PRINCIPAIS DISFUNÇÕES URINÁRIAS EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS

Autores

  • Sherida Karanini Paz De Oliveira UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
  • Joana Da Silva Assunção UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
  • Ana Beatriz Mesquita Da Silveira UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
  • Vanessa Almeida Pinho UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

Palavras-chave:

Bexiga urinária, Diabetes, Estomaterapia

Resumo

INTRODUÇÃO: Mais de 50% das pessoas com diabetes apresentam disfunção da bexiga. Essas disfunções refletem em uma condição progressiva que abrange um amplo espectro de sintomas do trato urinário inferior, como urgência urinária, frequência, noctúria, incontinência, sensação de bexiga diminuída, baixa contratilidade e aumento da urina residual pós- esvaziamento[1]. As disfunções miccionais em diabéticos merecem maior ênfase. Os sintomas miccionais, muitas vezes, não são detectados pelos pacientes, necessitando maior atenção dos profissionais de saúde. Por vezes, os primeiros sintomas relacionam-se ao desenvolvimento de infecção do trato urinário (ITU) secundária à retenção urinária; outros podem apresentar um amplo espectro de queixas urinárias[2]. Considera-se, assim, importante avaliar as disfunções urinárias pelo seu impacto na qualidade de vida das pessoas com diabetes e da necessidade de ampliar os estudos sobre o tema. OBJETIVO: Identificar as principais disfunções urinárias em pacientes com diabetes segundo a literatura. MÉTODO: Revisão integrativa cuja pergunta norteadora foi: Quais as principais disfunções urinárias no paciente com diabetes mellitus? Realizou-se a busca em julho de 2021 na PUBMED e na ScienceDirect, utilizando os descritores: Urinary Bladder; Diabetes Complications; Enterostomal Therapy e os operadores booleanos
‘’AND’’ e ‘’OR’’. Foram incluídos artigos em português ou inglês publicados na última década e disponíveis gratuitamente na íntegra. Excluíram-se teses, monografias, estudos de revisões e estudos realizados com camundongos. A busca inicial resultou em 17 artigos na PUBMED e 276 na ScienceDirect, sendo selecionados um e dois, respectivamente, após leitura completa, para análise dos resultados, totalizando três estudos. RESULTADOS: As principais disfunções urinárias em diabéticos variaram de acordo com os estudos selecionados e incluíram infecções urogenitais, hiperplasia prostática benigna, incontinência urinária, bexiga hiperativa (OAB) e hiperatividade do detrusor. As infecções do trato urinário (ITU) são as mais comuns em pacientes com diabetes mellitus (DM), sendo o risco três a quatro vezes maior, podendo estar associada a diferentes complicações graves, como bacteriúria assintomática e cistite[3]. A hiperplasia prostática benigna (BPH) é a complicação urológica mais comum em homens com diabetes, tendo como manifestação clínica comum:
hesitação urinária, atraso no início da micção, intermitência, interrupção involuntária da micção jato urinário fraco, esforço para urinar, entre outros[4]. Nas mulheres diabéticas, verificou-se a incontinência urinária como principal disfunção, com prevalência de 50 a 200%, em relação às mulheres com glicose normal [4]. Outra complicação comum e incômoda do trato urinário inferior (TUI) do DM é a disfunção da bexiga diabética, principalmente nas mulheres com
DM tipo 2 que têm um espectro mais amplo de disfunção do TUI[5]. CONCLUSÃO: As disfunções urinárias são mais comuns nas pessoas com diabetes quando comparadas à população geral. No entanto, observou-se pouco estudos sobre a temática, além de pouca atenção pelos profissionais de saúde e pacientes, refletindo, muitas vezes, em um diagnóstico tardio, o que favorece complicações secundárias. Dessa forma, é importante a avaliação dos sintomas e educação em saúde acerca das disfunções urinárias relacionadas ao diabetes, para prevenção e promoção da saúde, além da melhora da qualidade de vida dos pacientes.

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Referências

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Publicado

2021-08-05

Como Citar

Oliveira, S. K. P. D. ., Assunção, J. D. S. ., Silveira, A. B. M. D. ., & Pinho, V. A. . (2021). PRINCIPAIS DISFUNÇÕES URINÁRIAS EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/128