DISFUNÇÕES MICCIONAIS E QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES ATENDIDAS EM UM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO
Palavras-chave:
estomaterapia, incontinência urinária, qualidade de vidaResumo
Introdução: As disfunções do assoalho pélvico impactam negativamente em não somente nos aspectos clínicos bem como interfere na esfera social e na psicológica, influenciando na qualidade de vida das mulheres.
Objetivo: Identificar as principais disfunções miccionais e avaliar a qualidade de vida de mulheres atendidas em um ambulatório especializado.
Método: Trata-se de um estudo transversal realizado com as mulheres atendidas em um ambulatório de pessário vaginal para tratamento conservador de prolapso de órgãos pélvicos. As informações foram obtidas por meio de um instrumento de coleta de dados aplicado na primeira avaliação da mulher com disfunções do assoalho pélvico, avaliação da perda urinária pelo International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form (ICIQ- SF) e o intrumento espefífico de avaliação da qualidade de vida King´s Health Questionnaire (KHQ). Os dois questionários utilizados são traduzidos e validados para o portugues e contexto brasileiro. Os dados foram complilados no programa SPSS versão 23.0 e descritos por meio de estatística descritiva. Esse trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética com o número do parecer 1.590.814 e CAEE 34100514.2.3001.5040.
Resultados: A amostra foi composta por mulheres com idade média 66,8 anos, variando de 36 a 98 anos, aposentadas, sem parceiro, analfabetas ou com poucos anos de estudo. Das pacientes encaminhadas para a testagem do pessário vaginal, identificou-se que 74 mulheres apresentaram queixas de perda de urina mensurado pelo ICIQ-SF. A maioria das pacientes relaram perda de urina diversas vezes ao dia (n=37; 50%), seguido por uma vez ao dia (n=19; 25,7%), 2-3 vezes na semana (n=12; 16,2%), uma vez na semana (n=04; 5,4%) e o tempo inteiro (n=02; 2,7%). Em relação a quantidade de perda urinária, observou-se que 46 (62,2%) mulheres referiram uma perda em pequena quantidade, 11 (14,9%) em moderada quantidade e 17 (22,9%) em grande quantidade. A média do escore do ICIQ-SF foi de 7,74±7,6, variando de 1 a 20. Nesse grupo, a média de micções diurnas e noturnas foi de 7,2±3,9 e 2,6±2,0, respectivamente. Dessas mulheres, aplicou-se o questionário KHQ em uma amostra de 50 pacientes, obtendo-se que mais da metade das mulheres referiram a sua saúde atual como “Ruim” ou “Muito ruim”, sendo que 20 mulheres (40%) afirmaram que o problema de bexiga atrapalha muito sua vida. Os domínios mais comprometidos foram Impacto da Incontinência urinária, Emoções e a Medida de Gravidade. Por outro lado, o domínio com indicadores mais satisfatório da qualidade de vida foi o relacionado as Relações Pessoais, sendo que quase a metade das mulheres (n=24; 48%) não tem relações sexuais.
Conclusão: Portanto, as disfunções miccionais impactam negativamente em diferentes domínios da qualidade de vida de mulheres, sendo necessário adoção de estratégias para lidar com esse problema de saúde.
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Referências
ABRAMS; INTERNATIONAL CONTINENCE SOCIETY. Incontinence: 6th International Consultation on Incontinence, Tokyo, September 2016. 2016.
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TAMANINI, José Tadeu Nunes et al. Validação para o português do" International Consultation on Incontinence Questionnaire-Short Form"(ICIQ-SF). Revista de saude publica, v. 38, p. 438-444, 2004.
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