PERFIL DE IDOSAS COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA EM INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA
Palavras-chave:
Incontinência urinária, Saúde do Idoso Institucionalizado, Saúde da Mulher, Enfermagem, EstomaterapiaResumo
A Incontinência Urinária (IU) é tida mundialmente como um problema de saúde pública e consiste na perda involuntária da urina. Com o crescimento populacional de idosos em todo o mundo, estima-se que cerca de 30% da população nessa faixa etária é acometida pela IU, especialmente mulheres, o que pode ocasionar grande impacto negativo na qualidade de vida desses indivíduos, principalmente nos que residem em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). O objetivo do estudo foi descrever o perfil das idosas com IU residentes em uma ILPI em Ilhéus - Bahia. Utilizou-se método quantitativo, descritivo e exploratório, de caráter transversal. O protocolo de pesquisa (CAAE 33941020.8.0000.5526) foi autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa através do parecer nº 4.129.745 em 02 de julho de 2020. Foram incluídas 08 idosas, a partir dos 60 anos, com diagnóstico de IU, identificadas previamente a partir de consulta a equipe de saúde da instituição e posterior confirmação através do prontuário e que aceitaram participar do estudo. As informações foram coletadas em consulta aos prontuários e através de entrevista com aplicação de formulário com questões sobre dados socioeconômicos e clínicos (faixa etária, estado civil, grau de escolaridade, profissão, situação ocupacional, comorbidades, número de gestações, tempo de diagnóstico, tipo e tratamento de IU). As idosas tinham idade entre 60 e 80 anos (50%); raça branca (50%); casadas (37,5%); e não alfabetizadas (87,5%). Todas aposentadas com renda mensal de até 02 salários-mínimos, tendo exercido, em sua maioria, a profissão de empregada doméstica (62,5%). Com relação aos fatores associados a IU, verificou-se que 87,5% delas tinham alguma doença crônica, com destaque para a hipertensão arterial, presente em 75% das idosas; 75% faziam uso de medicamentos diuréticos, anticolinérgicos e/ou antidepressivos; 75% tiveram, no mínimo uma gestação, sendo todos os partos por via vaginal/traumática. O tipo de IU mais comum foi a mista. Nenhuma idosa soube informar o tempo de IU e não foi possível identificar essa informação nos prontuários. Nenhuma delas realizava tratamento no momento da coleta dos dados. O tipo de assistência prestada era a utilização de fralda descartável por 87,5% das idosas. Identificou-se que é essencial a realização de mais estudos nessa área, a fim de determinar com precisão a prevalência e associação de fatores socioeconômicos e clínicos com a ocorrência de IU em idosas institucionalizadas. Outrossim, demonstrou-se a necessidade da realização de ações educativas sobre o tema para profissionais de saúde, em especial a equipe de enfermagem, a fim de subsidiar uma assistência qualificada e pautada em evidências científicas, que permitam melhora na saúde, nas relações sociais e na qualidade de vida de idosas institucionalizadas.
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Referências
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