DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO EM PESSOAS TRANS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Autores

  • Rafael Soares Nogueira UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
  • Heloísa Helena Camponez Barbara Rédua UNIVERSIDE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
  • Márcia Valéria De Souza Almeida UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
  • Gisela Maria Assis UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
  • Paula De Souza Silva Freitas UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

Resumo

Introdução: Pessoas trans e travestis podem adotar estratégias transitórias para mudanças corporais com objetivo de afirmação de gênero, dentre estas, inclui-se a tração do pênis (aquendar/tucking), a fim de esconder o volume genital, junto ao saco escrotal, acompanhada ou não de roupa íntima compressiva ou esparadrapagem. Como estratégia definitiva para afirmação de gênero, estão as cirurgias denominadas vulvoplastia e vaginoplastia, a qual modificam o pênis reconstruindo uma neovagina. Ambas abordagens colaboram com as Disfunções do Assoalho Pélvico, que incluem a incontinência urinária, incontinência fecal e o prolapso de órgãos pélvicos¹. Objetivo: Identificar na literatura a ocorrência e os fatores de risco para disfunção do assoalho pélvico em pessoas trans e travestis. Método: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura. O período de coleta foi de janeiro a fevereiro de 2024, sendo os dados obtidos por meio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), junto às bases de dados Pubmed e Cochrane Library. Foram utilizados os descritores para busca na BVS: “Pessoas Transgênero” OR “Travesti” AND “Incontinência Urinária” OR “Distúrbio do Assoalho Pélvico” sendo identificados 196 artigos. E para as buscas na Pubmed e na Cochrane Library foram utilizados os descritores: “Transsexual” OR “Transgender” AND “Pelvic Floor”, sendo encontradas 64 publicações. Após a obtenção dos artigos houve a leitura do título e do resumo, com intuito de refinar os estudos que abordassem apenas a temática deste estudo. Os critérios de inclusão foram: artigos publicados em português, inglês e espanhol, disponíveis na íntegra, publicados e indexados nos bancos de dados nos últimos 10 anos (2014-2024). Além disso, os critérios de exclusão foram: artigos que não versavam sobre o tema, indisponíveis para acesso na íntegra, teses e dissertações e artigos duplicados. Após aplicação destes critérios, foram excluídos 234 artigos, sendo 11 duplicados e os outros por não atenderem aos critérios de elegibilidade. Após a leitura completa dos 15 artigos restantes, foram selecionados seis estudos. Resultados: Pessoas trans e travestis estão mais susceptíveis às Disfunções do Assoalho Pélvico e um fator de risco fortemente observado foram as intervenções para afirmação de gênero. As principais complicações cirúrgicas que envolvem o assoalho pélvico são: dor pélvica, prolapso e estenose de intestino, disfunção sexual e incontinência urinária de urgência2,3,4,5. Conclusão: A pessoa trans e travesti possui riscos para o desenvolvimento das disfunções do assoalho pélvico, principalmente aquelas que “aquendam” e realizam vaginoplastia ou vulvoplastia. Atualmente, o Ministério da Saúde não reconhece o enfermeiro estomaterapeuta como parte da equipe cirúrgica dos ambulatórios de diversidade de gênero. Contribuições para a Estomaterapia: A incorporação do enfermeiro estomaterapeuta nas equipes cirúrgicas dos ambulatórios de diversidade de gênero pode mitigar os riscos e complicações associados às intervenções para afirmação de gênero, promovendo cuidados especializados no manejo das disfunções do assoalho pélvico e melhorando a qualidade de vida desta população.

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Publicado

2024-07-06

Como Citar

Nogueira, R. S., Rédua, H. H. C. B., Almeida, M. V. D. S., Assis, G. M., & Freitas, P. D. S. S. (2024). DISFUNÇÕES DO ASSOALHO PÉLVICO EM PESSOAS TRANS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/1080