USO DE ESTAÇÕES SIMULADAS COMO ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO DA PERFORMANCE CLÍNICA DOS CANDIDATOS AO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM ESTOMATERAPIA
Palavras-chave:
avaliação educacional, treinamento por simulação, enfermagem, estomaterapiaResumo
Introdução: A simulação clínica é uma metodologia ativa, centrada no aprendiz, que replica um ambiente real de saúde com o objetivo de praticar, aprender, avaliar, testar ou entender sistema ou ações humanas 1. Ela promove aprendizado ativo, em ambiente livre de risco, minimizando a ocorrência desses eventos adversos 2. Com o objetivo de analisar as competências e habilidades dos candidatos ao título de especialistas na área de estomaterapia foram estabelecidas estações simuladas como estratégias de avaliação. Nessa estratégia avaliativa sempre temos três elementos: paciente, aprendiz e avaliador e o uso das estações simuladas avaliam o conhecimento, mas principalmente sua performance na prática 3. O uso dessa modalidade de avaliação é pouco frequente nas provas de títulos na área de enfermagem, sendo presente na área de Terapia Intensiva e na Neonatologia. No entanto, carecem estudos em relação à efetividade dessa estratégia de avaliação a profissionais especialistas.
Objetivo: Verificar a performance na assistência de pacientes com feridas, estomia ou incontinência em estações simuladas na prova de título de especialista em estomaterapia. Metodologia: Estudo descritivo, transversal e quantitativo realizado durante a prova de habilidades para aquisição do título de especialista em estomaterapia no mês de outubro de 2019, na cidade de Foz do Iguaçu. Todos os candidatos à prova participaram do estudo. Foram construídos e validados três cenários, um na área de feridas (avaliação e tratamento do paciente com úlcera venosa), outro na área de estomia (preparo pré-operatório para confecção de uma estomia intestinal) e um na área de incontinência (preparo de alta de paciente que irá realizar cateterismo intermitente limpo). Os cenários foram pré-testados por quatro estomaterapeutas. A prova teórica e de habilidades foram realizadas em um único dia, sob a supervisão de dois avaliadores e um ator em cada estação, todos estomaterapeutas. Para a avaliação da performance clínica, os candidatos deveriam passar pelos três cenários e não ter contato com os demais durante a execução da prova. Os avaliadores utilizaram um checklist validado para verificar as ações esperadas dos candidatos. Os candidatos seriam aprovados na prova de habilidades se tivessem média de 50% nos três cenários. O projeto foi aprovado pelo Comitê de ética em pesquisa sob o parecer n 3.910.218.
Resultados: Onze candidatos participaram das três estações simuladas. No cenário de incontinência a média de acerto foi de 60% (range:36-74%) dos itens do checklist. No cenário de feridas a média de acerto ficou em 64% (range: 41-80%) e no cenário de estomia a média de acerto foi de 90% (range:83-95%). A média geral dos candidatos nas três estações ficou em 71% de acerto (range:56-78%).
Conclusão: Todos os candidatos foram aprovados e receberam o título de Especialista em estomaterapia. A melhor performance ocorreu no cenário de estomia e identificou-se um desempenho inferior no cenário de incontinência.
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Referências
Quilici, AP; Abrão KC; Timermam S.; Gutierrez F. Simulação clínica: do conceito à aplicabilidade. São Paulo: Editora Atheneu, 2012.
Flato UAP; Guimaraes HP. Educação baseada em simulação em medicina de urgência e emergência: a arte imita a vida. Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2011 set-out;9(5):360-4.
Harden RM, Patrício M, Norman G. The Definitive Guide to the OSCE: The Objective Structured Clinical Examination as a performance assessment. First edition 2015. 384p.
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