PREVENÇÃO DE LESÃO PERIESTOMA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Resumo

A estomia intestinal é definida como uma abertura no abdome realizada cirurgicamente, que permite que um segmento intestinal seja exteriorizado para eliminação de fezes. As principais complicações relacionadas a estomia são as lesões periestomais, que possuem como causa mais comum a má adaptação ao dispositivo coletor, criando o contato dos efluentes com a pele, além de retração, prolapso e hérnia periestomal. Objetivou-se buscar na literatura publicações que falem sobre prevenção de lesão periestoma. Trata-se de uma revisão de literatura realizada em abril de 2022 nas bases de dados Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Eletronic Library Online (SCIELO) através da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Utilizaram-se os descritores “Disease Prevention”, “Ostomy”, “Wounds and Injuries”, que foram aplicados em dois cruzamentos: “Disease Prevention AND Ostomy” e “Wounds and Injuries AND Ostomy”, sendo encontrados 255 estudos. Após aplicação de filtros de busca (texto completo e está presente nas bases de dados citadas acima entre os anos de 2012 e 2022), critérios de inclusão (disponíveis na íntegra em português, inglês e espanhol) e critérios de exclusão (texto completo não disponível na íntegra e temática não associada com o desejado, teses, dissertações, revisões e editoriais) foram selecionados 5 artigos. Evidenciou-se que as lesões periestomais ocorrem, geralmente, devido a exposição da pele aos efluentes do estoma e a umidade decorrente, o que pode levar a inflamações e erosões na área circundante, além de refletir sobre a qualidade de vida do indivíduo. Essa lesão, em 40% dos estudos, afirma-se que pode ser prevenida quando há a marcação adequada pré-operatória no local da estomia, a partir, concomitantemente, da avaliação qualificada do enfermeiro WOC/ET na escolha, por este profissional, dos produtos, ajustes do equipamento, na colocação e na identificação do estoma saudável. Ademais, a situação de ausência e precariedade da informação ao paciente sobre a regulação, trocas e esvaziamento, indubitavelmente leva a complicações periestomais, em que o profissional de enfermagem, por sua vez, deve atuar nas intervenções educacionais e acompanhamento, com medidas de orientação acerca do uso da bolsa, sua colocação, equipamento adequado, assim como amparar os potenciais impactos sociais que o indivíduo poderá enfrentar. Outrossim, em um estudo refere-se uma diminuição significativa de vazamento frequente da bolsa e da irritação da pele periestoma mediante uma aula do grupo de intervenção educativa. Dessa forma, compreende-se que ações educativas, assim como a atuação profissional na marcação adequada pré-operatória e análise e acompanhamento do enfermeiro auxiliam, consideravelmente na prevenção da redução de perca de efluentes e nas lesões que a umidade e dejetos orgânicos causam na região.