PERCEPÇÕES E ADAPTAÇÕES DE VIDA DIÁRIA DE IDOSAS COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA

Autores

  • Jaqueline Aparecida Dos Santos Sokem UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
  • Eduarda Da Rosa Cortes UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
  • Juliana Cristina Magnani Primão UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
  • Eduara Prado Carolino UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
  • Larissa Alves Silveira UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
  • Luciene Mantovani Silva Andrade UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
  • Gyovanna Araújo Quadros UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
  • Priscilla Cidade Furlan AABA EQUIPAMENTOS MÉDICOS

Resumo

Introdução: A incontinência urinária é definida como a perda não esperada de urina e sua prevalência aumenta com o avançar da idade1. O tratamento conservador é a abordagem de primeira linha e o enfermeiro possui respaldo legal para implementá-lo por meio do Processo de Enfermagem2. Uma das teorias de Enfermagem que pode contribuir para a atuação destes profissionais é a Teoria do Autocuidado de Orem, visto que este referencial descreve o autocuidado como a capacidade que os indivíduos possuem de realizarem ações com objetivo de cuidar de si, garantindo a manutenção de sua saúde e bem-estar3. Objetivo: identificar as percepções de idosas com incontinência urinária acerca da sua experiência diante deste problema de saúde. Método: pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa. Realizada com seis mulheres acima de 60 anos, com queixas de perdas urinárias, de uma Unidade Básica de Saúde, de Sinop-MT. Coleta de dados conduzida entre agosto a dezembro de 2023, guiada por um roteiro de anamnese e entrevista semi-estruturada individual, gravada em áudio na íntegra e posteriormente transcrita. Estudo aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa (68269423.9.0000.8097). Os dados foram analisados pela técnica de análise de conteúdo de Bardin e organizados em categorias temáticas4. Adotou-se como referencial teórico-filosófico a Teoria do Autocuidado de Orem3. Resultados: a idade média encontrada foi de 70,8 anos. A maioria não tinha companheiro (viúva/divorciada), possuía baixo nível de escolaridade e todas eram aposentadas. Emergiram três categorias após a análise: a experiência de viver com a incontinência urinária; adaptações de vida diária e no autocuidado e impacto da incontinência urinária. Com relação aos requisitos universais de autocuidado, os achados prevalentes foram: consumo excessivo de cafeína e carboidratos, baixa ingestão de líquidos e fibras, alterações no sono, constipação e sedentarismo. Os principais desvios de saúde encontrados foram: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, hipercolesterolemia e obesidade. Sobre as adaptações na vida diária, encontrou-se: uso de absorvente ou forro, evitar carregar peso e sair de casa com mais agilidade. Identificou-se que a incontinência trouxe diversos impactos negativos para as participantes, sendo um ponto citado comum, o desconforto pela perda urinária inesperada, fora do domicílio. Verificou-se ainda queixa de perda durante o ato sexual. Destaca-se uma das falas: “Tenho o problema há 47 anos, desde o nascimento do meu filho, e já mais para o final agora, deixei de queixar nas consultas, porque ninguém fazia nada”. Conclusão: Foi perceptível o impacto que a incontinência urinária causou nos diversos aspectos da vida das participantes. Diante dos achados, verificou-se que duas pacientes referem o problema há mais de três décadas de vida, sem ter recebido nenhum tratamento apropriado para este agravo. A desassistência deste público contribui para piora do quadro e aumento nos custos dos serviços de saúde. Contribuições para a Estomaterapia: os enfermeiros devem se atentar para o reconhecimento deste problema e agir sobre ele, por meio de ações que estimulem a promoção da continência e a prevenção da incontinência urinária, auxiliando no desenvolvimento de estratégias de autocuidado e contribuindo para a promoção da saúde das populações.

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Publicado

2024-07-06

Como Citar

Sokem, J. A. D. S., Cortes, E. D. R., Primão, J. C. M., Carolino, E. P., Silveira, L. A., Andrade, L. M. S., Quadros, G. A., & Furlan, P. C. (2024). PERCEPÇÕES E ADAPTAÇÕES DE VIDA DIÁRIA DE IDOSAS COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/1112