PROMOÇÃO DO AUTOCUIDADO PARA PACIENTES COM ESTOMIAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: As estomias intestinais caracterizam-se por um procedimento cirúrgico com a finalidade de comunicar o intestino à superfície externa, através de uma abertura na parede abdominal, para o desvio e eliminação de resíduos fecais em um equipamento coletor.¹ A educação em saúde deve surgir como uma forma de estimular a população de que é necessária uma autoavaliação crítica a respeito da realidade vivenciada, determinando suas próprias metas diárias, como exemplo, realizar a troca da bolsa coletora de forma correta sem auxílio, tendo em vista o autocuidado.² Para promover o autocuidado o enfermeiro precisa exercer o papel de educador, sabe-se que essa função é essencial no processo do cuidar, incentivando o paciente e seus familiares na busca por conhecimentos, autocuidado e autonomia.³ Objetivo: Relatar a vivência de uma acadêmica de enfermagem durante estágio obrigatório no atendimento ambulatorial a pacientes com estomias. Método: Estudo descritivo do tipo relato de experiência de um estágio obrigatório, realizado em um serviço especializado em estomaterapia no Sul do Brasil, no período de janeiro a abril de 2022. Relato de experiência: A educação em saúde se faz presente em todas as esferas do serviço, pois a partir do acolhimento na primeira consulta já é observado a importância e a necessidade do saber: orientar, cuidar, fornecer informações, sanar dúvidas, acalmar e tranquilizar os mesmos, pois geralmente encontram-se mais ansiosos e angustiados pela quantidade de novas informações e também da nova condição de vida. O papel do enfermeiro nesse contexto é crucial, pois com as orientações certas tanto o paciente quanto o familiar ficam aliviados, prestam mais atenção nas orientações e sentem-se mais seguros, é um trabalho que demanda tempo e paciência, visto que muitos no primeiro momento não conseguem cuidar do dispositivo por medo de olhar para o mesmo. No decorrer do tempo e na realização das consultas o enfermeiro incentiva e motiva o paciente, visando a confiança e segurança nesse processo, mostrando que o mesmo é capaz do autocuidado. Em alguns casos mais peculiares, de pacientes com estomas há alguns anos, se faz necessário uma outra forma de abordagem, de percepção e análise da razão pela qual o mesmo ainda precisa de acompanhamento ambulatorial, porque o enfermeiro estomaterapeuta visa é a autonomia desses pacientes no seu próprio cuidado, logo, é preciso investigar e buscar por novas formas de educar, de abordar e de auxiliar esse paciente. Em alguns casos o paciente permanece na assistência direta por dermatite na pele periestomal, má aderência do equipamento coletor, por alguma limitação do próprio paciente ou pelas características do estoma. Conclusão: A experiência de acompanhar o enfermeiro e presenciar a evolução dos pacientes no autocuidado é enriquecedora para o crescimento profissional, mas também pessoal, observando a resolução das limitações e obstáculos com a evolução, autonomia e desenvoltura dos mesmos no seu cuidado. O estágio obrigatório propicia a formação de futuros enfermeiros humanizados e com cuidado individualizado, além de promover educação em saúde e troca de saberes entre paciente e enfermeiro.