O PROCESSO CIRURGICO DE ESTOMIZAÇÃO POR CANCER COLORRETAL: IMPLICAÇÕES NA FORMA DE VIVER

Autores

  • EDAIANE JOANA LIMA BARROS
  • LUANA PEDROSO XAVIER
  • GIOVANA CALCAGNO GOMES
  • FERNANDA SIMÕES VALADÃO
  • LETICIA CALCAGNO GOMES
  • ALEXSANDRA MINASI

Resumo

Introdução: A cirurgia submete a pessoa à desconstrução de sua imagem, de sua posição e de sua função no seu micro espaço social. A mesma pode apresentar sentimentos conflituosos que, por sua vez, podem inibir o processo de adaptação e aceitação da nova condição de vida, demandando um processo de adequação à nova imagem, identidade e autoconceito, na busca pelo sentido existencial de seu novo corpo. A presença da estomia constitui-se um fato de impacto emocional, pois, pessoas submetidas a tal procedimento têm a perspectiva de vida e a imagem corporal alteradas, mudanças nos padrões de eliminação, dos hábitos alimentares e de higiene. A principal causa da necessidade de uma estomização é o câncer. Objetivo: Conhecer as implicações na forma de viver da pessoa a partir do processo de cirurgia de estomização após o diagnóstico de câncer colorretal. Metodologia: Realizou-se de uma pesquisa descritiva, exploratória de cunho qualitativo. Teve como contexto o Serviço de Estomaterapia de um Hospital Universitário no sul do Brasil. Participaram 11 pessoas estomizadas. Os dados foram coletados no primeiro semestre de 2020 por entrevistas e submetidos à Análise Temática. Foram respeitados os princípios éticos da pesquisa conforme a resolução 510/2016. Resultado: A necessidade da cirurgia gerou ansiedade, preocupação quanto aos cuidados no pós-operatório, tristeza e vergonha.

Alguns ficaram felizes e tranquilos. Após a estomização, alguns pacientes apresentaram uma tendência ao isolamento social, o uso de roupas mais compridas para manter a bolsa de estomia coberta e o uso de uma faixa abdominal aderida ao abdômen para manter a bolsa fixada com vistas a possibilitar a prática de uma atividade física. A vida passa a ter restrições. Alguns não podem mais desenvolver sua atividade laboral e tem sua vida sexual afetada. Alguns continuam realizando o tratamento quimio ou radioterápico, consultas, exames, tratamentos, tendo sua vida organizada em torno do câncer. Referiram como grande mudança a necessidade da bolsa coletora de fezes aderida ao abdômen. Alguns tornam-se dependentes de um cuidador. Quando a estomia é definitiva obrigam-se ao enfrentamento de um novo viver, construindo uma identidade como pessoa estomizada, adaptando-se e aprendendo a realizar seu autocuidado de forma autônoma. Conclusão: Dessa forma, a retirada do tumor e realização de uma estomia causa implicações na vida da pessoa, exigindo uma adequação à sua nova condição de estomizado, o que inclui a adaptação da bolsa coletora para o controle da incontinência intestinal. Assim, a decisão pela cirurgia exige uma preparação psicossocial do paciente no pré-operatório. Essa preparação tem potencial para revelar sentimentos de ansiedade e medo, referentes à anestesia, às modificações da imagem corporal, às alterações no modo de viver e a preocupação com o risco de morte e ao próprio procedimento cirúrgico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Downloads

Publicado

2022-12-06

Como Citar

BARROS, E. J. L., XAVIER, L. P., GOMES, G. C., VALADÃO, F. S., GOMES, L. C., & MINASI, A. (2022). O PROCESSO CIRURGICO DE ESTOMIZAÇÃO POR CANCER COLORRETAL: IMPLICAÇÕES NA FORMA DE VIVER. Congresso Paulista De Estomaterapia. Recuperado de https://anais.sobest.com.br/cpe/article/view/177