DOR EM DERMATITE PERIESTOMA

Autores

  • Larissa Silva Santana ESCOLA DE ENFERMAGEM DA USP
  • Maristela Lopes Gonçalves Nunes ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
  • Vera Lúcia Conceição De Gouveia Santos ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Palavras-chave:

Dermatite periestoma, Dor, Prevalência, Estomaterapia, Enfermagem

Resumo

A manutenção da integridade da pele periestoma é de extrema importância, considerando sua função primordial de barreira física contra agentes externos prejudiciais, incluindo microrganismos. A dermatite periestoma é a causa mais frequente de perda da integridade da pele em pessoas com estomias, apresentando-se com alterações dermatológicas como eritema, erosão, pústulas e, em casos mais graves, ulcerações. Em estudo sobre a adaptação cultural e validação do instrumento Ostomy Skin Tool (OST) para o Brasil, as autoras obtiveram correlação positiva entre a gravidade da dermatite periestoma, por meio do Escore DET, e a intensidade da dor dos pacientes, atestando que a dor acompanha a maioria das complicações na pele periestoma, constituindo mais um fator de impacto negativo sobre a qualidade de vida e processo reabilitatório. A avaliação da dor em pacientes com dermatite periestoma não é encontrada na literatura, ao menos, como foco primário dos estudos. Objetivo: Analisar a prevalência de dor relacionada à dermatite periestoma e os fatores associados em pacientes atendidos em ambulatórios especializados. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, com abordagem quantitativa, cujos dados foram extraídos do banco de dados da dissertação de mestrado intitulada “Adaptação cultural e validação do instrumento Ostomy Skin Tool para a língua portuguesa do Brasil”. A amostra do projeto original foi composta por 109 adultos com colostomias, urostomias e ileostomias, com complicações na pele periestoma de qualquer etiologia e que aceitaram participar do estudo, mediante assinatura do TCLE. Os dados demográficos e clínicos dos participantes foram utilizados como variáveis para testes de associação e de comparação entre grupos. Foram realizadas análises de regressão para avaliação dos fatores associados à presença da dor relacionada à dermatite periestoma. Análises: Os dados do banco do estudo original utilizados como variáveis: (idade, sexo, raça/cor, escolaridade e ocupação, tempo de estomia (em meses), tipo de dermatite periestoma, intensidade da dor (dor na consulta e pior dor na semana) e gravidade da lesão por meio do escore DET). Resultados: Com a análise dos dados obteve-se correlações moderadas positivas entre as variáveis dor na consulta e pior dor na semana e a variável escore DET, com o valor-p de <0.001 em ambas. Evidência estatisticamente mais fraca de que as mulheres sentem mais dores do que os homens (0,059) e (0,028), e evidências mais fortes de que pacientes com lesão pseudoverrucosa sentem dor cerca de 2 pontos em média maior do que os demais (0,011). A variável pior dor na semana teve uma correlação positiva para as lesões pseudoverrucosas, dermatite periestoma de contato e dermatite alérgica. Conclusão: As complicações na pele periestoma acarretam muito sofrimento à pessoa com estomia, dificultando a sua reabilitação. Os profissionais de saúde devem ter conhecimento técnico-científico para orientar o paciente estomizado da melhor forma possível. O enfermeiro, ao organizar o cuidado, deve reconhecer que a mensuração da dor é um aspecto essencial no processo de cuidar do estomizado com dermatite periestoma, pois a valorização da queixa da dor é de grande importância para um atendimento humanizado.

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Referências

Cesaretti IUR, Santos VLCG. Pele periestomia: prevenção e tratamento de lesão. In: Paula MAB, Paula PR, Cesaretti IUR. Estomaterapia em Foco e o cuidado especializado. São Caetano do Sul. SP; Yendis Editora; 2014: 134-43. 2. Maydick-Youngberg D. A descriptive study to explore the effect of peristomal skin complications on quality of life of adults with a permanent ostomy. 2017; 63 (5): 10-23. 3. Persson E, Berndtsson I, Carlsson E, Hallén AM, Lindholm E. Stoma related complications and stoma size-a 2-year follow-up. Colorectal Dis. 2010; 12(10): 971-76. 4. Nunes, Maristela Lopes Gonçalves. Adaptação cultural e validação do instrumento Ostomy Skin Tool para língua portuguesa do Brasil [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem; 2018 5. Doctor K, Colibaseanu TD. Peristomal skin complications: causes, effects, and treatments. Chronic Wound Care Management and Research. 2017; 4:1-6.

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Publicado

2021-08-05

Como Citar

Santana, L. S. ., Nunes, M. L. G. ., & Santos , V. L. C. D. G. . (2021). DOR EM DERMATITE PERIESTOMA. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/135