ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO ESTOMATERAPEUTA NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA FECAL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA
Palavras-chave:
enfermagem, estomaterapia, incontinência fecal, qualidade de vida, tratamentoResumo
INTRODUÇÃO: A incontinência fecal (IF) é definida por perda de fezes líquidas ou consistentes por mais de um mês em pessoas acima de quatro anos idade, levando a alterações significativamente negativa na qualidade de vida. A causa da IF é multifatorial e essa condição deve ser determinada após avaliação da história clínica e exame físico do paciente 1. Os dados epidemiológicos mostram uma prevalência média de 7,7% de IF; essa condição é mais prevalente em pessoas idosas, no entanto não é uma condição inerente ao envelhecimento2. No Brasil, a Estomaterapia é a especialidade da enfermagem responsável pelo o tratamento de pessoas com IF; esse profissional é apto a implementar medidas que visam a recuperação da continência anal 3.
OBJETIVO e MÉTODOS: Buscar em artigos científicos o tratamento não cirúrgico da IF que podem ser realizados pelo o enfermeiro estomaterapeuta. Foi realizado uma revisão integrativa. Foi elaborado uma pergunta de pesquisa, utilizando a estratégia PICo: “Quais os tratamentos para IF realizados pelo o enfermeiro estomaterapeuta e a sua eficácia?”. As buscas bibliográficas foram realizadas nas bases de dados Pubmed, Scielo e Biblioteca Virtual de Saúde.
RESULTADOS: Foram selecionados 11 estudos, 100% na língua inglesa, destes quatro estudos publicados em 2015, quatro em 2017, dois em 2016 e um em 2018. Quanto ao tipo de delineamento de pesquisa destaca-se os estudos intervencionais que representa mais da metade (54%) dos resultados dessa pesquisa e as intervenções mais empregadas foram a estimulação transcutânea do nervo tibial posterior (45,45%) e estimulação percutânea do nervo tibial posterior (27, 27%). Um estudo avaliou a melhora da IF através da irrigação transanal, um através da utilização de plug anal e um utilizando consulta de enfermagem, orientação sobre fortalecimento do assoalho pélvico e disponibilização de material educativo para os pacientes do grupo. Os enfermeiros foram responsáveis por duas (18%) publicações. Os resultados obtidos nos tratamentos empregados, oito estudos (aproximadamente 73%) apresentaram efeito positivo para o tratamento da IF e três estudos mostraram resultados modestos ou não significativos. Destes que não apresentaram resultados positivos, dois estudos (18%) tiveram como intervenção a eletroestimulação percutânea do nervo tibial posterior e um (9%) com a eletroestimulação transcutânea do nervo tibial posterior.
CONCLUSÃO: A especialidade Estomaterapia está presente no Brasil desde a década de 80, no entanto, não foi encontrado artigos brasileiros nessa revisão acerca da atuação do enfermeiro especialista no tratamento da IF. O enfermeiro estomaterapeuta pode empregar distintos tratamentos no manejo da IF, porém mais estudos clínicos devem ser realizados com o objetivo identificar os tratamentos mais eficazes no controle da IF e na a melhora da qualidade de vida desses pacientes.
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Referências
Norton C, Whitehead WE, Bliss DZ, Harari D, Lang J. Management of fecal incontinence in adults. Neurourol Urodyn. 2010;29(1):199–206.
Ng KS, Sivakumaran Y, Nassar N, Gladman MA. Fecal incontinence: Community prevalence and associated factors - A systematic review. Dis Colon Rectum. 2015;58(12):1194–209.
Paula MAB, Thuler SR, Silveira NI, Azevedo GR. Intervenções nas Áreas de Abrangência da Estomaterapia. 2016. 124 p.
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