O CÂNCER GINECOLÓGICO E A BRAQUITERAPIA: A INCONTINÊNCIA COMO EFEITO ADVERSO

Autores

  • Maria Eduarda Hames UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
  • Luciana Martins Da Rosa UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
  • Mirella Dias UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA / CENTRO DE PESQUISAS ONCOLÓGICAS
  • Melissa Orlandi Honório Locks UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
  • Bianka Corrêa Inácio UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
  • Julia Grisard De Bem UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

Palavras-chave:

Neoplasias dos Genitais Femininos, Braquiterapia, Estomaterapia, Enfermagem

Resumo

Introdução: A braquiterapia é um tratamento radioterápico utilizado para os cânceres ginecológicos que consiste na colocação de um feixe de radiação no canal vaginal, sendo adaptável para cada mulher, e guiado por imagem.¹ A quantidade de sessões varia conforme os protocolos das instituições, sendo preconizado normalmente quatro sessões para mulheres não histerectomizadas, e três sessões para histerectomizadas. Apesar da braquiterapia ter como vantagem menores efeitos adversos quando comparada a outras terapias oncológicas, é comum ocorrer a incontinência, seja fecal ou urinária, que ocorre por conta da menopausa que a mulher apresenta, assim como a atrofia e enfraquecimento da musculatura pélvica por conta da radiação.1-2 A incontinência é caracterizada por qualquer perda involuntária de urina e traz consigo impactos diretos na atividades diárias das mulheres, incluindo interação social e percepção da própria saúde, bem-estar social e mental, além de problemas relacionados a atividades sexuais, isolamento social, baixa autoestima e depressão, afetando de modo significativo a qualidade de vida.3 Objetivo e Método: Identificar os efeitos adversos após a braquiterapia, incluindo as dificuldades e facilidades nesse processo. Pesquisa descritiva (pareceres 4.050.347 e 4.133.605 coparticipante) realizada com 34 mulheres seis meses após conclusão da braquiterapia, com aplicação de entrevista semiestruturada e coleta em prontuário submetidas à medidas de frequência. A coleta de dados, abrangendo a condição de saúde, se deu nos meses de outubro de 2020 até fevereiro de 2021, neste estudo apresentam-se variáveis clínicas relacionadas ao diagnóstico/tratamento, às incontinências e aos cuidados adotados. Resultado: 88,2% (30) foram diagnosticadas com câncer de colo uterino e 11,8% com câncer de endométrio. Todas as mulheres realizaram teleterapia e braquiterapia, 82,4% (28) realizaram quatro sessões de braquiterapia e 17,6% (seis) três sessões; Das mulheres entrevistadas, 67,6% (23) relataram algum tipo de incontinência, onde destas 82,6% (19) apresentaram incontinência urinária, 8,7% (duas) possuem incontinência urinária e fecal e uma incontinência fecal; dessas, 47,8% (11) confirmaram fazer o exercício de contração vaginal recomendado; 26,1% (seis) tiveram melhora ou controle completo das incontinências depois da adoção dos exercícios de fisioterapia propostos. Os relatos das mulheres mostraram que duas precisam fazer uso de absorvente para lidar com a incontinência e afirmam a importância da mulher sair do serviço ambulatorial de braquiterapia já instruída para o exercício de fortalecimento do assoalho pélvico. Conclusão: evidencia-se que o aparecimento da incontinência após a braquiterapia é prevalente, para a reabilitação do assoalho pélvico. Reforça-se a importância da atuação do enfermeiro, assim como do profissional fisioterapeuta, na abordagem dessas mulheres de modo a minimizar a ocorrência da incontinência depois da braquiterapia, mostrando-se a terapia comportamental associada a exercícios de fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico uma estratégia viável de cuidado e com efeitos benéficos.

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Referências

Rosa LM, Hames ME, Dias M, Miranda GM, Bagio CB, Santos MJ dos; Kalinke LP. Epidemiological profile of women with gynecological cancer in brachytherapy: a cross-sectional study. Rev Bras Enferm [Internet]. 2021 [cited 2021 Jun 21]; 74(5):e20200695. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0695 2. Tomasi AV, Santos SMA, Honório GJS, Locks MOH. Urinary incontinence in elderly people: care practices and care proposal in primary health care. Texto Contexto Enferm [Internet]. 2017 [cited 2021 Jun 28]; 26(2):e6800015. DOI: https://doi.org/10.1590/0104-07072017006800015 3. Abranches‐Monteiro L, Hamid R, D’Ancona C, Alhasso A, Dmochowski R, Ecclestone H, et al. The International Continence Society (ICS) report on the terminology for male lower urinary tract surgery. Neurourol Urodyn [Internet]. 2020 Nov 12;39(8):2072–88. Available from: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/nau.24509

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Publicado

2021-08-05

Como Citar

Hames , M. E. ., Rosa, L. M. D. ., Dias, M. ., Locks, M. O. H. . ., Inácio, B. C. ., & Bem, J. G. D. . (2021). O CÂNCER GINECOLÓGICO E A BRAQUITERAPIA: A INCONTINÊNCIA COMO EFEITO ADVERSO. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/142