ESTOMATERAPEUTAS QUE ATUAM NA ÁREA DA REABILITAÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO E CAMPO DE ATUAÇÃO
Resumo
Introdução: A incontinência urinária (IU) é definida como a perda involuntária da urina. Trata-se de um distúrbio do assoalho pélvico que acomete homens e mulheres, de todas as idades, com importante impacto na qualidade de vida dos acometidos. O estomaterapeuta é um profissional da enfermagem, com competência e respaldo legal para tratamento da incontinência urinária, contudo há uma escassez de estudos que apresentem o enfermeiro como protagonista na assistência a esses pacientes. Objetivo: descrever o perfil dos estomaterapeutas brasileiros que atuam na reabilitação e tratamento do paciente incontinente. Método: estudo quantitativo, descritivo e transversal. Foram incluídos neste estudo estomaterapeutas que atuam na reabilitação e tratamento do paciente incontinente. A identificação dos profissionais ocorreu por meio da técnica de amostragem bola de neve ou snowball. As coletas de dados ocorreram por meio de um questionário on-line de caracterização sociodemográfica, perfil profissional, intervenções e instrumentos utilizados na prática clínica e perfil de atendimento dos pacientes incontinentes assistidos. Resultados: Participaram do estudo 51 estomaterapeutas, com idade entre 31 e 67 anos, das regiões Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste, maioria são mulheres, casadas, possuem um único vínculo laboral, e mais de 50% da amostra além da especialização em estomaterapia, são mestres e/ou doutores. Em relação aos dados profissionais, a renda média dos participantes foi de R$6.935,71, o Sudeste e Nordeste são as regiões com maior número de estomaterapeutas atuando nas IU’s, maior parte da amostra trabalha em consultórios particulares e em Serviços públicos, 66,7% dos participantes são egressos de cursos de estomaterapia de instituições públicas de ensino, e 80,4% da amostra não atua exclusivamente na IU, mas também nas estomias e / ou lesões. Quanto às intervenções mais adotadas, destacaram-se: modificações comportamentais, treinamento para os músculos do assoalho pélvico (TMAP) e cateterismo intermitente limpo (CIL), seguidos de eletroestimulação, biofeedback, cones vaginais, aromaterapia, pessário vaginal, terapia por vibração, liberação miofascial e aplicação de laser de baixa potência. Mais de 90% dos participantes fazem uso do diário vesical e dos formulários de anamnese e exame físico na avaliação dos incontinentes. Com referência ao perfil de atendimento dos estomaterapeutas, houve predomínio de atendimento às mulheres, com idade superior a 40 anos e na fase pós-menopausa. Conclusão: Estomaterapeutas que atuam na reabilitação da IU existem no Brasil, embora não equitativamente, e são reconhecidos social e financeiramente. Contribuições para estomaterapia: Pretende-se com esse estudo dar visibilidade ao escopo de competências do estomaterapeuta, bem como apontar perspectivas para os futuros enfermeiros que decidam atuar no tratamento dos distúrbios do assoalho pélvico.