LESÕES POR QUEIMADURAS COM EVOLUÇÃO PARA ÚLCERA DE MARJOLIN
Resumo
Introdução No mundo anualmente 6 milhões de pessoas precisam de atendimentos nos serviços de saúde devido lesões por queimaduras. Na população brasileira cerca de 1 milhão de pacientes sofrem com a injúria. A degeneração maligna, maioria de carcinoma espinocelular, de cicatrizes de queimaduras é definida como Úlcera de Marjolin e também pode ocorrer em feridas crônicas. Queimadura é a principal ferida predecessora da malignização de cicatrizes com incidência entre 0,77 e 2%. O diagnóstico da Úlcera de Marjolin é realizado por meio do histórico do paciente e por exame histopatológico. O tratamento é cirúrgico. Sessões de quimioterapia são pouco eficazes e em alguns casos pode ser indicada radioterapia. Objetivo Revisar na literatura científica lesões por queimaduras que evoluem para Úlcera de Marjolin e demonstrar a importância do diagnóstico precoce para os profissionais de saúde. Método Revisão de literatura científica realizada por meio de levantamento bibliográfico nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde, PubMed e Scientific Electronic Library Online utilizando estudos publicados nos últimos 5 anos em inglês ou português. Resultados e Conclusão A Úlcera de Marjolin também denominada úlcera cicatricial é considerada uma doença rara relacionada a traumas frequentes em feridas crônicas e também pode ocorre em cicatrizes de lesões, principalmente de queimaduras. A lesão foi descrita em 1928 por Jean Nicholas Marjolin, cirurgião francês que identificou feridas tumorais em cicatrizes de queimaduras. É mais prevalente em pacientes do gênero masculino acima dos 50 anos de idade e em 40% dos casos é diagnosticada em membros inferiores. O tempo de evolução para malignização normalmente é superior a 30 anos, mas pode ocorrer em períodos menores. Fatores como vascularização diminuída associada alterações epiteliais corroboram para a cronificação da ferida e desde 1930 é tida como a fisiopatologia da transformação maligna de lesões e cicatrizes. Além disso, assistências inadequadas dos pacientes com feridas, independente da sua etiologia, elevam o tempo do tratamento da injúria que pode acarretar em comprometimento do sistema imunológico do doente aumentando o risco de não identificação de auto malignidade em fases iniciais com riscos até mesmo de processos metastáticos. Em conclusão, a Úlcera de Marjolin é uma neoplasia rara, com poucos estudos disponíveis e que ainda demanda por novas pesquisas para sua melhor compreensão. O tratamento mais eficaz é o procedimento cirúrgico. Nos pacientes com diagnóstico tardio a intervenção cirúrgica pode ser mais agressiva com consequentes quadros permanentes de morbidades. Contribuições para Estomaterapia Divulgar uma complicação rara e grave de feridas crônicas e de cicatrizes de lesões cutâneas; Alertar os profissionais de saúde acerca da possibilidade de malignização de úlcera ou de cicatrizes; Reafirmar a importância da prática clínica baseada em evidências científicas para potencializar a cicatrização das lesões no menor período possível evitando assim inúmeras complicações, dentre ela a evolução para Úlcera de Marjolin.