ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO MANEJO AO PACIENTE COM QUEIMADURA TÉRMICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
Introdução: Queimaduras são caracterizadas por ferimentos que destroem parte ou toda a pele, atingindo camadas mais profundas como tecidos subcutâneos, músculos, tendões e ossos¹. Como resultado, os ferimentos são classificados de acordo com a quantidade de tecido lesionado, podendo ser de primeiro, segundo ou terceiro grau¹ ². Os cuidados de enfermagem a pacientes queimados são imprescindíveis, visto que o enfermeiro detém a responsabilidade de avaliar e observar de forma holística os fatores locais, sistêmicos e externos atrelados aos processos de cicatrização² ³. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada, no processo de cicatrização de uma queimadura térmica nos dedos da mão esquerda, desencadeada por um acidente doméstico. Método: Refere-se a um relato de experiência de caráter descritivo, que foi desenvolvido em uma clínica pioneira no tratamento de feridas do Centro-Oeste Mineiro, em parceria com uma Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia de uma Universidade Federal. Trata-se de uma paciente de 75 anos que obteve os cuidados iniciais pela UPA (Unidade de Pronto Atendimento) com indicação de amputação dos dedos indicador e médio. Diante da possibilidade de amputação a mesma recorreu aos cuidados que poderiam ser ofertados por um profissional estomaterapeuta que compõe a equipe do Instituto. As consultas de enfermagem foram prestadas de forma semanal, de maneira a realizar condutas e intervenções necessárias em relação ao tratamento da ferida. A pesquisa partiu da Liga Acadêmica de Enfermagem em Estomaterapia, sendo submetida ao Comitê de Ética sob parecer do número 863.835. Resultados: Foram realizados 23 curativos, desbridamento instrumental pelo estomaterapeuta, desbridamento cirúrgico e amputação parcial do dedo indicador da mão esquerda realizado pelo cirurgião vascular, além de, 15 sessões de oxigenoterapia hiperbárica como tratamento adjuvante. Destaca-se que as consultas eram realizadas semanalmente e diante a avaliação do contexto da lesão os procedimentos e prescrições eram modificados e replanejados. Como curativos interativos foram indicados Hidrofibra com AG+ Extra, Alginato de Cálcio, com cobertura não aderente com PHMB, Placa de Petrolatum associado a fotobiomodulação. Mesmo diante ao fator dificultador referente a idade, tornou-se possível uma boa evolução cicatricial com a presença de tecidos de granulação, retorno dos movimentos e de sensibilidade aos dedos afetados. A associação dos cuidados da enfermagem com especialidade em estomaterapia somadas as condutas terapêuticas, trouxe equilíbrio entre instalação das medidas de prevenção a possíveis complicações.
Conclusão: Diante do exposto, fica nítido que o protagonismo da enfermagem combinada aos cuidados e métodos de tratamento resultaram em uma evolução progressiva do paciente. Percebe-se a importância de estimular o trabalho interdisciplinar e multiprofissional, de modo a assegurar o controle dos fatores que influenciam na cicatrização, garantindo o reparo total do tecido lesado em menor prazo e melhora na qualidade de vida do paciente.