LEVANTAMENTO SOCIODEMOGRÁFICO DE PACIENTES ACOMETIDOS OU COM RISCO DE DESENVOLVER PÉ DIABÉTICO: REVISÃO DA LITERATURA
Resumo
Introdução: Pé Diabético é o termo utilizado para descrever a ocorrência de infecção, formação de úlceras e/ou danos nos tecidos mais profundos, que estão relacionados com disfunções neurológicas e diferentes níveis de problemas de circulação sanguínea nas extremidades, em indivíduos com Diabetes Mellitus (DM), doença crônica caracterizada pela falha em absorção ou baixa produção de insulina. As alterações neurológicas e vasculares em membros inferiores, provocadas pelo DM, produzem distorções na anatomia e fisiologia pés. Em decorrência da alteração do trofismo muscular e da anatomia óssea dos pés provoca, há o surgimento de pontos de pressão, que combinados com o ressecamento cutâneo e a perda da elasticidade da pele, há prejuízo na circulação local tornando a cicatrização mais lenta e ineficaz. Em conjunto, essas alterações aumentam o risco de úlceras nos pés, podendo evoluir para complicações mais graves, como infecções e amputações. Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico de pacientes acometidos ou com risco de desenvolver pé diabético através da literatura. Metodologia: Trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura, de caráter narrativo, a qual se utilizou as seguintes bases de dados: Google Acadêmico, BVS e SciELO. Dentre os critérios de inclusão, utilizou-se artigos escritos em português, com data de publicação nos últimos 5 anos (2019 a 2024), que contivessem em suas metodologias pesquisas de campo relacionadas a pacientes acometidos ou em risco de desenvolver pés diabéticos. Foram excluídos artigos em que não atendessem a temática pé diabético, publicados antes do período delimitado e revisões de literatura. A pesquisa foi conduzida por meio de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Pé Diabético, Diabetes Mellitus Tipo 2, Complicações do Diabetes. Por fim, foram incluídos seis artigos para compor os resultados. Resultados: Quanto ao sexo dos indivíduos mais acometidos, evidencia-se com a análise dos artigos que 66,6% eram do sexo masculino. Em relação a faixa etária, os dados apresentaram-se heterogêneos, variando a maior prevalência entre o grupo de 55- 90 anos, reforçando que o pé diabético acomete mais adultos/idosos. Quanto a raça/cor, também houve variação em decorrência da diversidade étnica do país, entretanto 50% dos artigos referenciaram a cor branca/caucasiana. No que diz respeito a escolaridade, 50% dos estudos apresentaram que os pacientes possuíam estudos cursados até o ensino fundamental, de forma completa ou incompleta. Além dessas características, 100% das pesquisas indicaram que a maior prevalência foi a DM tipo 2, bem como apresentaram pontos incomuns, tais quais: comorbidades (HAS) e estilo de vida (tabagismo e etilismo) entre os pacientes, bem como a dor decorrente da neuropatia diabética. Conclusão e Contribuição para Estomaterapia: Esse estudo apresenta uma síntese do perfil sociodemográfico de pacientes acometidos ou com risco de desenvolver pé diabético através da literatura, evidenciando assim um perfil composto, em sua maioria, por homens brancos, idosos, com escolaridade cursada até o ensino fundamental, com prevalência da DM tipo 2. O levantamento do perfil sociodemográfico faz-se importante no âmbito do tratamento de feridas para que haja delimitação daquela população analisada, com fins de facilitar a criação de protocolos para a assistência ao paciente acometido por essa afecção.