da ferida e menor manipulação, além de acelerar o processo cicatricial e epitelização total da pele, num curto período de tempo, proporcionando uma melhor qualidade de vida a paciente. Trata-se de uma alternativa viável, segura e de baixo custo, com potencial para ampliar as opções terapêuticas em complicações cirúrgicas da mama. Erika Machtoub Enrique Ana Thereza Da Cunha Uchôa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DA TECNOLOGIA DACC NA LIMPEZA DE FERIDAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2248 INTRODUÇÃO: O biofilme em lesões crônicas é uma comunidade estruturada de microrganismos aderidos à superfície da ferida, envolvidos por uma matriz extracelular protetora que dificulta a ação antimicrobiana. Estudos indicam que aproximadamente 60% a 80% das feridas crônicas apresentam biofilmes. Embora não sejam visíveis a olho nu, esses biofilmes podem tornar-se espessos a ponto de serem perceptíveis na lesão, caso não haja intervenção adequada. OBJETIVO: Relatar a experiência clínica com a aplicação da tecnologia DACC (Dialquilcarbonato de Cetil) na limpeza de feridas infectadas, evidenciando seus efeitos na redução do biofilme e promoção da cicatrização. METODOLOGIA: Relato de experiência com um paciente de 36 anos internado em CTI devido a sepse de origem cutânea, em tratamento prolongado de lesões por queimadura no tórax e membros inferiores, com uso contínuo de coberturas contendo prata há mais de 6 meses, foi realizado a troca de coberturas com prata em busca de uma que não realizasse também a remoção traumática, neste período gel de phmb foi associado também. Na reavaliação na unidade de internação, constatou-se que a terapia com prata não promovia mais benefício, mantendo sinais clínicos de biofilme e hipergranulação na lesão. A resistência do paciente às trocas frequentes de curativos, em virtude da dor intensa, dificultava a limpeza convencional de forma eficaz. Assim, optou-se pelo uso do curativo Cutimed Sorbact, que contém o antimicrobiano DACC, com trocas realizadas a cada 48 a 72 horas. RESULTADOS: A introdução do curativo Cutimed Sorbact resultou em melhora significativa da ferida, com redução expressiva do biofilme e da hipergranulação, além da diminuição da área lesionada. O tratamento iniciou-se em 07/01/2025 e foi mantido até 29/01/2025. Após esse período, o leito da ferida apresentou condições adequadas para procedimento cirúrgico de enxerto, que foi realizado com sucesso. CONCLUSÃO: A utilização da tecnologia DACC por meio do curativo Cutimed Sorbact demonstrou-se eficaz na remoção do biofilme e no controle da infecção em feridas crônicas complexas, favorecendo a progressão do processo cicatricial e possibilitando a realização de enxerto cutâneo. Esta experiência reforça a importância da escolha criteriosa de coberturas que aliem ação antimicrobiana eficaz e conforto ao paciente, especialmente em contextos onde a troca frequente de curativos é limitada. Assim, o uso de curativos que mantêm a atividade antimicrobiana mesmo em períodos prolongados pode representar avanço significativo no manejo de feridas infectadas, contribuindo para a redução do tempo de internação e melhora dos desfechos clínicos. Micaela Da Silva Constante Isabella Dos Santos Coppola Gabriela Cardoso De Souza Elisandra Leites Pinheiro Sidiclei Machado Carvalho Patricia Pedroso Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DA TECNOLOGIA HIDRORRESPONSIVA EM NECROSE POR TROMBOSE VENOSA NA PEDIATRIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2249 Mara Milvia Pontes Melo Resende Madna Avelino Da Silva Dielson Alves De Sousa Ana Rosa Braga De Souza Maria Elisiane Esmeraldo Feitosa Silvana Martins Parente Caroline Pinto Camelo De Morais Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DA TERAPIA A LASER DE BAIXA INTENSIDADE NO TRATAMENTO DA LESÃO POR PRESSÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2250 EMANUELA CARDOSO DA SILVA (UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ) Introdução: Em 2020, o Brasil registrou um número expressivo de notificações de lesão por pressão como evento adverso, destacando-as entre os incidentes mais frequentemente relacionados à assistência à saúde. Esses eventos, comumente observados em ambientes hospitalares, são classificados como graves, pois podem prolongar o tempo de internação e aumentar o risco de complicações, especialmente em pessoas com mobilidade reduzida. Nos últimos anos, a terapia a laser de baixa intensidade tem ganhado destaque como uma alternativa promissora no tratamento de lesões por pressão. Essa técnica utiliza luz de baixa intensidade para promover a regeneração tecidual, melhorar a circulação sanguínea local e reduzir a inflamação. Objetivo: Identificar os benefícios da terapia a laser de baixa intensidade no tratamento de lesão por pressão, com foco em suas contribuições para a cicatrização, redução da inflamação e dor e regeneração tecidual. Método: Revisão integrativa da literatura. Foram estabelecidos como critérios de inclusão as publicações entre 2014 e 2024; nos idiomas português, inglês e espanhol; e textos completos disponíveis gratuitamente. Como critério de exclusão considerou-se publicações que não respondessem à pergunta do estudo. Utilizou-se o Fluxograma de Prisma para relato do processo de determinação da amostra final de publicações. Esse fluxograma possui quatro fases: identificação, seleção, elegibilidade e inclusão. Nesse estudo, a fase final incluiu quatro artigos, publicados em inglês, entre 2017 e 2020, sendo um dos estudos realizado na Europa (Polônia) e os outros três no Brasil. Resultados: Os artigos analisados evidenciaram diversos benefícios da terapia a laser de baixa intensidade no tratamento de lesão por pressão tais como: redução da dor, controle do processo inflamatório, promoção da angiogênese, estimulação da deposição de colágeno e melhora na regeneração tecidual, mesmo sem protocolos padronizados. Embora os resultados sejam promissores, a falta de padronização dos parâmetros de tratamento nos estudos avaliados representa um desafio para a implementação generalizada da terapia a laser de baixa intensidade. Diferenças nas doses de energia, tempo de irradiação e frequência de tratamento podem afetar a eficácia dos resultados, o que destaca a necessidade da realização de mais ensaios clínicos controlados e bem delineados para estabelecer diretrizes precisas e replicáveis para o uso clínico da terapia. Conclusão: A terapia a laser de baixa intensidade é uma abordagem multifacetada e promissora para o tratamento de lesões por pressão, sendo necessária a padronização dos protocolos, a partir de diretrizes clínicas consistentes, baseadas em evidências robustas, a fim de otimizar os resultados terapêuticos e proporcionar uma melhor qualidade de vida às pessoas afetadas. Ian Mello Da Costa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DA TERAPIA A LASER DE BAIXA POTÊNCIA PARA O TRATAMENTO DE ÚLCERAS VENOSAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2251 Introdução: As úlceras venosas são lesões crônicas na pele, comuns nos membros inferiores na insuficiência venosa, causando dor, infecções, edema e afetando a qualidade de vida. O tratamento é desafiador, especialmente em pacientes com outras doenças crônicas, e estratégias como curativos avançados e tecnologias de fotobiomodulação estão sendo cada vez mais utilizadas1. A Terapia a Laser de Baixa Potência (TLBP) atua na modulação da inflamação, estimulação da angiogênese, proliferação celular, deposição de colágeno e aceleração do processo cicatricial2,3. Além disso, estudos demonstram sua eficácia na redução da dor, exsudato e tempo de cicatrização em úlceras venosas, quando associada ao tratamento convencional4. Objetivo: Relatar a experiência do uso da TLBP para o tratamento de úlceras venosas. Método: Estudo tipo relato de caso realizado num serviço público de Estomaterapia do sul do Brasil em 2025. Aprovado pelo comitê de ética CEP sob Parecer de nº : 7.508.613. Resultados: Paciente do sexo masculino, 64 anos, com diagnóstico de cirrose hepática, varizes esofágicas, úlceras venosas crônicas em ambos os membros inferiores. Em 06/05/2025 o paciente apresentava duas lesões no membro inferior direito (MID) com dimensões de 7×4 cm e 7×5 cm e sinais de dermatite de estase. No membro inferior esquerdo (MIE) apresentava lesão com dimensão de 3x3cm e edema importante. Iniciou- se a TLBP duas vezes por semana, com aplicação no leito das lesões e na região cicatricial adjacente em ambos os membros inferiores com 1J V e 1J IV, respeitando-se a distância de 1cm entre cada ponto. Adicionalmente, foram distribuídos pontos de 1J IV ao longo do membro e no solado do pé para manejo do edema no MIE. No decorrer das sessões, o paciente apresentou melhora do tecido de granulação, redução do exsudato e ausência de sinais infecciosos. Após 2 meses de TLBP associada ao uso de curativos especiais e terapia compressiva com bota de Unna, observou-se redução significativa nas lesões, tendo o MIE apresentado completa cicatrização, enquanto no MID restava apenas uma lesão residual de 1 cm. Conclusão: A aplicação sistematizada do laser associada ao uso de curativos avançados e compressão com bota de Unna mostrou-se uma estratégia promissora no manejo de úlceras venosas crônicas, especialmente em pacientes com quadros clínicos complexos. Ressalta-se a importância do seguimento contínuo, não apenas para favorecer a cicatrização completa, mas também para reduzir o risco de recidivas e otimizar os resultados terapêuticos a longo prazo. No caso apresentado, a intervenção com laser visou acelerar o processo de cicatrização e reduzir edema local, principalmente em áreas com presença de fibrose, má circulação e cicatrizes antigas. O uso da TLBP em múltiplos pontos da lesão e regiões adjacentes está de acordo com protocolos terapêuticos atuais descritos na literatura, que recomendam aplicação pontual e sistemática para estimular a microcirculação e a regeneração tecidual. Patricia Bueno De Oliveira Luciani Aparecida Da Silva Melo Rosaura Soares Paczek Laura Machado Martins Adriana Rosa Spader Elaine Maria Alexandre Alessandra Garcia De Figueiredo Agostini Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DA TERAPIA POR PRESSÃO NEGATIVA EM UM AMBULATÓRIO DE FERIDAS COMPLEXAS DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2252 Introdução: O cuidado com feridas complexas representa um grande desafio para a saúde pois o tratamento dessas lesões pode durar um longo período e demandar o uso de diversas coberturas e tecnologias. A Terapia por Pressão Negativa (TPN), é um tipo de tecnologia para o tratamento de feridas, que pode otimizar e reduzir o tempo de cicatrização. Contudo, o uso da TPN ainda não é uma prática comum no Sistema Único de Saúde (SUS)1,2,3. Objetivos: Relatar a experiência da implementação e uso da TPN no tratamento de lesões complexas em um Ambulatório de Feridas do Extremo Sul Catarinense. Método: Trata-se de um estudo descritivo, que relata a experiência dos autores com o uso da TPN, em um Ambulatório de Feridas Complexas do SUS, localizado no município de Criciúma Santa Catarina, que foi implantado em 2014. A equipe do ambulatório é composta por um técnico de enfermagem e duas enfermeiras, sendo uma delas estomaterapeuta. Os atendimentos são realizados de segunda a sexta-feira, das 07:00 às 17:00 horas, exclusivamente para residentes do município, que apresentam feridas complexas, encaminhados via regulação pelas Unidades Básicas de Saúde. Resultados: A TPN é um dos tratamentos oferecidos no ambulatório, que conta ainda com outros 30 tipos de coberturas e tecnologias. Os equipamentos para a TPN foram adquiridos em 2022, via licitação, através do regime de comodato com a empresa fornecedora, que também ministrou treinamentos para o uso dos equipamentos. Por se tratar de uma tecnologia de alto custo, a prescrição da TPN exige uma avaliação criteriosa por parte da enfermeira estomaterapeuta, quanto a extensão, profundidade e localização da lesão, além da disponibilidade e interesse do paciente em utilizar o tratamento proposto. Durante os anos de uso da tecnologia foi observado que a TPN acelerou significativamente a cicatrização, reduziu o exsudato, promoveu o crescimento de tecidos viáveis em feridas de diferentes etiologias, especialmente em lesões cavitarias que não respondiam à tratamentos anteriores e diminuiu a frequência de troca dos curativos e a quantidade insumos utilizados. No entanto, também gerou desafios aos profissionais e aos pacientes, como a necessidade de manejo da dor e controle do sangramento durante a retirada do curativo, dificuldade de realizar a vedação em feridas com formatos irregulares e a educação dos pacientes e familiares sobre o funcionamento do sistema e os cuidados com o equipamento. Conclusão: O uso da TPN contribuiu para melhores desfechos clínicos em pacientes com lesões complexas. A experiência do ambulatório demonstra que com conhecimento e capacitação é possível implementar tratamentos avançados no SUS, que promovem um excelente custo-benefício e diminuição no tempo de tratamento e recuperação dos pacientes, comparado ao uso de coberturas comuns. O papel do enfermeiro estomaterapeuta é essencial na seleção criteriosa dos casos e no acompanhamento, garantindo que a TPN seja indicada no momento certo e aplicada com segurança. Essa experiência pode servir de referência para outros serviços que buscam a incorporação de práticas inovadoras e baseadas em evidências na rede pública de saúde. Karina Alexandra Rocha Bruna Karolini Vronski Rocca De Araujo Wiliana Da Silva Milioli Paza Joel Medeiros Idalencio Isadora Da Silva Roratto Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DE LASERTERAPIA NO TRATAMENTO AO PACIENTE QUEIMADO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2253 Introdução: As queimaduras representam lesões traumáticas de grande complexidade, que comprometem a integridade da pele e podem afetar funções vitais, resultando em impactos físicos, psicológicos, sociais e econômicos significativos. Estima-se que, anualmente, cerca de 11 milhões de casos de queimaduras sejam tratados no mundo, com elevada taxa de mortalidade e morbidade (1). No Brasil, ocorrem aproximadamente um milhão de acidentes por queimaduras por ano, sendo que apenas uma parte das vítimas busca atendimento hospitalar (2). A laserterapia de baixa intensidade tem se destacado como uma tecnologia promissora no tratamento de feridas, incluindo queimaduras. Seu mecanismo de ação envolve estímulo à migração celular, aumento da atividade mitocondrial, proliferação de fibroblastos e síntese de colágeno, promovendo a regeneração tecidual de forma eficaz e sem danos celulares. Além disso, possui efeitos anti-inflamatórios, analgésicos e cicatrizantes, sendo especialmente útil em casos de difícil cicatrização, como em pacientes com doenças crônicas. No entanto, embora haja evidências científicas que sustentem sua eficácia, ainda há uma lacuna na aplicação dessa tecnologia por enfermeiros, o que evidencia a necessidade de maior padronização e valorização dessa prática no contexto da assistência (3). Apesar dos avanços terapêuticos, as queimaduras representam um desafio para os profissionais de saúde, exigindo abordagens integradas e recursos complementares para uma recuperação eficiente. Objetivo: Descrever a experiência de uma residente de enfermagem em estomaterapia durante estágio no Centro de Tratamento de Queimados de um hospital público de referência em Fortaleza-CE, com ênfase na utilização da laserterapia como estratégia complementar no cuidado a pacientes com queimaduras. Método: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, baseado na vivência realizada no Ambulatório de Queimados de um hospital de nível terciário da rede de assistência à saúde da Prefeitura de Fortaleza, no período de julho de 2025. A estudante acompanhou a estomaterapeuta durante o atendimento a pacientes com queimaduras, participando das atividades de avaliação das lesões, aplicação de laserterapia e troca de curativos com coberturas especiais. Resultado: Durante o período, foi possível acompanhar diferentes estratégias de cuidado às feridas por queimadura, com destaque para o uso do laser em lesões por queimaduras em pacientes ambulatoriais. A aplicação do laser de baixa intensidade foi realizada de forma protocolada, priorizando áreas com sinais de estagnação da cicatrização ou dor intensa. Observou-se melhora progressiva do aspecto das feridas, redução de dor relatada pelos pacientes após as sessões e diminuição do tempo entre os curativos. Além disso, a atuação da estomaterapeuta se mostrou essencial na avaliação das lesões, definição de condutas, orientação da equipe multiprofissional e na evolução positiva da lesão. Conclusão: A experiência evidenciou a importância da estomaterapia na assistência ao paciente queimado, especialmente pela integração de tecnologias como o laser terapêutico, que demonstrou ser um recurso seguro e eficaz no apoio à cicatrização. O estágio proporcionou um aprendizado significativo, ampliando a compreensão sobre a complexidade do cuidado em queimaduras e fortalecendo a formação prática na área da estomaterapia. Vanessa Almeida Pinho Tamires De Alcantara Medeiros Ana Rosa Braga De Souza Samira Rocha Magalhães Alencar Alyne Soares Freitas Diego Bernade Souza Dias Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DE MATRIZ CICATRIZANTE COM TECNOLOGIA TLC-NOSF (URGOSTART®) NO TRATAMENTO DE LESÃO CRÔNICA EM PACIENTE COM DIABETES MELLITUS: RELATO DE CASO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2254 Introdução As lesões crônicas em membros inferiores de pacientes diabéticos representam um desafio no cuidado especializado, especialmente em pacientes com comorbidades associadas. O diabetes associado ao tabagismo, compromete a cicatrização tecidual, exigindo condutas terapêuticas específicas. O uso de tecnologias avançadas como curativos com matriz cicatrizante (TLC-NOSF) tem demonstrado benefícios na aceleração do processo cicatricial. Objetivo Descrever a evolução de uma lesão crônica em hálux direito tratada com UrgoStart®, em um paciente com diabetes mellitus e comorbidades associadas, atendido em ambulatório de feridas de um hospital privado do sul do país. Método Relato clínico de paciente do sexo masculino, 68 anos, hipertenso, diabético tipo II e tabagista pesado, submetido à angioplastia de membro inferior direito em setembro de 2023. O paciente apresentava histórico de lesão cicatrizada em calcâneo direito (fevereiro de 2024), e evolução de nova lesão em hálux direito, tratada desde setembro de 2023, com progresso lento mesmo após revascularização. Em março de 2024, foi introduzido curativo com matriz ativadora UrgoStart®, visando estimular a cicatrização. A lesão foi monitorada semanalmente, com avaliação de área, profundidade, leito e sinais de infecção. Resultados Após a introdução da matriz TLC-NOSF, observou-se melhora progressiva do leito da ferida, com aumento de tecido de granulação, redução de fibrina e diminuição da área em aproximadamente 40% nas primeiras duas semanas. Não houve intercorrências infecciosas, e o paciente relatou melhora da dor local. O uso contínuo da tecnologia possibilitou a manutenção de um ambiente favorável à cicatrização, mesmo em um paciente com perfusão comprometida e alto risco de recidiva. Conclusão O uso do UrgoStart® demonstrou-se eficaz na condução do cuidado especializado de lesão crônica em pacientes com diabetes mellitus. A escolha adequada de tecnologias de ponta aliada ao acompanhamento especializado em estomaterapia foi essencial para a evolução clínica positiva do caso. Relatos como este reforçam a importância da personalização da terapêutica em feridas complexas. Micaela Da Silva Constante Elisandra Leites Pinheiro Isabella Dos Santos Copolla Karina Leal Vargas Sidiclei Machado Carvalho Camila Fernanda Dall Agnol Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DE MATRIZ DE FIBRINA LEUCOPLAQUETÁRIA AUTÓLOGA NO TRATAMENTO AMBULATORIAL DE ÚLCERA ISQUIÁTICA REFRATÁRIA NA REDE PÚBLICA: RELATO DE CASO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2255 Luciana Rosa Porto Adriana Rosa Spader Ana Raquel Campello Rocca Ivete Borrin Maria Claudia Gilli Jusmin Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DE PELE DE TILÁPIA NO TRATAMENTO DE QUEIMADURAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2256 Introdução: a pele é o maior órgão do corpo humano, representando cerca de 7% do peso total corporal, possui em sua composição gordura, receptores sensoriais e estruturas acessórias como glândulas, unhas e pelos. Suas funções são termorregulação, barreira mecânica, sensibilidade, síntese de vitaminas, excreção de resíduos metabólicos, entre outras. Ela se divide em duas camadas denominadas epiderme e derme, já se tratando de tecido subcutâneo tem a hipoderme, camada mais interna que faz junção com órgãos e tecidos adjacentes. Queimaduras são lesões causadas por contato permanente de fonte de calor excessivo, fontes de energia elétrica, produtos químicos, fricção ou radioatividade com a pele e/ou outros órgãos, causando a deterioração de proteínas das células, trazendo desequilíbrio da homeostase corporal podendo levar ao óbito. No Brasil, ocorre cerca de 1 milhão de queimaduras por ano, sendo mais prevalente em homens adultos com altas taxas de mortalidade. Há uma ampla variedade de coberturas utilizadas no tratamento de queimaduras disponíveis, cada uma com propriedades específicas e indicações clínicas diferenciadas. A utilização da pele de tilápia como xenoenxerto tem se mostrado uma alternativa viável, com resultados clínicos promissores, apresentando uma taxa de sucesso satisfatória devido a diversos benefícios como baixo custo, redução do número de troca dos curativos e alívio da dor. Objetivos: identificar a produção de conhecimento do uso da pele de tilápia no tratamento de pessoas com queimaduras, identificar os benefícios do uso de pele de tilápia; conhecer os fatores que habilitam o paciente a ser submetido ao tratamento; compreender o processo de preparação, armazenamento e realização do curativo com a pele de tilápia. Método: trata-se de uma revisão bibliográfica aplicada conforme critérios de elaboração de questão da revisão, onde foram selecionados artigos com os descritores na plataforma DeCS com as palavras “Tilápia”, “Queimaduras”, “Estomaterapia” e “Curativos”, nas bases de dados da SciELO, PubMed, BVS e LILACs onde foram encontrados 88 artigos e analisados conforme critérios de inclusão e exclusão, gerando o número de 76 artigos excluídos por não estarem de acordo com o tema, 12 artigos incluídos por atenderem os critérios de seleção do estudo. Foi utilizado o acrônimo PICO para a condução do estudo, sendo P= queimaduras; I = pele de tilápia C= não se aplica O= desfecho do estudo. Resultado: obtidos por meio do estudo apresentado foram satisfatórios no que tange ao baixo custo da pele de tilápia no tratamento de queimaduras, reduzindo consideravelmente a dor do paciente, apresentar maior tempo de troca, menor risco de infecções e encontrada em abundância no Brasil. Conclusão: devido ao grande número de casos de queimaduras, e esta sendo responsável pelo número exorbitante de óbitos, alto custo de curativos e necessidade de recursos, entre eles humanos, incidência de sequelas não apenas físicas, mas emocionais, encerra-se como positivo e válido importância do uso da pele de tilápia nos pacientes acometidos por queimaduras. Vanessa Soares De Moura Lima Karina Lugão Da Nobrega Hanny Helena Masson Franck Fernanda Tayarol Presotti Menezes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 USO DO CLORETO FÉRRICO NA HEMOSTASIA DE FERIDAS MALIGNAS: SCOPING REVIEW https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2257 Introdução: as lesões de pele, agudas e crônicas, causam impactos negativos sobre a qualidade de vida dos pacientes. As feridas neoplásicas malignas frequentemente apresentam sangramentos persistentes que impactam negativamente a qualidade de vida dos pacientes e representam um desafio no manejo clínico1-3. Entre as alternativas para hemostasia, o cloreto férrico desponta como um potencial agente terapêutico, sendo amplamente utilizado em diferentes contextos clínicos. Objetivo: este estudo teve como objetivo mapear as evidências científicas disponíveis sobre o uso de cloreto férrico na hemostasia de feridas neoplásicas malignas sangrantes em pacientes adultos no âmbito da assistência à saúde. Método: trata-se de uma revisão de escopo desenvolvida com base nas recomendações metodológicas do Joanna Briggs Institute (JBI). As bases de dados eletrônicas Medline/PUBMED, EMBASE, Web of Science, CINAHL (Cumulated Index to Nursing and Allied Health Literature), EBSCO e LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) foram consultadas. Resultados e discussão: foram identificados 989 registros, dos quais 17 atenderam aos critérios de inclusão. Os estudos analisaram a aplicação do cloreto férrico em diferentes concentrações e formas de apresentação nas áreas de ginecologia/obstetrícia, odontologia e dermatologia. Nenhum dos artigos revisados relatou eventos adversos graves associados ao uso do cloreto férrico. Contudo, não foram encontrados estudos que investigassem a eficácia ou segurança desse agente especificamente em pacientes com feridas neoplásicas malignas sangrantes. Os resultados apontam para uma lacuna de conhecimento significativo nessa área, destacando a necessidade de investigações futuras que avaliem a aplicabilidade do cloreto férrico nesse contexto clínico, considerando suas propriedades hemostáticas promissoras e o impacto potencial na qualidade de vida dos pacientes. Conclusão: o cloreto férrico tem sido utilizado como agente hemostático em diferentes condições clínicas, demonstrando segurança e eficácia em diversas especialidades. No entanto, sua utilização em feridas neoplásicas malignas ainda não foi investigada, evidenciando a necessidade de estudos adicionais que explorem seus efeitos e segurança nesse cenário. Yales Romenna Ferreira Costa E Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 UTILIZAÇÃO DE LASERTERAPIA DE BAIXA INTENSIDADE NO TRATAMENTO DE PACIENTES DIABÉTICOS COM ONICOMICOSE E TINEA PEDIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2258 Introdução O Diabetes Mellitus (DM) é considerado um problema de saúde comum na população brasileira que vem aumentando nos últimos anos, atingindo a população adulta entre 20-79 anos de idade1-2.Dentre as complicações da DM, o pé Diabético é considerado uma das mais graves, está relacionado a presença de infecção, ulceração e/ou comprometimento de tecidos profundos, congruente a alterações neurológicas, e comprometimento vascular periférico em pessoas com DM, que podem evoluir para complicações graves resultando em amputações³. A Tínea pedis e onicomicose estão entre os fatores associados ao desenvolvimento de ulcerações nos pés de pessoas com DM4. No cenário de cuidados dos pés de pessoas com diabetes, o cuidado especializado como a estomaterapia e podiatria clínica tem se destacado no rastreamento, promoção e prevenção de complicações nos pés de pessoas com ou sem lesão. O manejo clínico de afecções fúngicas cutâneas periféricas, principalmente as onicomicoses e à Tínea pedis é considerado uma estratégia potencial no contexto de prevenção4. Um quarto de pessoas com diabetes apresentam infecções fúngicas superficiais e cutâneas secundárias a Tinea Pedis e onicomicose4-5. Objetivo Objetivou-se com o estudo descrever o resultado da utilização da laserterapia de baixa intensidade no tratamento de Tínea Pedis e onicomicose em pacientes com diabetes mellitus atendidos no ambulatório de podiatria. Método Estudo descritivo, documental retrospectivo, de abordagem quantitativa, realizado em um serviço de Podiatria Clínica no Estado do Rio de Janeiro, no período de março a abril de 2023. Foram analisados 58 prontuários de clientes atendidos no serviço. Resultados Identificou-se que 58 pacientes foram submetidos a sessões de laserterapia, sendo 29 pacientes para tratamento de onicomicose e os outros 29 pacientes de Tinea Pedis. Verificou- se predomínio do sexo feminino no tratamento de onicomicose (55%), já no tratamento de Tinea Pedis a prevalência foi do sexo masculino (72%). A prevalência de idosos foi predominante em ambos os tratamentos. Considerando a comparação do ISO (Índice de Severidade de Onicomicose) antes e após o tratamento de onicomicose com laserterapia, obteve-se a cura em 17,2% dos pacientes, 44,8% apresentaram melhora do quadro. Em relação ao tratamento de Tinea Pedis com laserterapia, 51,7% apresentaram cura, 27,6% apresentaram melhora. Conclusão O estudo mostrou que o uso da terapia fotodinâmica com laser de baixa potencia para tratamento de onicomicose e Tinea Pedis apresentou benefícios para a maioria dos pacientes. Contudo vê-se a necessidade da realização de novos estudos com padronização e rigor metodológico utilizando a terapia para tratar infecções fúngicas superficiais, a fim de alcançar um consenso quanto dosimetria e concentrações de substâncias fotossensibilizadoras. A escassez de estudos utilizando a terapia fotodinâmica no tratamento de Tinea Pedis corrobora com essa necessidade, sobretudo por essa representar um risco significativo para os pacientes com DM, apesar de não se destacar esteticamente quanto a onicomicose, se enquadra como fator de risco para complicações do pé diabético na mesma proporção. Brenda Caroline De Paula Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 UTILIZAÇÃO DO CLORETO DE DIALQUIL CARBAMOIL NO TRATAMENTO DE DEISCÊNCIA DE FERIDA OPERATÓRIA: RELATO DE CASO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2259 Introdução: Infecção de Sítio Cirúrgico corresponde a aproximadamente 14 a 16% das hospitalizações1. A Deiscência de Ferida Cirúrgica (DFC) é uma das complicações cirúrgicas mais comuns, e geralmente ocorre entre 10 e 30 dias após a cirurgia 2. Nesse contexto, diversas tecnologias têm sido desenvolvidas com enfoque no manejo de infecção nas feridas e de biofilmes. O Cloreto de Dialquil Carbamoil (DACC)3 é um curativo hidrofóbico usado para o tratamento e prevenção de infecções em feridas. Objetivo: Descrever a evolução clínica de um paciente com deiscência de ferida cirúrgica tratado com Cloreto de Dialquil Carbamoil. Método: pesquisa do tipo relato de caso, acompanhado no ambulatório de Estomaterapia de um hospital terciário especializado em cardiopneumologia em Fortaleza, Ceará, no período de dezembro de 2023 a abril de 2024. O estudo seguiu as regulamentações da Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, aprovado pelo Comitê de Ética sob parecer nº 6.573.512. Aurilene Lima Da Silva Maria Juliana Firmino Siqueira Alyne Soares Freitas Maria Laura Silva Gomes Rodrigo Machado Pinheiro Maria Luiza Pereira Costa Amelina De Brito Belchior Rhanna Emanuela Fontenele Lima De Carvalho Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 VALIDAÇÃO DE INTERVENÇÕES PARA O AUTOCUIDADO DOMICILIAR DE PACIENTES COM LESÕES CRÔNICAS DE PELE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2260 Introdução: Lesões crônicas de pele, também conhecidas como feridas de difícil cicatrização, afetam aproximadamente 1% da população mundial e mais de cinco milhões de brasileiros, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz. Essas lesões, que persistem por mais de três meses sem apresentar cicatrização adequada, causam impactos significativos na qualidade de vida dos pacientes, afetando aspectos físicos, emocionais e sociais. A dor constante, a presença de exsudato e odor, e a limitação para atividades do cotidiano são fatores que aumentam a dependência de cuidados e geram sofrimento. Diante disso, a atuação da enfermagem se torna essencial, especialmente no incentivo ao autocuidado, que promove a autonomia do paciente, reduz complicações, otimiza os recursos do sistema de saúde e fortalece o cuidado humanizado. Objetivo: Validar intervenções para o autocuidado domiciliar de pacientes com lesões crônicas de pele. Método: Trata-se de um estudo metodológico, com abordagem quantitativa, realizado em duas etapas: (1) uma revisão de escopo, conduzida em bases nacionais e internacionais, para identificar intervenções voltadas ao autocuidado; (2) uma etapa de validação de conteúdo, com 18 enfermeiros especialistas recrutados por amostragem em bola de neve. As intervenções foram avaliadas utilizando o Índice de Validade de Conteúdo (IVC), considerando-se válidas aquelas com IVC ? 78%. Resultados: Foram identificadas 42 intervenções distribuídas em cinco grupos de lesões: feridas de difícil cicatrização, lesões por pressão, úlceras venosas, úlceras arteriais e lesões nos pés causadas pelo Diabetes Mellitus. O IVC geral foi de 91,72%, indicando excelente nível de concordância entre os especialistas. A maioria das intervenções (78,6%) alcançou IVC superior a 88%, e 47,6% atingiram 100%. Apenas cinco intervenções não atingiram o índice mínimo, sendo relacionadas ao uso de meias compressivas, à hidratação dos pés e à frequência de reposicionamento em cadeirantes. As discordâncias demonstraram a importância de uma avaliação clínica individualizada na aplicação das recomendações, levando em conta as particularidades de cada paciente. Conclusão: As intervenções validadas demonstraram alta clareza, relevância e aplicabilidade para o autocuidado domiciliar, reforçando o papel central da enfermagem na educação em saúde. Elas têm potencial para promover autonomia, prevenir complicações e qualificar a assistência, podendo servir como base para protocolos, manuais e materiais educativos. Recomenda-se que novas pesquisas testem a efetividade dessas intervenções na prática clínica e ampliem sua validação em diferentes contextos e regiões do país, visando uma assistência mais equitativa e eficaz aos portadores de lesões crônicas. Cassia Regina Gontijo Gomes Arlete Soares De Carvalho Mileny De Oliveira Peixoto Portes Izabela Lacerda Da Costa E Silva Tatiana De Abreu Coelho Larissa Viana Almeida De Lieberenz Maria Clara Salomão E Silva Guimarães Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 VIGILÂNCIA CIRÚRGICA PÓS ALTA ATRAVÉS DA APLICAÇÃO DE UMA FERRAMENTO TECNOLÓGICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2261 INTRODUÇÃO: Consideradas um evento adverso as Infecções de Sitio Cirúrgicos (ISC) são complicações que ocorrem no pós-operatório em cerca de 3 a 20% dos procedimentos, podendo ocorrer o óbito em 5 a 10% dos casos. Estima-se que cerca de 50% das ISC ocorram após a alta hospitalar, tornando o acompanhamento pós-alta crucial para a detecção precoce e o tratamento dessas complicações. A aplicação de chatbots orientados por Inteligência Artificial (IA) mostraram um potencial significativo para melhorar este acompanhamento. OBJETIVO: Testar e validar um chatbot como ferramenta de apoio ao monitoramento de pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos limpos, com o objetivo de otimizar a detecção precoce e a intervenção em casos de ISC. MÉTODO: Trata-se de um estudo qualiquantitativo, experimental de desenvolvimento tecnólogico. Esta pesquisa teve origem em um estudo piloto, no qual foi desenvolvida a primeira versão do chatbot, com o intuito de avaliar sua efetividade na detecção precoce de ISC. Foram monitorados pacientes submetidos ao mutirão de cirurgia eletiva de Hernias, ocorrido no mês de setembro de 2024, mediante a assinatura do TCLE no pré- operatório e aprovação do CEP com CAAE: 76384823.1.0000.8807. O chatbot realizava o contato com os pacientes por meio de mensagens automatizadas via WhatsApp, enviadas no 3º, 7º, 15º e 30º dia do pós-operatório. As mensagens continham perguntas voltadas à identificação de sinais de flogose na ferida operatória (FO), além de orientações simples sobre os cuidados necessários. As respostas eram monitoradas pelos pesquisadores, e o sistema utilizava um código de cores para sinalizar possíveis casos de infecção: amarelo para suspeita de ISC superficial (ISCS) e vermelho para ISC profunda (ISCP). Nessas situações, o profissional de saúde era imediatamente notificado, estabelecendo contato com o paciente e, quando necessário, antecipando seu retorno ao hospital. RESULTADOS: Dos 31 pacientes que aceitaram participar do piloto, 25 responderam à primeira mensagem automatizada, 24 ao segundo disparo e apenas 2 ao terceiro. No 7º dia pós-operatório, foram identificadas quatro suspeitas de ISC superficiais, que não se confirmaram em consulta presencial. No total, três ISCs ISCP foram identificadas — uma no 7º dia e duas no 15º —, todas confirmadas. Mais oito ISC foram detectadas pós o 15º dia em consulta presencial, duas ISCS e seis ISCP, todos pacientes que não responderam aos disparos do 7º e/ou 15º dia, mas compareceram ao Ambulatório de Egresso Cirúrgico/CCIRAS. Os pacientes com ISCP foram acompanhados pelo serviço de Egresso Cirúrgico/CCIRAS, por um período médio de 13, 22 dias, sendo realizadas avaliações por enfermeiras estomaterapeutas e uso de coberturas especificas, tendo como desfecho a completa cicatrização da FO. CONCLUSÃO: O Chatbot apresentou baixa adesão no 15º dia pós-operatório, considerado período crítico para a detecção de ISC e deiscências. No entanto, demonstrou 100% de sensibilidade na identificação de ISCP, possibilitando intervenções precoces e contribuindo para a prevenção de complicações mais graves. Apesar dos resultados promissores, o sistema ainda requer aperfeiçoamentos, especialmente no que se refere à redução do absenteísmo nas respostas e ao aumento do engajamento dos pacientes. Liliada Gomes Da Silva Luciclaudia Menacho Da Silva Polyanna De Souza Barros Oliveira Andreza Cavalcanti Correia Gomes Virgínia Menezes Coutinho Maria Carolina Wanderley Costa De Medeiros Izolda Maria Fernandes De Moura Suennya Valeska Gomes Brito Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 VIVÊNCIA NO CUIDADO AMBULATORIAL DE FERIDAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM UNIDADE ESPECIALIZADA DA REDE PÚBLICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2262 Introdução: As feridas crônicas representam um desafio constante para os serviços de saúde, exigindo cuidados especializados, contínuos e multiprofissionais. O tratamento adequado envolve avaliação criteriosa, escolha racional de coberturas, controle de comorbidades e educação em saúde. No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), os ambulatórios especializados exercem papel fundamental na prevenção de complicações e na promoção da qualidade de vida dos usuários. Este trabalho apresenta um relato de experiência vivenciado durante estágio supervisionado em uma unidade ambulatorial especializada em tratamento de feridas, localizada em um serviço público de saúde da capital cearense, como parte da pós-graduação em Estomaterapia. Objetivo: Relatar a experiência prática no cuidado a pessoas com feridas crônicas em um ambulatório público especializado, destacando a importância do atendimento sistematizado e do papel do enfermeiro estomaterapeuta nesse processo. Método: Trata-se de um relato de experiência realizado no ano de 2025, durante estágio prático da pós-graduação em Estomaterapia. O cenário foi um ambulatório da rede pública estadual de saúde, especializado no cuidado de pessoas com feridas agudas e crônicas. As atividades desenvolvidas incluíram observação direta, atendimentos supervisionados, registro em prontuário, troca de curativos e participação em ações educativas junto aos usuários. Resultados: A experiência permitiu o acompanhamento de pacientes com feridas de diversas etiologias, como úlceras venosas, lesões por pressão, pé diabético e feridas traumáticas. A atuação do enfermeiro estomaterapeuta foi essencial na avaliação detalhada da lesão, aplicação de escalas de classificação, planejamento do cuidado e escolha de produtos adequados para cada fase da cicatrização. Também foi evidente o impacto das comorbidades como diabetes e hipertensão no retardo do processo cicatricial. Outro aspecto relevante foi a escuta ativa e a educação em saúde, fundamentais para promover o autocuidado e a adesão ao tratamento. A convivência com a equipe multiprofissional permitiu compreender a importância do trabalho integrado e da continuidade do cuidado em rede. O atendimento ambulatorial, gratuito e regular, se mostrou essencial para o controle das infecções, alívio da dor e redução de hospitalizações. Conclusão: A vivência prática no ambulatório especializado em feridas foi uma experiência enriquecedora para a formação em Estomaterapia, contribuindo para o desenvolvimento técnico e humano no cuidado ao paciente crônico. O estágio evidenciou a complexidade do manejo de feridas e reforçou a necessidade de estruturação de serviços especializados na rede pública, capazes de ofertar atendimento regular, humanizado e resolutivo. O acompanhamento contínuo, a educação em saúde e a atuação do enfermeiro especialista foram fundamentais para o sucesso terapêutico observado. Pedro Warlley Vasconcelos Moreira Leticia Silva Do Nascimento Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 A IRRIGAÇÃO TRANSANAL PARA MANEJO DA DISFUNÇÃO INTESTINAL NEUROGÊNICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM ESPINHA BIFIDA: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2263 Introdução: A disfunção intestinal neurogênica (DIN) consiste na alteração do funcionamento intestinal, associada geralmente a lesões ou doenças do sistema nervoso central, como a espinha bífida (EB), que pode levar tanto a quadros de constipação intestinal (CI) quanto de incontinência fecal (IF)1. As estratégias de reabilitação para o manejo intestinal envolvem medidas comportamentais e manobras conservadoras (massagem abdominal, estímulo dígito-anal e extração manual de fezes), que podem levar a melhora da CI, mas nem sempre são suficientes para melhorar a IF1,2. A irrigação transanal (ITA), envolve a administração de determinado volume de água no reto e cólon, por meio da utilização de um cone, com o objetivo de realizar o esvaziamento completo do conteúdo fecal e permitir a programação das eliminações intestinais. Estratégia segura e efetiva para melhorar a constipação refratária e para o alcance da continência social2-4. Objetivo: Relatar a experiência de enfermeiros na orientação da irrigação transanal para manejo da DIN em crianças e adolescentes com EB. Metodologia: Relato de experiência de enfermeiros em um Ambulatório de DIN situado em um Hospital de Reabilitação no Rio de Janeiro. Resultados: A família junto com a criança ou adolescente participam de abordagem educativa presencial, sobre a fisiologia gastrointestinal, impacto das lesões neurológicas no funcionamento intestinal, indicação, técnica e materiais necessários para ITA (cone/colo tip e bolsa termorreguladora). Após aceite da família, é aplicado um roteiro de triagem e em seguida, realizado o exame físico e avaliação de dados antropométricos, para o cálculo do volume do irrigante (água destilada - 10 a 20 ml/kg por kg). Na avaliação da região anal, é realizada a inspeção e o toque retal. A depender da idade e peso, pode ser indicado o uso de adaptadores, como o redutor infantil, apoio para os pés ou cadeira higiênica para o acesso ao vaso sanitário. No momento do treino, a criança deve estar sentada, bem posicionada, e o familiar responsável sentado ao lado. É colocado o volume do irrigante aquecido na bolsa, temperatura entre 36 a 38ºC. O cone deve ser lubrificado e posicionado na região anal, de forma a proporcionar adequada vedação local para evitar vazamento durante a infusão, que deve ser gravitacional, rápida. É orientado ao familiar e a criança, a importância da massagem abdominal e movimentação do tronco, incluindo prensa abdominal, para a eliminação fecal efetiva. Durante o treinamento são observadas a ocorrência de possíveis queixas ou reações adversas. Após o treino, é avaliada a segurança do procedimento e a liberação do familiar para a realização. O acompanhamento é realizado por teleconsulta de enfermagem em uma semana. É de suma importância o monitoramento longitudinal para avaliar o tratamento estabelecido, verificar adesão e necessidade de ajustes. Considerações Finais: A ITA apresenta resultados promissores na prevenção da IF em pessoas com EB4. O sucesso do manejo da IF depende de uma infinidade de fatores, assim é essencial o envolvimento de enfermeiros reabilitadores ou estomaterapeutas, capacitados e atualizados, contribuindo de forma decisiva para que essas pessoas possam adquirir CS e viver com saúde e maior participação social3,4. Giovana Pelosi Martins Marta Regina Ferreira Lima Andre Aparecido Ramos Alina Paula Ramalho Costa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E CONTROLE DA DERMATITE ASSOCIADA À INCONTINÊNCIA URINÁRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2264 Introdução: A incontinência Urinária (IU) tem o potencial de provocar consequências em nível físico sobressaindo-se a Dermatite Associada à Incontinência (DAI), que consiste em uma das lesões da pele associadas à umidade, do inglês "Moisture-associated skin damage" (MASD), que vêm ganhando destaque, não só no cuidado direto ao paciente mas também em pesquisas científicas devido à complexidade na abordagem. Objetivo: Mapear e sintetizar as evidências disponíveis na literatura sobre os fatores de risco para DAI em pacientes críticos sob cuidados intensivos e as medidas propostas por enfermeiros para a prevenção e controle desta MASD. Método: Trata-se de uma revisão de escopo (scoping study ou scoping review) realizada de acordo com a metodologia do Joanna Briggs Institute (JBI), nas bases de dados LILACS, BDENF e MEDLINE, no período de 2015 a 2025. Resultados: As evidências mostram que as alterações da DAI são iniciadas por uma combinação de fatores, sendo os mais significativos o contato prolongado ou a irritação pela urina e fezes líquidas, a maceração produzida pela umidade e o calor local, que são intensificadores da atividade de proteases e lípases fecais que interferem na função da barreira protetora, permitindo a exposição das camadas da pele aos efeitos irritantes. Por ser a etiologia da DAI multifatorial, a prevenção o objetivo principal na abordagem do paciente com IU e deve consistir em várias estratégias baseadas em evidências destinadas a manter a integridade da pele, sendo considerada como padrão ouro a avaliação diária da pele com o auxílio de instrumentos. Além desta medida, recomenda-se a higiene suave e regular da pele, com produtos que removem urina e matéria fecal, mas não alterem o pH, bem como o uso de fralda com maior capacidade de absorção e a aplicação de uma camada protetora para criar uma barreira entre a pele e a incontinência. Em relação às medidas de controle, a remoção rápida e eficaz de matéria urinária e fecal, seguida de uma camada protetora para evitar seu efeito prejudicial na pele, contribui para a restauração do estrato córneo e da integridade geral da pele, levando à cicatrização da DAI. Este é um problema de saúde complexo que contribui em muito para desfechos desfavoráveis, maiores custos de saúde e hospitalização prolongada. Conclusão: Na prática clínica, a abordagem da DAI constitui, inevitavelmente, um importante foco de atenção enquanto disciplina e ciência, bem como, do profissional empenhado em cuidar da pessoa com este agravo devido às sérias repercussões em sua qualidade de vida. Com o aparecimento das novas diretrizes terapêuticas e novos produtos cresce a necessidade/obrigatoriedade de acompanhar os avanços obtidos. Luciana Soares Costa Santos Silvaneide Alves Oliveira Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM NA PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO EM PESSOAS COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA: UMA REVISÃO DE ESCOPO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2265 Introdução: A incontinência urinária é definida pela Sociedade Internacional de Continência (ICS) como "qualquer vazamento involuntário de urina"1 e o autocuidado é definido como uma ação realizada pelo próprio paciente com a finalidade de promover a saúde e bem estar, contribuindo para a manutenção da vida 2. Segundo a teoria de Orem, o autocuidado é indispensável para a sobrevivência do ser humano 2. Já os cuidados de enfermagem são intervenções exercidas pela equipe de enfermagem com o propósito de atender as necessidades básicas de cada paciente 3. Então, ao promover o autocuidado na incontinência, o enfermeiro auxilia o paciente no seu próprio cuidado, desempenhando atividades para o benefício do paciente levando em consideração as suas necessidades e habilidades 2. Objetivo: Mapear os cuidados de enfermagem para a promoção do autocuidado em pessoas com incontinência urinária. Método: Revisão de escopo orientada pela Colaboração Joanna Briggs Institute 4, realizada em 8 bases de dados e repositórios, além da busca da literatura cinzenta através no Google acadêmico e no Catálogo de teses e dissertações da CAPES. Foram incluídos artigos originais, estudos teóricos, de revisão, metodológicos, de caso, editoriais, relatos de experiência, dissertações e teses dos últimos 10 anos. Foram excluídos artigos incompletos, duplicados, estudos em fase de projeto, pre-prints e resumos em anais. Publicações com cuidados de enfermagem voltados para profissionais de saúde, crianças e aos pais, que se concentraram no manejo de outros tipos de incontinência, dermatite associada à incontinência, infecções do trato urinário associadas a cateteres, cateteres urinários, estomias, pessários e intervenções cirúrgicas e medicamentosas para o manejo da incontinência urinária também foram excluídas. Não houve limitação de idioma. Os resultados mapeados foram analisados segundo a distribuição numérica básica em extensão, natureza e distribuição. Devido à heterogeneidade dos resultados, estes foram relatados de forma narrativa de acordo com o tipo de intervenção e agrupados por temática, seguindo o referencial de Orem. Resultados: Foram incluídos na amostra desta revisão 58 estudos entre artigos, teses e editoriais. Estes originaram 56 intervenções de enfermagem divididas segundo a teoria de sistemas de Orem. Sendo o sistema Apoio à educação aquele com o maior número de intervenções (n = 41). Seguido pelo Parcialmente compensatório (n = 13) e Totalmente compensatório (n = 2). As intervenções que mais se repetiram foram exercícios de treinamento dos músculos do assoalho pélvico (n = 34), informações educativas sobre incontinência urinária (n = 30) e exercícios de reeducação da bexiga (n = 16). Conclusão: As intervenções de enfermagem para a promoção do autocuidado em pessoas com incontinência urinária estão majoritariamente voltadas à educação dos indivíduos, demonstrando a importância da educação em saúde no trabalho da enfermagem. Bruna Noschang De Brum Lucimara Sonaglio Rocha Rosaura Soares Paczek Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CATETERISMO LIMPO INTERMITENTE NA LESÃO MEDULAR: EDUCAÇAO E LIMITAÇÕES PARA O PACIENTE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2266 Introdução:A lesão ou trauma raquimedular (LRM) é qualquer injúria que acometa as estruturas da medula espinhal (medula, cone medular e cauda equina),podendo causar alterações em diversos sistemas. Sua incidência no mundo é de 15 a 40 novos casos/ ano/ milhão de habitantes. Nos EUA e Brasil, respectivamente, é de 12 mil novos casos / ano e 6 a 8 mil casos novos por ano. As causas da LRM podem ser traumáticas (acidente automobilístico e motociclísticos, quedas, mergulho em água rasa, perfuração por arma de fogo) e não traumáticas (doenças degenerativas, neoplasias, doenças autoimunes e infecciosas). A disfunção neurológica de trato urinário inferior (DNTUI) na LRM ocorre devido à interrupção na comunicação entre o trato urinário inferior (TUI) e o sistema nervoso central, levando a uma elevação do resíduo pós-miccional (RPM), sendo necessária cateterização para esvaziar completamente a bexiga, de forma periódica – a cateterização limpa intermitente (CIL). Objetivo: Levantar, na literatura, a importância da educação em saúde e as limitações no auto cuidado no CIL em pacientes com LRM. Método: Revisão integrativa, utilizando os descritores (DecS) Intermittent Urethral Catheterization; Spinal Cord Injuries; Nursing Care; na base de dados "Medical Literature Analysis and Retrieval System Online" (MEDLINE). O recorte temporal não foi definido e foram selecionados artigos que respondessem ao objetivo. Resultados:Foram selecionados, publicados entre 1990 e 2025 e apenas nove responderam ao objetivo. Conclusão: Apesar das diferenças geográficas e culturais (EUA, Brasil, Arabia Saudita) os pacientes com LRM em uso de CIL, apresentam necessidades e expectativas parecidas e encontram praticamente as mesmas dificuldades ao realizar o cateterismo, como constrangimento social, insegurança na realização da técnica e barreiras para aquisição dos materiais. Facilitar a adaptação é responsabilidade do Enfermeiro, seja por meio do treinamento do paciente e cuidador, desenvolvendo e utilizando tecnologias que facilitem o manejo do CIL e melhorem a qualidade de vida do paciente. Fabiane Rosa Rezende Honda Marui Rayda P. Rocha Ivana Da S. Branco Estela R. Amaro Danielle Aparecida M. Silva Michelli C. Justin Josiane A. Melo Geysiane Rocha Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSTRUÇÃO DA CAMPANHA “NÃO DEIXE PRA DEPOIS”: UMA AÇÃO EDUCATIVA SOBRE MEDIDAS SIMPLES PARA PREVENÇÃO E MANEJO DA CONSTIPAÇÃO INTESTINAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2267 Talita Dos Santos Rosa Rubens Vitor Da Silva Aline De Sousa Irineu João Pedro Jorge Borges João Victor Matos Dos Anjos Vera Lucia Conceição Gouveia Santos Gisela Maria Assis Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSTRUÇÃO DE MATERIAL LÚDICO-EDUCATIVO SOBRE CATETERISMO INTERMITENTE LIMPO PARA CRIANÇAS COM DISFUNÇÃO NEUROGÊNICA DO TRATO URINÁRIO INFERIOR https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2268 Introdução: A disfunção neurológica do trato urinário inferior (DNTUI) em crianças com malformações como a mielomeningocele pode demandar intervenções contínuas, como o cateterismo intermitente limpo (CIL), para a prevenção de complicações urológicas. Objetivos: Diante dos desafios relacionados à adesão ao procedimento, o presente estudo teve como objetivo construir um material lúdico-educativo sobre o CIL voltado a crianças com DNTUI. Método: Trata-se de um estudo metodológico conduzido em três etapas: (1) construção do conteúdo, com base em diretrizes internacionais (ICCS, ESPU, EAUN); (2) Validação, que foi realizada por 15 especialistas (5 enfermeiros, 5 fisioterapeutas pélvicos e 5 médicos) com ao menos dois anos de experiência no cuidado de crianças com DNTUI. Os juízes foram recrutados por amostragem bola de neve e os dados analisados pelo Índice de Validade de Conteúdo (IVC); (3) Adaptação do conteúdo técnico em história, foi baseada na teoria de Vygotsky, para engajar a criança por meio de mediação simbólica e elementos afetivos. Resultados: A primeira etapa, o conteúdo técnico foi estruturado em um arquivo de excel com 117 sentenças divididas em duas fases, sendo a primeira relativa a um diário de eliminações onde continha blocos relativos as fases de enchimento, esvaziamento vesical, características da urina, eliminação intestinal, ingestão de líquidos e alimentação. A segunda fase, sobre o CIL, foi organizada em seis blocos: anatomia, importância do CIL, higiene, passo a passo do procedimento (meninos e meninas) e mensagens de incentivo. Para a análise, considerou-se IVC ? 0,80. Das 117 sentenças, 10 da primeira fase ficaram abaixo do ponto de corte e foram revisadas conforme as recomendações dos especialistas. Todos os itens relacionados ao cateterismo obtiveram IVC igual ou superior a 0,80, alcançando 100% de aceitação do conteúdo. Após as revisões, as sentenças foram reavaliadas, alcançando IVC ? 0,85 e concordância geral de 97,5%. Na terceira fase, o material foi adaptado para linguagem lúdica e acessível, com a criação da personagem "Bexiguinha", protagonista da cartilha intitulada Aprendendo a cuidar da bexiga com a Bexiguinha. A narrativa foi elaborada com ilustrações inclusivas, linguagem simples, paleta de cores suaves e recursos visuais que tem como objetivo favorecem a compreensão. O passo a passo do CIL foi apresentado separadamente para meninos e meninas, respeitando as diferenças anatômicas, com foco na autonomia, segurança e acolhimento emocional. O material inclui, atividades para colorir e um diário de eliminações. Conclusão: A validação por especialistas conferiu consistência técnico-científica à cartilha. Como próximo passo, será realizada a validação com um grupo de crianças e seus responsáveis. A cartilha se apresenta como uma ferramenta promissora para facilitar a compreensão do CIL por crianças e suas famílias, contribuindo de forma significativa para o cuidado de crianças que necessitam desse procedimento. Drielle Fernanda De Arruda Maria Heloisa Madruga Chaves Talita Rosa Camila Girardi Fachin Gisela Maria Assis Rita De Cássia Domansky Ana Rotilia Erzinger Rogério De Fraga Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSTRUÇÃO DE UM INFOGRÁFICO PARA AUTOGERENCIAMENTO DA INCONTINÊNCIA FECAL BASEADO NA EXPERIÊNCIA DE PACIENTES COM DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2269 Aline Oliveira Bruno Marinho Da Silva ?Larissa De Almeida Navarro Marcela Mendonça Mylena Michelini Saito Vera Lúcia Conceição De Gouveia Santos Gisela Maria Assis Talita Dos Santos Rosa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DE COMPORTAMENTOS URINÁRIOS E INTESTINAIS EM PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2270 Manuela Coelho Gisela Maria Assis Beatriz Alves De Oliveira Thalia Alves Chagas Menezes Viviane Mamede Cavalcante Vasconcelos Mariana Cavalcante Martins Janaína Fonseca Victor Coutinho Fabiane Do Amaral Gubert Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CONSULTA DE ENFERMAGEM EM UM AMBULATÓRIO DE PESSÁRIOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2271 Vanessa Almeida Pinho Tamires De Alcantara Medeiros Alyne Soares Freitas Saionara Leal Ferreira Raphaella Cristino De Paula Alba Paula Mendonça Lima Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DA DERMATITE ASSOCIADO A INCONTINÊNCIA EM IDOSOS: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2272 Introdução: A dermatite associada à incontinência (DAI) é uma condição inflamatória da pele que surge do resultado da irritação química, física ou da maceração tegumentar ocasionada pela exposição prolongada à urina e/ ou fezes (idoso (Beeckman et al, 2016). A ocorrência de DAI está associada aos fatores: tolerância tecidual à agressão, barreira epidérmica mais frágil e menor capacidade de regeneração e reparo da pele, alterações no microclima da região perineal e alteração do controle miccional e fecal (Barakat-Johnson et al, 2024). Entre os fatores etiológicos, a incontinência urinária (IU) se destaca como um dos principais contribuintes para o desenvolvimento da DAI, particularmente em idosos (Leslie SW, Tran LN, Puckett Y, 2024). Objetivo: Identificar na literatura científica as principais práticas de cuidado de enfermagem no tratamento de dermatite associado a incontinência em idosos. Método: Foi realizada uma revisão integrativa de literatura, em outubro de 2024, com a questão norteadora, "Quais os cuidados especializados de enfermagem para o tratamento da dermatite associada a incontinência em idosos?", nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde, Medical Literature Analysis and Retrievel System Online via Pubmed, Scientific Electronic Library Online, Scopus e Web of Science, com os critérios de inclusão: artigos disponíveis na íntegra, publicados nos idiomas inglês, português e espanhol, no período de 2015 a 2024, com os descritores em saúde: estomaterapia; idoso; incontinência urinária; incontinência fecal; terapêutica; guiado pelas recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses. Resultados: Foram analisados 59 artigos e após a aplicação dos critérios de inclusão foram selecionados cinco artigos enquadrados na questão da pesquisa; 10 artigos foram excluídos devido a publicação duplicada em banco de dados e 11 artigos estavam relacionados aos cuidados de prevenção da DAI. Dentre os cuidados de enfermagem evidenciados para o tratamento da DAI destacou-se a utilização do creme barreira ou soluções a base de óxido de zinco, dexpantenol e antimicóticos, a implantação de uma rotina de troca de fralda a cada quatro horas, o fortalecimento da higienização da região perianal após episódio de fezes ou presença de diurese, a utilização da estimulação elétrica na região afetada da pele e a implantação de dispositivos urinários conforme a gravidade, com intuito de estimular e promover um processo cicatricial seguro. Conclusão: As práticas do cuidado da enfermagem são essenciais no manejo da DAI em idoso, fortalecido pela aplicação de protocolos embasados em evidências científicas, tendo a figura do enfermeiro como articulador da vigília do cuidado da pele, bem como a educação em saúde da equipe de enfermagem na prevenção, identificação, avaliação e tratamento da injúria da pele. Ingrid Camili Gelinski Stachera Sibelly Barros Do Amaral Lucas Borges Shirley Boller Francisco José Koller Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM MAIS PREVALENTES NAS CONSULTAS DE ENFERMAGEM A MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: USO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRÁTICA DE ENFERMAGEM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2273 Jacqueline Duarte Machado Guilherme Mortari Belaver Elizimara Ferreira Siqueira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DIRETRIZES CLÍNICAS DE ENFERMAGEM PARA O ATENDIMENTO AMBULATORIAL DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA: CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA BASEADA EM EVIDÊNCIAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2274 Introdução: As mulheres apresentam maior predisposição à incontinência urinária devido a diversos fatores, principalmente anatômicos. A condição de alta prevalência afeta significativamente a qualidade de vida, saúde mental e vida social (1). Apesar da elevada demanda, ainda há lacunas na assistência prestada por enfermeiros, especialmente na Atenção Primária à Saúde (APS); esse reflexo pode ser atribuído à escassez de formação e informações sobre o tema durante a graduação (2). No Brasil, embora haja respaldo legal para atuação do enfermeiro no tratamento conservador da IU (3), observa-se a ausência de instrumentos padronizados para nortear a prática clínica (2). Assim, a elaboração de diretrizes clínicas específicas para a consulta de enfermagem emerge como uma tecnologia inovadora e necessária, com potencial de qualificar o cuidado e fortalecer o protagonismo da enfermagem. Objetivo: Elaborar uma diretriz clínica para consulta de enfermagem voltada ao atendimento de mulheres com incontinência urinária, fundamentada em evidências científicas e no processo de enfermagem. Método: Trata-se de um estudo participativo, fundamentado no modelo de tradução do conhecimento. A construção da diretriz segue três etapas: 1) averiguação do conhecimento prévio de enfermeiros sobre IU; 2) síntese de evidências por meio de revisão integrativa sobre terapias conservadoras e intervenções aplicáveis na prática ambulatorial de enfermagem; 3) elaboração coletiva de um produto tecnológico — as diretrizes clínicas — em reuniões online com o grupo participante. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (CAAE: 80307823.5.0000.5060). Resultados: O produto resultante são diretrizes clínicas estruturadas em capítulos que abordam: respaldo legal para atuação do enfermeiro; anatomia e fisiologia do trato urinário inferior; processo de enfermagem aplicado à IU; instrumentos de avaliação clínica e diagnósticos segundo a CIPE®; planejamento de intervenções conservadoras como o Treinamento da Musculatura do Assoalho Pélvico (TMAP), uso de biofeedback, eletroestimulação, orientações comportamentais e reavaliação periódica. O material está sendo construído de forma colaborativa, considerando a aplicabilidade na APS e em ambulatórios especializados. Conclusão: As diretrizes clínicas representam uma inovação tecnológica de base científica voltada à prática de enfermagem, promovendo a qualidade do cuidado, a segurança clínica e a valorização profissional. Ao instrumentalizar enfermeiros para o manejo da IU com embasamento técnico-científico, as diretrizes contribuem para a consolidação de práticas baseadas em evidências e para o fortalecimento da assistência à saúde da mulher no SUS. Márcia Valéria De Souza Almeida Cândida Caniçali Primo Idevânia Geraldina Costa Eliane De Fátima Almeida Lima Heloísa Helena Camponez Barbara Rédua Gisela Maria Assis Paula De Souza Silva Freitas Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DISFUNÇÃO ERÉTIL APÓS PROSTATECTOMIA RADICAL: REVISÃO SISTEMÁTICA DE PREVALÊNCIA E METANÁLISE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2275 Manuela De Mendonça Figueirêdo Coelho Andrezza Silvano Barreto Beatriz Alves De Oliveira Viviane Mamede Vasconcelos Cavalcante Janaína Fonseca Victor Coutinho Fabiane Do Amaral Gubert Marília Braga Marques Rachel Gabriel Bastos Barbosa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DO DIAGNÓSTICO AO CUIDADO: PERFIL CLÍNICO E BARREIRAS ENFRENTADAS POR MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2276 Introdução A incontinência urinária (IU) é uma condição frequente entre mulheres adultas, com impactos profundos na saúde física, emocional e social. No entanto, o cuidado oferecido segue predominantemente um modelo médico-centrado, voltado à realização de exames diagnósticos, como a avaliação urodinâmica, enquanto estratégias conservadoras — como orientações educativas, mudanças comportamentais e reabilitação do assoalho pélvico — são frequentemente negligenciadas. Essa lógica fragmentada limita o acesso a um cuidado integral e efetivo, comprometendo a qualidade de vida das mulheres afetadas. Diante disso, torna-se fundamental compreender o perfil clínico dessas mulheres e os obstáculos enfrentados para além do diagnóstico, a fim de fomentar práticas mais resolutivas e centradas na pessoa, especialmente no âmbito da enfermagem e da estomaterapia.1–5. Objetivo Descrever o perfil sociodemográfico e clínico de mulheres com incontinência urinária, diagnósticadas a partir do exame de urodinâmica e identificar as lacunas entre o diagnóstico e o início do tratamento conservador. Método Estudo de coorte prospectivo, realizado entre agosto e dezembro de 2024, com 19 mulheres adultas com queixa de IU, atendidas em consultório particular. As participantes foram encaminhadas para exame urodinâmico por urologistas. A coleta de dados incluiu análise de prontuários e entrevistas semiestruturadas, com acompanhamento telefônico 1 e 3 meses após a consulta inicial. Os dados quantitativos foram analisados no software SPSS e os relatos foram organizados com base no Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVÁS (nº 6.974.074). Resultados As participantes tinham, em média, 54,7 anos e 14,9 anos de escolaridade. A maioria era branca (84,2%), casada ou em união estável (68,4%) e com renda acima de quatro salários- mínimos (42,1%). Clinicamente, predominavam menopausa (68,4%), presença de doenças crônicas (78,9%) e uso de múltiplos medicamentos (68,4%). O IMC médio foi de 28,13 kg/m2. O diagnóstico mais comum foi incontinência urinária por hipermobilidade do colo vesical (36,8%), com sintomas frequentes como gotejamento pós-miccional (57,9%), noctúria (52,6%) e urgência urinária (52,6%). Embora todas as participantes tenham realizado exame urodinâmico, muitas relataram não ter recebido orientações ou encaminhamento após o resultado, evidenciando a limitação de um cuidado centrado apenas no diagnóstico. Algumas questionaram, inclusive, a real necessidade do exame, já que os sintomas eram evidentes e poderiam ter sido tratados com medidas conservadoras desde o início. Após um e três meses, a maioria ainda não sabia onde buscar reabilitação pélvica, enquanto aquelas que conseguiram iniciar o tratamento relataram melhora dos sintomas, principalmente no controle do odor e da umidade. Esses achados reforçam que o exame isolado não garante cuidado e que a ausência de continuidade terapêutica compromete a efetividade da assistência. Conclusão Apesar do acesso ao diagnóstico, a maioria das mulheres não recebeu orientações claras sobre o tratamento, revelando a fragmentação do cuidado. Superar esse modelo centrado apenas em exames exige ações como acolhimento, educação em saúde e encaminhamento efetivo. O enfermeiro estomaterapeuta pode atuar de forma estratégica na construção de um cuidado mais integral, acessível e centrado nas necessidades das mulheres. Fernanda Riccardi Pereira Ariane Cristina Da Silva Jéssica De Aquino Pereira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ELABORAÇÃO DE UM FOLHETO E DE UM VÍDEO INSTRUTIVO SOBRE AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA PARA MULHERES ATENDIDAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2277 INTRODUÇÃO: A ICS (International Society of Continence) define Incontinência Urinária (IU) como a perda involuntária de qualquer quantidade de urina. Dados da Sociedade Brasileira de Urologia mostram que a IU afeta aproximadamente 35% das mulheres, com mais de 40 anos e após a menopausa, e 40% das gestantes. Em relação ao impacto causado pela IU de Urgência na vida das pessoas, um estudo de corte transversal realizado na Europa, demonstrou que 32% das pessoas relataram se sentir deprimidas e 28% muito estressadas; foi percebido que esta condição causava um impacto em sua vida social e profissional, incluindo isolamento social e opção por demissão voluntária ou aposentadoria antecipada. Apesar de todo esse prejuízo sócio-funcional, apenas 25% das pessoas com incontinência do trato urinário procuram tratamento. Uma pesquisa do IBGE realizada em 2019, apontou que 10,7% dos brasileiros maiores de 18 anos tinham sido atendidos na Atenção Primária à Saúde (APS) nos últimos 6 meses, destes, 70% eram mulheres, sendo que o diagnóstico mais frequente foi Hipertensão Arterial Sistêmica (39,2%) seguido de Diabetes Mellitus (15,9%). Essas informações demonstram a importância de se fazer diagnóstico e tratamento da IU nas pacientes atendidas na APS. OBJETIVO: Elaborar um folheto informativo contendo um QR Code que direciona para um vídeo explicativo, sobre as medidas de prevenção e controle da IU, bem como sobre o Treinamento dos Músculos do Assoalho Pélvico (TMAP). MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência de abordagem descritiva, no qual foi elaborado um folheto explicativo e vídeo instrucional. O folheto foi elaborado utilizando o aplicativo Canvas® com informações relevantes e práticas de forma clara e acessível ao público-alvo destinado. O vídeo foi filmado e editado no app InShot® no celular Xiaomi Redmi Note 11S 5G, com a câmera frontal de 13 MP. O folheto é entregue para as pacientes que relatam IU durante as consultas para coleta de colpocitologia oncótica e de pré-natal e durante o Acolhimento de Enfermagem. RESULTADO: Na Consulta de Enfermagem em Saúde da Mulher, que inclui exame ginecológico e coleta de colpocitologia oncótica , uma das principais queixas observadas é IU. O folder foi criado como ferramenta de orientação para as pacientes que relatam IU. CONCLUSÕES: A atuação de estomaterapeutas na APS, embora ainda incipiente, é mais conhecida nas áreas de feridas e estomias e deve-se trabalhar para mostrar a importância da atuação deste profissional na IU e outras disfunções miccionais e evacuatórias . Embora esse folheto tenha sido elaborado com o objetivo de informar e promover saúde, também é uma forma de dar visibilidade ao trabalho e conhecimento dos estomaterapeutas. Ana Paula Marcon Carniel Geysiane Ferreira Da Rocha Elisandra Regina Da Silva Cayres Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EXPERIÊNCIA DA ESTOMATERAPIA NO ATENDIMENTO A MULHERES COM PROLAPSO DE ÓRGÃOS PÉLVICOS E TRATAMENTO COM PESSÁRIO VAGINAL EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2278 Introdução O prolapso de órgãos pélvicos (POP) é uma condição frequente entre mulheres, especialmente com o avanço da idade, múltiplos partos e outras condições que enfraquecem a musculatura do assoalho pélvico. O tratamento com pessário vaginal tem se mostrado uma alternativa eficaz e segura para mulheres que aguardam cirurgia ou que desejam evitar procedimentos invasivos. A Estomaterapia, como especialidade da Enfermagem, tem papel fundamental nesse processo, promovendo acolhimento, educação em saúde e acompanhamento contínuo das usuárias. Este trabalho tem como objetivo relatar a experiência da Estomaterapia em um hospital universitário no atendimento a mulheres com POP tratadas com pessário vaginal. Método Trata-se de um relato de experiência desenvolvido no ambulatório de Estomaterapia de um hospital universitário, a partir de outubro de 2023. As mulheres com diagnóstico de POP são identificadas na atenção primária e encaminhadas para avaliação com a médica uroginecologista. Após a indicação do uso de pessário, são encaminhadas para o atendimento de enfermagem em Estomaterapia. O atendimento é realizado em três etapas: ajustamento, adaptação e seguimento. A etapa de ajustamento compreende a avaliação clínica, escolha do modelo e tamanho do pessário, e início da terapêutica. Na fase de adaptação, a mulher é orientada quanto ao uso, autocuidado e sinais de alerta, promovendo entendimento, aceitação e segurança. O seguimento contempla a adesão ao tratamento, uso correto do dispositivo e percepção da melhora dos sintomas. As consultas ocorrem na inserção, após sete dias e mensalmente. Resultados Desde o início dos atendimentos em outubro de 2023, observou-se um crescente número de mulheres atendidas, provenientes da atenção primária e com encaminhamento cirúrgico programado. Dentre essas, aquelas aptas ao uso de pessário vaginal demonstraram significativa adesão ao tratamento. A estrutura do atendimento em etapas permitiu uma abordagem sistematizada, favorecendo a aceitação e o manejo adequado do dispositivo. A maioria das mulheres relatou melhora importante nos sintomas como sensação de peso pélvico, escapes urinários e desconforto nas atividades diárias. O acompanhamento contínuo pela Estomaterapia mostrou-se essencial na detecção precoce de complicações, reforço do autocuidado e manutenção da qualidade de vida. Conclusão A atuação da Estomaterapia no cuidado às mulheres com prolapso de órgãos pélvicos, utilizando pessário vaginal como alternativa terapêutica, mostrou-se eficaz e acolhedora. O modelo de atendimento estruturado em três etapas permitiu não apenas a adaptação segura ao dispositivo, mas também fortaleceu o vínculo profissional-paciente e contribuiu para o empoderamento das mulheres sobre sua saúde pélvica. A experiência reforça a importância da inserção da enfermagem especializada em contextos multiprofissionais e no cuidado integral à mulher. Maria Lailda De Assis Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 GAMIFICAÇÃO NA ESTOMATERAPIA: CONSTRUÇÃO DE JOGO PARA O ENSINO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA E FECAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2279 Introdução: A incontinência urinária e fecal representa um desafio significativo na saúde pública, impactando profundamente a qualidade de vida dos indivíduos. Desta maneira, a formação de enfermeiros pós-graduandos em estomaterapia, capacitados para o manejo integral desses casos, é essencial. Nesse contexto, estratégias educacionais inovadoras, como a aprendizagem baseada em jogos, emergem como ferramentas promissoras, pois promovem engajamento, estimulam o raciocínio crítico, permitem a aplicação prática do conhecimento em um ambiente seguro e favorecem o desenvolvimento de habilidades clínicas essenciais. Objetivo: desenvolver um jogo sobre incontinência urinária e fecal para pós-graduandos de enfermagem em estomaterapia. Metodologia: Trata-se de um estudo metodológico que descreve a criação de uma tecnologia educacional em formato de jogo. O processo de desenvolvimento seguiu três fases: concepção na qual foi definido o tema, público-alvo e objetivos de aprendizagem específicos; design e conteúdo no qual foi elaborado a mecânica do jogo, roteiro dos cenários clínicos e redação das cartas, baseada em evidências científicas e expertise clínica em estomaterapia, com a criação de 29 cenários de pacientes; e por último, a fase de confecção e teste piloto, na qual foi desenvolvida a produção dos protótipos das cartas e aplicação inicial com um pequeno grupo de pós-graduandos para observação da jogabilidade e coleta de feedback preliminar. Resultados: O jogo desenvolvido, denominado "Incontinência: Plano de Cuidados em Cartas", é composto por 29 cartas de cenário de pacientes e baralhos separados de cartas de resposta (cerca de 90 cartas), categorizadas em: Tipo de Incontinência, Causas/Fatores de Risco, Sinais e Sintomas Chave, Intervenções de Enfermagem/Tratamentos e Produtos/Dispositivos. A mecânica envolve a análise de um cenário clínico por grupos de jogadores, que devem selecionar as cartas de resposta mais adequadas para elaborar um plano de cuidados completo, com todas as cartas de resposta visíveis. Para dinamizar o processo e simular um ambiente de tomada de decisão rápida, há um limite de tempo de 120 segundos para a elaboração de cada plano. Os objetivos de aprendizagem do jogo incluem: identificar tipos de incontinência; associar causas e fatores de risco; reconhecer sinais e sintomas; planejar intervenções de enfermagem; e indicar produtos e dispositivos de forma coerente ao caso clínico. Considerações Finais: A construção deste jogo representa um avanço na busca por metodologias ativas no ensino da estomaterapia. Desafios incluíram a transposição de conteúdo complexo para a lógica lúdica e a garantia da acurácia clínica. A próxima etapa crucial será a validação de conteúdo por especialistas e a validação clínica com o público-alvo, a fim de atestar sua eficácia educacional. O jogo permite desenvolver competências como raciocínio clínico, tomada de decisão, pensamento crítico, resolução de problemas e trabalho em equipe, fundamentais para a prática avançada do enfermeiro estomaterapeuta. Descritores: Jogo; Incontinência; Tecnologia Educacional; Enfermagem. Marcela Reis Pedrasini Shimazaki Carla Maria Maluf Ferrari Carolina Novoa Fernandes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 HOMENS COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO MERCADO DE TRABALHO: UM PROTOCOLO DE REVISÃO DE ESCOPO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2280 Introdução: O objeto deste estudo trata-se de um protocolo de revisão de escopo sobre as perspectivas de homens com incontinência urinária (IU) no mercado de trabalho. A IU masculina, reconhecida pelas diretrizes da Associação Europeia de Urologia (EAU) no contexto dos sintomas do trato urinário inferior não neurogênicos, é definida como perda involuntária de urina, podendo ser classificada como IU de esforço (IUE) — frequente após prostatectomia —, IU de urgência (IUU) ou mista1. No Brasil, dados do Sistema de Informações Ambulatoriais do Sistema Único de Saúde (SIA/SUS), entre 2010 e 2019, indicam maior ocorrência de atendimentos ambulatoriais por IU em homens com 60 anos ou mais. No entanto, a condição também acomete adultos entre 20 e 59 anos, faixa etária caracteristicamente produtiva e economicamente ativa2. Essa constatação levanta a hipótese de subnotificação ou baixa procura por tratamento nesse grupo, possivelmente em decorrência da escassez de estudos sobre o tema. Objetivo: Mapear nas bases de dados eletrônicas, o estado da arte sobre a interface entre IU masculina e o mercado de trabalho, com vistas a subsidiar a elaboração de uma revisão de escopo. Método: Por se tratar de uma síntese de dados secundários, o estudo está isento de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa. Em 26 de junho de 2025, foi realizado um levantamento do estado da arte por meio de busca estruturada e ampliada em múltiplas bases eletrônicas, utilizando vocabulário controlado (DeCS e MeSH) e operadores booleanos (AND/OR). As etapas seguiram as diretrizes metodológicas do Instituto Joanna Briggs (JBI)3, sem restrições de idioma ou período de publicação. As bases consultadas incluíram: MEDLINE (via PubMed), CINAHL, Cochrane Library, EMBASE, Web of Science, Scopus, SciELO, BDENF/LILACS, PsycINFO, SocINDEX, Google Acadêmico e BDTD. Resultados: A busca estruturada ampliada identificou 2.538 registros, com maior número de resultados nas bases Scopus (575), Web of Science (473), Google Acadêmico (426) e EMBASE (408). As demais bases apresentaram: PsycINFO (272), BDENF/LILACS (136), MEDLINE (107), Cochrane Library (79), BDTD (44), SocINDEX (9), CINAHL (6) e SciELO (3). Mesmo antes da etapa de triagem, observou-se escassez de estudos que abordem diretamente a interface entre homens, IU e mercado de trabalho, o que reforça a importância de investigações aprofundadas sobre o tema. A próxima fase do protocolo será a seleção das fontes de evidência, com triagem de títulos, resumos e textos completos realizada por dois revisores independentes. Eventuais divergências serão resolvidas por consenso ou por um terceiro revisor. Em seguida, será feita a extração dos dados por meio de formulário padronizado, previamente testado com 2 a 3 estudos piloto. Os dados serão organizados em gerenciador de referências, sendo utilizado, neste estudo, o software Rayyan. O protocolo será registrado na plataforma Open Science Framework (OSF). A seleção dos estudos será apresentada em diagrama PRISMA-ScR, documentando todas as etapas do processo de inclusão e exclusão. Conclusão: A revisão preliminar evidenciou uma lacuna científica, apontando a relevância de revisões de escopo e pesquisas primárias que aprofundem a compreensão sobre a relação entre IU masculina e trabalho. Jakeline Costa Dos Santos Vanessa De França Peixoto Zwietasch Carolina Cabral Pereira Da Costa Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 HOMENS COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO TRABALHO: REFLEXÃO PELA TEORIA DAS MASCULINIDADES DE RAEWYN CONNELL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2281 Introdução: O objeto deste estudo trata-se da análise das implicações da incontinência urinária (IU) masculina no mercado de trabalho, sob a ótica da teoria das masculinidades de Raewyn Connell. A IU masculina, caracterizada pela perda involuntária de urina, manifesta-se clinicamente como IU de esforço, frequentemente observada após prostatectomia, IU de urgência ou IU mista(1). Este fenômeno em questão direciona o foco para uma dimensão frequentemente negligenciada: a intersecção entre a experiência da IU masculina e os processos de inserção e permanência no mercado de trabalho. Ressalta-se que a IU constitui um fator de risco independente para ansiedade, depressão e limitações laborais, como a redução da produtividade no trabalho. Contudo, muitos homens não buscam tratamento para a IU ou outros sintomas do trato urinário inferior(2), e há uma lacuna na literatura sobre as experiências laborais desses indivíduos. Diante da complexidade do tema, impõe-se uma análise que transcenda o modelo biomédico, incorporando dimensões socioculturais. Objetivo: Correlacionar os conceitos centrais de Connell (masculinidade hegemônica, hierarquia das masculinidades, ordem de gênero) com as barreiras, facilitadores e estratégias de manejo de homens com IU no trabalho, investigando como as expectativas sociais de gênero influenciam a percepção da condição, o acesso ao cuidado e as interações profissionais. Método: Trata-se de um ensaio de reflexão teórica que explora as intersecções entre a condição da IU masculina, as experiências no mercado de trabalho e as construções sociais de gênero, utilizando como lente analítica Raewyn Connell. Resultados: Um ponto central de tensão emerge do confronto entre a masculinidade hegemônica e a experiência da IU. O ideal culturalmente dominante de masculinidade, frequentemente associado ao controle do corpo, das emoções e das situações, à força física, à autonomia e à invulnerabilidade(3), entra em conflito direto com a natureza involuntária e imprevisível da perda urinária. Assim, vivenciar a IU pode, nesse contexto, ser interpretado não apenas como um problema de saúde, mas também como uma falha na performance da masculinidade esperada. Essa dissonância pode alimentar sentimentos de vergonha, inadequação e ansiedade(2). A própria necessidade de gerenciar a IU (idas frequentes ao banheiro, uso de absorventes, preocupação com odores ou vazamentos) pode ser interpretada, pelo indivíduo ou por terceiros, como um obstáculo ao desempenho ou como uma forma de "desengajamento", desalinhando-se da figura idealizada do trabalhador produtivo e do modelo masculino hegemônico(3). Diante disso, homens com IU podem desenvolver estratégias de negociação identitária e de manejo da condição no trabalho, refletindo diferentes posicionamentos em relação às expectativas de gênero e às capacidades valorizadas no mundo profissional. Connell(3) salienta que uma condição crônica pode desestabilizar as normas hegemônicas, gerando questionamentos sobre a própria masculinidade, especialmente diante da fragilidade física e da dependência geradas por sua condição. Conclusão: A reflexão teórica permitiu analisar as implicações socioculturais da IU masculina na esfera profissional, evidenciando que os desafios transcendem a dimensão fisiológica. A pressão para performar uma masculinidade hegemônica, a hierarquia de gênero no trabalho e a ordem de gênero contribuem para o estigma, silêncio e dificuldades enfrentadas por essa população. Jakeline Costa Dos Santos Carolina Cabral Pereira Da Costa Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM EM DERMATITE ASSOCIADA A INCONTINÊNCIA EM IDOSOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2282 INTRODUÇÃO: A dermatite associada à incontinência (DAI) é uma dermatite de contato irritante causada pelo contato prolongado com urina ou fezes, comum em idosos com incontinência. Essa condição não somente compromete a integridade da pele, mas também aumenta o risco de infecções e lesões por pressão, impactando diretamente na saúde, qualidade de vida e bem-estar da pessoa idosa (1). Dada a alta prevalência da DAI em ambientes hospitalares e instituições de longa permanência, identificar as intervenções de enfermagem no cuidado da pele da pessoa idosa é necessário para aprimorar o manejo, apoiar medidas preventivas e orientar pesquisas futuras (2). Intervenções como avaliação constante da pele, uso de barreiras protetoras, manejo correto da incontinência e capacitação contínua da equipe de saúde são essenciais para garantir a efetividade do cuidado e reduzir complicações. Apesar do conhecimento básico sobre DAI, muitos enfermeiros apresentaram dificuldades nas etapas de avaliação e manejo adequado (3), o que evidencia a necessidade de publicações de evidências para qualificação dos cuidados de enfermagem. OBJETIVO: Identificar publicações sobre as intervenções de enfermagem implementadas à idosos com dermatites associada às incontinências. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão de integrativa utilizando os bancos de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde - LILACS, Base de Dados em Enfermagem - BDENF, e Medical Literature Analysis and Retrievel System Online - MEDLINE com recorte temporal de publicações entre os anos de 2005 – 2025, utilizando o seguinte questionamento norteador: Quais são as intervenções realizadas por enfermeiros para idosos com DAI? Na estratégia de busca, utilizou-se os descritores Cuidados de Enfermagem; Dermatite de Contato; Incontinência Urinária; Incontinência Fecal; e Saúde do Idoso, com o booleano “AND”. Quanto aos critérios de inclusão, considerou-se os artigos disponíveis na íntegra em inglês, português e espanhol; e foram excluídas revisões, editoriais e manuais técnicos sobre a temática. RESULTADOS: As sete pesquisas foram publicadas entre 2006 e 2020, sendo três no Brasil e duas na Austrália. Quanto às intervenções de enfermagem, identificou-se avaliação e monitoramento da pele, higienização adequada, uso de produtos de proteção da pele (creme barreira e películas protetoras), manejo de incontinência (troca de fraldas, produtos absorventes e estímulo do controle vesical), educação continuada para equipe de saúde, estímulo ao autocuidado e participação da família no cuidado. Neste contexto, somente um estudo tratou da importância da avaliação e monitoramento da pele, quatro apresentaram estratégias prioritárias no manejo das dermatites, dois ressaltaram a importância do desenvolvimento de ações educativas para qualificação da equipe de saúde na prevenção de lesões de pele por incontinências. CONCLUSÃO: Conclui-se que a ação proativa da enfermagem, baseada em avaliação contínua da pele, intervenções preventivas padronizadas e educação permanente da equipe, torna-se fundamental para a prevenção e o controle eficaz das dermatites causadas por incontinência, com impacto direto na qualidade de vida e segurança do paciente. Flávia Baluz Bezerra De Farias Nunes Rafael De Abreu Lima Douglas Sousa De Carvalho Ana Karoline Moreira Kelly Kauanne Campelo Dos Santos Anna Tamilly Rocha Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 INVESTIGAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2283 Introdução: A incontinência urinária (IU) é definida como qualquer queixa de perda involuntária de urina1, sendo uma condição prevalente e com impacto significativo na vida das pessoas2. Globalmente, estima se que 200 milhões de mulheres são acometidas por tal condição em todo o mundo, consagrando assim a magnitude do problema na população feminina3. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, o problema atinge 45% das mulheres brasileiras. Esse panorama reforça a importância de estratégias educacionais e de cuidado com abordagem interdisciplinar voltadas ao enfrentamento dessa condição. Objetivo: investigar a qualidade de vida de mulheres com incontinência urinária. Método: estudo transversal, descritivo e observacional, com abordagem quantitativa, realizado com mulheres com queixas de IU, atendidas em um ambulatório de Saúde da Mulher de um hospital universitário do município de Campina Grande, Paraíba. Para investigar a qualidade de vida em relação às perdas urinárias, foi utilizado o International Consultation on Incontinence Questionnaire Short Form (ICIQ-SF). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, distribuição de frequência, percentual, média e desvio padrão. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, com Certificado de Apresentação de Apreciação Ética nº 82366624.5.0000.5182. Resultados: Participaram do estudo 26 mulheres com idade média de 49 anos (DP ±13,8), variando entre 26 e 83 anos. A maioria era casada (61,5%), autodeclarada branca (50%), com ensino fundamental incompleto (38,5%) e empregada (46,2%). A frequência mais comum de perda urinária foi de duas a três vezes por semana, predominantemente em pequena quantidade (61,5%). A média na escala de interferência do ICIQ-SF foi de 7,27 (DP ±2,77), sendo que 38,5% (n=10) das mulheres relataram impacto considerado grave na qualidade de vida. O escore total médio do ICIQ-SF foi de 13,15 (DP ±3,93), compatível com impacto moderado da IU na qualidade de vida. Conclusão: Os resultados mostram que a IU afeta negativamente a qualidade de vida das mulheres avaliadas, o que reforça a gravidade da condição mesmo quando a perda urinária relatada era de pequena quantidade. A frequência das perdas urinárias foi relevante, sendo mais comum duas a três vezes por semana, o que indica recorrência suficiente para causar incômodos significativos. Os achados apontam para a necessidade de estratégias multiprofissionais, com possibilidade de atuação específica do Estomaterapeuta, para o manejo clínico e educativo da IU, com vistas à promoção da saúde, autonomia e qualidade de vida dessas mulheres. Lidiany Galdino Felix Valeska Kelly Diniz Batista Camille Andrade De Farias Jakcyane Silva Oliveira Clara Heloyse Bezerra Neves Nóbrega Raíza Santos Quintino Crislaine Adrielly Lima Felintro Andressa Karla Rodrigues De Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PLATAFORMA ENF-UROPED E EDUCAÇÃO EM SAÚDE: RESULTADOS PRELIMINARES https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2284 Introdução: As alterações miccionais afetam uma considerável parcela dos pacientes pediátricos, referindo-se a presença de sintomas urinários após o desfralde, desde que não estejam presentes infecções do trato urinário ou doenças neurológicas e anatômicas associadas, podem ser conhecidas também como distúrbios miccionais ou disfunção do trato urinário inferior (DTUI)1,2. A incontinência urinária (IU), é o sintoma principal dessas disfunções miccionais e suas patologias, seja devido ao esvaziamento incompleto da bexiga ou pela hiperatividade do músculo detrusor. Está associada à constipação intestinal, e quando ambas as condições estão presentes, utiliza-se o termo disfunção vésico- intestinal (DVI)1-3. Somente por meio de uma anamnese cuidadosa é possível identificar os sinais e sintomas associados às disfunções, entre eles: aumento ou redução da frequência urinária, urgência, manobras retentoras, IU diurna, eritema vulvar ou vulvovaginites refratárias, manipulação dos genitais, dores genitais ou abdominais, hematúria, enurese noturna, alterações no jato urinário, constipação funcional e encoprese. A identificação precoce da DVI é crucial para garantir uma abordagem terapêutica eficaz2. Na área da urologia pediátrica, a Plataforma ENF-UROPED se destaca como uma solução promissora nesse cenário, oferecendo um suporte abrangente no manejo dessas condições complexas. Victória Fernandes Deliberali Sofia Selpis Castilho Júlia Luvizutto Gisele Martins Lais Fumincelli Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PREVALÊNCIA DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES DE UM MUNICÍPIO DO SUL DE MINAS GERAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2285 Introdução: De acordo com a International Continence Society (ICS), a incontinência urinária (IU) é definida como qualquer queixa de perda de urina involuntária¹. Existem diferentes tipos de incontinência urinária, incluindo a incontinência de esforço, a incontinência de urgência e a incontinência mista. As causas da IU incluem fraqueza dos músculos do assoalho pélvico, alterações hormonais, lesões nervosas, infecções urinárias, obstruções e doenças como diabetes e neurológicas. Fatores como idade, gênero, obesidade, gravidez e parto traumático também aumentam o risco². Registros apontam que a IU afeta mais de um quarto das gestantes, causando impactos significativos no seu estilo de vida³. Durante a gravidez, diversas são as transformações fisiológicas e dentre elas, alterações no sistema urinário e reprodutor4. Objetivo: Determinar a prevalência de incontinência urinária (IU) em gestantes atendidas pelas equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), moradoras da periferia de um município do sul de Minas Gerais no ano de 2015. Método: estudo descritivo, quantitativo, amostra por conveniência. A população foi de 65 gestantes, de todos os trimestres de gestação, maiores de 18 anos, de baixo risco gestacional. Foi feita entrevista com questionário validado, que abordava questões sóciodemográficas e clínicas relacionadas à gestação e IU. Os dados foram compilados em tabelas, expostos em números absolutos e percentuais, e posteriormente analisados. Resultados: Na amostra estudada, A IU esteve presente em 21 das gestantes (32,3%), destas, 11 eram nulíparas (52,4%), com maior frequência no segundo trimestre gestacional. A IUE foi a mais prevalente, em 20 das entrevistadas com IU (95,3%). Não foi evidenciada interferência negativa em suas relações pessoais e consideraram a perda de urina como um agravo normal. Conclusão: O estudo apontou resultados que corroboram com a literatura ainda escassa nessa temática. O cuidado especializado pelo enfermeiro estomaterapeuta, pode contribuir na melhoria da assistência multidisciplinar em conjunto com a atenção primária à saúde durante o pré-natal. Ana Cristina Da Silva Maria Clara Salomão E Silva Guimarães Claudia Regina Dos Santos Souza Lívia Rocha Martins Mendes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PREVALÊNCIA DE INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM GESTANTES: REVISÃO INTEGRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2286 Introdução: De acordo com a International Continence Society (ICS), a incontinência urinária (IU) é definida como qualquer queixa de perda de urina involuntária1. Durante a gravidez, diversas são as transformações fisiológicas e anatômicas que ocorrem no organismo da mulher, dentre elas, as dos sistemas urinário e reprodutor. Essas alterações provocam um impacto considerável no cotidiano da gestante, exercendo grande influência em suas atividades2. Objetivo: Identificar a prevalência de incontinência urinária (IU) em gestantes, a partir de publicações sobre o tema. Método: Tratou-se de revisão integrativa de literatura, por busca literária nas bases de dados disponíveis na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS): LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), BDEnf (Base de Dados Brasileiras de Enfermagem), Medline e PUBMED. Utilizou-se uma pergunta para guiar a revisão integrativa: qual a prevalência da Incontinência Urinária em gestantes, encontradas em bases literárias? A coleta de dados foi realizada em junho de 2023, e para a efetivação da pesquisa definiu-se a os seguintes critérios de inclusão: Publicações indexados na Biblioteca Virtual de Saúde e PUBMED, artigos indexados pelos descritores DeCS/MeSH (Incontinência urinária, Prevalência e Gestantes); estudos com abordagem sobre a prevalência da IU em gestantes; artigos publicados nacionalmente e internacionalmente. Textos completos disponíveis em publicações no período dos anos de 2006 a 2024. Consideraram-se estudos completos, disponíveis na íntegra nas bases de dados. Resultados: Foram encontradas 55 publicações, e após exclusão de acordo com os critérios estabelecidos, 12 artigos selecionados que responderam ao tema do trabalho. O estudo também abordou o conhecimento, atitude e prática (CAP) das gestantes sobre a IU, revelando conhecimento insuficiente sobre fatores de risco, prevenção e tratamento. A falta de orientação pré-natal, baixa escolaridade e gestação de alto risco foram associadas a práticas inadequadas3. A consulta por IU foi baixa, com 10,7% das mulheres afetadas buscando ajuda profissional, principalmente na atenção primária. Fatores de risco incluíram idade avançada, obesidade, diabetes mellitus e episiotomia, sendo a diabetes um fator significativo para todos os tipos de IU3. Os resultados da revisão indicaram que a IU é altamente prevalente entre as gestantes, com taxas variando conforme os estudos e contextos analisados. Fatores de riscos e idade gestacional avançada mostraram-se frequentemente associados à maior gravidade da IU. Além disso, a IU de esforço foi identificada como o tipo mais comum entre as gestantes, o que está em concordância com a literatura existente. Dos 12 estudos elencados, apenas um teve nível de evidência 1, nove nível 4 e dois nível 5. O nível 4, predominante, inclui estudos descritivos, correlacionais, qualitativos e de caso. Conclusão: A pesquisa destacou a necessidade de maior conscientização e melhores estratégias de manejo para mitigar o impacto dessa condição na vida das gestantes. Reforça a importância do controle dos fatores de risco e das das medidas preventivas para reduzir sua prevalência. A IU durante a gravidez é uma questão de saúde pública, necessitando de abordagens terapêuticas mais efetivas. O estudo apontou escassez de pesquisas com o tema. Ana Cristina Da Silva Maria Clara Salomão E Silva Guimarães Ester Maria Ferreira De Oliveira Edneusa Marques Da Silva Kamila Sampaio Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DO TRATO URINÁRIO INFERIOR EM HOMENS ADULTOS E IDOSOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2287 Introdução: A saúde masculina enfrenta desafios constantes devido à fatores culturais e comportamentais, resultando em uma baixa adesão aos serviços de saúde e ao diagnóstico tardio de doenças que podem ser preveníveis. O desconhecimento e a ausência de informações sobre a prevalência dessas manifestações em homens adultos e idosos é um problema no avanço das pesquisas no Brasil e das ações destinadas à saúde do homem. Entre as condições que afetam os homens, os sintomas do trato urinário inferior (STUI) são frequentes e impactam diretamente sua qualidade de vida. Os principais sintomas incluem noctúria, esforço para iniciar micção e esvaziamento incompleto da bexiga, e tornam-se mais comuns com o processo de envelhecimento e o sedentarismo. Estudos indicam que a prevalência dos STUI pode atingir até 71,3% em idosos acima de 70 anos, sendo a noctúria o sintoma mais relatado dentre essa população. Objetivo: o presente estudo buscou investigar a prevalência dos STUI em homens adultos e idosos, a fim de compreender sua distribuição nessa população. Método: trata-se de um estudo transversal de abordagem quantitativa, realizado com homens atendidos em um ambulatório de urologia vinculado à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no qual foram selecionados 281 participantes com idade igual ou maior a 18 anos, que estavam em acompanhamento na clínica. Resultados: os sintomas mais prevalentes foram: noctúria (82,2%), jato lento (58,0%) e polaciúria (55,2%). Os sintomas menos prevalentes foram incontinência urinária (IU) mista (10,3%), IU de esforço (12,1%) e IU de urgência (13,5%). Conclusão: Diante dos resultados parciais obtidos, observa-se uma elevada prevalência de sintomas do trato urinário inferior em homens adultos e idosos, destacando-se a noctúria, o jato urinário lento e a polaciúria. As informações levantadas sinalizam a relevância de aprofundar o conhecimento sobre esses sintomas e sua distribuição na população masculina, favorecendo para o direcionamento de ações e estratégias de cuidado mais apropriadas no contexto da saúde do homem. Bruna Fonte Simões Bruna Vitória Pereira Cândido Maria Eduarda Cunha Santos Carolina Fernandes Santos Cissa Azevedo Luciana Regina Ferreira Da Mata Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PREVALÊNCIA GLOBAL DE PROLAPSO DE ÓRGÃOS PÉLVICOS EM MULHERES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA COM META-ANÁLISE E IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA DO ESTOMATERAPEUTA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2288 Introdução: O prolapso de órgãos pélvicos (POP) é uma disfunção do assoalho pélvico caracterizada pela protrusão da bexiga, útero ou reto através da vagina, com impacto direto na qualidade de vida das mulheres. Embora o POP seja amplamente reconhecido na prática clínica, faltavam até então dados consolidados sobre sua prevalência global. Este estudo visa preencher essa lacuna e oferecer subsídios à atuação do enfermeiro estomaterapeuta, cuja abordagem conservadora e educativa pode reduzir a progressão da condição e melhorar o cuidado à saúde da mulher. Objetivo: Estimar a prevalência mundial de prolapso de órgãos pélvicos. Método: Trata-se de uma revisão sistemática com meta-análise de prevalência, registrada no PROSPERO (CRD42024526468), conforme as diretrizes PRISMA 2020 e Joanna Briggs Institute (JBI). Quatro bases de dados (MEDLINE/PubMed, Embase, Scopus e Web of Science) foram consultadas em abril de 2024, sem restrição de idioma ou ano. Foram incluídos estudos observacionais com dados primários sobre a prevalência de POP em mulheres, com descrição do método diagnóstico. Dois revisores independentes realizaram a triagem, extração dos dados e avaliação da qualidade metodológica utilizando a versão adaptada da escala Newcastle–Ottawa. A meta-análise foi realizada com modelo de efeitos aleatórios, utilizando a transformação de Freeman–Tukey para estabilização da variância. A heterogeneidade foi mensurada por I2 e teste de Q de Cochran; a presença de viés de publicação foi verificada por gráfico de funil e teste de Egger. Resultados: Foram incluídos 32 estudos publicados entre 2003 e 2024, totalizando 84.329 mulheres avaliadas em 14 países distribuídos pela África, Ásia, Europa e América do Norte. As amostras variaram de 58 a 25.425 participantes. A prevalência combinada de POP foi de 20% (IC 95%: 13–29%), com ampla variabilidade entre os estudos (1% a 88%) e heterogeneidade significativa (I2 &gt; 90%). A maior prevalência foi observada em países africanos (~30%), seguida pela Ásia (~22%) e Europa (~15%). O sistema POP-Q foi o instrumento diagnóstico mais utilizado (em 8 estudos), seguido pelo exame físico de espéculo e inspeção visual. Apenas 5 estudos classificaram o grau do prolapso; nestes, predominavam os estágios I (leve) e II (moderado). Os principais fatores associados incluíram idade acima de 40 anos, multiparidade (especialmente ?4 partos), partos vaginais, menopausa, obesidade e baixo nível socioeconômico. Nenhum dos estudos utilizou tecnologias de rastreio domiciliar, como questionários autoaplicáveis. A análise de funil indicou assimetria limítrofe (p = 0,053), sugerindo possível viés de publicação. Estudos com maior rigor metodológico tendem a relatar menor prevalência. Conclusão: Os achados indicam que o POP é uma condição prevalente, afetando uma em cada cinco mulheres globalmente. Essa alta prevalência reforça a necessidade de estratégias de rastreio precoce, abordagem conservadora e educação em saúde voltadas ao público feminino. Para a prática clínica do estomaterapeuta, este estudo oferece evidências relevantes para subsidiar o planejamento de ações preventivas, triagem estruturada e intervenções como o uso de pessários e treinamento muscular do assoalho pélvico. Manuela Coelho Kauane Matias Leite Viviane Mamede Vasconcelos Cavalcante Mônica Oliveira Batista Oriá Camila Barroso Martins Gisela Maria Assis Beatriz Alves De Oliveira Talita Dos Santos Rosa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE CONSTIPAÇÃO EM UM AMBULATÓRIO DE ESTOMATERAPIA DO SUL DO BRASIL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2289 Introdução: O estomaterapeuta atua na prevenção e o tratamento de feridas, cuidado com estomias e disfunções do assoalho pélvico (DAP) como incontinências urinária (IU) e anal, dor pélvica, prolapso, constipação (1). A DAP compromete significativamente a qualidade de vida (2,3). No Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC) o Serviço de Estomaterapia iniciou o atendimento ambulatorial por estomaterapeutas a pacientes com DAP em março de 2023. A disfunção mais prevalente é a IU, porém, a constipação tem sido um achado relevante tendo impacto direto no tratamento de pessoas com DAP. A definição clínica de constipação é realizada a partir das escalas de ROMA IV e Bristol nas quais são usados critérios objetivos baseados na frequência da evacuação, consistência das fezes e hábitos evacuatórios (4). Objetivo: descrever a assistência do enfermeiro estomaterapeuta na prevenção e tratamento de constipação. Método: trata-se de um relato de experiência do processo assistencial para prevenção e tratamento de constipação no ambulatório de estomaterapia do HNSC. Esse resumo traz um recorte do projeto aprovado sob número 6.923.573 intitulado "análise do perfil sociodemográfico e clínico de indivíduos com incontinência urinária atendidos em um ambulatório de enfermagem: estudo transversal". Resultados: Entre março/2023 e dezembro/2024, foram atendidos 254 pacientes, 64,57% feminino e 35,43% masculino. A prevalência de constipação como queixa principal na primeira consulta foi de 7,08% porém, a partir da anamnese e exame físico observou-se uma prevalência de 35,4% dos pacientes. A prescrição de enfermagem perpassou por mudanças comportamentais como: ingesta de água, de fibras, frutas e verduras, hábitos evacuatórios, adequação do posicionamento com auxílio do banquinho para evacuação, massagem abdominal no sentido horário, orientação quanto técnicas de relaxamento, estímulo a realização de atividade física e treinamento da musculatura do assoalho pélvico. A eletroestimulação e bandagem elásticas estão entre os recursos utilizados para o manejo da constipação. Conclusão: Observou-se boa adesão dos pacientes a terapia proposta e consequentemente um resultado satisfatório no retorno do paciente em 30 dias quanto a melhora dos sintomas de constipação funcional, demonstrando efetividade do tratamento e a importância do enfermeiro neste cenário. A atuação do estomaterapeuta é voltada para prevenção e tratamento da constipação com vistas a melhora na qualidade de vida. Adriana Alves Dos Santos Anaeli Brandelli Peruzzo Catia Frigi Delevati Carolina Gosmann Erichsen Fabiana Henriques Maciel Michele Grewsmuhl Silvana Vizzotto Tess De Oliveira Szapszay Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROTOCOLO INTEGRADO DE REABILITAÇÃO PÉLVICA E MODULAÇÃO INTESTINAL PARA PACIENTES COM ESTOMIA TEMPORÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2290 Introdução A Síndrome da Ressecção Anterior Baixa (LARS) compreende disfunções evacuatórias como incontinência fecal, urgência e sensação de esvaziamento incompleto após cirurgias com preservação do esfíncter anal. Embora transitórios em alguns casos, esses sintomas persistem a longo prazo em até 49% dos pacientes, afetando significativamente a qualidade de vida mesmo após uma década do procedimento cirúrgico. Nesse contexto, a combinação da reabilitação do assoalho pélvico com a modulação intestinal surge como abordagem promissora para pacientes com estomia temporária em preparo para a reconstrução do trânsito intestinal. Protocolos baseados em evidências e diretrizes internacionais são fundamentais para otimizar esse preparo e minimizar os efeitos da LARS. Objetivo Relatar a experiência de construção de um protocolo de enfermagem voltado à reabilitação pélvica e modulação intestinal, aplicado de forma pré-operatória, com foco na redução dos sintomas da LARS após reversão de estomia de eliminação. Método Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado entre janeiro e maio de 2025 em uma clínica especializada em Estomaterapia. A elaboração do protocolo ocorreu sem intervenção direta em pacientes, concentrando-se na sua estruturação teórica. A metodologia envolveu três etapas: 1. Diagnóstico e análise basal: análise de planilhas assistenciais anonimizadas e revisão de literatura e diretrizes internacionais, como o Enhanced Recovery After Surgery® (ERAS); 2. Definição do público-alvo: pacientes com estomia temporária há pelo menos um mês, sem histórico de manipulação cirúrgica prévia do esfíncter anal externo; 3. Estruturação do protocolo: organização clínica das avaliações, intervenções e orientações, incluindo instrumentos como o Fecal Incontinence Quality of Life (FIQL). Resultados O protocolo construído visa o preparo global do paciente para a reversão da estomia e foi validado internamente, estando pronto para futura aplicação clínica. Seus principais componentes incluem: ? Avaliação funcional integrada: avaliação pré-operatória dos músculos do assoalho pélvico (MAP) para identificação precoce de disfunções e impacto na qualidade de vida; ? Programa de reabilitação: treinamento supervisionado dos MAP com uso potencial de biofeedback e eletroestimulação; ? Orientações comportamentais e nutricionais: ações educativas personalizadas; ? Prevenção e autocuidado: capacitação do paciente para reconhecer sinais precoces de disfunção e participar ativamente do cuidado; ? Trabalho multiprofissional: fluxos organizados de atendimento e comunicação para atuação centrada no paciente. Conclusão A construção deste protocolo demonstra sua viabilidade e potencial de impacto na assistência ao paciente com estomia temporária. A padronização do cuidado pré-operatório representa um avanço estratégico no serviço de enfermagem especializada. Futuras pesquisas clínicas serão necessárias para avaliar sua eficácia e gerar evidências comparativas sobre os resultados funcionais e a qualidade de vida dos pacientes. Marta Lira Goulart Michele Brajão Rocha Saskia Iasana Pontes Fleury Magali Thum Eliane Sponton Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROTOCOLO PARA PACIENTES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO NEUROLÓGICA: UMA ABORDAGEMMULTIDISCIPLINAR. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2291 Introdução: Lesões neurológicas, como acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico e doenças degenerativas, frequentemente comprometem o controle miccional devido à desorganização das vias nervosas que coordenam o trato urinário inferior (1,2). As disfunções vesicais, incluindo micção prejudicada e incontinência urinária, estão associadas a impacto negativo significativo na qualidade de vida, com repercussões físicas, psicoemocionais e sociais (3). Estratégias conservadoras, como o treinamento do assoalho pélvico e a micção programada, são Lesões neurológicas, como acidente vascular cerebral, traumatismo cranioencefálico e doenças degenerativas, frequentemente comprometem o controle miccional devido à desorganização das vias nervosas que coordenam o trato urinário inferior (1,2). As disfunções vesicais, incluindo micção prejudicada e incontinência urinária, estão associadas a impacto negativo significativo na qualidade de vida, com repercussões físicas, psicoemocionais e sociais (3). Estratégias conservadoras, como o treinamento do assoalho pélvico e a micção programada, são amplamente reconhecidas como tratamento de primeira linha para diferentes tipos de incontinência (1,2,4). Nesse contexto, a atuação interdisciplinar e a padronização de condutas tornam-se essenciais para otimizar a assistência a esses pacientes e garantir resultados consistentes. Objetivo: Apresentar um protocolo interdisciplinar, baseado em evidências científicas, para a reeducação vesical de pacientes com disfunções miccionais decorrentes de lesão neurológica, implementado no Programa de Reabilitação Neurológica do SARAH Salvador, com vistas a padronizar a assistência, capacitar enfermeiros de reabilitação e promover a melhora do bem estar (4). Método: Foi desenvolvido um protocolo estruturado a partir de revisão da literatura, análise de diretrizes clínicas internacionais, práticas de centros de referência e validação por especialistas da equipe multidisciplinar (1,2,4). O fluxograma contempla: triagem inicial, avaliação funcional do assoalho pélvico por escala Oxford, diário miccional, exames complementares (urodinâmica, ultrassonografia) se houver necessidade, educação do paciente e familiares através de grupo informativo, discussão interdisciplinar utilizando a ferramenta SBAR e definição de estratégias terapêuticas. O protocolo incorpora as recomendações propostas por Assis et al. para o manejo conservador da incontinência urinária (4). O seguimento inclui reavaliação periódica presencial ou por teleconsulta. Resultados: A implementação do protocolo padronizou a abordagem interdisciplinar, com definição clara das atribuições de médicos, enfermeiros estomaterapeutas, psicólogos e fisioterapeutas, bem como critérios objetivos para inclusão e alta dos pacientes. Foram definidos tempos de reavaliação, metas terapêuticas individualizadas e sistematização do registro de dados clínicos. Entre as intervenções destacaram-se: adequação da ingesta hídrica e controle dietético, treinamento muscular do assoalho pélvico, micção programada e educação do paciente e familiares sobre manejo domiciliar das queixas (3,4). Os primeiros acompanhamentos revelaram, maior adesão ao plano terapêutico e aumento da autonomia dos pacientes. Conclusão: O protocolo interdisciplinar de reeducação vesical do SARAH Salvador mostrou-se aplicável e efetivo na organização do cuidado de pacientes neurológicos com disfunções miccionais. A padronização das condutas e a inclusão do enfermeiro estomaterapeuta como facilitador do cuidado conservador ampliaram a resolutividade das intervenções e impactaram positivamente a qualidade de vida dos pacientes e familiares. Juliana Paula De Jesus Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 REDEFININDO ESTRATÉGIAS APÓS AVALIÇÃO URODINÂMICA EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2292 Introdução: A incontinência urinária (IU) é a perda involuntária da urina pela uretra, considerada um problema de saúde pública, por ser uma doença multifatorial que ocasiona transtornos físicos, psíquicos, sociais, profissionais, sexuais e econômicos, os quais interferem na qualidade de vida (QV) dos indivíduos incontinentes1. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU, 2024), o problema atinge 45% das mulheres e 15% dos homens acima de 40 anos de idade. O estudo urodinâmico é um exame que avalia a função do complexo uretro-vesical nas fases de enchimento e esvaziamento do ciclo miccional. A AUD auxilia a detectar e a diagnosticar com maior precisão as disfunções do trato urinário inferior (DTUI) com base em sua fisiopatologia, podendo assim participar da tomada de decisão terapêutica e assim redefinir estratégias de tratamento. Objetivo: traçar mudanças de estratégias após Estudo Urodinâmico (EUD) em mulheres com Incontinência Urinária de Esforço Método: Trata-se de um estudo qualitativo de abordagem descritiva, em mulheres (N=15) que realizaram EUD, no ano 2024, em acompanhamento no serviço particular de urologia da rede privada de saúde na cidade de Picos-PI, tendo como população mulheres com IU, para definição de terapêutica. Resultados e Discussão: A proposta de acompanhar esses atendimentos surgiu a partir da necessidade de inserir a enfermagem como parte integrante da equipe multidisciplinar, no cuidado assistencial prestado a mulheres com IU submetidas à avaliação urodinâmica, e assim traçar mudanças de estratégias para essas mulheres. Faz- se necessário a consulta de enfermagem antes da realização do EUD, para trazer todas as orientações acerca dos cuidados pré e pós exame com o intuito de aliviar o medo e a ansiedade, dando coragem, além da relação de confiança e respeito durante a consulta de enfermagem. Observa-se a importância da assistência de enfermagem na IU e durante todo o processo do exame. Conclusão: Essa vivência nos oportunizou compreender a importância da equipe multidisciplinar e da consulta de enfermagem as mulheres com IU submetidas à avaliação urodinâmica, proporcionando um cuidado e todas as orientações necessárias para a realização do exame. Foi possível valorizar o acolhimento as mulheres, assim como informá-las sobre o procedimento, desde o conhecimento prévio de como seria realizado, as etapas e o tempo de duração. Por causar um impacto tão significativo na qualidade de vida das pacientes e ser um sintoma prevalente, o diagnóstico de IUE não deve ser postergado. Assim, a solicitação de teste urodinâmico para avaliação inicial da IU vem sendo amplamente discutida por diversos grupos de pesquisa. A revisão dos estudos mais recentes e de maior relevância indicam que a Estudo Urodinâmico não deve ser utilizada de rotina em todas as pacientes, pois se trata de um exame invasivo e não isento de riscos. Momentos excelente para redefinir as medidas terapêuticas para essas mulheres com IUE. Mariluska Macedo Lobo De Deus Oliveira Edvar Soares De Oliveira Sandra Marina Gonçalves Bezerra Gerdane Celene Nunes Carvalho Laise Maria Formiga Moura Barroso Camila Hanna De Sousa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DA ATUAÇÃO DE ENFERMEIROS NA CONQUISTA DA AUTONOMIA PARA O AUTOCATETERISMO VESICAL LIMPO DE PESSOAS COM TETRAPLEGIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2293 INTRODUÇÃO: A tetraplegia é uma condição que acontece quando há dano à medula espinhal em região cervical. Essas pessoas podem evoluir com diversas alterações motoras, sensitivas e autonômicas1. A disfunção neurogênica do trato urinário inferior (DNTUI) é uma complicação prevalente e grave da lesão medular (LM), resulta em morbidade significativa e redução da qualidade de vida2. O cateterismo vesical intermitente limpo (CVIL) é considerado o padrão ouro no tratamento da DNTUI com a finalidade de promover continência urinária, saúde do sistema urinário e preservação da função renal2. OBJETIVO: O objetivo deste relato é descrever a atuação de enfermeiros na avaliação e treino do autocateterismo vesical intermitente limpo às pessoas com tetraplegia com nível neurológico C6, C7 e C8, com LM completa ou incompleta no Programa de Neurorreabilitação em LM (PNLM). MÉTODO: Trata-se de um relato de experiência de enfermeiros do PNLM em um hospital de reabilitação em Brasília- DF, na avaliação e treino do CVIL aos pacientes com tetraplegia. RESULTADOS: O enfermeiro de reabilitação e o estomaterapeuta são profissionais com qualificação técnica para avaliação, implementação, orientação e treinamento quanto ao CVIL2,3,4, de forma individualizada. Assim, após anamnese e avaliação quanto as potencialidades e motivação de um paciente com tetraplegia com nível neurológico C6, C7 e C8 com LM completa ou incompleta, o enfermeiro define os diagnósticos e o planejamento de enfermagem com base na cognição, morfologia corporal, equilíbrio de tronco, força de punho, presença e grau de espasticidade, ossificação heterotópica, restrições articulares, presença de pinça dos dedos e destreza. Com base na avaliação, o enfermeiro propõe e incentiva o treinamento para o CVIL, define os dispositivos e tecnologias assistivas para o treinamento, como suporte de pênis, espelho articulado ou espelho com afastador de membros inferiores, foco de luz, encosto dorsal, vestuário adaptado e o tipo de cateter. A tecnologia assistiva tem um papel fundamental para o desempenho das atividades cotidianas na pessoa com lesão medular, permite a realização de tarefas e favorece a promoção da autonomia funcional5. O enfermeiro que tem conhecimento destes insumos propicia melhor desempenho ao paciente. Inicia-se o treino pelo preparo do material, seguido pelo treinamento de vestuário e posicionamento adequado. É orientado a higiene genital, lubrificação e introdução do cateter de nelaton ou utilização do cateter hidrofílico no meato uretral, promovendo o total esvaziamento vesical. Quando não é alcançada a autonomia para o CVIL por via uretral, discute-se em equipe a confecção de uma derivação urinária continente. O autocuidado para o CVIL é fundamental para a adesão ao tratamento proposto, desenvolve autonomia, autoconfiança e autossatisfação às pessoas com LM, o que possibilita o retorno às atividades laborais e sociais2,3,4. CONCLUSÃO: A DNTUI impacta significativamente a funcionalidade social e a qualidade de vida das pessoas com LM. O treinamento do CVIL em indivíduos com tetraplegia é um desafio para os enfermeiros e pacientes pois envolve diversas variáveis, sendo a motivação um fator essencial para o desenvolvimento da sua autonomia e melhora da qualidade de vida. Alina Paula Ramalho Costa Alessandra Santos Justino André Aparecido Ramos Luiz Carlos Cassemiro Fernando Scatolin Moraes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO PROTOCOLO DE CUIDADOS E PREVENÇÃO A DERMATITE ASSOCIADA À INCONTINÊNCIA URINÁRIA OU FECAL EM PACIENTES COM LESÃO NEUROLÓGICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2294 Introdução: A dermatite associada à incontinência (DAI) é uma inflamação cutânea resultante do contato prolongado da pele com urina e/ou fezes, comum em pacientes com lesão neurológica e incontinência (1,2). A DAI compromete a integridade da pele, aumenta o risco de infecções, gera dor, desconforto e impacta negativamente a qualidade de vida, além de elevar os custos hospitalares (3). Medidas preventivas são fundamentais para reduzir sua incidência, melhorar os resultados de saúde e otimizar os cuidados com a pele (4). Objetivo: Descrever um protocolo interdisciplinar para prevenção da DAI em pacientes com incontinência urinária e/ou fecal, internados no Programa de Reabilitação Neurológica do SARAH Salvador, visando padronizar condutas, capacitar a equipe de enfermagem e orientar cuidadores e familiares. Método: O protocolo foi desenvolvido com base em revisão sistemática da literatura e consensos internacionais (1,2,3). Inclui a aplicação do instrumento “Perineal Assessment Tool”, traduzido e validado para o português (5), para avaliação do risco de DAI em todos os pacientes admitidos. As intervenções padronizadas consistem em: higiene da pele com produtos adequados ao pH, secagem sem fricção, uso regular de cremes ou películas de barreira, padronização do tipo de fralda absorvente, inspeção diária da pele e orientação aos cuidadores. O fluxograma contempla critérios para reavaliação periódica conforme escore de risco. Resultados: A implementação do protocolo promoveu a padronização das condutas preventivas da equipe de enfermagem, maior conscientização dos profissionais e cuidadores sobre a importância do diagnóstico precoce e da higiene adequada, e otimização do uso de recursos institucionais. Foram definidos critérios claros para uso de produtos de proteção cutânea e frequência de reavaliação da pele conforme o risco individual, com potencial para redução de lesões cutâneas, dor e custos assistenciais. Conclusão: O protocolo interdisciplinar para prevenção da DAI mostrou-se aplicável e eficaz na organização do cuidado aos pacientes neurológicos com incontinência, promovendo padronização de práticas, prevenção de lesões cutâneas e melhoria da qualidade de vida dos pacientes. A inclusão sistemática do enfermeiro estomaterapeuta reforça a integralidade e a segurança do cuidado prestado. Juliana Paula De Jesus Santos Alexandra Alves Oliveira Uiara Maria Belitardo De Carvalho Teles Joseane Braga Mota Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 REPERCUSSÕES DA INCONTINÊNCIA ANAL EM PESSOAS COM DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2295 Isaque Souza Da Silveira Adriana Bispo Alvarez Jaqueline Ribeiro De Barros Carolina Cabral Pereira Da Costa Caroline Rodrigues De Oliveira Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RESÍDUO PÓS MICCIONAL (RPM) EM IDOSOS COM CONFUSÃO CRÔNICA EM ILPI https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2296 Título: Resíduo pós miccional (RPM) em idosos com confusão crônica em ILPI Introdução: O controle adequado da micção é um processo complexo que depende da integridade funcional do sistema nervoso central (SNC). Em indivíduos com demência, alterações neurodegenerativas podem comprometer estruturas responsáveis pela percepção da plenitude vesical e pela coordenação da resposta miccional, resultando em disfunções urinárias, entre elas o aumento do resíduo pós-miccional (RPM). Esse acúmulo de urina na bexiga favorece a ocorrência de infecções do trato urinário (ITU) e pode evoluir para complicações urológicas e renais mais graves(1).Objetivo: Avaliar o resíduo pós-miccional em idosos com demência residentes em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs). Métodos: Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e quantitativa, realizada em duas ILPIs no estado de São Paulo, que abrigam 14 e 31 idosos, respectivamente. Os critérios de inclusão foram: diagnóstico de enfermagem (DE) de Confusão Crônica e presença de qualquer DE relacionado à alteração urinária. Após aplicação dos critérios, 20 idosos participaram do estudo. A avaliação do RPM foi realizada por meio de ultrassonografia portátil (POCUS), modelo 910. Resultados: A maioria dos participantes (n=18) era do sexo feminino, com idade média de 81,5 anos. Metade dos idosos estava institucionalizada há menos de dois anos. Quanto às comorbidades, 90% apresentavam condições clínicas associadas, com destaque para Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica. Em relação à mobilidade, 4 idosos deambulavam sem auxílio, 8 com auxílio, e 10 estavam restritos ao leito. No que se refere à incontinência urinária (IU), 77% apresentavam IU funcional e 33% IU de urgência. Todos faziam uso contínuo de fraldas, tanto diurnas quanto noturnas. A média dos valores de RPM foi de 77 ml. Dentre os participantes, 40% apresentaram RPM inferior a 50 ml, 35% entre 50 e 100 ml, e 20% superior a 100 ml. A literatura diverge quanto aos valores considerados normais ou aceitáveis de RPM. A Sociedade Brasileira de Urologia considera como normal valores inferiores a 50 ml(2). Estudo com pacientes com IU funcional demonstrou maior risco de ITU em indivíduos com RPM superior a 100 ml(3). Conclusão: Os idosos avaliados apresentaram diferentes tipos de incontinência urinária, com predominância da forma funcional. Os valores de RPM foram heterogêneos, com maior prevalência de medidas inferiores a 100 ml. A associação desses dados, em estudos futuros, com variáveis como incidência de ITU ou insuficiência renal pode contribuir para a definição de parâmetros clínicos mais precisos e para a elaboração de protocolos de esvaziamento vesical, visando à prevenção de complicações. Iris Koth Da Silva Kailane Manuela Schendroski De Araújo Maria Eduarda Antunes Feitosa Joselaine Nadia Da Silva Rodrigues Liliane Pires Adriana Cecel Guedes Marili Calabro Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SEXUALIDADE E INCONTINÊNCIA URINÁRIA: O IMPACTO INVISÍVEL NA QUALIDADE DE VIDA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2297 Julia França Torres Andrezza Silvano Barreto Flávia Alessandra Correia Da Silva Germana Pinheiro Correia Lima Sousa Liene Ribeiro De Lima Anichieriene Gomes De Oliveira Garbuggio Manuela De Mendonça Figueiredo Coelho Ana Virgínia De Melo Fialho Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA DE ESFORÇO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2298 Introdução: A Incontinência Urinária (UI) é uma disfunção do assoalho pélvico, definida como a perda involuntária de urina, em pessoas de qualquer idade, sendo sua prevalência a população feminina. É um problema que atinge 3 em cada 10 pessoas no mundo e pode ocorrer por diferentes causas. A IU pode acarretar complicações como a infecção de trato urinário, ter repercussões emocionais e sociais, tendo um grande impacto negativo na vida de quem vive com IU. Estudos mostram que um plano de cuidado de enfermagem individualizado leva à diminuição da ocorrência. O manejo da IU é uma área de especialidade do enfermeiro estomaterapeuta, sendo reconhecida pelo órgão de classe e sociedades científicas nacionais e internacionais. Objetivo: Relatar a experiência de executar a Sistematização da Assistência de Enfermagem direcionada ao paciente com diagnóstico de Incontinência Urinária de Esforço. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, realizado a partir da aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a uma pessoa com diagnóstico de IU mista. O estudo foi realizado em um ambulatório de incontinência em um hospital de atenção secundária na cidade de Fortaleza no estado Ceará em junho de 2025, durante a consulta foi realizado a anamnese e avaliação do assoalho pélvico.A partir dos dados coletados, tornou-se possível traçar os diagnósticos de Enfermagem utilizando a taxonomia da NANDA-I1 e elaborar as intervenções e resultados esperados, utilizando a Classificação das Intervenções de Enfermagem2 (NIC) e da Classificação dos Resultados de Enfermagem3 (NOC). Resultados: A implementação da assistência de Enfermagem possibilitou identificar os seguintes diagnósticos: (1) Eliminação urinária prejudicada relacionada a esvaziamento incompleto da bexiga, evidenciada por assoalho pélvico enfraquecido. (2) Incontinência urinária de esforço relacionada a perda involuntária de urina com atividades que aumentam a pressão intra- abdominal, não associada a urgência para urinar, evidenciada por vazamento de urina ao esforço físico, como rir, espirrar e tossir. (3) Ansiedade excessiva relacionada a insegurança, preocupação com mudanças em eventos da vida, produtividade diminuída, tensão, frequência urinária aumentada. Desta forma, foi possível pautar as seguintes intervenções: orientar o paciente quanto aos métodos para reduzir a ansiedade; Identificar pessoas significativas cuja presença pode ajudar o paciente; Treinamento Muscular do Assoalho Pélvico (TMAP): ensinar e acompanhar realização de exercícios para fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico; Controle hídrico, alertar sobre ingestão adequada de líquidos, evitando excessos e buscando um padrão regular de micção, e alertar sobre a restrição de bebidas que podem irritar a bexiga. Os resultados esperados foram: Continência Urinária; Integridade Tissular; e Bem-estar Pessoal. Conclusão: Diante do exposto, a SAE torna-se um instrumento indispensável na prática da assistência de Enfermagem, principalmente quanto ao cuidar individualizado do paciente, além de garantir a autonomia do enfermeiro, servindo como instrumento para o enfermeiro estomaterapeuta. Francisca Virna Barbosa Albuquerque Adine De Andrade Fiuza Camila Barroso Martins Marcela Bezerra Lima Deodato Fabiana Rocha Da Silva Paula Eduarda Magalhães Oliveira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 VIVÊNCIAS ACERCA DOS CUIDADOS SOBRE COMPORTAMENTOS SANITÁRIOS COM A EQUIPE DE ENFERMAGEM DA REDE HOSPITALAR https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2299 Introdução: A Incontinência Urinária (IU), conforme a definição da Sociedade Internacional de Continência é uma perda involuntária de urina. Neste sentido, a IU impacta significativamente a qualidade de vida, afetando aspectos físicos, psicossociais e sexuais diários. Outrossim, as práticas de comportamentos sanitários adequados ou inadequados, como forçar a micção ou retardá-la, contribui para o desenvolvimento de disfunções do assoalho pélvico. Objetivos: Vivências e dúvidas de comportamentos sanitários pela equipe de enfermagem em uma unidade hospitalar de nível de alta complexidade. Métodos: Estudo transversal, analítico que consiste na quantificação de informações de acordo com a tradução no formato numérico. A pesquisa foi feita com a equipe de enfermagem de uma unidade hospitalar de alta complexidade. Outrossim, os dados faram tabulados no Microsoft Excel 2019 com digitação dupla para correção de erros e limpeza do banco de dados. Posteriormente, o banco dos foi exportado para o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 29.0. Na estatística descritiva, foram realizadas frequência absoluta e percentual para as variáveis categóricas. Na estatística inferencial, foram empregados os testes estatísticos de associação Qui Quadrado de Pearson e Teste Exato de Fisher, considerando significativo o valor de p &lt;0,05. A força de associação entre as variáveis categóricas foi aferida pela Odds Ratio, considerando o intervalo de confiança (IC) de 95%. A variável dependente do estudo foi o comportamento sanitário (adequado x inadequado). Resultados: No estudo, predominou a presença de mulheres pardas (65,7%), com idade entre 32 e 59 anos (60,2%), enfermeiras (68,5%) e com experiência profissional de até cinco anos (55,6%). Dentre elas, a maioria não experienciou nenhuma gestação (39,8%), 22,2% relataram ter tido uma gestação, 25% tiveram duas gestações, 9,3% registraram três gestações e 3,7% apresentaram quatro ou mais gestações. Quanto a via de parto, 10,2% referiram ter um parto normal, sendo que 8,3% tiveram laceração e 26,9% das mulheres referiram ter tido pelo menos uma cesárea. Em relação ao ciclo menstrual, 57,4% referiram ter menstruação regular. Em relação aos hábitos de saúde, 28,7% das mulheres mencionaram a ingestão de 2 litros de água diariamente. Além disso, 42,6% relataram histórico de infecção urinária, dos quais 32,4% afirmaram que os episódios ocorriam uma vez por ano. Quanto à incontinência urinária, 10,2% das mulheres indicaram perda urinária ao tossir, 13% ao espirrar, 25,9% durante momentos de urgência para ir ao banheiro, e 20,4% relataram perdas 1 a 2 vezes por semana. Ademais, 48,1% evitam utilizar banheiros públicos ocasionalmente, enquanto 52,8% demoram a ir ao banheiro. No que tange aos fatores correlacionados, o histórico de infecção urinária (p=0,004), a quantidade de vezes que teve infecção urinária ao ano (p=0,006), a última vez que teve infecção urinária (p=0,027), a quantidade de vezes que costuma ir ao banheiro durante a jornada de trabalho (p=0,009) e a posição utilizada no ato miccional apresentaram associação com o comportamento sanitário adequado. Conclusão: De forma abrangente, os resultados deste estudo evidenciaram que a equipe de enfermagem apresenta fragilidades quanto aos fundamentos e conhecimentos necessários para identificar, tratar e prevenir comportamentos sanitários inadequados. Lana Ravena Sousa Benvido Sandra Marina Gonçalves Bezerra Danda Gabrielly Ferreira Ripardo Aline Costa De Oliveira Jefferson Abraão Caetano Lira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 VIVÊNCIAS DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA E O PROTAGONISMO DA ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2300 Introdução A incontinência urinária é uma condição que afeta a qualidade de vida e compromete o bem- estar físico, emocional, psicológico e social1. Apresenta maior prevalência em mulheres2,3, e muitas delas deixam de procurar o serviço de saúde devido aos sentimentos negativos causados pela condição e à crença de normalidade em razão do processo de envelhecimento3. Cursa com elevada carga emocional e isolamento social, estando relacionada com altos gastos em dispositivos médicos de contenção da urina e realização de tratamentos4. Objetivo Descrever vivências de mulheres com incontinência urinária, e analisar o protagonismo da enfermagem na Atenção Primária no cuidado integral a essa condição, através das consultas de enfermagem. Método Relato de experiência. Resultados Através de consultas de enfermagem com pacientes que apresentavam queixas relacionadas à incontinência urinária, observou-se que muitas acreditam ser normal perder pequenas quantidades de urina ocasionalmente ou ir várias vezes urinar em um curto período, especialmente antes de sair ou fazer atividades, para evitar a necessidade de segurar a urina. Outras relataram reduzir drasticamente a ingestão de líquidos ou concentrar o consumo em apenas parte do dia. Diversas pacientes identificaram que os episódios de perda urinária ocorriam em situações como carregar peso ou durante atividades físicas. Por receio de episódios constrangedores, muitas passaram a evitar ou até interromper essas práticas. Muitas relataram ainda que evitavam sair de casa, adaptando rotinas e formas de trabalho para lidar com a condição. Pacientes atendidas na Atenção Primária que foram encaminhadas a serviços de média a alta complexidade relataram que não passaram por avaliação da musculatura do assoalho pélvico, e a maioria não foi questionada sobre hábitos alimentares antes de serem encaminhadas, no entanto mesmo após passarem por serviços especializados, muitas não compreenderam sua condição. Algumas disseram não ter recebido alternativas terapêuticas e, entre as que receberam orientações, estas foram superficiais, limitando-se a recomendações genéricas sobre exercícios do assoalho pélvico. Foram reencaminhadas à atenção primária para iniciar o tratamento. A avaliação de hábitos, estilo de vida e musculatura do assoalho pélvico mostrou que muitas poderiam ser tratadas na própria Atenção Primária, considerando o vínculo já estabelecido e a abordagem integral, além de contemplar a longitudinalidade do cuidado. O tratamento conservador da incontinência urinária, o qual pode ser realizado pelo enfermeiro(a), pode ser iniciado sem necessidade de exames ou diagnóstico especializado, sendo exemplos destes exercícios de assoalho pélvico, biofeedback, treino vesical dentre outros. Durante as consultas, foi observado que as mulheres passaram a refletir sobre seus hábitos diários, identificando comportamentos que poderiam contribuir para o agravamento do quadro. Conclusão Os relatos evidenciam a importância da enfermagem da Atenção Primária no manejo da incontinência urinária. A ausência de orientações adequadas e a limitada compreensão sobre a condição contribuem para a ineficácia do tratamento, reforçando a necessidade de promover o protagonismo das pacientes no autocuidado e condução da saúde. Nesse contexto, ressalta-se a importância de que os profissionais de enfermagem estejam capacitados para realizar avaliação integral destas mulheres, a fim de planejar intervenções eficazes que proporcionem cuidado resolutivo, individualizado e humanizado. Jacqueline Duarte Machado Guilherme Mortari Belaver Elizimara Ferreira Siqueira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ABORDAGEM DA ESTOMATERAPIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UMA REVISÃO INTEGRATIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2301 Introdução: a investigação sobre a abordagem da estomaterapia nos cursos de graduação em enfermagem revela-se relevante diante da necessidade de atualização curricular frente à dinamicidade do perfil epidemiológico, ao aumento da expectativa de vida e à crescente prevalência de doenças crônicas1. Além disso, a formação profissional deve estar alinhada às diretrizes das políticas públicas de saúde e às demandas do mercado de trabalho2. Nesse contexto, esta revisão integrativa busca preencher lacunas na produção científica sobre como a estomaterapia é abordada na graduação, contribuindo para a qualificação dos futuros enfermeiros. Objetivo: identificar os estudos previamente produzidos acerca dos conteúdos sobre a área de estomaterapia abordados nos cursos de graduação em enfermagem. Método: trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com busca bibliográfica em 27 de setembro de 2023, nas bases de dados Medline (via Pubmed), Scopus, Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (Cinahl) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs). A questão de pesquisa foi: Quais são os conteúdos relativos à estomaterapia abordados nos cursos de graduação em enfermagem? Termos de busca para o acrônimo PICo (população: graduandos de enfermagem; interesse: conteúdo desenvolvido sobre estomaterapia; e contexto: cursos de graduação em enfermagem) foram correlacionados. Para identificação dos termos de busca, foram consultados os vocabulários controlados DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings). Não foram aplicados filtros de data, idioma e/ou desenho de estudo (no intuito de captar um quantitativo mais abrangente de produção científica sobre o objeto). O processo de elaboração das estratégias de busca atendeu às recomendações do Peer Review of Electronic Search Strategies (Press). As estratégias de busca foram adaptadas para cada base de dados, incluindo termos em português e espanhol para a Lilacs. Após a busca, 619 registros foram identificados e exportados para o gerenciador de referências Rayyan, 198 duplicatas foram removidas, resultando em 421 registros. Dois revisores independentes selecionaram sete estudos para leitura na íntegra, e quatro estudos foram incluídos na revisão. Resultados: dos quatro estudos incluídos, 75% (três artigos) foram publicados no Brasil e 25% (um artigo) nos Estados Unidos da América (EUA), entre 2018 e 2022. Apenas um artigo foi catalogado na Medline, e os três restantes na Lilacs. Os resultados evidenciam que a estomaterapia ainda carece de maior ênfase no ensino de graduação em enfermagem, tanto no Brasil quanto nos EUA, indicando a necessidade de maior inserção e valorização dessa temática na formação profissional. Essa constatação reforça a importância da revisão dos currículos dos cursos de graduação em Enfermagem, com vistas à ampliação e à integração efetiva dos conteúdos relacionados à estomaterapia nas disciplinas obrigatórias dos cursos. Um estudo realizado nos EUA mostrou que estudantes de enfermagem possuem conhecimento inicial e experiência clínica limitada em estomias, mas demonstram alta confiança no cuidado. Essa confiança, aparentemente desproporcional à experiência prática, sugere a necessidade deajustes curriculares que promovam a ampliação do conhecimento teórico, o fortalecimento das vivências práticas e a avaliação sistemática do impacto dessas estratégias no processo formativo3. Outros estudos apontam que, no Brasil, há predominância de conteúdos relacionados a feridas nas disciplinas obrigatórias, enquanto temas como estomias e incontinências são abordados principalmente em disciplinas optativas ou em atividades de extensão, o que evidencia uma lacuna na grade curricular1,4,5. Um dos estudos oferece uma reflexão relevante ao relacionar a formação em estomaterapia a discussões desenvolvidas em atividades de extensão, apontando essas iniciativas como alternativas promissoras para suprir lacunas curriculares. No entanto, destaca-se que o fortalecimento e a integração dos conteúdos relacionados ao cuidado com feridas e estomias nos currículos formais são fundamentais para a qualificação da formação dos enfermeiros, de modo a prepará-los adequadamente para as demandas específicas dessa área de atuação1. Conclusão: a incipiência de estudos sobre o desenvolvimento do conteúdo de estomaterapia nos cursos de graduação em enfermagem é notória. A pesquisa reforça a importância de repensar os currículos, ampliando o espaço dedicado à estomaterapia e integrando-a de forma mais robusta às disciplinas obrigatórias. Estratégias pedagógicas inovadoras e a avaliação de intervenções curriculares podem melhorar a formação dos graduandos, promovendo um aprendizado sólido e alinhado às necessidades do cuidado em saúde. Este estudo contribui para preencher lacunas, melhorar o ensino e formar enfermeiros capacitados, impactando a qualidade de vida dos pacientes e a excelência da prática profissional. Além disso, fortalece a especialidade da enfermagem em estomaterapia, estimulando o ensino, a assistência e a pesquisa na área. Cinthia Cristine Rosa Campos Medaber Jakeline Costa Dos Santos Bruno De Souza Pappalardo Samira Silva Santos Soares Fernanda Henriques Da Silva Carolina Cabral Pereira Da Costa Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ABORDAGEM DE CONTEÚDOS RELACIONADOS À ÁREA DE ESTOMATERAPIA NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2302 Introdução: a estomaterapia, área de atuação exclusiva do enfermeiro, abrange o cuidado a pessoas com estomias, feridas agudas e crônicas, e incontinências urinária e anal, fístulas, drenos e cateteres1,2. A relevância dessa especialidade é acentuada pela crescente demanda por assistência a pessoas com condições de saúde complexas, como doenças crônicas não transmissíveis e traumas, que frequentemente resultam na necessidade de estomias ou no desenvolvimento de lesões e incontinências3. No entanto, apesar da importância do tema, observa-se que a abordagem dos conteúdos relacionados à estomaterapia nos cursos de graduação em enfermagem pode apresentar lacunas, gerando desafios para os profissionais na prática assistencial4,5. Diante desse contexto, este estudo tem como objeto a abordagem dos conteúdos relacionados à estomaterapia nos cursos de graduação em enfermagem, visando contribuir para a discussão sobre a adequação curricular frente às necessidades epidemiológicas e assistenciais da população. Objetivos: identificar as metodologias e as estratégias pedagógicas para o desenvolvimento dos conteúdos relativos à estomaterapia nos cursos de graduação em enfermagem e analisar os conteúdos relativos à estomaterapia abordados nos cursos de graduação em enfermagem. Método: trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, realizado com onze coordenadores de cursos de graduação em Enfermagem de instituições de ensino públicas e privadas do Estado do Rio de Janeiro. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer nº 6.954.796. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada, e as informações foram processadas pelo software IraMuTeQ®. A análise seguiu a Classificação Hierárquica Descendente (CHD), permitindo a identificação de eixos temáticos. Resultados: a análise das entrevistas resultou na identificação de quatro classes, organizadas em dois blocos temáticos. O primeiro bloco, intitulado "Fundamentos para o ensino do cuidado em estomaterapia", é composto pela classe referente às bases teóricas e práticas para o desenvolvimento de competências e habilidades nessa área, representando 22,4% (f = 26 Segmentos de Texto - ST) do corpus analisado. Os léxicos mais representativos desta classe incluem: desenvolver, semiologia, pele, aprofundar, olhar, problema, semiotécnica, fisiologia, procedimento, patológico, início e fisiopatologia. Verificou-se uma formação progressiva, que se inicia com disciplinas teóricas como Anatomia, Fisiologia Humana e Fisiopatologia, avançando posteriormente para componentes práticos como Semiologia e Semiotécnica. Esses conteúdos curriculares são considerados essenciais para a formação do enfermeiro, pois fornecem a base morfológica e morfofisiológica necessária à compreensão da estrutura e funcionamento do corpo humano, bem como das alterações decorrentes de processos patológicos. O segundo bloco temático, denominado "Implementação do ensino da estomaterapia nos cursos de graduação em Enfermagem", é composto por três classes. A primeira delas trata da articulação teórico-prática no ensino da estomaterapia, abrangendo 25,9% (f = 30 ST) do corpus. Entre os léxicos mais frequentes nesta classe, destacam-se: treinamento, campo, aluno, técnica, simulação, ensino teórico-prático, habilidade, teórico e laboratório. A segunda classe refere-se às metodologias, estratégias e períodos letivos associados ao ensino da estomaterapia, também com 25,9% (f = 30 ST) do corpus. Os léxicos predominantes incluem: sétimo período, oitavo período, aulas expositivas, estágio, recurso, nono período, cirúrgico, décimo período, internato, quinto período, vídeo, laboratório de simulação realística, sexto período e estratégias de ensino. A análise revelou que os conteúdos de estomaterapia são organizados curricularmente do terceiro ao décimo período, promovendo um processo de aprendizagem progressivo e contínuo. A terceira classe deste bloco aborda as disciplinas e conteúdos relacionados ao cuidado em estomaterapia, também correspondentes a 25,9% (f = 30 ST) do corpus. Os principais léxicos identificados foram: saúde do adulto e do idoso, clínica médica, disciplina, atenção básica, hospital, cuidativa, hospitalar, domiciliar, área, fundamentos de enfermagem e semestre. A partir dos ST analisados, constatou-se que os conteúdos relativos à estomaterapia estão inseridos em disciplinas obrigatórias da matriz curricular, com destaque para Saúde do Adulto e do Idoso e Fundamentos de Enfermagem. Observou-se, ainda, uma progressiva inserção de temas como feridas, estomias, incontinência, fístulas, drenos e cateteres, os quais são abordados em diferentes disciplinas ao longo da formação acadêmica. Conclusão: os resultados evidenciam a necessidade de ampliar e aprofundar os conteúdos relacionados à estomaterapia nos cursos de graduação em enfermagem. Destaca-se a importância de integrar o desenvolvimento desses conteúdos ao longo dos ciclos básico e profissional, com o objetivo de garantir uma abordagem equilibrada e progressiva das disciplinas. Tal integração evita tanto a omissão quanto a repetição de temas, promovendo uma formação mais coesa, eficiente e alinhada às demandas da prática profissional contemporânea. Cinthia Cristine Rosa Campos Medaber Jakeline Costa Dos Santos Bruno De Souza Pappalardo Samira Silva Santos Soares Fernanda Henriques Da Silva Carolina Cabral Pereira Da Costa Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CENÁRIO DE SIMULAÇÃO CLÍNICA PARA TREINAMENTO DE ENFERMEIROS NA APLICAÇÃO DA BOTA DE UNNA: DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS PRELIMINARES https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2303 Thalia Alves Chagas Menezes Manuela De Mendonça Figueirêdo Coelho Viviane Mamede Vasconcelos Cavalcante Ivana Maria Dos Santos Aguiar Beatriz Alves De Oliveira Camila Barroso Martins Pedro Miguel Alves Rocha Ivina Maria Angelo Araujo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DEMOCRATIZANDO O ACESSO À CIÊNCIA: ANÁLISE DO PERFIL E DA PERCEPÇÃO DOS PARTICIPANTES DE UM CLUBE CIENTÍFICO EM ESTOMATERAPIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2304 Rebeca Kalil De Freitas Débora Ribeiro Nalesso Juliano Teixeira Moraes Aline De Oliveira Ramalho Rayanne Pinheiro Dos Santos Kuster Jordânia Fassarella Bandeira Maysa Silva Castelar Costa Paula De Souza Silva Freitas Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EDUCAÇÃO PERMANENTE EM ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO: SENTIDOS ATRIBUÍDOS POR ENFERMEIROS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2305 Janderson Cleiton Aguiar André Aparecido Da Silva Teles Antonio Jorge Silva Correa Júnior Camila Maria Silva Paraizo-Horvath Eliseu Fernando Antonio Equele Helena Megumi Sonobe Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EDUCAÇÃO PERMANENTE SOBRE ESTOMIAS DE ELIMINAÇÃO NA PERSPECTIVA DA PRÁTICA AVANÇADA DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2306 Janderson Cleiton Aguiar André Aparecido Da Silva Teles Antonio Jorge Silva Correa Júnior Camila Maria Silva Paraizo-Horvath Eliseu Fernando Antonio Equele Helena Megumi Sonobe Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 METODOLOGIA ATIVA COMO ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE VOLTADA PARA PREVENÇÃO DE LESÃO POR PRESSÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2307 Introdução: As lesões por pressão constituem um grave problema de saúde pública, sendo associadas a maior morbimortalidade, aumento do tempo de internação e elevação dos custos assistenciais¹. Sua ocorrência, em grande parte, é evitável mediante a implementação de estratégias de prevenção baseadas em evidências, sendo a atuação da equipe de enfermagem fundamental nesse processo. Diante disso, torna-se imprescindível o investimento contínuo na capacitação dos profissionais de enfermagem, por meio de práticas educativas que favoreçam a aquisição de conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades técnicas e a mudança de atitudes². As metodologias ativas demonstram- se ferramentas promissoras para a qualificação da prática clínica, estimulando o engajamento no processo de aprendizagem de boas práticas³. Na instituição de saúde, existe o Programa “Prevenir tá na pele” com o intuito de implementar a cultura de prevenção de lesões, incluindo capacitação de profissionais de saúde e acompanhantes nesse propósito. Objetivo: Relatar a experiência da realização de uma atividade educativa sobre prevenção de lesão por pressão voltada para os profissionais da equipe de enfermagem como estratégia de sensibilização e construção do conhecimento. Método: Trata- se de um relato de experiência realizado em uma unidade hospitalar privada de uma rede verticalizada em Salvador, Bahia, no mês de novembro de 2024. A atividade foi conduzida por duas estomaterapeutas, com a participação de enfermeiros e técnicos de enfermagem da instituição. Essa ação durou em média 30 minutos e foi replicada em momentos diferentes para conseguir abranger o maior número de profissionais de saúde. Inicialmente, abordou-se sobre a importância da prevenção e apresentação de indicadores do hospital. Em seguida, cada profissional recebeu 4 imagens ou frases sobre cuidados relacionados com a prevenção de lesão por pressão conforme os protocolos institucionais. Cada um por vez foi fixando essas imagens em cartolinas, sendo uma da cor verde representando “Eu previno lesão assim” e a outra na cor vermelha com a frase “Tô fora”, identificando se eram adequadas ou inadequadas para a prevenção de lesão por pressão e justificando suas respostas. A mediação permitiu discussões, esclarecimento de dúvidas e reforço de práticas baseadas em evidências. Resultados: A atividade gerou alto envolvimento dos participantes, favorecendo a troca de experiências, identificação de mitos e não- conformidades no cuidado, e fortalecimento de práticas preventivas, especialmente, do programa “Prevenir tá na pele”. Observou-se maior retenção dos conteúdos e estímulo ao pensamento crítico. Ao final da dinâmica, os participantes relataram sentir-se mais seguros quanto às medidas eficazes para prevenção de lesões. Conclusão: Essa dinâmica demonstrou ser uma ferramenta eficaz para a educação em saúde, promovendo aprendizado significativo, participação ativa e mudanças positivas na percepção sobre a prevenção de lesões por pressão. Tais estratégias devem ser incentivadas no contexto da estomaterapia como forma de qualificação do cuidado. Thais Vaz Orge Hilda Macambira Santtos Holanda Maria Laura Silva Gomes Leilane Andrade Gonçalves Nayanne Oliveira Da Silva Sarah Maria Rodrigues Lima Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 OS DESAFIOS DO MUNDO DO TRABALHO DO ESTOMATERAPEUTA NO CONTEXTO DA INTEGRAÇÃO E TRANSIÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2308 Gustavo Assis Afonso Lana De Medeiros Escobar Caroline Rodrigues De Oliveira Patrícia Alves Dos Santos Silva Magda Guimarães De Araujo Faria Cristiane Helena Gallasch Carolina Cabral Pereira Da Costa Norma Valéria Dantas De Oliveira Souza Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SIMULAÇÃO COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NA ESTOMATERAPIA: CONECTANDO TEORIA E PRÁTICA NO ENSINO DE ENFERMAGEM https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2309 Introdução: Durante a formação em enfermagem, é importante que o aluno da graduação tenha contato com estomias, feridas e disfunções miccionais e evacuatórias nos âmbitos da atenção primária, ambulatorial e hospitalar a fim de desenvolver competências gerais e interdisciplinares para o atendimento de pacientes que demandam esses cuidados. A prática docente em uma universidade pública do sul do Brasil permitiu observar que as áreas da Estomaterapia são abordadas em seus aspectos gerais e pouco aprofundados em seus aspectos preventivos, terapêuticos e de reabilitação. A fim de minimizar a fragilidade observada, passou-se a aprofundar os conteúdos da Estomaterapia em disciplinas de Enfermagem Fundamental, bem como iniciou-se a oferta da disciplina eletiva de "Introdução a Estomaterapia: Feridas, Estomias, Disfunções Miccionais e Evacuatórias". Paralelo a essas ações, o projeto de ensino "Simulação em Estomaterapia: perspectivas para o ensinar e o aprender em estomas, feridas e incontinências" vem desenvolvendo, desde o ano de 2022, cenários de simulação realística para serem utilizados nos diferentes espaços de formação. O ensino simulado é uma estratégia de aprendizagem significativa, requerendo a participação efetiva do aluno no seu desenvolvimento (1,2,3). Objetivo: Relatar o desenvolvimento de cenários de simulação sobre o cuidado em Estomaterapia para utilização no ensino de graduação em enfermagem. Método: Estudo com abordagem metodológica para a construção de cenários de simulação realística sobre Estomaterapia (4). Para a construção dos cenários foram utilizadas as seguintes etapas: definição dos objetivos de aprendizagem, inventário de recursos, parâmetros iniciais e instruções para o operador, documentação de suporte, contexto do cenário, ferramentas de apoio ao ensino, referências e observações para o instrutor (5). Os dados utilizados são de domínio público e não envolvem pesquisa direta ou indireta com seres humanos ou animais. Resultados: Entre os anos de 2022 a 2024 foram desenvolvidos os seguintes cenários de simulação: ferida operatória com deiscência, lesão por pressão, úlcera venosa, colostomia, ileostomia, nefrostomia, pré-operatório de urostomia, dermatite irritativa periestomal, prolapso de colostomia e incontinência urinária de esforço com prolapso. Estão em desenvolvimento os seguintes cenários: ferida operatória infectada, gastrostomia e incontinência urinária de urgência. Conclusão: A relevância do projeto para o ensino está na articulação da simulação ao ensino de Estomaterapia, conferindo segurança e qualidade ao cuidado prestado pelo futuro enfermeiro ao paciente nos cenários da atenção primária e hospitalar. Além disso, o projeto propiciou aos alunos bolsistas e voluntários envolvidos, a participação no planejamento de atividades de ensino inovadoras, possibilitando o desenvolvimento do pensamento crítico-reflexivo em relação ao processo de ensino-aprendizagem. Pretende-se, ainda em 2025, submeter um projeto de pesquisa visando a validação dos cenários de simulação desenvolvidos com estudantes de enfermagem. Ana Paula Scheffer Schell Da Silva Júlia Nunes Ludwig Raphaelli Freitas Gnatta Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ANSIEDADE, DEPRESSÃO E ESTRESSE PERCEBIDO EM PACIENTES NO PERIOPERATÓRIO POR CÂNCER COLORRETAL SEGUNDO A PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE ESTOMIA INTESTINAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2310 Introdução: O câncer colorretal (CCR) destaca-se entre as neoplasias malignas mais incidentes no Brasil e no mundo, sendo responsável por elevada mortalidade, especialmente quando diagnosticado em estágios avançados. A cirurgia constitui a principal alternativa terapêutica, entretanto, frequentemente implica em procedimentos de grande porte, com repercussões mutilatórias e necessidade de confecção de estomia intestinal, que pode agravar o sofrimento psicoemocional. Neste contexto, sentimentos de ansiedade, depressão e estresse são frequentes, impactam negativamente a recuperação e exigem da equipe de enfermagem, atenção integral e planejada. A avaliação desses sintomas no perioperatório, considerando a presença ou ausência de estomia intestinal e sua relação com características sociodemográficas, clínicas e terapêuticas, pode subsidiar intervenções mais assertivas e humanizadas. Ademais, no Brasil, são escassos os estudos que avaliam longitudinalmente o impacto psicoemocional do perioperatório por CCR considerando a presença de estomia, especialmente em instituições públicas. Objetivo: Avaliar os sintomas de ansiedade, depressão e estresse percebido em pacientes no perioperatório por CCR, segundo a presença ou ausência de estomia intestinal, bem como investigar sua associação com variáveis sociodemográficas, clínicas e terapêuticas. Método: Estudo observacional, analítico, de coorte prospectiva, desenvolvido em hospital universitário público do estado de São Paulo. A amostra consecutiva e não probabilística foi composta por 73 pacientes, maiores de 18 anos, internados para primeira cirurgia por CCR, entre 2018 e 2020. Foram excluídos pacientes submetidos a cirurgias de ressecção intestinal paliativa ou com alterações cognitivas impeditivas para responder às escalas. A coleta de dados ocorreu em três momentos: pré-operatório imediato, na alta hospitalar e primeiro retorno ambulatorial após alta. Utilizou-se questionário estruturado para caracterização sociodemográfica, clínica e terapêutica, a Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) para avaliação de ansiedade e depressão, e a Brazilian Perceived Stress Scale (BPSS-10) para o estresse percebido. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e inferencial, com nível de significância de 5%. O estudo respeitou a legislação sobre pesquisa com seres humanos e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição proponente. Resultados: Houve distribuição equitativa entre sexos, com média de idade de 61,8 anos. Predominaram pacientes com companheiros, baixa escolaridade e economicamente inativos. A maior parte apresentou comorbidades associadas, além de IMC com prevalência de sobrepeso e obesidade. O tipo histológico mais frequente foi o adenocarcinoma moderadamente diferenciado (89,1%), localizado em sigmoide e reto (68,5%), com estadiamento III/IV em 58,9% dos casos. A maioria das cirurgias foi de grande porte (79,4%), com técnica convencional (63%); 41,1% dos pacientes necessitaram da confecção de estomia intestinal, sendo que todos foram submetidos à demarcação pré-operatória, realizada por enfermeiro capacitado. No geral, houve diferença estatisticamente significante nos sintomas de ansiedade, depressão e estresse percebido, nos três momentos investigados. Entre os pacientes com a confecção de estomia intestinal, houve aumento significativo nos sintomas de ansiedade, depressão e estresse percebido no primeiro retorno ambulatorial em comparação ao pré-operatório e à alta hospitalar (p=0,000). Os sintomas foram semelhantes entre o pré-operatório e a alta. Entre os pacientes sem a confecção da estomia intestinal, observou-se redução significativa dos sintomas de ansiedade na alta hospitalar em comparação ao pré-operatório (p=0,001) e ao primeiro retorno ambulatorial (p=0,000). No entanto, os níveis de depressão e estresse percebido foram significativamente mais elevados no primeiro retorno ambulatorial em comparação aos outros momentos (p&lt;0,002). Houve associação significativa entre sintomas investigados e variáveis clínicas, como estadiamento avançado, presença de comorbidades, intercorrências gastrointestinais e uso de técnicas cirúrgicas mais invasivas. A confecção da estomia também apresentou associação com níveis mais altos de ansiedade e estresse percebido no pós-alta, evidenciando a vulnerabilidade dessas pessoas no processo de adaptação ao autocuidado e às mudanças na imagem corporal. Estes achados evidenciam lacunas importantes para o planejamento de cuidados de enfermagem individualizados e reforçam a relevância da avaliação sistemática do sofrimento psicoemocional no contexto perioperatório de pacientes com CCR. A confecção de estomia intestinal constituiu fator potencializador de ansiedade, depressão e estresse percebido, especialmente no pós-operatório mediato, fase em que o paciente e sua família enfrentam desafios relacionados ao autocuidado, à adaptação à sua nova condição e imagem corporal, e às limitações sociais e ocupacionais. Por outro lado, a fase pré-operatória mostrou-se crítica para o manejo da ansiedade, sobretudo entre pacientes que não necessitaram de estomia, o que pode estar relacionado à incerteza sobre o diagnóstico e à expectativa quanto à confecção da estomia intestinal. Destaca-se o papel do enfermeiro estomaterapeuta na demarcação prévia do local da estomia, ação fundamental para prevenir complicações periestomais e favorecer a reabilitação. Contudo, essa prática, por si só, não elimina a necessidade de suporte psicológico contínuo, que deve ser planejado de forma interdisciplinar e ajustado às necessidades individuais. O sofrimento emocional também evidenciou relação com aspectos clínicos, como estadiamento tumoral e ocorrência de complicações pós- operatórias, demonstrando que a complexidade do quadro clínico influencia diretamente o enfrentamento do tratamento. Conclusão: Pacientes submetidos à cirurgia por CCR, com ou sem estomia intestinal, apresentaram sintomas relevantes de ansiedade, depressão e estresse percebido em diferentes momentos do perioperatório, com variações significativas de acordo com a presença de estomia. Os resultados reforçam a importância de estratégias de cuidado que contemplem não apenas a reabilitação física, mas também o acompanhamento emocional, desde o pré-operatório até o período pós-alta, com vistas à redução de complicações psicoemocionais e promoção da qualidade de vida. Destaca-se que a atuação especializada do enfermeiro estomaterapeuta é decisiva não apenas para minimizar complicações, mas também, para favorecer o acolhimento e reduzir incertezas do paciente e família. O presente estudo contribui para ampliar o entendimento sobre a dimensão emocional do paciente cirúrgico oncológico e aponta a necessidade de incorporar a avaliação de sofrimento psicoemocional como componente essencial da assistência perioperatória. A adoção de protocolos que incluam triagem, acompanhamento psicológico, educação em saúde e intervenções de enfermagem baseadas em evidências pode favorecer o enfrentamento, minimizar impactos negativos da estomia intestinal e fortalecer a prática de cuidado centrado na pessoa. Além disso, os resultados apresentados servem de base para futuras pesquisas, com delineamentos mais robustos, visando aprofundar o conhecimento sobre os fatores associados ao sofrimento emocional em diferentes fases do tratamento oncológico. André Aparecido Da Silva Teles Janderson Cleiton Aguiar Antonio Jorge Silva Correa Júnior Camila Maria Silva Paraizo-Horvath Eliseu Fernando Antonio Equele Helena Megumi Sonobe Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO CUIDADO AUTORREFERIDA DA PESSOA COM ESTOMIA NO CENTRO OESTE MINEIRO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2311 Introdução: A qualidade do cuidado em saúde, entendida como a capacidade dos serviços em promover resultados desejáveis com base em evidências e centrados no usuário, é um elemento essencial para a efetividade das ações no Sistema Único de Saúde (SUS). No contexto das pessoas com estomia, essa qualidade está diretamente relacionada à promoção da dignidade, da autonomia e da inclusão. No Brasil, embora faltem dados consolidados, estima-se que cerca de 207 mil pessoas vivam com estomias. Desde 1993, o SUS regulamenta a assistência a essa população, reconhecendo-a, inclusive, como pessoa com deficiência física. Contudo, persistem lacunas importantes na qualidade da atenção ofertada, especialmente no que diz respeito à percepção dos próprios usuários. Estudos evidenciam a escassez de investigações que incluam a perspectiva da pessoa com deficiência, muitas vezes desconsiderada ou mediada por práticas capacitistas, o que pode comprometer a humanização e a efetividade do cuidado. Diante disso, torna-se relevante compreender como as pessoas com estomia percebem os cuidados oferecidos pelos Serviços de Atenção à Pessoa com Estomia (SASPO), especialmente na região Centro- Oeste de Minas Gerais. Essa escuta qualificada pode subsidiar ações mais inclusivas, humanizadas e coerentes com os princípios do SUS. Objetivo: avaliar a qualidade do cuidado autorreferida nos serviços de atenção à pessoa com estomia na região Centro-Oeste de Minas Gerais. Método: Trata-se de um estudo analítico, transversal, exploratório e com abordagem quantitativa, realizado com amostra por conveniência, formada por 81 pessoas com estomia e 60 acompanhantes cadastrados nos SASPO da região Centro-Oeste de Minas Gerais, composta por 53 municípios e 7 regiões de saúde. Foram estudadas as pessoas com estomia cadastradas em cinco SASPO e dois Centros Especializados em Reabilitação (CER) implantados nos municípios sede regionais da região Oeste de MG, no período de 2023 a 2025, com um total de 708 pessoas cadastradas. De acordo com o cálculo amostral, a partir da população total de cada região, esperava-se obter 253 respondentes, no entanto, após contatar todos os indivíduos da lista telefônica, foram obtidas 141 respostas, considerando tanto as pessoas com estomia atendidas no SASPO quanto seus acompanhantes. No entanto, apesar de a amostra coletada ser menor que a planejada, o poder estatístico calculado é de 99%, indicando alta probabilidade de detectar um efeito real, caso ele esteja presente. Isso sugere que, mesmo com uma amostra reduzida, a pesquisa ainda mantém uma alta capacidade de identificar diferenças estatisticamente significativas. Para a coleta formou-se uma equipe composta por três alunos de iniciação científica e três alunos voluntários, todos capacitados. Além disso, foram disponibilizados por via WhatsApp ou por ligações telefônicas os questionários autoaplicáveis e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido . Para a escolha do instrumento de pesquisa, foi realizada uma revisão de escopo para mapear os principais instrumentos de avaliação da qualidade do cuidado,identificando quatro principais instrumentos, com destaque para o Quality of Care Scale. Diante disso, no instrumento de pesquisa foram aplicados o questionário de características sociodemográficas e clínicas e posteriormente, o questionário Quality of Care Scale, validado no Brasil, que avalia a qualidade do cuidado referida por pessoas com incapacidades. Os dados coletados foram armazenados a partir da construção de uma base de dados no Excel®. Por fim, a pesquisa obteve aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de São João del-Rei/Campus Centro-Oeste, sob o parecer número 6.882.68. Resultados: A scoping review realizada como parte da dissertação identificou 17 estudos internacionais voltados à avaliação da qualidade do cuidado em estomaterapia. Desses, apenas sete utilizaram instrumentos validados especificamente para pessoas com estomia. Os mais recorrentes foram o Quality of Care Scale, o SERVQUAL e o Quality of Care from the Patient’s Perspective. Essa diversidade metodológica reforça a urgência de validar instrumentos nacionais adaptados ao contexto sociocultural brasileiro e à realidade do SUS. Paralelamente, a análise dos dados obtidos por meio da aplicação da Quality of Care Scale evidenciou que, entre os respondentes, 85,2% avaliaram os profissionais como capacitados, e 84% relataram confiança no atendimento recebido. No entanto, desafios importantes foram observados no eixo “acesso”, especialmente relacionados à localização dos serviços, ausência de transporte público adequado, barreiras arquitetônicas e tempos prolongados de espera. O domínio das “necessidades sociais” apresentou os escores mais baixos, sendo que 55,6% dos participantes relataram não receber apoio para participar de atividades sociais ou de lazer, o que impacta negativamente a qualidade de vida e está associado a sentimentos de isolamento e solidão. Além disso, apenas 33,3% tinham conhecimento sobre seus direitos legais e benefícios financeiros, o que demonstra lacunas na educação em saúde. No perfil clínico, a maioria apresentava colostomia (54%), tendo o câncer como principal etiologia (44%). Observou-se, ainda, que apenas 29,1% reconheciam a estomia como uma deficiência, o que pode limitar o acesso a políticas públicas voltadas a esse público. A análise estatística revelou que mulheres e pessoas com maior escolaridade atribuíram melhores escores à qualidade do cuidado. Conclusão: A scoping review identificou diversos instrumentos internacionais voltados à avaliação da qualidade do cuidado,o que reforça a importância de incorporar a perspectiva do paciente na análise dos serviços. A análise dos dados obtidos por meio do instrumento Quality of Care evidenciou que, apesar de avaliações positivas, persistem desafios na assistência às pessoas com estomia, como barreiras de acesso, dificuldades socioeconômicas e limitações no suporte oferecido. Diante disso, torna-se essencial fortalecer os serviços especializados, garantir acessibilidade, ampliar o suporte clínico e psicossocial e assegurar o acesso a informações claras sobre direitos e benefícios, promovendo, assim, o autocuidado, a equidade e a melhoria da qualidade de vida. Larissa Carvalho De Castro Laura Oliveira Silva Laryssa Barbosa Custodio Patrícia Pinto Braga Eliza Maria Rezende Dázio Juliano Teixeira Moraes Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA TRANSIÇÃO HOSPITAL-DOMICÍLIO DE PESSOAS IDOSAS COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2312 INTRODUÇÃO A transição demográfica vigente no Brasil e em todo o mundo tem ocasionado o aumento das internações hospitalares na população idosa, principalmente com o crescente número de doenças intestinais e urinárias, que ocasionam a confecção de estomias. A hospitalização pode provocar mudanças para à pessoa idosa que irão repercutir após a alta hospitalar. Nesse sentido, a necessidade de confecção de estomias de eliminação pode trazer impactos importantes, sobretudo, relacionados aos aspectos físicos, sociais e psicológicos1. A pessoa idosa com estomia de eliminação pode apresentar dificuldades para adaptar-se à nova condição e a não aceitação do estoma, que poderá ocasionar alterações psicológicas, emocionais e sociais quando no retorno ao domicílio, após a alta hospitalar. Ademais, observa-se um preparo insuficiente realizado pelos profissionais de enfermagem à pessoa idosa no pré e pós-operatório, acerca às orientações realizadas, e a necessidade da equipe de saúde ofertar orientações para o autocuidado de maneira adequada e eficaz23. Para oferecer segurança à continuidade do cuidado é necessária uma atenção qualificada para a transição hospital-domicílio, visando uma alta ágil e segura, com enfoque nas necessidades das pessoas estomizadas e de seus familiares/cuidadores. A transição e? definida como qualquer situação que provoca mudanças de um ambiente, condição ou estado a outro, demandando adaptação por parte da pessoa que a vivencia, e a enfermagem desempenha um papel fundamental nesse processo3. OBJETIVO Construir uma proposta de cuidados de enfermagem para transição hospital-domicílio de pessoas idosas com estomias de eliminação. MÉTODO Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo Convergente Assistencial. Desenvolveu-se em um município de médio porte, localizado no sudoeste do estado da Bahia. As unidades de escolha foram a clínica médica e a clínica cirúrgica do hospital. Participaram da pesquisa a equipe de enfermagem do hospital, composta por enfermeiros e técnicos de enfermagem. Os critérios de inclusão adotados foram: participar da assistência aos pacientes internados em uma das unidades de escolha, por um período mínimo de dois meses. Foram excluídos os profissionais que se encontravam afastados, de licença ou férias durante o primeiro encontro. A partir do aceite, os profissionais participantes constituíram o grupo de convergência deste estudo. O processo de coleta de dados desenvolveu-se a partir de dois encontros com o grupo. A análise do material empírico ocorreu com apoio do software MAXQDA (versão 2022). Os códigos criados foram agrupados por similaridade, dando origem as categorias para análise e discussão, fundamentada na Teoria das Transições de Afaf Meleis. O estudo seguiu os preceitos éticos que regem a Resolução de nº 466 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) de 2012. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), sendo iniciado após aprovação, sob parecer de número 5.353.963 e CAAE: 55411122.6.0000.0057. RESULTADOS Participaram do estudo cinco enfermeiros e 14 técnicos de enfermagem, totalizando 19 profissionais, que constituíram o grupo de convergência. Identificou-se a necessidade de intervenções terapêuticas da enfermagem para o cuidado de transição hospital-domicílio de pessoas idosas com estomias de eliminação. Nesse sentido, apontou-se demandas relacionadas ao familiar cuidador, a promoção da autonomia da pessoa idosa, a comunicação com a equipe multiprofissional e a necessidade de preparo do paciente para a alta hospitalar e retorno domiciliar. Os participantes da pesquisa apontaram a necessidade de ações educativas realizadas pela equipe de enfermagem aos familiares/cuidadores durante o cuidado e identificaram a importância de ofertarem orientações individualizadas relacionadas aos cuidados com as estomias, de modo a promover a execução e a continuidade do cuidado. Ações educativas em saúde voltadas para a promoção da saúde da pessoa idosa, trata-se de uma importante estratégia que possibilita o repasse de informações importantes sobre planejamento e execução de planos de cuidados4. Ainda, destacou-se a conscientização de cada profissional e a confecção e distribuição de instrumento informativo-educativo sobre os cuidados com a ileostomia, colostomia e urostomia. A finalidade é complementar orientações ofertadas ao longo do internamento. Tecnologias educativas podem ser utilizadas com a finalidade de proporcionar um maior alcance das informações, visto que são de fácil acesso e possibilitam a atualização e capacitação dos seus envolvidos5. Também, os profissionais destacaram a necessidade de os cuidadores participarem dos cuidados ainda no ambiente hospitalar, visto que, no retorno domiciliar, muitos terão que assumir a sua continuidade. Dessa forma, a falta de preparo e conhecimento do familiar cuidador referente ao cuidado foi um condicionante negativo da transição, e como estratégia para sobrepujar tal demanda, apontou-se a necessidade de integrar o familiar e o cuidador nos cuidados básicos diários durante a internação da pessoa idosa. O engajamento dos cuidadores familiares e dos pacientes é uma iniciativa importante na implementação dos cuidados transicionais, pois oferta maior preparo frente as dificuldades que podem emergir no cotidiano. O preparo propiciado pelos profissionais de enfermagem, em especial o enfermeiro é fundamental nesse processo de transição hospital- domicílio4. CONCLUSÃO Destaca-se o protagonismo da enfermagem no cuidado de transição hospital- domicílio à pessoa idosa com estomia de eliminação, com atuação extensa em diversas ações que promovem o preparo dessa população para a continuidade do cuidado em domicílio. Para isto, é imperativo que a equipe de enfermagem esteja apropriada e empoderada sobre as necessidades do cliente e as suas possibilidades terapêuticas, de modo a promover um retorno para o domicílio mais seguro e eficaz e reduzir a ocorrência de agravos e complicações de saúde que afetam a qualidade de vida dessa população. Jaine Kareny Da Silva Alves Jessica Lane Pereira Santos Larissa Chaves Pedreira Alyne Henri Motta Coifman Jeferson Moreira Dos Santos Thauanny Cotrim Ribeiro Daniela Da Silva Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DERMATITE PERIESTOMAL: TRATAMENTO COM PÓ DA CASCA DA BANANA VERDE (MUSA SAPIENTUM) https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2313 Introdução: A estomia pode tornar-se sério limitador da qualidade de vida, além de resultar em um evento traumatizante, gerando alterações emocionais e orgânicas. O tipo de complicação mais comumente encontrada nos registros literários são as dermatites da pele periestomal, com destaque à dermatite associada à umidade, resultante da exposição da pele ao efluente intestinal ou urinário¹. A aplicação de fitoterápicos na cicatrização de lesões teciduais têm sido amplamente avaliadas em estudos experimentais, com grande avanço científico, o que justifica a necessidade do desenvolvimento de novos produtos considerando seu potencial terapêutico². A qualidade da assistência às pessoas com estomias, deve ser cada vez mais aprimorada e acessível, em especial devido às mudanças no modo de vida, complicações e os cuidados específicos demandados por essa clientela. As estratégias e orientações dos profissionais ao enfrentamento dessas dificuldades contribuem para uma melhor reabilitação³. Objetivo: Desenvolver o pó contendo a casca da banana verde (Musa sapientum) para utilização em dermatite da pele periestomal. Avaliar a eficácia do pó da casca da banana verde (Musa sapientum). Avaliar o tempo de cicatrização em relação ao pó de estomia industrializado. Métodos: Estudo clínico, analítico e longitudinal. Amostra de conveniência. Participaram da pesquisa, 44 voluntários, ambos os sexos, maiores de 18 anos, com estomias intestinais, que apresentavam dermatite da pele periestomal na primeira avaliação com enfermeira estomaterapeuta. Analisou-se dois grupos: grupo de estudo (pó da banana verde) e grupo controle (pó industrializado). A pesquisa foi aprovada pelo CEP, sob o parecer nº 2.381.904. Resultados: Foi desenvolvido o pó contendo 10% da casca da banana verde (Musa sapientum), com devida eficácia em seu uso para dermatite periestomal. O tempo de cicatrização do grupo de estudo com pó da casca da banana verde (Musa sapientum) foi significativamente menor do que do grupo controle (p 0.022). Para análise dos resultados, empregou-se o teste T para duas amostras (Média de dias de cicatrização controle versus banana). Conclusão: O pó fitoterápico da casca da banana verde apresentou excelentes resultados na cicatrização da dermatite periestomal em pacientes com estomias intestinais. O uso de fitoterápicos pode trazer grandes benefícios a prática clinica na estomaterapia,. Desenvolver estudos inovadores com essa temática, pode inclusive permitir maior acesso da população a tratamentos efetivos e de menor custo. Ana Cristina Da Silva Isabella Stephanie Simões Geraldo Magela Salomé Dênia Amélia Novato Castelli Von Atzingen Adriana Rodrigues Dos Anjos Mendonça Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESENVOLVIMENTO E VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO DE UM APLICATIVO EDUCATIVO PARA FAMILIARES DE CRIANÇAS COM ESTOMIA INTESTINAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2314 Introdução: Estomias intestinais são aberturas cirúrgicas realizadas no intestino delgado ou grosso, conectando-o ao meio externo, com a finalidade de permitir a eliminação de fezes quando a via natural está comprometida. Na população pediátrica, essas intervenções geralmente são indicadas como parte do tratamento de doenças congênitas, traumas ou malformações genéticas, sendo frequentemente de caráter temporário. Apesar de sua funcionalidade, a estomia provoca alterações relevantes na rotina da criança e da família, implicando não apenas em mudanças fisiológicas, mas também psicológicas, emocionais e sociais. Para os cuidadores e familiares, o processo de adaptação exige o desenvolvimento de habilidades específicas para garantir a segurança, o bem-estar e a reabilitação da criança. Neste contexto, a educação em saúde é uma ferramenta estratégica e imprescindível. No entanto, a escassez de materiais específicos voltados para o público pediátrico e a limitação de tempo e espaço no ambiente hospitalar dificultam a adesão e a efetividade do processo educativo. A utilização de tecnologias educacionais digitais, como vídeos animados e aplicativos móveis, tem sido incorporada à prática da enfermagem como uma estratégia promissora para a promoção do cuidado qualificado. Essas ferramentas permitem transmitir conteúdos de forma acessível, interativa e replicável, possibilitando maior alcance e compreensão por parte dos cuidadores. O uso do mobile learning (m-learning), por meio de smartphones e tablets, vem ganhando destaque especialmente na área da Estomaterapia, ao promover a continuidade do cuidado mesmo após a alta hospitalar. Objetivo: Desenvolver e validar o conteúdo de um protótipo de aplicativo educativo no formato mobile learning (m-learning), com uma biblioteca de vídeos destinada à orientação de familiares e cuidadores de crianças com estomia intestinal. Método: Trata-se de um estudo metodológico de produção tecnológica, orientado pelo referencial do Design Instrucional Contextualizado (DIC), o qual estrutura o desenvolvimento de recursos educacionais a partir das necessidades do público-alvo e do contexto de aplicação. O processo ocorreu em três macrofases: 1) Análise: Nesta fase, foi realizado o levantamento das necessidades educativas de familiares e cuidadores, por meio de revisão da literatura e consulta a profissionais especializados em estomaterapia pediátrica. Também foi realizada uma prospecção tecnológica para identificar a existência de materiais educativos digitais voltados à temática. Os resultados evidenciaram a ausência de conteúdos específicos voltados à estomias pediátricas em formato digital, reforçando a pertinência da proposta; 2) Design e Desenvolvimento: Foram elaborados roteiros técnico-científicos para os vídeos educativos, os quais passaram por validação de conteúdo com especialistas na área (enfermeiros estomaterapeutas). Após a validação, os vídeos foram produzidos em formato animado com linguagem acessível e visual lúdico, adequado ao público-alvo. Os vídeos foram organizados em uma biblioteca digital, inserida no protótipo de aplicativo "Meu Umbiguinho Rosa"; 3) Implementação e Avaliação: Estas fases estão previstas para futuras pesquisas, que envolverão a validação do aplicativo quanto à usabilidade e eficácia no processo de aprendizagem dos cuidadores. Para etapa de validação do conteúdo dos roteiros foram convidados a compor o comitê de especialistas, enfermeiros Estomaterapeutas membros da Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST), selecionados de acordo com a técnica Bola de Neve, onde a "semente" foi um Estomaterapeuta que foi um dos autores do Consenso Nacional de Estomias Intestinais em Adulto da Associação Brasileira de Estomaterapia (SOBEST). Para esta etapa de validação foi considerado um número de cinco experts, tendo como critérios para inclusão o sistema de pontuação de Fehring (1987) para estudos de validação, que obtinham uma pontuação mínima de cinco pontos. Foram validados os conteúdos quanto à objetividade, clareza, relevância, precisão e amplitude (Pasquali, 1996), sendo considerados validados os itens que alcançaram IVC maior ou igual 0,80. Resultados: Como resultado, foi desenvolvido um protótipo de aplicativo no formato m-learning, contendo uma biblioteca de vídeos educativos voltados ao cuidado de crianças com estomia intestinal. O aplicativo recebeu o nome de "Meu Umbiguinho Rosa" e contém os seguintes vídeos: a) Estomias Intestinais Pediátricas: conceito, tipos, classificação e características; b) Produtos adjuvantes e acessórios para crianças com estomias intestinais; c) Cuidados com a estomia intestinal em crianças, d) Recomendações para as atividades diárias da criança com estomia intestinal. Todos os roteiros foram validados quanto à clareza, relevância, organização e linguagem, por meio de avaliação por juízes especialistas, obtendo alto índice de concordância. O protótipo apresenta interface amigável, visual atrativo e possibilidade de acesso offline, características importantes para a ampliação do alcance e inclusão digital de diferentes perfis de cuidadores. Conclusão: Construiu-se um instrumento educativo inovador, preenchendo uma lacuna atual como observado através da prospecção tecnológica desenvolvida nesta pesquisa, principalmente no campo da pediatria. O protótipo de aplicativo Meu Umbiguinho Rosa, com seu conteúdo validado, tem grande potencial para auxiliar os familiares/cuidadores no cuidado às crianças com estomia intestinal. Juliana Balbinot Reis Girondi Kelin Müller Simone Vidal Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FATORES ASSOCIADOS ÀS COMPLICAÇÕES DE PELE PERIESTOMA EM UM CENTRO ESPECIALIZADO EM REABILITAÇÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2315 Introdução: as estomias são confeccionadas para viabilizar a sobrevivência, porém as complicações da pele periestoma são frequentes entre as pessoas com estomas de eliminação e são associadas com prejuízos na qualidade de vida desses indivíduos. Objetivo: avaliar a ocorrência e fatores associados às complicações de pele periestoma em pessoas com estomas de eliminação de um Centro Especializado em Reabilitação (CER) do nordeste brasileiro. Materiais e método: trata-se de uma pesquisa tipo inquérito, transversal, analítica, com abordagem quantitativa, composta por duas etapas: análise documental e entrevista telefônica ou presencial. A população foi composta por 1.276 usuários. Foram excluídos os usuários que possuíam déficit cognitivo, auditivo ou motor que o impossibilitasse de compreender a entrevista, assim como os que informaram ter realizado a cirurgia de reversão do trânsito intestinal. O desfecho primário do estudo foi o autorrelato de complicações de pele periestoma ocorridas nos últimos seis meses, o qual foi representado por uma medida de prevalência de período. Foi utilizada a análise exploratória e bivariada dos dados para identificar as variáveis elegíveis para o modelo multivariado. A regressão de Poisson foi empregada para estimar as razões de prevalência ajustadas das variáveis independentemente associadas ao desfecho de interesse. Resultados: a amostra foi composta por 302 pessoas que aceitaram participar da pesquisa. As características sociodemográficas predominantes foram: sexo biológico feminino, identidade de gênero cis, idade &gt; 50 anos, escolaridade formal &lt; 12 anos de estudo, cor de pele não branca, possuíam companheiro, provenientes da região metropolitana, renda familiar de pelo menos um salário mínimo, não tinham acesso à saúde suplementar, aposentados, com acesso à internet e possuíam crença religiosa. Avaliaram o seu estado de saúde como bom a excelente, não possuíam hipertensão ou diabetes mellitus, não apresentaram hábitos etilistas ou tabagistas. Praticavam atividades de lazer, não participavam de grupos de apoio terapêutico ou associação, não possuíam vida sexual ativa, não tomavam banho de mar ou piscina e não praticavam atividade física. As neoplasias consistiram no principal diagnóstico de indicação de confecção do estoma. A colostomia foi o tipo mais prevalente, assim como os estomas temporários. Dentre as complicações, a mais prevalente foi a dermatite em pele periestoma, seguida por alergia aos equipamentos coletores ou adjuvantes e os granulomas. Ao analisar a autoeficácia foram encontrados resultados entre 8 a 30 pontos, com média de 22,19±5,07. Ter idade superior a 50 anos (RPa: 0,79; IC95%: 0,68-0,92; p-valor: 0,002), ter se adaptado ao estoma (RPa: 0,79; IC95%: 0,68-0,92; p-valor: 0,003) e praticar atividade física (RPa: 0,79; IC95%: 0,65-0,96; p-valor: 0,020) foram associados a uma prevalência 21% menor do desfecho de interesse deste estudo. Conclusões: as complicações de pele periestoma autorrelatadas nos últimos seis meses estiveram presentes em dois terços da amostra. Observou-se que a prevalência do desfecho foi significativamente menor entre pessoas com idade &gt;50 anos, que referiram estar adaptados ao estoma e que praticavam atividade física. A avaliação da ocorrência e dos fatores associados às complicações de pele periestoma poderá fomentar subsídios para o planejamento de ações do enfermeiro na assistência a pessoas com estomas. Caique Jordan Nunes Ribeiro Izabelita Alves De Araújo Cibelle Samily Santana Cruz Ana Cristina Freire Abud Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA PARA OTIMIZAÇÃO DO ATENDIMENTO À PESSOA COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO EM UM POLO DE REFERÊNCIA DE PE: RELATO DE EXPERIÊNCIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2316 Introdução O atendimento às pessoas com estomia de eliminação intestinal ou urinária em Pernambuco é regulamentado pela Portaria nº 400/2009, que organiza a atenção especializada, garantindo acesso contínuo a equipamentos e insumos essenciais ao autocuidado (1). Este modelo de cuidado é interdisciplinar, envolvendo equipes de enfermagem, farmácia, psicologia e serviço social, com foco na escuta qualificada, prevenção de complicações, capacitação de usuários e cuidadores, além da dispensação de materiais (2,3). Para aprimorar o processo de cadastro, dispensação e análise de dados, foi desenvolvido o Sistema de Atenção à Saúde da Pessoa Ostomizada de Pernambuco (SASPO), uma ferramenta informatizada que visa padronizar o atendimento, integrar a gestão de materiais e facilitar a coleta de indicadores, promovendo maior segurança e organização assistencial (4). O uso de tecnologias na assistência à pessoa com estomia tem se mostrado eficiente na melhoria da continuidade do cuidado e na tomada de decisão clínica (5). Objetivo Relatar a experiência de implantação do SASPO no Hospital Barão de Lucena (HBL), referência estadual em atenção à pessoa com estomia, sob a perspectiva da equipe de enfermagem. Método Este relato descreve a experiência da equipe de enfermagem na implantação e uso inicial do sistema SASPO, realizado entre agosto e setembro de 2024. A metodologia envolveu o cadastramento dos usuários, orientações ao paciente, alimentação de dados clínicos e administrativos, além da interface com setores como farmácia e tecnologia da informação. A implantação foi gradual, com capacitação da equipe para adaptação às novas rotinas de registro e orientação, visando à integração dos processos assistenciais e administrativos. Resultados A parceria entre as equipes de enfermagem, farmácia e TI possibilitou o desenvolvimento de uma ferramenta capaz de organizar cadastros unificados, otimizar o fluxo de dispensação de materiais, integrar dados clínicos e administrativos, além de gerar indicadores em tempo real. O sistema possui três principais abas: informações pessoais, responsáveis pela retirada e dados de saúde, incluindo um módulo emergencial para dispensação pontual de materiais em casos de intercorrências. Durante o período de implantação, aproximadamente 2.000 cadastros foram realizados, abrangendo usuários novos e em acompanhamento. Os principais resultados observados foram: maior organização do fluxo de dispensação, redução de cadastros duplicados, melhoria na comunicação entre equipes, abastecimento de materiais mais eficiente e fortalecimento do trabalho em equipe. Além disso, a visualização de dados em gráficos facilitou o monitoramento de atendimentos, estoque e perfil dos usuários. Conclusão A implantação do SASPO representou avanço na organização do cuidado à pessoa com estomia em Pernambuco. A informatização promoveu melhorias na segurança, rastreabilidade e personalização do atendimento, fortalecendo a atuação multiprofissional. Como projeto piloto no HBL, o sistema mostrou-se eficaz na gestão assistencial e administrativa, com potencial de expansão para outros polos do estado. Está em constante atualização, incluindo o desenvolvimento de aplicativo móvel e melhorias baseadas na experiência dos usuários, buscando um cuidado mais humanizado, seguro e eficiente. Milena Bianca Da Silva Gabriela Maria Da Silva Rocha Vitória Marion Costa Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA DE CUIDADOS ÀS PESSOAS ESTOMIZADAS EM SANTA CATARINA: AVANÇOS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS NA ATENÇÃO À SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2317 O cuidado às pessoas com estomias intestinais e urinárias requer uma abordagem multidisciplinar que priorize a promoção da qualidade de vida e a prevenção de complicações decorrentes dessas intervenções. A enfermagem assume papel fundamental nesse processo, atuando desde a orientação para o autocuidado até a identificação e manejo de complicações periestomiais, que impactam diretamente no bem-estar do paciente (1). A educação em saúde direcionada e contínua é essencial para garantir maior adesão ao tratamento, reduzindo hospitalizações e melhorando os resultados clínicos e psicossociais (2). Intervenções individualizadas e suporte emocional são indispensáveis para o manejo eficaz das condições associadas às estomias, visto que esse grupo enfrenta desafios físicos e psicológicos significativos. Objetivos: Analisar a implantação do Serviço de Atenção à Pessoa com Estomia no estado de SC, destacando seus marcos históricos, avanços e desafios ao longo do tempo. Busca-se resgatar o histórico da assistência desde o período do PAD/INAMPS, iniciado em 1985, passando pela atuação dos Postos de Assistência Médica e pela regionalização da assistência multiprofissional. Avaliando ainda o impacto do diagnóstico realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina/Grupo de Apoio ao Ostomizado em 1990, bem como a relevância da Portaria SES/SC 002/91, que estruturou a política pública estadual voltada para essa demanda. O estudo reflete sobre os avanços alcançados e as limitações do modelo de cuidado vigente, no contexto do Sistema Único de Saúde. Taisa Pereira Cruz Costa Silva Tatiani Delfis Da Cruz Geyza Regina Domingos Mello Jaqueline Reginatto Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE ENFERMEIROS ACERCA DOS CUIDADOS COM ESTOMIAS E PELE PERIESTOMA: CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2318 Introdução: A promoção das competências e habilidades dos enfermeiros relativas ao manejo de qualquer tipo de ostomia é essencial para a busca de uma prática eficaz, educação e avaliação do papel profissional(1). Contudo, ainda existe uma escassez de treinamentos e estratégias de educação contínua para os enfermeiros oferecerem um atendimento de alta qualidade(2,3). Assim, destaca-se a relevância de desenvolver e validar instrumentos que avaliem o conhecimento profissional e as restrições que possam afetar a qualidade do cuidado. Objetivo: Construir e validar um instrumento para avaliar o conhecimento de enfermeiros acerca dos cuidados com estomias e pele periestomia. Método: Trata-se de um estudo metodológico, destinado à validação de um instrumento de mensuração do conhecimento de enfermeiros que atuam na Atenção Primária à Saúde na cidade de Teresina, capital do Piauí. A construção do instrumento e a definição dos domínios e itens de avaliação foram embasados no Consenso Brasileiro de Cuidado às Pessoas Adultas com Estomias de Eliminação (2022) (2). A versão inicial do instrumento contém 44 questões, organizada em 5 domínios (aspectos gerais atenção perioperatória, cuidado com a estomia, troca do equipamento coletor, cuidado com a pele periestomia), com respostas variando entre verdadeiro, falso e não sei. As respostas adequadas receberam pontuação de "1", enquanto as respostas erradas ou indeterminadas (não sei) receberam a pontuação de "0". A avaliação de conteúdo e de aparência foi realizada por 11 juízes, no período de dezembro de 2024 a fevereiro de 2025, avaliando os critérios relacionados à importância, clareza e pertinência4, sendo validado na primeira fase pelos avaliadores. Os valores atribuídos pelos juízes em cada avaliação do instrumento foram descritos e obtidos por meio do Item-level Content Validity Index (I-CVI). O ponto de corte recomendado para essa análise é de no mínimo 0,78 para cada item (I-CVI) e 0.80 para a escala geral (S-IVC). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFPI, com nº CAAE 76793324.9.0000.5214, e parecer de número 6.636.292, em conformidade com o estabelecido pela Resolução 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. Resultado: Dentre os 11 juízes que participaram do processo de validação de conteúdo e aparência, prevaleceu o sexo feminino (90,9%), com média de idade de 47 anos, da região Nordeste (54,5%). Em relação à experiência profissional, a média de experiência dos participantes era de 14 anos no campo das estomias, sendo que 90% tinham experiência na validação de instrumentos. Quanto a validação de conteúdo, sete itens demonstraram unanimidade de concordância, vinte e seis itens alcançaram pontuação acima de 90% e até 99%, e treze itens obtiveram pontuação superior a 80%. O IVC total apresentou uma média de 0,939 na concordância dos itens Conclusão: Os resultados alcançados evidenciaram que o instrumento é válido e pode ser empregado para avaliar o conhecimento de enfermeiros acerca dos cuidados com estomias e da pele periestoma. Aline Costa De Oliveira Josiane Santos Da Silva Jefferson Abrão Caetano Lira Daniel De Macedo Rocha Sandra Marina Gonçalves Bezerra Lídya Tolstenko Nogueira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 INSTRUMENTO SOBRE CONHECIMENTO DE ENFERMEIROS NOS CUIDADOS COM ESTOMIAS INTESTINAIS DE ELIMINAÇÃO: UM ESTUDO DE CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2319 Introdução: A trajetória de atenção à saúde da pessoa com estomia intestinal de eliminação (EIE), sempre foi uma questão de saúde pública. Somente nos anos 80 houve uma conquista na mudança de postura e mais equidade na atenção à saúde através da Constituição Brasileira de 1988 (1). A assistência de qualidade exige da enfermagem conhecimento sobre os cuidados com estomia intestinal de eliminação, bem como uma reflexão acerca dos desafios de caráter psicológicos e sociais que permeiam a vivência da pessoa nesta condição. A Política Nacional de Atenção à Saúde da Pessoa com Estomia foi regulamentada através da portaria nº 400 de 16 de novembro de 2009, a qual definiu as ações de saúde a serem realizada na atenção básica; que envolve orientações para o autocuidado e prevenção de complicações nas estomias, e a nível do Serviço de Atenção Especializado ao Estomizado; que englobam orientações, prevenção e tratamento de complicações, fornecimentos de equipamentos e adjuvantes e capacitação de profissionais (2). Considerando as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com EIE, bem como a relevância dos cuidados de enfermagem na assistência de qualidade a esta clientela, buscou-se, por meio das revisões de literatura nacional e internacional encontrar um instrumento específico e validado que pudesse mensurar o conhecimento dos enfermeiros não especialista sobre os cuidados com estomia intestinal de eliminação. No entanto, não foi encontrado nas produções científicas pesquisadas. Diante deste cenário surgiu a seguinte questão de pesquisa: como elaborar um instrumento capaz de mensurar o nível de conhecimento dos enfermeiros sobre os cuidados com estomia intestinal de eliminação? Objetivo: construir e validar um instrumento de avaliação do conhecimento dos enfermeiros sobre os cuidados com estomia intestinal de eliminação. Método: Trata-se de uma pesquisa metodológica, com abordagem quantitativa, oriunda de dissertação de mestrado, ondei utilizou o polo teórico da teoria da psicometria usada no modelo de Pasquali para construção do instrumento de pesquisa (3). A pesquisa foi realizada em três municípios que está localizado no extremo sul da Bahia, nos meses de janeiro de 2022 a outubro de 2023. Um dos municípios citados possui o Centro Especializado Em Reabilitação (CER VI) com o serviço especializado de atendimento a pessoas com estomias, os dois outros municípios são pactuados a este para utilização do serviço, visto que não possuem centro especializado. A coleta de dados foi realizada em dois locais; a APS e unidades hospitalares das regiões, visto que, na realidade dos municípios grande parte da assistência direcionada a pessoa com estomia é realizada nestes serviços, e por enfermeiros não especialista na área da estomaterapia. A amostra da pesquisa foi composta por três grupos distintos: a equipe multiprofissional, os juízes especialistas e o público-alvo. Neste estudo formou-se um júri com oito especialistas na primeira rodada. A seleção dos profissionais foi por amostragem não-probabilística utilizando as informações do Currículo Lattes. A amostra incluiu especialistas nacionais inscritos na Associação Brasileira de Estomaterapia – Sobest. Resultados: O estudo foi desenvolvido em três etapas: 1) construção do instrumento: foi fundamentada na política nacional de atenção à saúde da pessoa com estomia, consensos e revisão integrativa. Foi criada a primeira versão com a construção da matriz de indicadores. Neste processo uma equipe multidisciplinar composta por um estatístico, um profissional da linguística e uma enfermeira estomaterapeuta, contribuíram com discussões para refinar o instrumento, gerando a segunda versão; 2) validação do conteúdo: o instrumento foi submetido à apreciação de um júri composto por 08 especialistas estomaterapeuta, que realizou a validação de conteúdo dos itens pela técnica Delphi, quanto a abrangência, clareza e pertinência. Ocorreram 3 rodadas, cálculo de Índice de Validade de Conteúdo gerando a terceira versão do instrumento; 3) adequação cultural: o pré-teste foi realizado em um grupo de 40 enfermeiros, ao qual o instrumento se destina, com o objetivo de verificar se o conteúdo está apropriado aos respondentes. Ocorreram reuniões com a equipe multidisciplinar e a versão de número quatro. Ao final das etapas, construiu-se um questionário com quadro domínios; conceito, assistência, complicação e educação em saúde e trinta e um itens que representam cada domínio. Na análise estatística dos dados da validação de conteúdo, a escala utilizada para formulação da resposta foi do tipo Likert de 5 pontos, onde cada participante da pesquisa expressou diferentes graus de opiniões sobre os itens, o que facilitou a análise do feedback recebido. Os dados foram tabulados em planilha do Excel onde consta o cálculo do IVC, baseado no somatório das respostas 01 e 02 da escala Likert, O IVC permite analisar cada item do instrumento individualmente e mede a concordância entre os juízes sobre determinados aspectos do instrumento. Foi considerado um IVC maior ou igual a 0,8 como indicativo de adequação do item4. Na validação de conteúdo, o instrumento apresentou boa aceitação entre os juízes, com IVC médio de 0,86. Para a realização da adequação cultural com o público-alvo, o questionário, com o conteúdo validado pelos juízes, foi utilizado no pré-teste, sendo aplicado através do google forms a um grupo de 40 enfermeiros atuantes na atenção primária e área assistencial. Em relação à compreensão do instrumento 86;2% declararam não ter tido dificuldade no entendimento do que está sendo perguntado, enquanto 13,8% declararam não ter entendido alguns termos. Sobre as dificuldades no preenchimento; 91,1% relataram que não houve dificuldade em relação a escala de resposta e 6,9% tiveram dificuldade no preenchimento devido sua extensão do instrumento. A análise dos comentários do grupo foi realizada junto a equipe multidisciplinar, gerando a 4ª versão do questionário. Conclusão: O estudo contribuiu para elaboração de um questionário validado, do ponto de vista da validação de conteúdo e com qualidade metodológica para ser utilizado na avaliação do nível de conhecimento sobre cuidados com estomia intestinal de eliminação. Elines Santos Rocha Novais Marina Nascimento Brito João Luiz Almeida Heloisa Torres Roseanne Montargil Rocha Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O USO DE TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NO CUIDADO E MONITORAMENTO DE ESTOMIAS INTESTINAIS: AVANÇOS E DESAFIOS PARA A PRÁTICA DA ESTOMATERAPIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2320 Wemerson Campos Furtado Iruan Chrystian Pereira Marques Jhenifer Claudia Ribeiro Moreira Maria Milena Sousa De Oliveira Aline Dos Santos Mendes Kamylla Dos Santos De Sousa Anaisa De Carvalho Ribeiro Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PERCEPÇÕES DE PESSOAS COM ESTOMIA SOBRE SUA TRAJETÓRIA DE VIDA APÓS O PROCESSO DE ESTOMIZAÇÃO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2321 INTRODUÇÃO: A estomia é um procedimento cirúrgico que cria o estoma, um orifício na parede abdominal ou na traqueia, de maneira definitiva ou provisória permitindo a comunicação do meio interno do corpo com o meio externo. A cirurgia é feita como recurso para proporcionar a sobrevida do paciente. Estima-se que existam no Brasil mais de 400 mil pessoas estomizadas. Os casos predominantes são as estomias intestinais de eliminação, do tipo colostomia, definitivas e indicadas quando alguma parte do intestino apresenta disfunção ou lesão. O perfil predominante das pessoas com estomia constitui-se por mulheres acima de 60 anos, sendo o câncer colorretal a principal causa cirúrgica(1). O Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004, classifica a estomia como deficiência física. Assim, o indivíduo submetido a esse tipo de procedimento passa a integrar o grupo das pessoas com deficiência, vivenciando novas dimensões de experiência corporal, emocional e social. A principal motivação para o desenvolvimento deste estudo decorre, além da vivência pessoal como pessoa com estomia, da constatação da escassez de investigações da atuação da Psicologia no campo da estomia. Diante desse panorama, coloca-se a questão norteadora: Como as pessoas com estomia percebem as mudanças vivenciadas após o processo de estomização, enquanto pessoas com deficiência? OBJETIVO: Refletir sobre as percepções das pessoas com estomia e sua vivência após o processo cirúrgico de estomização, sob as perspectivas da psicologia e da bioética. MÉTODO: Este estudo consiste em uma revisão documental. É um recorte do projeto de dissertação de mestrado. Para sua elaboração, foram analisados 46 artigos selecionados dentre os 120 que compõem o conjunto de referências do projeto original. Foram estabelecidas duas categorias: Vivência da estomia e Legislação e rede de apoio. Vivência da estomia: Após a cirurgia, a perda do controle esfincteriano e a dependência imposta pela bolsa coletora podem comprometer a sensação de autonomia. No período pós-operatório surge a necessidade de adaptação às alterações da imagem do próprio corpo. Trata-se de mudanças que podem ocasionar depressão, baixa autoestima e sentimentos de raiva, invalidez e incapacidade, entre outros, que podem gerar uma série de obstáculos na reintegração e ajustamento à vida familiar, social e laborativa. A estomização pode se apresentar ao indivíduo como uma mutilação incompatível com a vida social, profissional e até mesmo familiar. A redução da autoestima, provocada pela nova condição corporal, pode levar ao desenvolvimento de quadros depressivos e até mesmo ideações suicidas(2) . A pessoa que se depara com a necessidade de realização de uma estomia, pode vivenciar grandes desafios psicossociais à adaptação à nova condição. A vivência da estomia, transforma a percepção que o indivíduo tem de seu próprio corpo(3). A concepção de corporeidade é retomada na Bioética de Intervenção, que articula o corpo individual com o corpo social(4) . Legislação e Rede de apoio: A rede de apoio é elemento fundamental no processo de cuidado à pessoa com estomia e desenvolvimento de sua autonomia, através da assistência clínica, apoio psicológico e educação em saúde. A rede social de apoio constituída pela família, amigos e profissionais de saúde são fundamentais no que tange ao suporte emocional, material e nas atividades diárias, podendo ser considerados fortes aliados no enfrentamento dos obstáculos que surgem com o adoecimento. A presença do estoma reduz a autoestima, dificulta as relações sociais do indivíduo, entretanto, os pacientes que recebem acompanhamento da equipe de saúde e apoio familiar adequado, podem apresentar melhor qualidade de vida. No campo da bioética, o artigo 3º da Declaração Universal sobre Bioética e Direitos Humanos estabelece que a dignidade humana, os direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser respeitados integralmente. A Portaria nº 793, de 24 de abril de 2012, instituiu a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, e a Portaria nº 400, de 16 de novembro de 2009, assegura atenção integral às pessoas com estomia no âmbito da Atenção Básica. O setor de estomias integra a Rede de Atenção à Saúde (RAS), onde destaca-se a importancia do enfermeiro estomaterapeuta. Sua atuação abrange todo o processo da estomização, desde o momento de sua indicação até o pós-operatório imediato e fase ambulatorial de acompanhamento. Além disso, ele atua como educador, orientando o paciente para o tratamento e autocuidado(5). RESULTADOS: O recebimento do estoma necessita de preparação e atendimento tanto multisciplinar como interdisciplinar. O conhecimento sobre a rede social de apoio é importante para o cuidado às pessoas com estomias. Marisa Moraes Reis Liliane Alves Pereira Diego Carlos Zanella Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PESSOA COM ESTOMIA DE ELIMINAÇÃO NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE: CARACTERIZAÇÃO DE UM MUNICÍPIO NO INTERIOR PAULISTA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2322 Introdução: As estomias de eliminação, urinária e/ou intestinal, podem impactar cronicamente as dimensões físicas, psicológicas, sociais e ambientais das pessoas(1). O processo de reabilitação e a promoção do autocuidado da pessoa com estomia de eliminação requerem do profissional de saúde, em especial do enfermeiro, atitudes de adequação da sua prática às necessidades da pessoa, objetivando o aproveitamento máximo de suas capacidades ou potencialidades de seu cuidador(2). A partir disso, encontra-se a atuação essencial de um enfermeiro estomaterapeuta. Diante disso, a caracterização do cuidado em rede de atenção à saúde (RAS) neste processo de reabilitação da pessoa com uma estomia de eliminação deve ser iniciada logo após que as alterações ocorrerem(3). Integrando a RAS, observa-se a importância das orientações a essa pessoa e seus cuidadores por meio da educação em saúde por exemplo para o ensino da higienização da estomia, o acolhimento sobre as novas perspectivas e anseios de sua nova condição de vida, e à rotina diária para a nova realidade cotidiana(3,4). Objetivo: Caracterizar a atenção à saúde das pessoas com estomias de eliminação na RAS, particularmente no que tange às ações de enfermagem, de um município do interior do Estado de São Paulo, Brasil. Método: Tratou-se de um estudo descritivo, retrospectivo e documental, em que o processo de análise documental contribuiu para desvelar novos aspectos de um problema ou de um tema(5). Seguidos os preceitos éticos, o estudo foi realizado por meio dos prontuários eletrônicos e/ou impressos de pessoas com estomia de eliminação atendidas nos locais de coleta da RAS do SUS na esfera municipal que atendessem aos critérios para fontes documentais supracitados, na Secretaria Municipal de Saúde e em dois hospitais do município. A coleta dos dados foi realizada no período de setembro a dezembro de 2024, nos respectivos prontuários, e deu-se por meio de um instrumento de caracterização elaborado pelas pesquisadoras, o qual apresentava questões dentre de quatro aspectos principais: 1) dados sociodemográficos, 2) dados da estomia de eliminação e as ações de enfermagem, 3) serviços de saúde da RAS do SUS que utilizou em decorrência da estomia, 4) outros dados relevantes relacionados a estomia de eliminação sobre os atendimentos desses indivíduos realizados no sistema de saúde municipal. As análises dos dados foi feita por meio do software R, versão 4.3.2, de estatísticas descritiva e analítica das variáveis por meio dos testes de Pearson e de Fisher, sendo adotado para ambos os testes, um nível de significância igual ou menor a 5%. Resultados: Foram identificados 153 (100,00%) prontuários de pessoas com estomia de eliminação no município deste estudo, sendo a prevalência de seis pessoas com estomias a cada 10.000 pessoas no município em questão. Do mapeamento dos achados nos três locais de coleta, foram identificadas a predominância do perfil de pessoas do sexo masculino, brancos, com idade média de 63,3 anos ± 14,23, casados, com colostomias definitivas devido a neoplasias intestinais. Em relação aos serviços da RAS do município deste estudo, foi evidenciado maior prevalência de pessoas com estomias de eliminação na região norte do município, onde estão localizadas as unidades da APS, as duas principais instituições hospitalares do município e dois ambulatórios, garantindo acesso e melhor identificação da população. Não foram identificados nos sistemas de prontuários dos locais de coleta de dados, os demais equipamentos sociais referentes a população estudada, como grupos de autoajuda, grupos de apoio, grupos terapêuticos, musicoterapia, ioga, espiritualidade, dentre outras. Sobre as ações de enfermagem, apenas 25,49% (n=39) apresentou conhecer quatro ou mais adjuvantes de estomias, houve divisão da protrusão da estomia como "alto perfil", "baixo perfil" e "protruso", com 32 classificações divergentes em tais dados. Conclusão: Diante da caracterização real do perfil de pessoas com estomia junto ao mapeamento dos três serviços no município deste estudo, fica evidente o horizonte de ações de enfermagem a serem desenvolvidas neste município e a necessidade de fortalecimento das RAS para melhor assistência das pessoas com estomias de eliminação, de forma a garantir autonomia, autoestima, independência, segurança e qualidade de vida à estas. Para além das ações de enfermagem propriamente assistenciais, faz-se necessário o desenvolvimento dos registros em prontuários e instrumentos padronizados que otimizem a avaliação de pessoas com estomias de eliminação e continuidade do cuidado dentre as diversas formas de serviços prestados pela RAS. Julia Blanco Victoria Aparecida Martins Andrea De Jesus Zangiacomi Laís Fumincelli Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 QUALIDADE DE VIDA DE PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS APÓS USO DE APLICATIVO MÓVEL PARA O AUTOCUIDADO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2323 Introdução: A confecção de estomia intestinal tem uma importância indiscutível para a sobrevida de pessoas com patologias obstrutivas, malformações genéticas e traumas, no entanto resultam, com frequência, em problemas físicos, psicossociais e econômicos que concorrem para diminuição da qualidade de vida. O Consenso Brasileiro de Cuidados às Pessoas com Estomias de Eliminação destaca a importância de ações educativas planejadas para melhorar a qualidade de vida. O emprego de tecnologias, como aplicativos móveis, apresenta-se como uma estratégia promissora para promoção do autocuidado. Objetivo: Avaliar a qualidade de vida de pessoas com estomias intestinais após o uso de um aplicativo móvel do tipo chatbot para o autocuidado. Método: Estudo prospectivo, de natureza quantitativa, do tipo ensaio clínico randomizado (Parecer CEP Nº 6.091.821; aprovação no Registro Brasileiro de Ensaios clínicos – ReBEC Nº RBR-2f58ykv): , envolvendo 150 pessoas com estomia intestinal atendidas por duas instituições de referência em Pernambuco, que foram alocadas randomicamente nos grupos controle e experimental, numa proporção de 1:1. A amostra foi avaliada inicialmente quanto a variáveis sociodemográficas, clínicas e quanto à qualidade de vida, utilizando-se o instrumento City of Hope Quality of Life-Ostomy. Em seguida teve a qualidade de vida avaliada após três meses do uso do aplicativo móvel para o autocuidado, utilizando-se o mesmo instrumento. As variáveis foram analisadas de modo descritivo e a qualidade de vida foi analisada por grupo e por etapa do estudo (pré e pós-intervenção) através dos testes não paramétricos de Mann-Whitney, Kruskal-wallis e Wilcoxon, com o nível de significância de 5%. Resultados: O escore médio de Qualidade de Vida total foi 7,06 (dp:1,51). O maior escore médio foi encontrado no domínio Bem-estar psicológico 7,53 (dp:1,82) e menor no domínio Bem-estar físico 6,97 (dp:2,02). A renda familiar mensal apresentou associação significativa com três dos quatro domínios de Qualidade de vida. A duração da estomia apresentou associação significativa com os domínios Bem-estar psicológico (p=0,01), Bem-estar social (p=0,01) e Qualidade de vida total (p=0,04). Ao Comparar a qualidade de vida dos grupos controle e experimental após o uso do chatbot observou-se diferença significativa para os domínios Bem-estar físico (p: 0,032), Bem-estar psicológico (p: 0,003) e social (p: &lt;0,001). Conclusão: Os resultados demonstraram que o grupo experimental obteve maiores medianas em três dos quatro domínios de qualidade de vida, indicando que o aplicativo do tipo chatbot para autocuidado de pessoas com estomias intestinais contribuiu para melhoria do Bem-estar físico, psicológico e social mesmo após curto período de uso, apresentando potencial para ajudar a enfermagem especializada no acompanhamento de pessoas com estomias intestinais. Lucia Ingridy Farias Thorpe Nataly Da Silva Gonçalves Alex Do Nascimento Alves Marilia Perrelli Valença Jabiael Carneiro Da Silva Filho Simone Maria Muniz Da Silva Bezerra Isabel Cristina Ramos Vieira Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TECNOLOGIAS DIGITAIS EDUCATIVAS PARA PESSOAS COM ESTOMIAS INTESTINAIS: UMA PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2324 INTRODUÇÃO: As estomias intestinais de eliminação, classificadas em ileostomia ou colostomia, têm por objetivo desviar o conteúdo fecal para o meio externo e podem ser temporárias ou definitivas1. No Brasil, não há dados absolutos sobre o número de pessoas com estomias intestinais, o que dificulta a obtenção de dados epidemiológicos. Entretanto, a International Ostomy Association estima que exista aproximadamente uma pessoa com estomia para cada mil habitantes em países com bom nível de assistência médica2. Perante a necessidade de confecção de uma estomia intestinal, emerge uma gama de alterações no cotidiano dessa pessoa e de sua família/cuidador. Estas vão desde o desprovimento do controle fecal e de eliminação de gases à perda da autoestima resultante da alteração da sua imagem corporal3. Por sentido os profissionais da saúde, com destaque ao enfermeiro, tem uma função primordial, atuando na promoção da educação em saúde e do autocuidado. Nesse contexto de educação e suporte contínuo, destaca-se o papel crescente das Tecnologias de Informação e Comunicação, como ferramentas de apoio para o enfermeiro. Esse instrumento constitui-se em um conjunto de recursos tecnológicos que favorecem a agilidade nos processos de comunicação, transmissão e distribuição de informações, notícias e conhecimentos4. Assim, torna-se essencial a realização de estudos de prospecção tecnológica, pois eles possibilitam a análise dessas tecnologias no cenário atual no setor da saúde. Com isso, é viável identificar como as tecnologias digitais educacionais existentes têm sido criadas e integradas ao mercado, além de avaliar sua competitividade, vulnerabilidades e áreas que podem ser aprimoradas e evoluídas5. OBJETIVO: Identificar e analisar as tecnologias digitais desenvolvidas para orientações de cuidados às pessoas com estomias intestinais. MÉTODO: Trata-se de uma prospecção tecnológica realizada através de uma pesquisa documental entre o período de março a setembro de 2024, como uma parcela de dissertação de mestrado profissional em Enfermagem. Nesta prospecção foi desenvolvida uma busca por produções de tecnologias digitais educativas sobre estomias intestinais em bases de registros de patentes, bases de dados de teses/dissertações e lojas virtuais de aplicativos móveis. Os critérios de inclusão foram tecnologias digitais voltadas para a educação de cuidados com estomias intestinais à pessoa com estomia e seus familiares/cuidadores; sem limitação de período ou delimitação geográfica; disponíveis nos idiomas inglês, português e espanhol; registros de patentes ou softwares; teses ou dissertações que apresentem como resultado o desenvolvimento e/ou validação de tecnologias digitais para o ensino e/ou cuidados de estomias intestinais; e aplicativos móveis disponíveis nos sistemas iOS e/ou Android voltados para essa temática. O levantamento dos dados bibliográficos foi realizado nas bases de teses e dissertações: a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD); no Catálogo de Teses e Dissertações (CAPES); e na ProQuest Dissertations & Theses Global (PQDT Global). As bases de patentes utilizadas foram o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Espacenet (serviço Europeu que disponibiliza informações sobre patentes europeias), World Intellectual Property Organization (WIPO PATENTSCOPE), Derwent Innovations Index e Google Patents. E as lojas virtuais de aplicativos foram a Plataforma Play Store (Android) e APP Store (Apple) – Brasil / Estados Unidos (EUA) / Europa. O processo de seleção das produções foi realizado por duas revisoras de forma independente, ambas enfermeiras que estudam e desenvolvem pesquisas na área. As produções encontradas foram categorizadas em: software/hardware, aplicativo móvel, vídeo educativo e ambiente virtual. RESULTADOS: A busca inicial resultou em 2.031 registros, mas após exclusão e análise de títulos e resumos o total de produções incluídas nesta prospecção tecnológica foi de 12 produções. As tecnologias abordaram aspectos concernentes à promoção do autocuidado, educação sobre os direitos da pessoa com estomia, cuidados de saúde e suporte prático a essas pessoas e seus cuidadores. Duas produções trouxeram questões voltadas para o autocuidado e orientações sobre a estomia. Na categoria Aplicativo Móvel foram incluídos os seis aplicativos, todos voltados para o cuidado de estomias intestinais, dispondo de recursos e suporte com profissionais, trazendo desde orientações práticas e educativas até ferramentas para o monitoramento de cuidados. CONCLUSÃO: O avanço e a popularização das tecnologias móveis vem cada vez mais se destacando e mostrando potencial significativo, principalmente na área da saúde devido aos seus inúmeros recursos de uso, além de ampliarem o acesso a informações e cuidados a pessoas com estomas. Sendo assim, essas tecnologias são ferramentas úteis no cuidado centrado a pessoas ostomizadas, contribuindo para uma melhor qualidade de vida. Kelin Müller Bettina Heidenreich Silva Juliana Balbinot Reis Girondi Simone Vidal Santos Manoela Ferreira Ávila Anna Júlia Trindade Bittencourt Naiara Santana Dos Santos Gabriely Do Nascimento Barbosa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO E APARÊNCIA DE PEÇAS ANATÔMICAS REALISTAS PARA O ENSINO DE ESTOMIAS: INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO ENSINO DE ESTOMATERAPIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2325 Introdução: O ensino da estomaterapia demanda recursos educacionais que reproduzam com fidelidade as condições clínicas reais, promovendo o desenvolvimento de habilidades técnicas, raciocínio clínico e segurança do cuidado1,2,3. No entanto, há escassez de peças anatômicas acessíveis e realistas voltadas ao treinamento em estomias. Neste contexto, o desenvolvimento de peças simuladas representa uma estratégia inovadora e essencial para a qualificação do ensino4. Objetivo: Validar o conteúdo e a aparência de peças anatômicas realistas confeccionadas em silicone para o ensino de estomias, contribuindo diretamente para o aprimoramento da prática pedagógica e assistencial do enfermeiro estomaterapeuta. Método: Trata-se de um estudo metodológico conduzido em duas etapas: confecção das peças realistas e validação por juízes especialistas. As peças simulavam colostomia, ileostomia e urostomia, com variações anatômicas de coloração, diâmetro, profundidade e presença de muco, moldadas em silicone. Participaram da validação 13 juízes especialistas com experiência clínica e/ou docente em estomaterapia. Utilizou-se um instrumento estruturado em escala Likert de 4 pontos, avaliando critérios de conteúdo (adequação ao ensino) e aparência (realismo, textura, coloração, espessura, tamanho e aplicabilidade). O Índice de Validade de Conteúdo (IVC) foi calculado por item (IVC-i) e no total (IVC-t), considerando-se valores ? 0,78 como satisfatórios5. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 6.013.941. Resultados: As peças alcançaram IVC-t de 0,96 para conteúdo e 0,94 para aparência, indicando alto grau de validação. Os especialistas destacaram a fidelidade anatômica, a utilidade pedagógica e o potencial de uso em aulas práticas, oficinas e simulações clínicas. Itens com menor escore, como textura e espessura, receberam sugestões de pequenos ajustes na maleabilidade do silicone para melhor representar a mucosa intestinal. A aplicabilidade no ensino foi unanimemente considerada excelente. As peças representam uma alternativa viável, de baixo custo e grande impacto para a formação técnica e clínica de estudantes e profissionais de enfermagem, especialmente na área da estomaterapia. Conclusão: As peças anatômicas realistas desenvolvidas neste estudo demonstraram validade de conteúdo e aparência para o ensino de estomias, sendo reconhecidas como tecnologias educativas eficazes, acessíveis e inovadoras. Para a estomaterapia, representam uma contribuição relevante ao ampliar as possibilidades de ensino prático, fortalecer metodologias ativas e promover maior familiaridade com as estomias antes do contato com o paciente real. O enfermeiro estomaterapeuta, como educador e assistencialista, poderá utilizar essas peças como ferramenta de qualificação profissional, favorecendo o cuidado humanizado, seguro e baseado em evidências. Camila Barroso Martins Manuela De Mendonça Figueirêdo Coelho Riksberg Leite Cabral Beatriz Alves De Oliveira Tifanny Horta Castro Thalia Alves Chagas Menezes Pedro Miguel Alves Rocha Viviane Mamede Vasconcelos Cavalcante Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ANÁLISE DO CUSTO-EFETIVIDADE DA UTILIZAÇÃO DE PAPAINA EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO RECIFE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2326 Introdução: A elevação dos gastos em saúde, agrupado à necessidade de se buscar eficiência na destinação dos recursos, tem ocupado papel considerável no rol das discussões de políticas públicas. Evidencia-se que no Brasil, várias disposições foram eleitas na busca de incorporar as evidências científicas no processo de decisão coletiva nos últimos anos. O estudo de custo-efetividade é um método que visa originar, de forma sistemática e objetiva, a analogia entre os custos e os benefícios derivados de intervenções preventivas. Essa análise também pode ser percebida como um instrumento de apreciação de valor das interferências em saúde, uma vez que essa metodologia busca completar uma lacuna existente entre as preferências e a ciência. Nessa perspectiva, a avaliação econômica em saúde tem sido alvo de diversas pesquisas na área específica do tratamento de feridas, especialmente na avaliação do custo-efetividade do uso de coberturas. O enfermeiro colabora de maneira efetiva na avaliação da ferida e diante dos recursos e tecnologias lançados pelas indústrias, torna-se necessário, portanto, avaliar as melhores opções de coberturas, considerando a eficácia e a eficiência. Por esta razão a prática clínica baseada em evidências contribui para o processo de decisão, embasados nas evidências científicas que possibilitem recomendações para o uso. Neste contexto, um produto utilizado no tratamento de feridas é a papaína, um composto desbridante químico, que começou a ser utilizado no Brasil em 1983, produzida do látex do fruto verde do mamoeiro, Carica papaya. Trata-se de uma combinação complexa de enzimas proteolíticas e peroxidases, que provoca a proteólise do tecido necrótico e/ou desvitalizado, promovendo ações bacteriostáticas, bactericidas e anti-inflamatórias. Objetivo: Analisar o custo-efetividade da implementação do uso da papaína de um hospital filantrópico do Recife. Método: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, transversal, com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada por meio do acesso à dados relativos aos anos de 2015 a 2021, obtidos do sistema de controle de estoque MV2000 de um hospital filantrópico de Recife (PE). Os dados obtidos foram transferidos para uma planilha em forma de tabelas, elaborados no Microsoft Office Excel versão 2010, onde foram analisados a razão e proporção das informações coletadas, e posteriormente analisados descritivamente através de frequências absolutas e relativas e percentuais para as variáveis categóricas. Esta pesquisa seguiu as diretrizes dispostas na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa e por se tratar de um estudo que utiliza dados secundários, não existiram implicações éticas envolvidas, não necessitando de análise pelo comitê de ética e pesquisa. Resultados: O hidrogel com 30 gramas foi utilizado no intervalo de 4 anos e foi disponibilizado para o complexo hospitalar 14.903 unidades, vale salientar que a partir do segundo semestre de 2017 e durante o ano de 2018 já estava em transição o uso da papaína. Desde sua institucionalização em 2017 até 2021, a papaína com 50 gramas e manipulada na formulação de 6% e 10%, foi disponibilizada para uso 12.065 unidades. Verificou-se que o custo médio por unidade do hidrogel foi em torno de R$ 35 reais, já a papaína manipulada sai em torno de R$ 6 reais a unidade. Diante do exposto observou-se uma redução de custo total do produto de aproximadamente 86%. Os resultados indicaram que a análise a partir do custo-efetividade contribui para tomada de decisão eficaz e em especifico para utilização da papaína como cobertura padrão para desbridamento de tecido desvitalizado e cicatrização. A utilização desta cobertura promoveu mudanças na redução de custo sem comprometer a efetividade nos resultados da cicatrização. Em estudo desenvolvido para comparar a diferença de custos entre os tratamentos com papaína e hidrogel, observou que é praticamente o dobro o custo com o curativo, principalmente pelo preço da cobertura primária. Um bom gerenciamento dos recursos permite a realocação para melhorar o atendimento, adquirir novas tecnologias, qualificar a mão de obra, dentre outras alternativas. Destaca-se que o hidrogel é um tipo de desbridante autolitico qualificado pela propriedade de hidratação do leito da ferida, estimulando as ações endógenas do corpo para desbridamento do tecido desvitalizado, possui forma farmacêutica semissólida, caracterizada por serem formadas a partir de polímeros e serem hidrofílicos composto por composto de água, carboximetilcelulose. Em contrapartida tem-se a papaína um desbridante enzimático com várias porcentagens que pode ser utilizado em diversos tipos de tecido que vai da granulação a necrose de difícil retirada. No estudo que comparou a efetividade do gel de papaína a 2% e o gel de carboximetilcelulose a 2%, descreveu que em relação a redução de tecido desvitalizado no leito da úlcera, o resultado foi significativo nos dois grupos. Observou-se também que ambos os grupos apresentou cicatrização favorável com redução de tecidos desvitalizados e crescimento de tecido de granulação. Em relação a quantida de tecido de epitelização o grupo que utlizou papaina apresentou aumento significativo, durante o tratamento. Em relação aos efeitos das duas coberturas verifica-se que apesar de serem substancias com propriedades diferentes ambas cumprem com a sua finalidade desbridante. O que viabilizou a substituição do produto, visando o custo-benefício e efetividade no encurtamento da cicatrização das lesões. A papaína foi padronizada em 2017 no segundo semestre, como alternativa de substituição ao uso de hidrogel, que foi utilizado nesta instituição até 2018, após educação continuada/treinamento com a equipe assistencial da enfermagem e equipe médica, para conhecimento e manejo da cobertura, levando em consideração a sua porcentagem. Ficando a comissão de curativos na responsabilidade quanto aos pareceres e treinamento com a equipe. A papaína tem a formulação cremosa e é manipulada pela farmacotécnica desta instituição. Conclusão: Em suma trouxe benefício ao paciente com a cicatrização oportuna, com tratamento sem dor, com retirada atraumática e de fácil adesão, além de ser um método sustentável de cuidado não foi evidenciado nenhum efeito adverso quanto sua utilização. Com isso proporcionando ao profissional de enfermagem suporte para indicação e manejo deste produto. Gabriela Maria Da Silva Rocha Jéssika Ellen Cavalcanti Oliveira Elizandre De Paula Silva Giovanna Barbosa Medeiros Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 AVALIAÇÃO CLÍNICA DA PELE DE RECÉM-NASCIDOS A TERMO SAUDÁVEIS: ESTUDO DESCRITIVO LONGITUDINAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2327 Introdução: A pele do recém-nascido (RN) apresenta particularidades anatômicas e fisiológicas específicas que a tornam mais vulnerável em comparação à pele do adulto, como menor espessura, maior perda de água transepidérmica (TEWL), menor hidratação do estrato córneo (SCH) e um pH cutâneo levemente alcalino (entre 7,0 e 7,5)1. Essas condições favorecem o desenvolvimento de xerose, infecções cutâneas, dermatite atópica (DA) e dermatite associada à incontinência2. A avaliação sistemática da pele neonatal, realizada majoritariamente pela equipe de enfermagem, é essencial para identificar precocemente alterações e implementar intervenções que favoreçam o amadurecimento da barreira cutânea e previnam complicações dermatológicas3. Contudo, há poucos estudos que descrevem a evolução clínica da pele do RN no primeiro mês de vida. Objetivo: Caracterizar as condições clínicas da pele de RN saudáveis durante o primeiro mês de vida. Método: Estudo descritivo, longitudinal e quantitativo, vinculado a um ensaio clínico randomizado4, realizado em um hospital universitário público na cidade de São Paulo - Brasil, entre outubro de 2018 e dezembro de 2019. A amostra, de conveniência, foi composta por 100 RN a termo, saudáveis. Foram excluídos os RN com anomalias congênitas diagnosticadas após a inclusão, aqueles submetidos à fototerapia ou transferidos de unidade. Na avaliação inicial (T0), realizada após o banho do RN, coletaram-se dados sociodemográficos e clínicos, e aplicou-se a Escala de Condição da Pele do Recém-Nascido (ECPRN)?, a qual avalia a presença de secura, eritema e ruptura/lesão da pele. A localização anatômica dos achados foi registrada em figura corporal padronizada. Reavaliações da pele ocorrem em: 48 horas (T1), 14 dias (T2) e 28 dias pós- nascimento (T3). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, utilizando o software SPSS versão 17. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 2.714.918).Resultados: A amostra foi majoritariamente composta por RN do sexo masculino (54%), nascidos por parto vaginal (61%), sem histórico familiar de DA (94%) e com idade gestacional média de 39,19 ±1,07 semanas. Quanto à avaliação das condições da pele, observou-se redução progressiva da pele com secura ao longo do tempo, com prevalência de 64,0% após o banho, 52,5% em 48 horas, 69,0% aos 14 dias e apenas 7,0% aos 28 dias sendo os membros superiores e inferiores as regiões com maior prevalência. A presença de eritema visível em até 50% da superfície corporal aumentou de 9,0% (T0) para 14,14% (T1) e 22,0% (T2), reduzindo-se para 6,0% ao final do período (T3). As regiões que apresentaram a maior prevalência foram o abdômen e o tórax. Rupturas cutâneas foram raras, em todos os tempos: nenhuma ruptura visível foi observada em 99% dos RNs após o banho, 97,98% em 48 horas, e 99% tanto aos 14 quanto aos 28 dias. Quando presentes, as lesões estavam em membros inferiores principalmente. Conclusão: Alterações cutâneas são comuns nas primeiras semanas de vida, porém a maioria dos RN apresentam melhora significativa e recuperação da integridade da pele até o 28º dia. Mily Constanza Moreno Ramos Nayara Luiza Henriques Bárbara Raddiedine Guimarães Elysângela Dittz Duarte Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DESEMPENHO ANTIMICROBIANO DOS COLCHÕES HOSPITALARES DA TECNOLOGIA C-CORE®: ESTUDO PILOTO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2328 INTRODUÇÃO: As infecções relacionadas à assistência à saúde, conhecidas como nosocomiais(1), são eventos adversos responsáveis por morbidade e mortalidade nas instituições hospitalares(2). A contaminação de superfícies no ambiente hospitalar por patógenos bacterianos é fator que contribui para sua ocorrência (3). A contaminação de camas e colchões é um dos principais riscos à saúde no cenário hospitalar. Colchões contaminados foram associados a surtos de infecções e mortes, sendo que o risco de infecção dobra quando o paciente anterior, que fez uso do colchão, estava infectado ou colonizado(4). Embora os colchões sejam revestidos de capa, quaisquer danos superficiais podem permitir a entrada de fluídos e microrganismos. Capa não impermeável ou comprometida tem risco 5,83 vezes maior de contaminação(5). Portanto, o uso colchões hospitalares com propriedades antibacterianas e antifúngicas, é fundamental para a prevenção da infecção nosocomial. OBJETIVO: Analisar o desempenho antimicrobiano dos colchões da tecnologia de polietileno C-CORE®. MÉTODO: Estudo piloto e observacional prospectivo realizado em três cenários hospitalares: centro de terapia intensiva cardiológica, unidade de isolamento e maternidade de alto risco. O desfecho foi cultura para bactérias e fungos, avaliado por meio de coleta de material com swab estéril em diversos pontos em ambas as superfícies do colchão, sob a capa. A coleta foi realizada após seis meses de uso dos colchões e o material foi encaminhado para o laboratório de análises e pesquisas clínicas, cujo responsável pelos exames não recebeu informações sobre a pesquisa. As variáveis dependentes são: presença de bactéria e respectivo antibiograma; presença de fungo. As variáveis independentes são número de pacientes e tempo de uso do colchão; infecção/colonização apresentada pelo paciente com cultura positiva (bactéria/fungo); tipo de microrganismo responsável pela infecção/colonização. Estas informações foram extraídas do sistema geral das instituições sem vinculação com o nome do paciente. Os dados passaram por análise descritiva. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer nº 6.853.674. RESULTADO: O exame de cultura foi referente a seis colchões de polietileno da tecnologia C- CORE®, revestidos com capa de courvin com fechamento no formato de U (zíper). Em média, cada colchão foi usado por 22 pacientes que permaneceram de 1 a 37 dias deitados sobre ele, 86% desenvolveram infecção bacteriana, sendo as principais: infecções respiratórias (13,64%), encefalite (4,55%) e osteomielite (4,55%). Os microrganismos mais frequentes nas culturas clínicas foram Acinetobacter baumannii e SARS-CoV-2 (15,8% cada); Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa e Clostridioides difficile (10,5% cada). Foram realizados 6 exames dos colchões para cultura de bactérias e 6 seis para cultura de fungos, resultando todos negativos. CONCLUSÃO: 86% dos pacientes apresentaram infecção. Contudo, os exames microbiológicos para pesquisa de bactéria e fungos nos colchões de polietileno C-CORE® foram negativos. Este estudo contribui com dados para que novas pesquisas em colchões hospitalares sejam realizadas para validar os achados preliminares e reduzir infecções. Também, é imprescindível a investigação de análise microbiológica das capas do colchão e a condução de pesquisa bacteriológica e fúngica no colchão de polietileno C-CORE® para acompanhamento do desempenho antimicrobiano do material. Raissa Mourão Marques Da Silva Perla Oliveira Soares De Souza Eline Lima Borges Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EFICÁCIA DA LASERTERAPIA DE BAIXA INTENSIDADE ASSOCIADA À BOTA DE UNNA NO TRATAMENTO DE ÚLCERAS VENOSAS: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2329 Introdução: As úlceras de perna representam um importante problema de saúde pública em escala global, sendo as úlceras venosas (UV) as mais prevalentes, associadas principalmente à insuficiência venosa crônica. Essas lesões comprometem significativamente a qualidade de vida dos pacientes, acarretando dor, limitação funcional, absenteísmo laboral e custos elevados para os sistemas de saúde1. O tratamento padrão recomendado para UV é a terapia compressiva, sendo a bota de Unna uma das estratégias mais utilizadas devido à sua eficácia na promoção da cicatrização e controle do edema2,3. No entanto, mesmo com terapias estabelecidas, o processo de cicatrização pode ser prolongado e recidivas são frequentes. Nesse contexto, a Laserterapia de Baixa Intensidade (LTBI) tem se destacado como uma intervenção adjuvante promissora, por sua capacidade de modular processos inflamatórios, estimular a regeneração tecidual e acelerar a cicatrização4. Objetivo: Avaliar a efetividade da LTBI associada ao uso da bota de Unna sobre parâmetros clínicos da lesão venosa — incluindo tamanho, leito, exsudação, odor, edema e dor — em indivíduos com diagnóstico de úlcera venosa. Método: Trata-se de um Ensaio Clínico Randomizado (ECR), triplo-cego, longitudinal e prospectivo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer consubstanciado CAAE 67137323.8.0000.0121. O protocolo de LTBI utilizado neste estudo foi previamente desenvolvido com base em uma revisão sistemática com metassíntese (PROSPERO: CRD42021256286), que demonstrou evidências favoráveis ao uso da terapia como um adjuvante no tratamento da UV. O ECR foi conduzido em unidades de saúde no município de Florianópolis, Santa Catarina, entre setembro de 2023 e julho de 2024. Dos 38 participantes voluntários em potencial, seis foram excluídos, pelos critérios de elegibilidade, resultando em uma amostra de 32 pacientes. O delineamento estatístico considerou nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%. Foram incluídos adultos com diagnóstico clínico de UV e indicação para o uso de terapia compressiva inelástica (bota de Unna). A alocação nos grupos Controle (n = 15) e Experimental (n = 17) foi realizada por randomização simples, utilizando o site randomized.org, com a utilização de envelopes opacos e lacrados para garantir o sigilo da alocação. Durante o acompanhamento, dois participantes do grupo Experimental descontinuaram o tratamento, sendo considerados perdas de seguimento. Todo o processo de condução do estudo seguiu as diretrizes CONSORT para ensaios clínicos randomizados. Foram coletados dados socioeconômicos, demográficos e clínicos. O acompanhamento teve duração de 90 dias, com realização de doze sessões de tratamento (D1 a D12). Mensalmente, foram monitorados os parâmetros clínicos da lesão, incluindo intensidade da dor, presença de edema, área da ferida, características do leito tecidual, quantidade de exsudato, presença de odor, além do registro fotográfico padronizado. Seis equipamentos de laser de baixa intensidade foram utilizados no estudo, sendo três com emissão de dose terapêutica para aplicação no Grupo Intervenção e três simulados (placebo) destinados ao Grupo Controle. A análise estatística das variáveis categóricas foi descritiva, apresentada em frequência absoluta e percentual. Para as análises inferenciais, utilizaram-se as Equações de Estimações Generalizadas (GEE), o teste exato de Fisher e o teste z para comparação de proporções. Os dados foram processados com o software IBM SPSS versão 25, e os resultados foram considerados estatisticamente significativos quando p &lt; 0,05, e índice de confiança de 95%. Resultados: A amostra final consistiu em 30 participantes, com média de idade de 59,1 anos (DP ± 14,5), predominância do sexo masculino (56,7%) e etnia caucasiana (70%). A maioria dos participantes possuía escolaridade de ensino fundamental completo ou superior, era casada e residia com cônjuge ou familiares, com renda mensal entre 1 e 4 salários mínimos. Além da insuficiência venosa crônica, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi a comorbidade mais prevalente, e 56,7% dos pacientes apresentavam associação de HAS com diabetes mellitus (DM). Os medicamentos, o GI 26% dipirona, pregabalina e torsilax, enquanto o GC 46,6% dipirona, paracetamol, ibuprofeno, codeína e morfina. Todos com CEAP 6, etiologia primária 70% e fisiopatologia de refluxo 73,3%. A terapia compressiva foi indicada para 43% dos participantes, a dermatite ocre a complicação perilesional mais comum, 83,3%. A maioria tinha úlcera com mais de seis meses, e 58,8% não recidiva. A análise, quanto ao uso de medicamentos, revelou que no Grupo Intervenção (GI), 26% utilizavam dipirona, pregabalina e torsilax, já no Grupo Controle (GC), 46,6% faziam uso de dipirona, paracetamol, ibuprofeno, codeína e morfina. Todos os participantes apresentavam classificação CEAP 6, com etiologia primária em 70% dos casos e fisiopatologia de refluxo em 73,3%. A indicação da TC inelástica bota de Unna, em 43% dos participantes foi por prescrição médica, enquanto nos demais casos a decisão baseou-se na avaliação por Doppler venoso ou índice tornozelo-braquial (ITB). Quanto ao comprometimento da pele perilesional, a dermatite ocre foi a condição predominante (83,3%), seguida pela lipodermatoesclerose (70%) e pelo eczema (66,6%). A maioria das úlceras apresentava duração superior a seis meses, sendo que 58,8% dos pacientes não apresentavam episódios prévios de recidiva. Após o período de acompanhamento, observou-se que em relação ao odor não houve diferença estatística, no entanto o grupo submetido à LTBI apresentou resultados significativamente superior em relação à redução do edema (p = 0,001), alívio da dor (p = 0,007), redução da área da lesão (p = 0,016), exsudação (p = 0,031), melhoria do leito tecidual (p = 0,007) e maior taxa de cicatrização no desfecho primário (p = 0,016). Conclusão: Os resultados deste estudo sustentam a hipótese de que a aplicação da Laserterapia de Baixa Intensidade, quando associada à terapia compressiva com bota de Unna, é eficaz na promoção da cicatrização de úlceras venosas. A LTBI demonstrou ser uma intervenção adjuvante promissora, com efeitos positivos sobre múltiplos parâmetros clínicos da lesão. Tais achados reforçam a importância de estratégias terapêuticas integradas e baseadas em evidências para o manejo das úlceras venosas crônicas na atenção primária à saúde. Cilene Fernandes Soares Juliana Balbinot Reis Girondi Milena Pereira Lucilene Maria Schmitz Juliana Reinert Maria Guilherme Mortari Belaver Gabriely Do Nascimento Barbosa Daniela Soldera Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO: USO DE COBERTURA MULTICAMADAS E FOTOBIOMODULAÇÃO NO TRATAMENTO DE LESÃO POR PRESSÃO EM PACIENTE ADULTOS DE TERAPIA INTENSIVA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2330 Introdução: A Lesão por Pressão é definida como uma lesão tecidual por meio da fricção, cisalhamento e/ou descarga prolongada de pressão, geralmente em locais de proeminências ósseas e frequentemente relacionada à idade avançada, comorbidades, desnutrição, desidratação, mobilidade reduzida e hospitalização prolongada¹. A equipe de enfermagem é essencial para evitar e tratar essas lesões por meio do planejamento de intervenções para um cuidado integral². Dentre essas intervenções, temos tecnologias como a cobertura multicamadas e fotobiomodulação. A cobertura multicamadas auxilia a dissipar a pressão e evitar a fricção e cisalhamento da pele, além de manter o microclima da região adequado3-4. Já na fotobiomodulação, o laser de baixa potência permite modular o processo de cicatrização de forma mais efetiva e em menor tempo5. Objetivo: Comparar o efeito da cobertura multicamadas associada à fotobiomodulação na reparação tecidual da pele de adultos hospitalizados com lesão por pressão estágio 1 e 2 em região sacral. Método: Ensaio clínico randômico, controlado e paralelo, realizado entre agosto e dezembro de 2024, em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulto. Os critérios de inclusão foram adultos maiores de 18 anos, com restrição ao leito e dificuldade de movimentação, apresentado lesão por pressão estágio 1 e ou 2 em região sacral, em uso de colchão pneumático. Foram excluídos pacientes com amputações próximas a área sacral, lesões inflamatórias agudas em área perilesional, episódios frequentes de diarreia, isolamento respiratório ou que não tolerem mudança de decúbito para as medições do estudo, sendo descontinuados, os que apresentaram algum tipo de reação alérgica a cobertura ou necessitaram retirá-la antes de 96 horas. A randomização aconteceu por meio do programa Sealed Envelope com auxílio de um profissional estatístico, organizada em envelopes lacrados e numerados sequencialmente, por uma pessoa externa à pesquisa, estratificada em quatro blocos. Obtiveram 30 participantes, divididos entre grupo intervenção (GI) - uso de cobertura multicamadas e fotobiomodulação e grupo controle (GC) - uso de cobertura multicamadas. O monitoramento da cobertura ocorreu diariamente, mas a avaliação da pele e as medidas/características propostas (termografia, fotografia clínica, bioimpedância elétrica, características da lesão, para ambos os grupos), foram feitas em dias alternados: dia 1, 3, 5 e 7. Nos dias 2, 4 e 6 manteve-se o acompanhamento verificando as características da cobertura (sem alterações, descolamento, deslocamento, perda) e realizava-se o registro fotográfico e a termografia mantendo a integridade da cobertura. Para avaliação foram utilizados dois resultados da Nursing Outcomes Classification e seus respectivos indicadores, a partir de escala Likert de cinco pontos: Cicatrização de Feridas: segunda intenção (1103) e seus indicadores tamanho da ferida diminuído, granulação, drenagem, eritema na pele adjacente, edema perilesão, pele com bolhas, pele macerada e odor; e Integridade Tissular: pele e mucosas (1101) e seus indicadores temperatura da pele, elasticidade, hidratação e perfusão tissular perilesão. No grupo intervenção foram realizadas sessões de fotobiomodulação nos dias 1, 3 e 5, com a combinação entre as luzes vermelha (660 nm) e infravermelha (808 nm) em dose de 2J, potência de 100mW. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CAE: 79752024.1.0000.0121). Os dados foram processados no Statistical Package for the Social Sciences®, versão 22 e realizadas análises descritivas, paramétricas e não paramétricas dependentes, calculados por meio de teste T e teste Qui-quadrado, com nível de significância de p&lt;0,05. Resultados: Participaram 30 pessoas, 15 em cada grupo. A média de idade dos participantes foi de 61,33 (dp=14,46) no GC e de 63,00 (dp=18,36) e predomínio do sexo masculino em ambos os grupos. A área de hiperemia, área de lesão, eritema, granulação no leito, drenagem, pele com bolhas e pele macerada sem diferenças estatisticamente significantes. Em relação a hiperemia, ambos os grupos apresentaram redução na área entre o primeiro e último momento (variando entre 76 a 100%) e a área da lesão ao final do acompanhamento redução de 26 a 50%) para o GC e de 76 a 100% para o GI. Ambos os grupos atingiram a pontuação cinco (ausência de eritema) na escala Likert para eritema entre o primeiro e último momento. Quanto a granulação no leito da ferida, houve redução em ambos os grupos (GC: de 1,73; dp=1,87 para 1,00; dp=1,0) e GI de 1,73; dp=1,94 para 1,00; dp=1,19). A drenagem apresentou mudança de um ponto na escala Likert para ambos os grupos, o GC iniciou com média de 2,38 (dp= 2,18) e no quarto momento 1,56 (dp=1,88), e o GI iniciou com 2,07 (dp=2,02) e finalizou com 1,92 (dp=1,98). A média de pontuação do indicador pele com bolhas melhorou em um ponto na escala Likert, para ambos os grupos (atingiram a pontuação cinco: pele sem bolhas). Em relação à pele macerada houve redução de um ponto na escala para o GC, o qual apresentou no primeiro momento média de 3,07 (dp=2,46) e no último 2,85 (dp=2,48), no GI esse indicador manteve-se no 2º ponto da escala. Observou-se que a temperatura melhorou para ambos os grupos (atingindo cinco na escala Likert: não comprometido), com valores entre 32ºC e 36ºC, ao final do acompanhamento, foi observado diferença estatisticamente significativa entre os momentos (p=0,008), mas não entre os grupos (p’=0,230). Já, a hidratação e oleosidade apresentaram diferenças estatisticamente significativas (p’=0,027) e (p’=0,029), respectivamente. Na hidratação, a média dos níveis de umidade para o GC mantiveram-se estáveis sendo 44,46 (dp=23,75) no primeiro momento e 44,64 (dp=20,79) no quarto momento, e o GI iniciou com média de 46,46 (dp=23,83), apresentando aumento para 52,41 (dp=19,56). A média de oleosidade se manteve linear para o GC, variando de 24,05 (dp=6,40) para 23,96 (dp=6,42) no último momento e reduziu entre o primeiro e quarto momento para o GI, sendo a média inicial de 25,29 (dp=6,46) e a final 21,40 (dp=4,31). Conclusão: Identificou-se que o uso de multicamadas favorece o processo de reparo tecidual com redução da área da ferida, área de hiperemia, eritema, granulação no leito, drenagem, pele com bolhas e pele macerada não sendo constatada diferença estatisticamente significativa em relação ao uso isolado da cobertura e fotobiomodulação. Contudo, os índices de hidratação e oleosidade, obtiveram relevância significativa no uso conjunto com a fotobiomodulação. Nataniele Kment Da Silva Camila Vicente Taline Bavaresco Roberta Regina Giotti Natália Gonçalves Tauane Santos Firmino Laura Wagner Maria Elena Echevarría Guanilo Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ENSAIO CLÍNICO SOBRE A PRESSÃO NAS PROEMINÊNCIAS ÓSSEAS CONFORME DECÚBITO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2331 INTRODUÇÃO: lesões por pressão são eventos adversos comuns e dispendiosos, mas potencialmente evitáveis(1). A prevenção está entre as metas prioritárias de segurança do paciente, sendo uma responsabilidade compartilhada por toda a equipe multidisciplinar(2). As ações da equipe de enfermagem e os equipamentos utilizados para mobilização e posicionamento dos pacientes são destaques na prevenção das lesões por pressão, e consequentemente no impacto econômico(3). Entretanto, não há evidências claras sobre qual posição e cronograma de reposicionamento são os melhores. Uma revisão constatou que, no geral, a qualidade dos estudos é limitada(4). Diante da insuficiência de evidência sobre a intensidade da pressão nas proeminências ósseas e a sua relação com o decúbito, suscitou a questão de pesquisa: qual é a pressão nas proeminências ósseas conforme o decúbito (dorsal, lateral e ventral)? OBJETIVO: identificar a pressão nas proeminências ósseas nos decúbitos dorsal, lateral e ventral. MÉTODO: estudo clínico fase I, experimental fatorial, não randomizado. A unidade de análise foi o posicionamento em decúbito, cada participante foi avaliado na posição dorsal, lateral e ventral. A coleta de dados ocorreu de junho a dezembro de 2024, no Laboratório de Tecnologia e Inovação C- CORE/UFMG com cama hospitalar e colchão tecnologia C-CORE®, ambiente controlado a 23°C. A pressão foi medida pelo sensor SR Soft Vision®, incluindo os pontos de pressão ?79 mmHg como elevadas. Os dados foram analisados no SPSS 21.0, por meio de ANOVA unifatorial, considerando a pressão total nos diferentes decúbitos. As análises foram estratificadas por sexo e peso corporal (&lt; 50 Kg; ? 50Kg e ?80Kg; &gt; 80 Kg e ? 100 Kg; &gt; 100 Kg e ? 180kg). Quando identificadas diferenças significativas, aplicou-se o teste de Tukey. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer nº 6.853.674 e Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos: RBR-9vsvkn5. RESULTADOS: foram realizadas 448 avaliações em cada decúbito, perfazendo o total de 1.392 decúbitos. A pressão média foi 652,3 (IC 95%: 592,9-711,7) no decúbito dorsal, 1.522,2 (IC 95%: 1.423,0-1.621,4) no lateral e 313,2 (IC 95%: 275,2-351,3) no ventral, com menores níveis de pressão para a posição ventral (valores-p&lt;0,001). Quando estratificado por sexo, a diferença entre os decúbitos se mantém significativa (valores-p&lt;0,001). A magnitude das diferenças entre os decúbitos dorsal e lateral, e ventral e lateral são maiores entre os homens (efeito de 1.080,7 e 1.386,7, respectivamente) que entre as mulheres (efeito de 660,1 e 1.031,7, respectivamente). A diferença entre os decúbitos é também significativa (valores-p&lt;0,001) na estratificação por peso, com menores níveis de pressão para o decúbito ventral e maiores para o decúbito lateral, para as quatro categorias de peso. Conclusão: os resultados confirmam diferença significativa nas pressões de interface entre os decúbitos dorsal, lateral e ventral. Houve menores níveis de pressão para o decúbito ventral e maiores para o lateral independentemente do sexo e peso corporal. O estudo traz contribuições para revisão de protocolos e oferece subsídios para futuras investigações clínicas sobre as pressões de interface, nos diversos decúbitos, de pacientes em risco para lesões por pressão internados em instituições hospitalares. Eline Lima Borges Ana Luizi Perígolo Miranda Perla Oliveira Soares De Souza Mery Natali Silva Abreu Josimare Aparecida Otoni Spira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 FATORES ASSOCIADOS À CRONICIDADE DE FERIDAS EM USUÁRIOS ACOMPANHADOS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: EVIDÊNCIAS DE UM ESTUDO POPULACIONAL EM MINAS GERAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2332 Introdução: As feridas crônicas representam um crescente desafio de saúde pública global, impulsionado pelo envelhecimento populacional e pela alta incidência de doenças como diabetes e distúrbios vasculares. Diferente das feridas agudas, que seguem um processo de reparo tecidual ordenado, as crônicas são caracterizadas por uma inflamação persistente que impede a cicatrização, gerando impactos severos na qualidade de vida dos pacientes. A Atenção Primária à Saúde é o cenário estratégico para o manejo das feridas, oferecendo um cuidado longitudinal e integrado. Contudo, para otimizar as estratégias de cuidado, é crucial identificar os fatores clínicos, sociais e assistenciais que estão associados à cronicidade das feridas. Objetivo: Analisar os fatores associados ao tempo de existência de feridas em usuários acompanhados na Atenção Primária à Saúde de um município mineiro de grande porte. Método: Foi realizado um estudo observacional transversal com abordagem quantitativa, a partir de 1.399 registros secundários de usuários com feridas atendidos na rede de APS de um município de grande porte em Minas Gerais, entre julho de 2023 e julho de 2024. Os dados foram extraídos de um banco de dados institucional, preenchido pelas equipes de saúde através de um formulário eletrônico. A variável dependente foi o "tempo de existência da lesão mais antiga", e as variáveis independentes incluíram a etiologia da ferida, o profissional responsável pelo curativo, a condição de moradia e o tipo de tratamento utilizado (incluindo o uso de coberturas especiais). A análise estatística foi realizada no software SPSS, empregando-se o teste qui-quadrado de Pearson ou a simulação de Monte Carlo para verificar as associações, com nível de significância de 5%. O projeto foi aprovado pelos Comitês de Ética em Pesquisa, conforme parecer consubstanciado no número: 7.347.27. Resultados: A análise demonstrou associações estatisticamente significativas entre a cronicidade das feridas e a etiologia da lesão (p&lt;0,001), com as úlceras venosas apresentando a maior proporção de casos com mais de um ano de existência (68,1%), com o profissional responsável pelo curativo (p=0,015), com predominância de feridas com mais de um ano cuidadas de forma compartilhada entre técnicos de enfermagem e cuidadores (81,8%), a condição de moradia (p=0,035), indivíduos em situação de rua apresentaram alta prevalência de lesões crônicas (88% com mais de 3 meses), enquanto aqueles que residem sozinhos ou com familiares apresentaram os maiores percentuais de lesões com mais de um ano (59,4% e 45%, respectivamente). Por fim, com o tipo de tratamento (p=0,030), onde a ausência do uso de coberturas especiais (interativas) estava significativamente ligada a um maior tempo de existência da ferida, com 51,9% dos pacientes com lesões há mais de um ano não tendo acesso a essa tecnologia. Conclusão: Os achados deste estudo fornecem evidências robustas de que a cronicidade das feridas na Atenção Primária é um fenômeno multifatorial, influenciado por uma complexa interação entre determinantes clínicos, assistenciais e sociais. Esses resultados reforçam a necessidade de políticas públicas que fortaleçam a Atenção Primária, com investimento na qualificação das equipes de enfermagem, acesso a tratamentos baseados em evidências e na inserção de enfermeiros especialistas, como os estomaterapeutas. Denise Alves Moreira Assis Do Carmo Pereira Júnior Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 LASERTERAPIA DE BAIXA INTENSIDADE NO PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO DAS ÚLCERAS VENOSAS: REVISÃO SISTEMÁTICA COM METASSÍNTESE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2333 Introdução: A úlcera venosa (UV) é caracterizada por uma lesão aberta que ocorre principalmente nos membros inferiores, resultante de insuficiência venosa crônica. As etiologias das úlceras de membros inferiores abrangem causas venosas, arteriais e neuropáticas, que juntas correspondem a cerca de 90% dos casos¹. A UV representa um problema significativo de saúde pública, principalmente em indivíduos com idade superior a 60 anos, sendo as mulheres as mais acometidas, correspondendo a cerca de 70- 90% dos casos de úlceras em membros inferiores. A prevalência mundial ao longo da vida varia entre 0,1% e 2%, porém esses dados podem estar subestimados devido à subnotificação e dificuldades no diagnóstico². No Brasil, a UV é a 14ª causa mais comum de afastamento do trabalho, implicando frequentes internações hospitalares e um impacto econômico elevado ao sistema de saúde público, estimado em cerca de R$48 milhões ao Sistema Único de Saúde (SUS). Além dos custos financeiros, a UV afeta negativamente a qualidade de vida dos pacientes, gerando sofrimento físico e emocional, além de consequências sociais para os indivíduos e suas famílias³. O tratamento das UV envolve múltiplas abordagens, incluindo o controle da doença de base, modificações no estilo de vida, terapias tópicas locais, uso de terapia compressiva, elásticas e inelásticas, assim como intervenções cirúrgicas quando indicadas. A terapia compressiva é amplamente reconhecida como padrão-ouro para o manejo das UV, atuando na melhora do retorno venoso e redução do edema. Entretanto, o processo cicatricial pode ser lento, principalmente em lesões crônicas, demandando estratégias terapêuticas complementares?. Nesse contexto, a laserterapia de baixa intensidade (LTBI) tem sido apontada como um recurso terapêutico adjuvante promissor. O uso da luz laser de baixa potência promove efeitos biológicos não térmicos, incluindo a estimulação da atividade mitocondrial celular, aumento da síntese de ATP e modulação das respostas inflamatórias, fatores essenciais para a reparação tecidual. Além disso, a LTBI atua como agente anti-inflamatório, contribui para o alívio da dor e a redução do edema, favorecendo a melhora clínica das feridas?. Objetivo: Analisar a eficácia da laserterapia de baixa intensidade como adjuvante no processo de cicatrização de úlceras venosas em adultos, avaliando os parâmetros dosimétricos utilizados, os desfechos clínicos e os impactos no tempo de cicatrização. Método: Foi realizada uma revisão sistemática com metassíntese, conforme as diretrizes do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). A busca bibliográfica ocorreu em junho de 2022 nas bases de dados Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Cochrane Library, Excerpta Medica Database (EMBASE), Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL), Scopus, Web of Science, Nursing Cochrane e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE). Os descritores utilizados incluíram termos em português, espanhol e inglês, tais como: Dosimetria, Laserterapia, Terapia a Laser de Baixa Intensidade, Laser Therapy, Low-Level Light Therapy, Cicatrização, Healing, Wound Healing, Úlcera venosa, Varicose Ulcer, entre outros relacionados. A busca também foi estendida à literatura cinzenta via Google Scholar para identificar estudos adicionais. Foram selecionados ensaios clínicos randomizados (ECRs), sem restrição temporal, publicados em português, inglês e espanhol. A qualidade metodológica dos estudos foi avaliada pela escala PEDro (Physiotherapy Evidence Database), com análise independente realizada por dois revisores para garantir a precisão na seleção. Divergências foram resolvidas por consenso. Os dados extraídos foram organizados para análise dos parâmetros dosimétricos da LTBI (potência, comprimento de onda, dose de energia) e para avaliação dos desfechos clínicos relacionados ao tratamento da UV, como redução da área da ferida, tempo de cicatrização, melhora do aspecto do leito e alívio dos sintomas associados. Devido a heterogeneidade dos estudos, a metassíntese qualitativa permitiu a combinação e interpretação dos achados. Resultados: Foram incluídos 10 ensaios clínicos randomizados publicados entre 1998 e 2022. A qualidade metodológica dos estudos variou, sendo majoritariamente considerada razoável, embora alguns apresentassem limitações relativas ao cegamento dos participantes e avaliadores, assim como ao seguimento longitudinal. Os parâmetros dosimétricos adotados nas intervenções com LTBI mostraram variação, com potências entre 10 e 30 mW, comprimento de onda na faixa do vermelho visível, entre 660 e 685 nm, e doses de energia aplicadas entre 1 e 6 J/cm². Esses valores parecem adequados para promover a penetração necessária na camada superficial dos tecidos acometidos pelas UV. Em termos de desfechos clínicos, a laserterapia demonstrou resultados promissores. A maioria dos estudos relatou redução significativa da área da ferida, indicando uma aceleração no processo de cicatrização. Além disso, houve relatos consistentes de melhora na qualidade do leito da ferida, com redução da necrose e proliferação de tecido granulação, bem como a promoção da regeneração tecidual. Outros benefícios observados incluíram diminuição da dor e do edema local, fatores que contribuem para a melhoria do bem-estar do paciente e adesão ao tratamento. Apesar dos resultados positivos, a heterogeneidade nos protocolos terapêuticos constitui um desafio para a comparação direta entre os estudos. A variabilidade nos parâmetros técnicos (potência, dose, tempo de aplicação), assim como na frequência e duração dos tratamentos, dificulta a padronização das recomendações clínicas. Ademais, diferenças nos critérios de inclusão dos participantes, como gravidade da insuficiência venosa, presença de comorbidades associadas e tempo de evolução da UV podem ter influenciado os resultados. Conclusão: A LTBI apresenta-se como uma intervenção eficaz e segura, e parece estar associada à melhora do processo de cicatrização em pessoas com UV. No entanto, a diversidade dos protocolos utilizados nos estudos selecionados e os critérios clínicos e de seleção dos pacientes, os parâmetros dosimétricos, tempo de tratamento, e diferenças entre medidas de desfecho dificultaram a comparação entre os estudos, do qual destacam a necessidade de pesquisas futuras que busquem padronizar os parâmetros dosimétricos e os critérios clínicos para aplicação da LTBI. Estudos adicionais com delineamento metodológico mais rigorosos e amostras maiores são fundamentais para consolidar as evidências e permitir a incorporação efetiva do laser de baixa intensidade na prática clínica do tratamento das úlceras venosas. Cilene Fernandes Soares Juliana Balbinot Reis Girondi Daniela Soldera Helena Sophia Strauss Mohr Gabriely Do Nascimento Barbosa Milena Pereira Maria Fernanda Lehmkuhl Loccioni Adriana Silva Lino Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 OZONIOTERAPIA TRANSCUTÂNEA COMO ADJUVANTE NO MANEJO DE FERIDA TRAUMÁTICA COMPLEXA: RELATO DE CASO CLÍNICO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2334 Introdução: Feridas complexas caracterizam-se pela dificuldade de cicatrização devido a fatores locais ou sistêmicos, podendo evoluir com infecções persistentes e necessidade de terapias complementares. A ozonioterapia é uma modalidade terapêutica emergente, de baixo custo, aplicada por diferentes vias, incluindo a transcutânea, com potencial para modular a inflamação, reduzir a carga microbiana e favorecer a cicatrização. Objetivo: relatar a experiência do uso da ozonioterapia transcutânea como adjuvante no tratamento de uma ferida traumática extensa.Método: relato de caso de uma paciente de 42 anos, vítima de acidente automobilístico em 2023, com ferida complexa em glúteo direito, submetida previamente a três tentativas de enxertia sem sucesso. Na avaliação inicial, a lesão apresentava perda de espessura total, grande quantidade de exsudato purulento, odor fétido (Teler 2), necrose de liquefação em 100% do leito e sinais flogísticos importantes, com área de 94,5 cm2.O tratamento ambulatorial, iniciado em abril de 2023, incluiu higiene rigorosa, desbridamento instrumental seriado, uso de cobertura com hidrofibra de prata e sessões semanais de ozonioterapia transcutânea (bag), com doses decrescentes de acordo com a evolução do quadro: 60 mcg na primeira sessão, 40 mcg na segunda e, a partir da terceira, 20 mcg. Foram realizadas mensurações e registros fotográficos semanais para acompanhamento.Resultados: Após a primeira intervenção, a ferida passou a apresentar redução do odor (Teler 1) e do exsudato. No segundo atendimento, já havia 80% de tecido de granulação e 20% de esfacelo aderido. Houve melhora progressiva nas sessões seguintes, permitindo redução da concentração de ozônio. Em cerca de 49 dias, a lesão apresentou 100% de tecido de granulação, bordas aderidas e área reduzida para 25 cm2, sem sinais de infecção, o que possibilitou a alta do tratamento. Durante o acompanhamento, observou-se também melhora do estado emocional da paciente.Conclusão: Este caso demonstra que a associação da ozonioterapia transcutânea a protocolos de enfermagem sistematizados contribuiu para o controle do processo infeccioso, redução do tamanho da lesão e estímulo à cicatrização. A utilização desta tecnologia complementou estratégias convencionais e resultou em uma evolução clínica satisfatória, reforçando o potencial da ozonioterapia como adjuvante no tratamento de feridas complexas. Maria Fernanda Lehmkuhl Loccioni Juliana Balbinot Reis Girondi Manoela Ferreira Avila Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PREVALÊNCIA DE SARCOPENIA E RISCO DE QUEDA EM PESSOAS COM DIABETES MELLITUS TIPO 2 NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2335 Introdução: As elevadas taxas de incidência e prevalência do Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) têm se tornado uma preocupação crescente, impondo uma carga significativa sobre os sistemas de saúde. Uma das complicações das pessoas com DM2 é a sarcopenia, uma condição degenerativa do músculo esquelético associada ao processo de envelhecimento. Fisiologicamente, observa-se uma redução progressiva e generalizada da massa muscular a partir dos 40 anos de idade. Estima-se que a taxa de deterioração até os 70 anos seja de 8% e de 15 a 25% a cada dez anos após essa faixa etária. A prevalência da sarcopenia varia entre 5% e 17%, a depender do critério de definição utilizado, com uma média global de 11% no mundo. O tecido muscular desempenha papel crucial na absorção e no armazenamento de glicose, levando a resistência à insulina. Paralelamente, a ação ineficiente da insulina resulta em um desequilíbrio entre a síntese e a degradação proteica no músculo esquelético, contribuindo para a progressão da sarcopenia. Essas condições patológicas tendem a se potencializar reciprocamente, promovendo a intensificação uma da outra. No Brasil, os poucos estudos existentes mostram-se divergentes quanto aos resultados obtidos sobre a ocorrência desta condição. Neste sentido, o desenvolvimento de estudos que apresentem a ocorrência de sarcopenia em diferentes regiões do país, podem subsidiar a organização de estratégias na Atenção Primária à Saúde (APS) para o cuidado das pessoas com DM e em risco para o seu desenvolvimento. Objetivo: Analisar a prevalência de sarcopenia e risco de queda em pessoas com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) na atenção primária à saúde. Método: Estudo transversal, realizado com adultos e idosos com DM2. Foram aplicados instrumentos para coleta de dados sociodemográficos, clínicos e antropométricas. A sarcopenia foi avaliada através do questionário preconizado pela European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP2). Para a sua execução, foi utilizado o formulário padrão do consenso de sarcopenia. Dessa maneira, a partir da identificação de uma provável sarcopenia, foi possível confirmar o diagnóstico. Para tal, foram realizadas três etapas que auxiliam no rastreio. Já o risco de queda foi avaliado por meio do questionário da escala internacional de eficácia de queda, que inclui perguntas sobre a preocupação dos pacientes em relação a quedas. O risco de queda e sarcopenia foram as variáveis dependentes deste estudo. Variáveis qualitativas foram apresentadas como frequência absoluta e relativa. Variáveis quantitativas foram apresentadas como mediana e quartis. Para analisar a associação da sarcopenia com as demais variáveis foi utilizada análise univariada através do teste de Qui Quadrado. Em seguida, utilizou-se a regressão logística binomial e todas as variáveis que apresentaram associações ao nível de significância menor que 0,20 foram inseridas na análise. Para o risco de queda, a análise seguiu-se a mesma, com a ressalva de que a sarcopenia foi incluída como variável explicativa. Diferenças estatisticamente significativas foram consideradas para valores de p&lt;0,05. Todas as análises foram conduzidas com o software Stata 14.0. Resultados: Foram avaliados 214 indivíduos, sendo a sendo a maioria do sexo feminino (58,4%) e idosos (65,47%). A prevalência de sarcopenia de 15,4 % e o risco de queda de 42,5%. A proporção de pessoas com risco moderado para a doença dos pés relacionada ao DM é maior entre as pessoas com sarcopenia (p=0,031). Além disso, os pacientes com sarcopenia apresentaram associação com o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) (p=0,001) e a Circunferência Braço (CB) (p=0,000). A presença IAM aumentou em 4,07 vezes a chance de sarcopenia (p=0,004) e o aumento da medida de circunferência de braço, reduziu em 30% essa chance (p=0,000). A presença de sarcopenia aumentou em 2,48 vezes a chance de queda (p=0,021) e o aumento da circunferência da cintura reduziu em 2% a chance de queda. Conclusão: A prevalência de sarcopenia e sua redução, especialmente entre os idosos, ressalta a necessidade de intervenções. O estudo revelou que a presença de IAM aumentou o risco de sarcopenia e, em contrapartida, o aumento das medidas de CB reduziu o risco de sarcopenia. Houve associação entre a sarcopenia e maior risco de queda. Os resultados ressaltam a importância de identificar e monitorar o risco de sarcopenia pelas equipes na APS, especialmente nas pessoas com DM2, com histórico de IAM e com redução das medidas de CB, visando melhorar a qualidade de vida e reduzir os efeitos negativos da perda de massa muscular. Júlia Ribeiro Duarte Ferreira Lorena Queiroz Rachid Juliana Mara Flores Bicalho Andreza De Oliveira Henriques Cortez Viviane Sahade Souza Daniel Nogueira Cortez Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 PROTOCOLO CLÍNICO DE ENFERMAGEM PARA USO DA LASERTERAPIA DE BAIXA INTENSIDADE NO TRATAMENTO DA DERMATITE ASSOCIADA À INCONTINÊNCIA EM PEDIATRIA. https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2336 Introdução: A dermatite associada à incontinência (DAI) é uma condição inflamatória comum em pediatria, especialmente em lactentes, decorrente da exposição prolongada da pele a urina e fezes (1). A pele infantil, por sua imaturidade e maior sensibilidade, é particularmente vulnerável a esse tipo de lesão, o que demanda cuidados específicos e contínuos por parte da equipe de enfermagem, o manejo da DAI envolve higiene adequada, troca frequente de fraldas e aplicação de barreiras tópicas (2, 3). Contudo, tecnologias como a laserterapia de baixa intensidade (LTBI) vêm sendo incorporadas como adjuvantes na assistência, devido aos seus efeitos cicatrizantes, analgésicos e anti-inflamatórios (4). Diante da necessidade de sistematizar o uso seguro e baseado em evidências da LTBI no contexto pediátrico, especialmente em instituições que ainda não dispõem de protocolos clínicos específicos, torna-se relevante a elaboração de instrumentos que orientem a prática profissional, qualifiquem a assistência e apoiem a tomada de decisão do enfermeiro. Objetivo: Desenvolver e validar um protocolo clínico de enfermagem para o tratamento de crianças com dermatite associada à incontinência com uso adjuvante da laserterapia de baixa intensidade. Método: Estudo metodológico desenvolvido em 4 etapas, sendo: revisão de literatura e de escopo, estruturação do protocolo clínico para a enfermagem e por fim, a validação do protocolo por enfermeiros especialistas na temática de Estomaterapia. Este resumo descreve a elaboração e estruturação do protocolo clínico, o qual foi organizado em seções específicas conforme recomendado pelo Ministério da Saúde (5). Após elaboração do protocolo seguindo as evidências científicas encontradas na literatura, além de diretrizes normativas da prática profissional de enfermagem, foi realizada a validação do protocolo, a partir da escala do tipo Likert contendo quatro pontos, considerando o item em questão validado se obtivesse índice mínimo de 80% de consenso entre os juízes especialistas participantes. Vale ressaltar que, o estudo foi aprovado no comitê de ética de pesquisas com seres humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, conforme parecer sob parecer nº 6.793.430 e CAAE: 77506124.0.0000.0121. Resultados: O Protocolo Clínico para Enfermagem: Laserterapia de Baixa Intensidade no Tratamento de Dermatite Associada à Incontinência em Pediatria inicialmente descreve o conceito de DAI e informações relevantes, cita os possíveis diagnósticos de enfermagem com base na Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (CIPE®), como por exemplo a presença de incontinência intestinal ou urinária; presença de eritema ou de eczema em região perineal/perigenital/perianal/adjacências; integridade da pele prejudicada em região perianal, entre outros. Posteriormente, apresenta a descrição completa da classificação de DAI conforme a escala de GLOBIAD e apresenta os critérios de uso para o protocolo, sendo destinado para pacientes pediátricos com presença de DAI (a partir dos diagnósticos de enfermagem ou médico) com a exclusão de pacientes que não apresentem incontinência urinária e/ou fecal ou ainda que seja lesões de contato ou alérgicas na região perianal. Seguindo, o protocolo cita o que deve ser analisado pelo enfermeiro na sua avaliação diária de acompanhamento da evolução da lesão, como a verificar a presença de eritema, hiperemia, perda da pele, sinais de infecção como lesões satélites, pele macerada (úmida), com aparência brilhante, tensa ou edemaciada à palpação, ou ainda presença de esfacelo no leito da ferida seja de coloração amarelada, castanha ou acinzentada, acrescido da avaliação da dor da criança. Após, encontra-se o tratamento não medicamentoso que inclui a manutenção da higiene local com os tipos de produtos indicados como água pura ou sabonetes neutros ou levemente ácidos, evitando produtos com presença de álcool ou perfume, proteção da pele com fraldas exclusivamente descartáveis com trocas frequentes e prevenção de possíveis complicações com produtos adequados como cremes emolientes. O protocolo ainda descreve as situações clínicas que podem ser necessárias o uso de medicamentos como antifúngicos, corticoides ou antibióticos tópicos associados aos cuidados de higiene. Especificamente sobre o uso da LTBI, verifica-se diversos aparelhos no mercado brasileiro, desta forma, o estudo cita três modelos que são utilizados na instituição de procedência do estudo, seguindo a janela terapêutica de 5J/cm2 a 20J/cm2 do espectro de luz vermelha (660nm), respeitando a quantidade de Joules e segundos de aplicação a depender da potência e área do spot do aparelho utilizado. O protocolo recomenda que a LBTI deverá ser realizado pela a técnica pontual com leve pressão, se tolerável pela criança, mantendo a distância de 1 cm entre os pontos de aplicação no leito da ferida e 2cm e na margem da lesão e na região perilesão, com a periodicidade de aplicação a cada 48 horas, podendo chegar até 72 horas, conforme avaliação clínica. O monitoramento deve ser diário, considerando que após cinco dias sem melhora dos sinais clínicos, ou ainda, se apresentar piora como por exemplo surgimento de sinais de infecção, deve ser acionado a equipe multidisciplinar especializada para avaliação e manejo do caso. Conclusão: A construção deste protocolo representa um avanço na padronização do cuidado com DAI em pediatria, oferecendo diretrizes baseadas em evidências para aplicação segura e eficaz da LTBI. O documento será incorporado à rotina assistencial de um hospital público pediátrico de referência em Santa Catarina, contribuindo para a qualificação da assistência e para a autonomia técnica do enfermeiro na área de estomaterapia. Destaca-se que, o protocolo respeita a autonomia e a individualidade do cuidado, oferecendo subsídios técnicos para que o enfermeiro adapte as condutas às necessidades de cada paciente pediátrico. Gabriela Beims Gapski Juliana Balbinot Reis Girondi Richard Silveira Leal Ágatha Montenegro Gastaldi Borges Claudia Nathalie Ferreira De Souza Heloisa De Oliveira Cardoso Giulia Soares Oliveira Sara Monique Amorim Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 RASTREAMENTO E MONITORAMENTO DE PESSOAS COM ÚLCERA DIABÉTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA SEGUNDO ENFERMEIROS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2337 Introdução: a ulceração nos pés é uma das complicações mais graves do diabetes mellitus, tendo como fatores de risco a neuropatia periférica, a doença arterial periférica e a neuro-osteoartropatia.(1) No mundo, estima-se que, a cada 20 segundos, alguém perde um membro inferior ou parte dele em decorrência de complicações da úlcera diabética.(2) Assim, o rastreamento e o monitoramento das pessoas com diabetes mellitus na Atenção Primária, por meio da realização do exame clínico dos pés e da estratificação do risco de ulceração, são fundamentais para prevenção da úlcera diabética e de amputações.(3) Objetivo: compreender o rastreamento e o monitoramento de pessoas com úlcera diabética na Atenção Primária segundo enfermeiros. Método: trata-se de um estudo descritivo de abordagem qualitativa realizado com 15 enfermeiros da Atenção Primária das zonas Centro e Norte de Teresina, no período de junho a setembro de 2019. Foram incluídos enfermeiros assistenciais do quadro efetivo e com atuação na Estratégia Saúde da Família há mais de um ano. Foram excluídos aqueles com redução da carga-horária de trabalho e os que estavam afastados do serviço por problemas de saúde no período da coleta de dados. O recrutamento dos participantes ocorreu por conveniência, sendo que a amostra mínima foi estabelecida pela técnica de saturação. A produção dos dados ocorreu por meio de entrevista com roteiro semiestruturado, sendo que os discursos foram gravados em dispositivo eletrônico no formato MP4 player e, posteriormente, transcritos na íntegra. Os dados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo de Bardin. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí, com parecer no 2.817.426, de 2018. Resultados: grande parte dos enfermeiros relatou que a realização do exame clínico dos pés das pessoas com diabetes mellitus geralmente se restringia à inspeção da pele para identificação de complicações, enquanto alguns destacaram que utilizavam o monofilamento de 10 g e realizavam a palpação do pulso pedioso. A maioria relatou que fazia a anamnese para a identificação de fatores de risco, como: histórico de tabagismo, alcoolismo, calosidade nos pés, corte inadequado das unhas e uso de sapatos inapropriados. A maioria ressaltou a falta de educação permanente no serviço sobre prevenção e tratamento da úlcera diabética e a ausência de insumos, como o diapasão de 128 Hz. Outras dificuldades enfrentadas são a alta demanda, infraestrutura precária em algumas unidades e a dificuldades de transporte para visitas domiciliares aos pacientes com úlceras nos pés acamados ou domiciliados. Em relação ao monitoramento, destacaram dificuldades na referência e contrarreferência, bem como em relação à demora na fila de espera para consultas com especialista. Conclusão: o exame clínico dos pés precisa ser intensificado e ampliado na Atenção Primária, a fim de rastrear precocemente as complicações nos pés. Além disso, a integralidade da assistência às pessoas com diabetes mellitus precisa ser garantida, com insumos, infraestrutura, atendimento especializado oportuno quando necessário e melhor articulação entre os serviços de referência e contrarreferência, visando reduzir o número de ulceração e amputação em membros inferiores em decorrência de complicações do diabetes mellitus. Jefferson Abraão Caetano Lira Álvaro Sepúlveda Carvalho Rocha Lídya Tolstenko Nogueira Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 REFERÊNCIA E CONTRARREFERÊNCIA PARA CONTINUIDADE DO CUIDADO DE ENFERMAGEM A PESSOAS COM FERIDAS COMPLEXAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2338 Introdução: A transição epidemiológica e demográfica resultou no aumento da expectativa de vida e na diminuição de doenças infecciosas, mas trouxe consigo a elevação dos casos de doenças crônicas não transmissíveis, muitas vezes associadas ao surgimento de feridas complexas(1). Essas condições estão frequentemente associadas ao surgimento de feridas complexas, que comprometem múltiplas camadas da pele e estruturas internas. Tais feridas representam um problema de saúde pública devido ao alto custo de tratamento, impacto psicossocial e prolongado tempo de cicatrização(2). O enfermeiro exerce papel central na avaliação e cuidado desses pacientes, promovendo assistência integral e qualificada, especialmente na Atenção Primária à Saúde (APS), considerada a porta de entrada e seguimento de muitos casos(3-5). A atuação eficiente na Rede de Atenção à Saúde (RAS), com fluxos bem definidos e comunicação eficaz entre unidades básicas e ambulatórios especializados, é essencial para garantir um cuidado resolutivo, contínuo e economicamente sustentável(5). Objetivo: Construir e Validar um instrumento da referência e contrarreferência de pessoas com feridas complexas para a sistematização do cuidado de enfermagem em um serviço de saúde municipal. Método: Estudo metodológico realizado com enfermeiros assistenciais da Atenção Primária da Saúde em uma secretaria municipal no Sul de Santa Catarina. O mesmo foi organizado em três etapas: 1) polo teórico, no qual foi realizada uma revisão narrativa de literatura e o diagnóstico situacional da população com feridas complexas no município investigado; 2) polo empírico: atualização e revisão de um instrumento voltado à sistematização do fluxo de referência e contrarreferência de pessoas com feridas complexas; 3) E por fim, o polo analítico onde foi realizada a validação por enfermeiros da APS, utilizando o Índice de Validade de Conteúdo. A coleta de dados foi realizada por meio de aplicativo eletronico de gerenciamento de pesquisas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos sob parecer número 101977/2023, CAAE: 73880723.9.0000.0121. Resultados: Foram analisados 21 artigos na revisão narrativa, os quais indicaram que a assistência a pessoas com feridas complexas deve ser integral, equitativa e respaldada por protocolos clínicos bem definidos executados por profissionais qualificados. A pesquisa de campo evidenciou que a maioria dos pacientes atendidos na rede municipal são do sexo feminino, com feridas em bom processo de cicatrização e tempo de duração superior a seis meses. Após essas duas etapas o instrumento para a sistematização do fluxo de referência e contrarreferência de pessoas com feridas complexas foi validado através do Índice de Validade de Conteúdo (IVC), com a participação de 28 enfermeiros, da instituição investigada. sendo que o instrumento foi ajustado conforme suas sugestões. Esse instrumento apresenta orientações sobre o agendamento dos pacientes referenciados pela equipe de Equipe de Saúde da Família (ESF) para serem atendidos no centro de especialidade, informando o prazo mínimo de cinco dias para a devolutiva sobre o agendamento. Quando o agendamento for realizado, a coordenação da Unidade Básica sde Saúde (UBS) receberá um documento informando o dia e horário conforme prioridade de cada caso. Caso o paciente seja acompanhado remotamente, a dispensação dos materiais para as trocas de curativos serão solicitadas mediante receita médica/enfermeiro com prazo mínimo de três dias para a entrega; Identificação da UBS de referência do paciente e profissional solicitante pelo encaminhamento; Informações referentes às características sócio demográficas dos pacientes, hábitos e rede de apoio do paciente com ferida complexa (nome, data de nascimento, cor, escolaridade, comorbidades, tratamentos medicamentosos, exames prévios, consumo de drogas, presença de cuidador) e informações sobre as características das lesões conforme avaliação pelo enfermeiro da UBS de origem (tipo, tempo, localização, medidas, presença de dor, odor, frequência de troca de curativo, aspectos perilesional, presença de exsudação, produtos utilizados). Conclusão: O estudo possibilitou a criação de um instrumento padronizado para o fluxo de referência e contrarreferência de pacientes com feridas complexas, promovendo uma comunicação mais ágil e eficaz entre os serviços especializados e a APS. Permitiu o delineamento do perfil epidemiológico dessa população, contribuindo para o planejamento e gerenciamento de insumos, equipamentos e capacitações dos profissionais de saúde. O instrumento foi amplamente divulgado e bem recebido pelos profissionais de enfermagem, proporcionando praticidade, facilidade e autonomia no encaminhamento de pacientes para serviços especializados. Ele orienta a consulta de enfermagem por meio de uma sequência estruturada, centrada na anamnese do paciente e focada exclusivamente em sua condição de saúde atual, incorporando os mais recentes avanços e evidências da literatura científica. Dessa forma, favorece um cuidado mais sistematizado, integral e contínuo. Os resultados ainda fortalecem a tomada de decisões com base em evidências, qualificando a assistência e promovendo melhores desfechos clínicos. Milena Pereira Isabel Amante De Souza Juliana Balbinot Reis Girondi Kelli Borges Dos Santos Rafaella Hübler Da Silva Ágatha Montenegro Gastaldi Borges Ana Lúcia De Azevedo Neves Duarte Letícia Elena Back De Freitas Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 SERIA POSSÍVEL MODIFICAR O MICROAMBIENTE DA ÚLCERA VENOSA? EVIDÊNCIAS IN VITRO COM ORC/COLÁGENO/PRATA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2339 Introdução: Úlceras de perna por hipertensão venosa acometem cerca de 1% da população mundial, representando aproximadamente 80% de todas as feridas crônicas. Essas lesões constituem um desafio terapêutico, caracterizado por longos períodos de cicatrização, alta taxa de recidiva e impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes e nos custos dos sistemas de saúde. A fisiopatologia envolve uma resposta inflamatória crônica, promovendo desequilíbrios bioquímicos locais, especialmente na matriz extracelular. Dentre os principais elementos envolvidos nesse desequilíbrio estão atividade exacerbada das metaloproteinases da matriz (MMPs), associada à redução dos níveis de seus inibidores endógenos, os inibidores teciduais de metaloproteinases (TIMPs). Essa desregulação compromete a síntese e a remodelação do colágeno, induz senescência em fibroblastos dérmicos e interfere na sinalização de fatores de crescimento como o TGF-? (transforming growth factor-beta), fundamentais para o reparo tecidual ordenado. Diante desse cenário, estratégias terapêuticas que busquem modular o microambiente da ferida vêm sendo amplamente investigadas. Curativos bioativos compostos por celulose oxidada regenerada (ORC) e colágeno, com ou sem a adição de prata, têm se destacado como promissores moduladores desse ambiente. Acredita-se que esses materiais sejam capazes de interagir diretamente com proteases e outras moléculas sinalizadoras presentes no exsudato, reduzindo a carga inflamatória local. Objetivo: Avaliar, in vitro, os efeitos de curativos compostos por ORC/Colágeno e ORC/Colágeno/Prata na expressão de MMPs, TIMPs, isoformas de TGF-? e colágeno I e III em fibroblastos derivados de úlceras venosas (VUFs). Método: Trata-se de um estudo in vitro, prospectivo, controlado e não randomizado com aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAAE: 21868413.5.0000.0068). Amostras de tecido de granulação foram obtidas por punch de 12 mulheres com úlceras venosas dos membros inferiores (classificação CEAP C6), sem comorbidades. Os fibroblastos foram cultivados e caracterizados por imunofluorescência utilizando anticorpos para colágeno I e III. Foram testadas diferentes concentrações de ORC/Colágeno (1,4; 2,8; 4,2 e 8,4 mg/mL) e ORC/Colágeno/Ag. Após 72h de exposição, avaliou-se a expressão de MMP-1, MMP-2, MMP-3, MMP- 10, MMP-13, TIMP-1, TIMP-2, TIMP-3, TGF-?1, ?2 e ?3, além dos colágenos I e III, por ensaios multiplex bead-based e imunofluorescência. A análise estatística foi realizada pelo teste de Wilcoxon, com significância estabelecida em p&lt;0,05. A análise estatística foi realizada pelo teste de Wilcoxon, com significância p&lt;0,05. Resultados: A concentração de 2,8 mg/mL de ORC/Colágeno e 4,2 mg/mL de ORC/Colágeno/Ag promoveram aumento na proliferação celular sem evidência de citotoxicidade. O tratamento com ORC/Colágeno não alterou significativamente os níveis de MMPs, TIMPs ou colágeno, sugerindo ação localizada. Em contrapartida, o uso de ORC/Colágeno/Ag resultou em aumento da expressão de MMP-1 (1,9x) e redução de MMP-13 (1,6x), TIMP-2 (1,65x) e TIMP-3 (6x). A expressão de TGF-?1, ?2 e ?3 não apresentou variações significativas em nenhum dos tratamentos. Já os níveis de colágeno I e III não se alteraram significativamente, embora tenha sido observada uma leve tendência ao aumento do colágeno III com ORC/Colágeno/Ag. Conclusão: Os resultados deste estudo in vitro demonstram que o curativo composto por ORC/Colágeno associado à prata possui potencial modulador significativo sobre o microambiente de úlceras venosas. A combinação com prata se mostrou capaz de interferir na expressão de enzimas proteolíticas e seus inibidores, promovendo um ambiente mais equilibrado e propício à reparação tecidual indicando um possível efeito anti-inflamatório e antiprotease da formulação. Esses achados reforçam a relevância de estratégias terapêuticas que vão além da simples cobertura da lesão, propondo uma atuação ativa sobre os fatores que perpetuam a cronicidade da ferida. A modulação da atividade proteolítica, a preservação dos fatores de crescimento e o estímulo à síntese de colágeno são mecanismos centrais no processo de reparação tecidual e foram positivamente influenciados pela presença de prata na formulação testada. Além disso, a manutenção da expressão dos fatores TGF-? e dos colágenos I e III, sem evidência de citotoxicidade, indica segurança e compatibilidade celular dos curativos avaliados. Dessa forma, a utilização de matrizes bioativas como ORC/Colágeno/Ag pode representar uma alternativa valiosa no arsenal terapêutico de feridas de difícil cicatrização. O entendimento das interações moleculares que ocorrem entre os componentes do curativo e as células do leito da ferida contribui para uma abordagem mais direcionada, baseada em evidências e com maior potencial de sucesso clínico. A escolha de curativos que atuem de maneira específica sobre o microambiente das úlceras venosas pode acelerar a cicatrização, reduzir complicações, além de melhorar a qualidade de vida dos pacientes e otimizar os recursos do sistema de saúde. É importante destacar que, embora os resultados obtidos neste estudo in vitro sejam promissores, eles representam apenas uma etapa inicial na validação da eficácia desses curativos. Ensaios clínicos randomizados, controlados e com acompanhamento longitudinal são necessários para confirmar os efeitos observados em ambiente laboratorial e estabelecer protocolos terapêuticos padronizados. Julia Teixeira Nicolosi Silvana Cereijido Altran Liliana Scorzoni André Oliveira Paggiaro Viviane Fernandes De Carvalho Debora Levy Rolf Gemperli Cesar Isaac Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 CENÁRIO DE SIMULAÇÃO CLÍNICA PARA TREINAMENTO NA AVALIAÇÃO DA ESCALA DE?OXFORD EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2340 Introdução: A incontinência urinária (IU) feminina é prevalente e acarreta repercussões físicas, emocionais e sociais1. A avaliação da força da musculatura do assoalho pélvico pela Escala de?Oxford (0–5) constitui passo decisivo para o diagnóstico e o direcionamento terapêutico, mas ainda é pouco dominada por estudantes e enfermeiros na prática cotidiana1. A simulação clínica realística desponta como estratégia pedagógica capaz de articular conhecimento teórico, habilidades técnicas e postura ética em ambiente seguro, favorecendo a consolidação de competências essenciais ao cuidado da mulher2-5. Método: Estudo metodológico, qualitativo e aplicado, inserido no projeto guarda chuva “Cenários de Simulação Clínica e em Realidade Virtual para o Cuidado de Enfermagem”. O desenvolvimento seguiu as Healthcare Simulation Standards of Best Practice (INACLS). As etapas contemplaram: (1)?levantamento da demanda educacional; (2)?planejamento do cenário; (3)?definição de objetivos de aprendizagem; (4)? estruturação do ambiente e dos recursos; (5)?elaboração de roteiros (facilitador e paciente padronizada); (6)?construção de checklist de desempenho; e (7)?organização do prebriefing, briefing, simulação e debriefing segundo o modelo?PEARLS. Por envolver apenas construção de material didático, o estudo foi dispensado de submissão ao Comitê de Ética em Pesquisa (Resolução?CNS?510/2016). Resultados: O produto é um cenário misto (paciente padronizada + insumos reais) ambientado em consultório ginecológico simulado. A paciente fictícia é Maria, 47?anos, três partos vaginais, queixa de perdas urinárias aos esforços. A duração total é de 55?minutos: prebriefing?(5?min), briefing?(5?min), execução? (20?min) e debriefing?(30?min). Um participante ativo (estudante ou enfermeiro) conduz a consulta enquanto até oito observadores acompanham. Materiais essenciais incluem luvas, lubrificante hidrossolúvel, ficha da Escala de?Oxford, prontuário simulado e EPI. O checklist avaliativo contempla dez itens, distribuídos em comunicação, técnica e ética, permitindo feedback formativo imediato. O cenário atinge três objetivos principais: (a)?executar a avaliação da musculatura do assoalho pélvico com base na Escala de?Oxford; (b)?aplicar comunicação terapêutica centrada na mulher; e (c)?registrar adequadamente os achados clínicos. Todos os componentes — roteiros, checklist, fluxograma decisório e orientações para briefing/debriefing — foram consolidados em manual operacional para futura aplicação em disciplinas de graduação, programas de capacitação e educação permanente. Conclusão: A construção do cenário de simulação clínica oferece recurso pedagógico inovador, de baixo custo e alta fidelidade, que supre lacuna na formação de enfermeiros e aprimora conhecimentos de estomaterapeutas quanto à avaliação funcional do assoalho pélvico. Ao integrar aspectos técnicos, comunicacionais e éticos, o material tende a aumentar a segurança do profissional e a qualidade da assistência à mulher com IU. Estudos posteriores deverão validar o cenário com grupos de alunos e medir seu impacto no desempenho clínico, possibilitando ajustes e disseminação em currículos de Enfermagem. Manuela De Mendonça Figueirêdo Coelho Manuela Dos Santos Gomes Beatriz Alves De Oliveira Ana Kelve De Castro Damasceno Viviane Mamede Vasconcelos Cavalcante Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 DIMENSÕES SIMBÓLICAS DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA ENTRE MULHERES: UMA ABORDAGEM ESTRUTURAL DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2341 Introdução: A incontinência urinária é uma condição comum entre mulheres e frequentemente envolta em estigmas e sentimentos de vergonha. Apesar de sua alta prevalência, ainda persiste um silêncio social e clínico sobre a temática, especialmente no que diz respeito à percepção das mulheres sobre a condição. Diante disso, torna-se fundamental compreender como essa experiência é simbolicamente representada por quem a vivência ou a reconhece socialmente. O presente estudo parte do referencial das representações sociais para compreender significações coletivas atribuídas à IU, com vistas a subsidiar práticas de cuidado em estomaterapia mais sensíveis e contextualizadas. Objetivo: Compreender a estrutura das representações sociais da incontinência urinária em mulheres brasileiras. Método: Estudo transversal, abordagem quali-quantitativa, realizado online entre setembro de 2021 e junho de 2022. Manuela De Mendonça Figueirêdo Coelho Amanda Holanda De Mesquita Beatriz Alves De Oliveira Camila Barroso Martins Riksberg Leite Cabral Mônica Oliveira Batista Oriá Mariana Cavalcante Martins Janaína Fonseca Victor Coutinho Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EDUCAÇÃO EM SAÚDE AO IDOSO EM USO DE CATETER VESICAL DE DEMORA NO DOMICÍLIO: CONSTRUÇÃO DE INFOGRÁFICO ANIMADO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2342 Introdução: No intuito de tornar o cuidado cada vez mais tecnológico, o recurso animado de infográficos é um meio prático e eficiente de aquisição da informação. Atualmente, é muito utilizada pelo jornalismo, mas vem ganhando espaço nas outras esferas, principalmente na área da saúde, em especial pela enfermagem, pois quando utilizada de maneira adequada ela pode ser englobada no cuidado1. Reconhece-se que o infográfico animado é uma ferramenta que auxilia no processo de ensino- aprendizagem, visando a autoaprendizagem; tratando-se de uma forma de apresentar e significar a informação, no qual ocorre a consolidação de uma comunicação simples com a junção de imagem e texto e som2. Deste modo, a fim de auxiliar profissionais da saúde na promoção de atividades de educação em saúde, o infográfico é uma ferramenta facilitadora. No contexto do cuidado domiciliar, a presença do cateter vesical requer do paciente e de seus cuidadores conhecimentos específicos sobre manuseio, higiene, sinais de complicação e adaptação à rotina. O cateterismo uretral é responsável por complicações bem reconhecidas, incluindo infecção do trato urinário, lesão uretral, obstrução do cateter e irritação da mucosa da bexiga3. Cerca de 45% dos de infecções do trato urinário estão associados ao uso do cateter vesical de demora, sendo que 80% das infecções do trato urinário hospitalares estão relacionadas a esse dispositivo. O uso prolongado do cateter vesical de demora favorece a colonização da urina e compromete os mecanismos naturais de defesa do trato urinário, elevando o risco de infecção4. Deste modo, torna-se essencial que o paciente que faz uso de cateter vesical de demora após a alta hospitalar receba instruções claras e tenha recursos educativos de fácil acesso, a fim de minimizar complicações. Objetivo: descrever o processo de construção de um infográfico animado educacional de orientação para os cuidados aos idosos com o cateter vesical de demora no domicílio. Método: estudo qualitativo exploratório-descritivo, fundamentado no processo de produção de um Infográfico animado utilizando o método de animação de Winder e Dowlatabadi5. O estudo foi composto por três etapas: pré- produção, produção e pós-produção. Na etapa de pré-produção foi desenvolvida a criação do roteiro a partir de revisão integrativa iniciada em março de 2020 e pesquisa de campo em uma instituição urológica de Florianópolis com aplicação de questionário com idosos ocorrido no período de maio a julho de 2020. Ainda na etapa de pré-produção, foi desenvolvido a direção de arte, gravação de voz, storyboard e o amimatec para a junção da voz e imagens. Na etapa de produção onde se contemplou a execução da animação, seguindo as definições prévias da pré-produção. Na pós-produção ocorreu a avaliação do infográfico por seis enfermeiras da instituição e seis idosos participantes do estudo. Os dados qualitativos oriundos da revisão da literatura e questionários receberam análise temática e os quantitativos foram submetidos à estatística descritiva, com números absolutos e relativos. Os aspectos éticos desta pesquisa foram seguidos conforme legislação vigente. Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa, sendo aprovado por meio do parecer consubstanciado no 3.945.629 e CAAE 27847519.7.0000.0121. Resultados: O estudo contou com a participação de 16 idosos do sexo masculino, que permaneceram com cateter vesical por um período de três a 24 dias. A principal indicação para o uso do cateter esteve relacionada a procedimentos cirúrgicos envolvendo a próstata. As evidências de cuidados identificadas na literatura associada às demandas trazidas pelos próprios idosos compuseram o conteúdo do infográfico. O mesmo foi composto de 65 telas e duração de sete minutos e 35 segundos, contemplando cuidados gerais com higiene, sono e repouso, eliminações e lazer. Após a avaliação por idosos e enfermeiros identificou-se que o infográfico animado é uma ferramenta educativa de grande relevância devido à grande demanda de pacientes idosos que recebem alta hospitalar com cateter vesical de demora, sendo considerado adequado. Os idosos necessitam das orientações corretas, voltadas às demandas da terceira idade e o infográfico pode auxiliar neste processo de aprendizagem, evitando assim complicações em decorrência do manuseio inadequado do cateter vesical de demora. Disponível no endereço: https://youtu.be/WyBLJugHFmo?si=Knco09usGTs5qUHd. Conclusão: A tecnologia educativa apresentada mostra-se ser uma ferramenta aliada ao cuidado do enfermeiro, sendo avaliada como adequada ao contexto de saúde do idoso. Acredita-se que esse infográfico possa contribuir como forma tecnológica no cuidado do cateter para profissionais da saúde, pacientes, cuidadores e familiares. A construção deste infográfico auxiliará como ferramenta de orientação de educação em saúde contribuindo para o preparo dos idosos pós cirúrgicos que vão para domicílio com cateter vesical de demora, minimizando as complicações e inseguranças por parte dos mesmos e família cuidadora. Guilherme Mortari Belaver Juliete Coelho Gelsleuchter Melissa Orlandi Honório Locks Mônica Stein Juliana Balbinot Reis Girondi Luiza Todeschini Vieira Laura Porto Da Penha Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ENTRE QUILÔMETROS PERCORRIDOS E PERDAS URINÁRIAS: CONHECIMENTO, ATITUDE E PRÁTICA DE CORREDORAS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2343 Introdução: A incontinência urinária (IU) é prevalente entre mulheres fisicamente ativas, mas ainda pouco reconhecida em contextos esportivos. Corredoras amadoras, que praticam corrida regularmente sem fins profissionais, podem estar mais expostas à IU devido ao impacto da atividade sobre o assoalho pélvico. Há escassez de estudos que investiguem prevalência, fatores associados e comportamentos preventivos nesse grupo. Objetivo: identificar a prevalência de incontinência urinária em mulheres praticantes de corrida de rua, verificar sua associação com a prática desportiva, avaliar o nível de conhecimento, atitude e prática sobre o tema e investigar o interesse por programas de prevenção e fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico. Métodos: Estudo transversal, exploratório e quantitativo com 306 mulheres brasileiras ?18 anos, praticantes regulares de corrida de rua. A coleta ocorreu entre março e abril de 2025, por formulário eletrônico autoadministrado. Foram utilizados o ICIQ-SF e um instrumento validado de avaliação de Conhecimento, Atitude e Prática (CAP). As análises incluíram estatística descritiva, testes bivariados e correlações. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da PUC-PR (parecer nº 7.413.772), conforme Resolução nº 466/2012. A participação foi voluntária, anônima e segura, com proteção de dados conforme a LGPD. Resultados: A prevalência de IU foi de 41,2%, com predominância do tipo de esforço. Apenas 37,9% acreditavam que a corrida poderia causar perdas urinárias, sugerindo dissociação entre vivência clínica e percepção de risco. A IU teve impacto funcional: 12,4% relataram interferência nos treinos, 14,4% queda na motivação, 25,8% uso de absorventes e 38,2% evitavam líquidos antes da corrida. Quanto ao CAP, 72,6% apresentaram conhecimento adequado, 100% atitude positiva e apenas 24,5% relataram práticas preventivas. Mulheres com práticas adequadas tiveram escores mais altos de IU (p &lt; 0,001), indicando padrão reativo. A literatura sugere que muitas abandonam o exercício pela IU, enquanto outras buscam tratamento para seguir ativas. Houve correlação negativa entre o escore do ICIQ-SF e a frequência (r = –0,181; p = 0,001) e distância semanal de corrida (r = –0,138; p = 0,016), sem associação com tempo total de prática. Mulheres continentes corriam com maior frequência (3,18 vs. 2,87) e percorreram maiores distâncias (21,56 vs. 18,14 km), indicando possível autolimitação entre sintomáticas. A maioria (88,05%) demonstrou interesse em treinamentos do assoalho pélvico, preferindo vídeos educativos (38,4%). Das 95 que buscaram ajuda profissional, 37,9% procuraram fisioterapia, 33,7% medicina e apenas 6,3% enfermagem, revelando oportunidade de maior atuação dessa categoria. A amostragem por conveniência e coleta eletrônica podem ter privilegiado participantes com maior escolaridade e acesso digital, limitando a representatividade. Sugere-se ampliar a diversidade das amostras em estudos futuros. Conclusão: A IU é frequente entre corredoras amadoras e impacta negativamente sua motivação e adesão à prática esportiva. Apesar do bom conhecimento, há baixa adoção de medidas preventivas. Os dados reforçam a necessidade de estratégias educativas acessíveis, com foco na promoção da saúde pélvica e na manutenção da prática segura. Mayra Helena Kock Daiana De Paula Daisa Galana Gomes Batista Gisela Maria Assis Talita Dos Santos Rosa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS DA OZONIOTERAPIA EM PACIENTES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA POR ESFORÇOS https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2344 INTRODUÇÂO: Incontinência urinária é a perda involuntária de urina pela uretra. É um problema de saúde pública muito comum, entretanto, é pouco falado pelas mulheres por vergonha, por desconhecimento sobre o tratamento. Muitas vezes esse problema, repercuti na higiene, qualidade de vida, causando impacto social, levando a mulher ao constrangimento, diminuição de interações sociais, atividades físicas e até mesmo ao isolamento social. A ozonioterapia, vem sendo aliada, como terapia alternativa, entre as suas propriedades medicinais, o ozônio se destaca como um poderoso agente terapêutico no tratamento de patologias que são mediadas por espécies de radicais livres de oxigênio. Objetivamos neste estudo analisar a efetividade da ozonioterapia como terapia complementar na incontinência urinária de esforço quando comparada a outras terapias. METODOLOGIA: O estudo trata- se de um recorte da pesquisa maior intitulada "Projeto intervencionista: para mulheres com incontinência urinária", aprovado pelo CEP com o número do parecer Nº 5.690.639. Usamos de ensaios clínicos randomizados para comparar a efetividade do ozônio e em relação a terapia medicamentosa para o tratamento de incontinência urinária de esforço em mulheres, um total de 40 mulheres, No primeiro momento foi realizado anamnese, avaliação do Assoalho Pélvico (AP), posteriormente, divididas em dois grupos, um grupo recebeu a intervenção e orientações das medidas comportamentais, chamado de grupo experimental, enquanto o outro não, sendo este o grupo controle. O grupo experimental realizou 10 sessões de ozonioterapia. Em que foi realizado a limpeza com água ozonizada e aplicação de ozonioterapia intravaginal, o primeiro ciclo com 10 sessões, realizadas uma vez por semana no período de dois meses, com uma manutenção com quinze dias. RESULTADO: As mulheres em estudo (N=40), a maioria estavam entre 36 e 50 anos, com uma média de três anos com IUE, em relação aos fatores de risco:tabagismo, multíparas, atividades de alto impacto, constipação e faziam uso de irritantes vesicais. Foram avaliadas inicialmente, orientadas sobre as mudanças das medidas comportamentais, e separadas de forma aleatória em grupo experimental (N=20) e grupo controle (N=20), agendadas para a realização da seção de ozonioterapia, ao serem questionadas sobre o que sentiam, durante a aplicação, relataram: um resfriamento na região pélvica, sensação de urinar, com relação aos benefícios após o tratamento realizado, e após uma nova avaliação, foi possível observarmos, uma melhor elasticidade, melhorou o ressecamento vaginal, melhorou a disúria, e a incontinência urinária de esforço. Mariluska Macedo Lobo De Deus Oliveira Edvar Soares De Oliveira Sandra Marina Gonçalves Bezerra Gerdane Celene Nunes Carvalho Laise Maria Formiga Moura Barroso Camila Hanna De Sousa Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 ITINERÁRIO TERAPÊUTICO DE MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM UM AMBULATORIO DE UROGINECOLOGIA: ESTUDO TRANSVERSAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2345 Introdução: A incontinência urinária (IU) impacta negativamente a qualidade de vida, porém poucas mulheres buscam ajuda para esse problema. A escassez de literatura sobre itinerário terapêutico (IT) vivenciado por mulheres com IU contribui para a negligência no cuidado.Dento do contexto da IU, tais estudos poderiam oferecer uma oportunidade valiosa para aprofundar a compreensão dos fatores subjacentes ao diagnóstico tardio e para explorar as diversas dimensões da experiência da condição de saúde.Torna-se importante, portanto, identificar e analisar o IT de mulheres com IU em um ambulatório de uroginecologia, visando à compreensão dos motivos para a busca por tratamento, às vezes, tardia e não prioritária. Para tanto, o presente estudo busca responder o seguinte questionamento:Qual é o itinerário terapêutico que mulheres com IU percorrem, desde o início dos sintomas até o acesso a um ambulatório de uroginecologia? Objetivo: Analisar o IT de mulheres com IU acompanhadasem um ambulatório de uroginecologia. Método: Estudo observacional, transversal desenvolvido em ambulatório de uroginecologia em hospital público de grande porte no munícipio de São Paulo após a aprovação dos comitês de ética. A população do estudo foi composta por mulheres adultas com queixa de IU que estavam no ambulatório durante a coleta de dados sem cirurgia prévia nos últimos quatro anos. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas com os seguintes instrumentos: dados sociodemográficos e clínicos, International Consultation Incontinence Questionnaire ? Short Form (ICIQ-SF), escala de conhecimento, atitude e prática (CAP) e instrumento construido para o estudo de IT. As análises estatísticas descritiva e inferencial foram realizadas utilizando pacote estatístico R 4.1.1 Resultados: Participaram do estudo 145 mulheres, com média de idade de 57,83 anos (DP 11,40), média de 2,8 gestações (DP 1,73), média de 1,89 (DP 1,85) partos vaginais, e a maioria menopausada (98/67,59%). Segundo o ICIQ-SF, a maioria apresentava perdas várias vezes ao dia (97/66,90%), em quantidade moderada (61/42,07%) e em situações como tossir ou espirrar (121/83,45%); 91,03% (n = 132) das participantes não sabiam que a perda de urina era IU. O IT foi caracterizado pelo surgimento dos primeiros sintomas, em média, 12,53 anos (DP 9,05) antes da consulta atual no ambulatório; com média de 5,71 anos (DP 5,53) até a conscientização do problema; o principal motivo para não buscar ajuda foi considerar os sintomas "normais" (99/68,28%); o tempo médio para buscar ajuda foi de 8,96 anos (DP 8,74); a principal barreira enfrentada foi a dificuldade de acesso ao serviço de saúde (112/77,24%), e o tempo de espera para a primeira consulta com o especialista foi de 14,66 meses (DP 15,11). A principal abordagem de tratamento foi cirúrgica (78/53,79%), e 76,55% (n = 111) relataram estar satisfeitas com a proposta de tratamento. Segundo o CAP, os escores de conhecimento apresentaram média de 76,26 (DP 14,82) pontos, e os de atitude, 91,23 (DP 7,55). Nas associações entre o IT e dados sociodemográficos e clínicos, mulheres que moravam com os filhos apresentaram maior atitude no arranjo familiar (p&lt;0,003); aquelas que reconheciam a perda como IU apresentaram menor tempo de evolução dos sintomas (p = 0,005); buscaram ajuda mais precocemente (p = 0,013) e procuraram assistência logo no início dos sintomas (p = 0,026). A interferência da perda urinária na vida diária teve correlação fraca com o tempo para buscar ajuda (r = 0,197; p = 0,020). Mulheres com maior IMC tenderam a apresentar maiores escores de atitude e prática de tratamento. Conclusão: Estudar o Itinerário terapêutico no contexto da mulher com sintomas de incontinência, evidenciou um panorama desolador, marcado por uma longa trajetória de mais de 12 anos de convívio com sintomas, que muitas vezes são ignorados ou normalizados. As mulheres, em sua maioria, não reconhecem a incontinência como um problema, acreditando que a perda de urina faz parte do envelhecimento ou algo "normal". Isso na?o apenas agrava os sintomas, como também as priva de opções de tratamentos conservadores, que poderiam ser a primeira escolha. Além dessa normalização equivocada, o estudo também expôs barreiras institucionais, como as longas filas de espera em serviços especializados, dificultando ainda mais o acesso ao diagnóstico e ao tratamento precoce. Por fim, este estudo ressaltou que a falta de conhecimento é, sem dúvida, a raiz desse longo e penoso caminho. Sem conhecimento, as mulheres não se percebem como participantes ativas no seu próprio cuidado. O conhecimento é o que capacita o ser humano a identificar o que não está certo e, a partir desse ponto, a reescrever sua própria jornada. Marta Lira Goulart Gisela Assis Vera Lúcia Conceição De Gouveia Santos Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 O USO DE CATETER VESICAL DE DEMORA POR IDOSOS PÓS-CIRÚRGICOS: DESAFIOS PARA O CUIDADO NO DOMICÍLIO https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2346 Introdução: O cateterismo vesical consiste na introdução de um cateter até a bexiga para a retirada da urina, trata-se de um procedimento invasivo utilizado em pacientes com dificuldades de eliminação urinária, sendo comum em idosos no pós-operatório devido às alterações fisiológicas do envelhecimento, pois com a fragilidade do sistema urinário essa condição tende a se agravar(1). Essa fragilidade é especialmente relevante em situações clínicas mais complexas, como o período pós-cirúrgico. Contudo, seu uso está associado a complicações, como infecções do trato urinário, lesões e dificuldades na mobilidade e autocuidado, especialmente quando o idoso retorna ao domicílio com o dispositivo(1,2). A Lei nº 7.498/1986 do Conselho Federal de Enfermagem define a instalação do cateter vesical de demora como uma atribuição privativa do enfermeiro, reforçando também o papel do enfermeiro não só na inserção, mas também no cuidado contínuo e acompanhamento. Nesse contexto, a alta hospitalar de pacientes idosos demanda preparo técnico e sensibilidade por parte do enfermeiro, pois envolve aspectos complexos que vão além do encerramento da internação. É fundamental abordar, de forma clara, a explicação sobre a condição de saúde, sua evolução esperada, orientações de autocuidado, uso correto das medicações, possíveis intercorrências, data de retorno ao serviço de saúde, cuidados no período entre as consultas, além de garantir espaço para dúvidas e confirmar se paciente e família compreenderam as informações repassadas pelos profissionais de enfermagem. Tais medidas são essenciais para prevenir complicações no período em que o idoso estiver fora do ambiente hospitalar e sem acompanhamento direto de profissionais de saúde(3). Objetivo: Identificar os desafios de idosos pós- cirúrgicos no uso do Cateter Vesical de Demora no domicílio. Método: Estudo qualitativo, realizado em uma clínica urológica da grande Florianópolis, no período entre maio e julho de 2020, com idosos acima de 60 anos, que foram submetidos à cirurgia e que necessitam ir para o domicílio em uso de Cateter Vesical de Demora. A coleta deu-se por questionário semi-estruturado, composto de duas partes sendo a primeira aplicada durante a internação para a caracterização do idoso e a segunda realizada após a alta dependendo do tempo de permanência com cateter. A caracterização dos sujeitos foi apresentada de forma descritiva e a análise dos dados qualitativos foi realizada por análise temática conforme Minayo(4). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob parecer nº 3.945.629 e CAAE 27847519.7.0000.0121. Resultados: Participaram do estudo 16 idosos todos do sexo masculino, o tempo de permanência com o cateter foi de três a 24 dias, as principais causas para o uso do cateter as cirurgias: ressecção endoscópica da próstata (6), ressecção endoscópica da bexiga (5), prostatectomia (3), uretrotomia (1) e uretroplastia (1). Ainda, a maioria relatou conviver com câncer na próstata (9) e nenhum dos participantes contava com cuidadores em domicílio, apenas 2 participantes informaram contar com a família para cuidados específicos. A partir dos questionários identificou-se quatro categorias temáticas a saber: desafios em estar com cateter; necessidade de suporte no cuidado com o cateter; complicações relacionadas ao cateter e, educação em saúde para alta hospitalar. Reconhece-se que o processo de alta hospitalar é uma transição importante do cuidado, que pode gerar ansiedade e insegurança em alguns pacientes, principalmente pacientes idosos sem acompanhamento de cuidadores ou rede de apoio estruturada. Assim, as principais dúvidas trazidas pelos idosos foram acerca da fixação do cateter, locomoção e esvaziamento da bolsa. Acerca das complicações a obstrução foi a mais recorrente. Quanto às orientações recebidas para o preparo da alta hospitalar, quatro foram feitas pela enfermeira, quatro por médicos, duas por técnicos de enfermagem e um idoso mencionou que recebeu orientação por toda a equipe de enfermagem de forma conjunta. Conclusão: Destaca-se a importância das orientações no momento da alta, uma vez que, o manejo inadequado do cateter por falta de conhecimento pode gerar complicações. Com o estudo foi possível identificar que as orientações no momento da alta foram incipientes e que a movimentação estando com cateter foi o maior incômodo entre os idosos. Acredita-se que este estudo possa contribuir para o reconhecimento das principais dúvidas dos idosos em relação aos cuidados com o cateter e, além disso, oferecer subsídios para ampliar as estratégias de orientação na alta hospitalar, promovendo maior segurança para idosos, seus cuidadores e familiares no cuidado domiciliar. Juliete Coelho Gelsleuchter Melissa Orlandi Honório Locks Juliana Balbinot Reis Girondi Daniela Soldera Luiza Todeschini Vieira Laura Porto Da Penha Ágatha Montenegro Gastaldi Borges Rafaella Hübler Da Silva Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01 TRANSFOBIA NO USO DE BANHEIROS PÚBLICOS E SUA ASSOCIAÇÃO COM AS DISFUNÇÕES DE TRATO URINÁRIO INFERIOR: ESTUDO TRANSVERSAL https://anais.sobest.com.br/cbe/article/view/2347 Introdução O comportamento sanitário corresponde à forma como a pessoa responde ao desejo de urinar. Um comportamento saudável envolve reconhecer a vontade miccional, acessar um banheiro adequado, adotar uma postura confortável, relaxar e urinar espontaneamente. Entretanto, práticas como antecipar ou adiar a micção, evitar banheiros, forçar para urinar rapidamente ou adotar posturas inadequadas podem prejudicar a bexiga e o assoalho pélvico, aumentando a tensão muscular, distensão vesical e o resíduo pós-miccional. Pessoas trans frequentemente enfrentam discriminação e violência ao utilizar banheiros públicos, o que pode levá-las a desenvolver comportamentos sanitários inadequados e, consequentemente, maior prevalência de disfunções do trato urinário inferior. Objetivo Analisar o comportamento sanitário de pessoas trans no Brasil e sua associação com disfunções do trato urinário inferior. Método Estudo exploratório-descritivo, transversal, realizado com 131 pessoas trans residentes no Brasil. Os participantes foram recrutados online, por amostragem por conveniência e técnica bola de neve, utilizando redes sociais e coletivos LGBTQIAPN+. A coleta ocorreu por formulário eletrônico, incluindo caracterização sociodemográfica e clínica, os instrumentos ICIQ-FLUTS ou ICIQ-MLUTS (conforme sexo designado ao nascimento) e uma versão adaptada do TB-WEB para avaliar comportamento sanitário. Os dados foram analisados por estatística descritiva e inferencial, considerando p &lt; 0,05. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (parecer nº 7.028.208). Resultados Participaram 131 pessoas, com média de idade de 28,2 anos (DP = 8,6). A maioria se identificou como homem trans (47,3%), seguida por mulher trans (24,4%), pessoas não binárias (15,3%), travestis (4,6%), transmasculinos (3,8%), fluídos (3,1%) e outros (0,7%). A escolaridade predominante foi ensino superior incompleto (26,7%). Em relação aos sintomas urinários, 51,5% apresentaram escore ?3 para bexiga hiperativa, 40,9% para sintomas de esvaziamento e 34,8% para incontinência urinária. Quanto ao comportamento sanitário, 61,1% relataram antecipar a micção, 70,2% urinar de forma forçada e 87,0% adiar a vontade de urinar. Sobre o uso de banheiros públicos, 66,4% sentiram constrangimento, 63,4% sentiram insegurança, 33,6% relataram ter sofrido transfobia e 62,6% deixaram de usar banheiros por medo ou constrangimento. Houve associação significativa entre os escores de bexiga hiperativa e antecipar o desejo de urinar (p = 0,018), forçar para acelerar a micção (p = 0,001) e adiar a micção (p = 0,042), bem como entre o escore de esvaziamento e forçar para acelerar a micção (p = 0,014). Conclusão A prevalência de comportamentos sanitários inadequados é alta entre pessoas trans e se justifica pelas vivências de insegurança, constrangimento e experiências de transfobia no uso de banheiros públicos. Esses comportamentos estão associados à elevada prevalência de disfunções do trato urinário inferior, especialmente bexiga hiperativa, ressaltando a necessidade de estratégias de promoção de ambientes seguros e inclusivos, além de ações educativas voltadas à prevenção e manejo dessas disfunções. Brunna Ciarcia Dos Santos Arnandes Beatriz Ferreira Mariano Letícia Benedicta Delvaz Gisela Maria Assis Copyright (c) 2025 cbe 2025-10-01 2025-10-01