OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE QUEIMADURAS TÉRMICAS
Palavras-chave:
Estomaterapia, Ozônio, QueimadurasResumo
INTRODUÇÃO: Lesões cutâneas causadas por queimaduras decorrem de várias circunstâncias, capazes de danificar os tecidos epiteliais e acarretar em morte celular. Diante deste cenário é essencial a identificação quanto ao grau da queimadura de acordo com a profundidade e extensão da área atingida, para que assim seja definida a melhor terapêutica¹. Dentre as possibilidades de tratamento adjuvantes destaca-se a Ozonioterapia, que foi incluída em 2018 no Sistema único de Saúde por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). O ozônio medicinal (O³) é obtido a partir da conversão do oxigênio (O) puro através de geradores de ozônio²,3. Seus efeitos terapêuticos incluem: ação antimicrobiana, modulação da inflamação e promoção de analgesia, regeneração de tecidos, regulação do metabolismo celular, modulação do sistema imunológico e estresse oxidativo celular.
OBJETIVO: Relatar a utilização de ozonioterapia no tratamento de queimaduras. MÉTODO: Trata-se de estudo de caso aprovado sob parecer
3.520.261 e CAEE: 12212519.2.0000.0121. Os casos são de dois homens com idades de 46 (caso 1) e 26 anos (caso 2) que sofreram queimaduras térmicas de segundo grau atendidos ambulatorialmente em um hospital escola do sul do Brasil em 2021. O caso 1 foi de lesão em membro inferior esquerdo decorrente de acidente doméstico com óleo de cozinha. Paciente encaminhado da unidade de saúde. No primeiro atendimento paciente com dor severa, extensão da lesão medindo 55x14 cm (Área total = 770 cm²) recoberta por 90% de esfacelos. O caso 2 foi de queimadura por chamas. Paciente encaminhado da unidade de pronto atendimento. Na primeira consulta com dor moderada.. Na mão esquerda: falanges proximais dos dedos médio e anelar com tecido de epitelização, nas falanges dos dedos indicador, médio e anelar presença de tecido de granulação esfacelo e exsudato seropurulento, medindo 10,5 x 0,5 cm. Palma da mão em processo de epitelização. Na mão direita: região palmar com grande quantidade de esfacelos e flictenas extensos rotos, que foram rompidos, com dois flictenas (os quais foram rompidos). Em ambos foi realizada higiene da ferida4, limpeza com polihexametileno biguanida, desbridamento instrumental, aplicação semanal de Bag de Ozônio, seguida de curativo com hidrofibra com prata. A dosimetria de ozônio no caso 1 foi de 90 mcg nas duas primeiras sessões e 30 mcg; no caso 2 nas demais 90 mcg na primeira sessão e 20 mcg na seguinte. RESULTADO: No caso 1, após a quarta sessão de ozonioterapia houve significativa evolução do processo cicatricial; lesão totalmente granulada medindo 3x4 cm (Área total = 12cm²), obtendo cicatrização completa após cinco aplicações. No caso 2 foram realizadas duas sessões de ozonioterapia para cicatrização total. CONCLUSÃO: A utilização da ozonioterapia como adjuvância no paciente queimado contribui para redução de custos, de infecções e complicações, além de acelerar o processo cicatricial e melhorar a qualidade de vida destas vítimas.
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Referências
- De Souza LRP, Lima MFAB, Dias RO, Cardoso EG, Briere AL, Silva JO. O tratamento de queimaduras: uma revisão bibliográfica. [Internet].
Apr 9;7(4). DOI:10.34117/bjdv7n4-257 2- Girondi J, et al. Ozonioterapia no tratamento de feridas em adultos: revisão integrativa. Brazilian J Dev [Internet]. 2021;7(7):68912–25.DOI:10.34117/bjdv7n7-191. 3- Bocci V. OZONE
[Internet]. Dordrecht: Springer Netherlands; 2011. Available from: http://link.springer.com/10.1007/978-90-481-9234-2. 4- Murphy C, Atkin L, Swanson T, Tachi M, Tan YK, Vega de Ceniga M, Weir D, Wolcott R. International consensus document. Defying hard-to-heal wounds with an early antibiolm intervention strategy: wound hygiene. J Wound Care 2020; 29(Suppl 3b):S1–28.